O Pré-Modernismo. Prof. Fernando Pucharelli
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1 O Pré-Modernismo Prof. Fernando Pucharelli
2 Contexto histórico Revolução de Canudos O ciclo do cangaço O Misticismo de padre Cícero Revolução do Contestado O ciclo da Borracha A revolta da Vacina A revolta da Chibata Greve dos operários República do café-com-leite Primeira Guerra Mundial
3 Características Ruptura com o passado Denúncia da realidade brasileira (há um desejo de redescoberta do Brasil-Um Brasil doente, pobre e esquecido) Regionalismo Tipos humanos marginalizados Ligações com fatos políticos, sociais e econômicos contemporâneos. ( há uma tentativa de reinterpretação social do atraso e da miséria). Não constitui escola literária Caráter documental
4 Influências Realismo, naturalismo e parnasianismo ( estrutura técnica) A permanência de características realistas-naturalistas, na prosa, e a permanência de um poesia de caráter ainda parnasiano ou simbolista. Grupo Inovador. A valorização de novos autores, uma linguagem próxima da realidade e um novo modo de encarar o país: o nacionalismo crítico.
5 Síntese DENÚNCIA DOCUMENTO ARTE: INTERESSE PELOS PROBLEMAS SOCIAIS PROTESTO CRÍTICA
6 COMO RECONHECER UM TEXTO PRÉ- MODERNISTA? A denúncia da realidade brasileira, negando o Brasil literário herdado do Romantismo e do Parnasianismo; o Brasil não-oficial do sertão nordestino, dos caboclos interioranos, dos subúrbios, é o grande tema do Pré- Modernismo. O regionalismo, montando-se um vasto painel brasileiro: o Norte e o Nordeste com Euclides da Cunha; o vale do Paraíba e o interior paulista com Monteiro Lobato; o Espírito Santo com Graça Aranha; o subúrbio carioca com Lima Barreto. Os tipos humanos marginalizados : o sertanejo nordestino, o caipira, os funcionários públicos, os mulatos.
7 Uma ligação com fatos políticos, econômicos o sociais contemporâneos, diminuindo a distância entre a realidade e a ficção. São exemplos: Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto (retrata o governo de Floriano e a Revolta da Armada), Os sertões, de Euclides da Cunha (um relato da Guerra de Canudos), Cidades mortas, de Monteiro Lobato (mostra a passagem do café pelo vale do Paraíba paulista), e Canaã, de Graça Aranha (um documento sobre a imigração alemã no Espírito Santo).
8 Euclides da Cunha ( ) nasceu no Rio de Janeiro, estudou na Escola Militar e fez curso de Engenharia. De formação positivista e republicano convicto, Euclides sempre mostrou grande interesse por Ciências Naturais e por Filosofia. Viveu durante algum tempo em São Paulo e, em 1897, foi enviado pelo jornal O Estado de S. Paulo ao sertão da Bahia, para cobrir, como correspondente, a guerra de Canudos. Na condição de ex-militar, Euclides pôde informar com precisão os movimentos da guerra das três últimas semanas do conflito. Suas mensagens, transmitidas pelo telégrafo, permitiram que o Sul do país acompanhasse passo a passo a campanha, mobilizando e dividindo a opinião pública. Cinco anos depois, o autor lançou Os Sertões, obra que narra e analisa os acontecimentos de Canudos à luz das teorias cientificistas da época. Inovador no tema, mas não na liguagem. ( análise sociológica, histórica, literária, jornalística e linguagem rebuscada)
9 Os Sertões Os Sertões são uma obra monumental, na qual se mesclam ciência e literatura. Escrito com o intuito de denunciar, com rigor e objetividade científica, a tragédia que foi a campanha do Exército brasileiro em Canudos, o livro acaba por superar a mera finalidade informativa, atingindo alto valor literário. Os Sertões é um livro escrito numa prosa ampla, enérgica, imaginativa e arrojada até ao exagero, num estilo que parece imitar o drama
10 Divide-se a obra em três partes: A Terra, em que se descreve o meio geográfico (o cenário do drama); O Homem, em que se descrevem as condições da vida no Nordeste (as personagens do drama); A Luta, em que se narram as peripécias da Guerra de Canudos (ou seja, o próprio drama), até o massacre final dos habitantes da cidade arrasada.
11 AS TRÊS PARTES E AS TEORIAS DETERMINISTAS: Em razão do enfoque determinista, o autor, partindo da análise das condições do meio natural, analisa o homem, seus componentes e seu meio social e, na última parte, enfoca a guerra como resultado dessa interação entre o homem e o meio.
12 TERRA Então, a travessia das veredas sertanejas é mais exaustiva que a de uma estepe nua. Nesta, ao menos, o viajante tem um desafogo de um horizonte largo e a perspectiva das planu-rasfrancas. Ao passo que a caatinga o afoga; abre-via-lheo olhar; agride-o e estonteia-o; enlaça-o na trama espinescente e não o atrai; repulsa-o com as folhas urticantes, com o espinho, com os gravetos estalados em lanças, e desdobra-se-lhena frente léguas e léguas, imutável no aspecto desolado [...].
13 HOMEM O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços neurastênicos do litoral. A sua aparência, entretanto, ao primeiro lance de vista, revela o contrário. Falta-lhe a plástica impecável, o desempeno, a estrutura corretíssima das organizações atléticas. (...) Este contraste impõe-se ao mais leve exame. Revela-se a todo o momento, em todos os pormenores da vida sertaneja caracterizado sempre pela intercadência impressionadora entre extremos
14 A LUTA A luta é desigual. A força militar decai a um plano inferior. Batem-na o homem e a terra. E quando o sertão estua nos bochornos dos estios longos não é difícil prever a quem cabe a vitória. Enquanto o minotauro, impotente e possante, inerme com a sua envergadura de aço e grifos de baionetas, sente a garganta exsicar-se-lhede sede e, aos primeiros sintomas da fome, reflui à retaguarda, fugindo ante o deserto ameaçador e estéril, aquela flora agressiva abre ao sertanejo um seio carinhoso e amigo. Então nas quadras indecisas entre a seca e o verde, quando topam os últimos fios de água no
15 Monteiro Lobato José Bento MONTEIRO LOBATO nasceu em Taubaté-SP, 1882 e faleceu em São Paulo-SP, 1948 Linguagem muito culta, boa parte das obras são contos(estrutura e linguagem tradicional). Figura do Jeca tatu (representante do caboclo/caipira) foco: situação de miséria e abandono das cidades do interior de SP (visão nacionalista) Resistência as mudanças estéticas (artigo:
16 PRINCIPAIS OBRAS (Lit. Adulta) Urupês Cidades mortas Negrinha Idéiasde Jeca Tatu O presidente negro O escândalo do petróleo e Ferro A barca de Gleyre(2 volumes)
17 Graça Aranha José Pereira da Graça Aranha (São Luís, 21 de junho de 1868 Rio de Janeiro, 26 de janeiro de 1931) considerado um autor prémodernista no Brasil, sendo um dos organizadores da Semana de Arte Moderna de Imigração Análise do Brasil Comportamento Romance de tese
18 Lima Barreto Afonso Henriques de Lima Barreto, conhecido como Lima Barreto, nascido no Rio de Janeiro em 13 de maio de 1881, foi jornalista e um dos mais importantes escritores brasileiros. Autor urbano com literatura de denúncia social Linguagem coloquial, sincretismo(tema/linguagem) Personagem popular (classes baixas do Rio de Janeiro) Preconceito, subúrbios do Rio de Janeiro
19 Augusto dos Anjos Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos (Cruz do Espírito Santo, 20 de abril de 1884 Leopoldina, 12 de novembro de 1914). Linguagem culta Poesia cientificista (Analisa a morte) Existencialismo Angustias da vida. (Pensamentos filosóficos) Visão materialista. Pessimismo
20 Vês! Ninguém assistiu ao formidável Enterro de tua última quimera. Somente a Ingratidão - esta pantera - Foi tua companheira inseparável! Acostuma-te à lama que te espera! O Homem, que, nesta terra miserável, Mora, entre feras, sente inevitável Necessidade de também ser fera. Toma um fósforo. Acende teu cigarro! O beijo, amigo, é a véspera do escarro, A mão que afaga é a mesma que apedreja. Se a alguém causa inda pena a tua chaga, Apedreja essa mão vil que te afaga, Escarra nessa boca que te beija!
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