CÁLCULO DE BLINDAGENS EM RADIODIAGNÓSTICO
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- Ana Malheiro de Miranda
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1 CÁLCULO DE BLINDAGENS EM RADIODIAGNÓSTICO SEGUNDO O DECRETO-LEI Nº 180/2002 Direção-Geral da Saúde
2 INTRODUÇÃO 2
3 INTRODUÇÃO A protecção radiológica rege-se por 3 princípios fundamentais: Justificação - em todas as exposições devem ser previamente ponderados os riscos e os benefícios envolvidos. Optimização - as doses envolvidas devem ser mantidas tão baixas quanto razoavelmente possível, as low as reasonably achievable (ALARA) Limitação - devem ser observados os limites de dose em vigor para profissionais e membros do público. 3
4 INTRODUÇÃO A protecção contra radiações é conseguida essencialmente com o controlo de 3 factores: Limitando o tempo de exposição Aumentado a distância à fonte Utilizando blindagem adequada 4
5 INTRODUÇÃO É possível conjugar os 3 factores para obter uma protecção adequada para profissionais e para membros do público. 5
6 INTRODUÇÃO Esta apresentação pretende ilustrar método de cálculo de blindagens definido no Anexo III do Decreto-Lei nº 180/2002, de 8 de Agosto e não dispensa a consulta do mesmo. São ainda incluídas algumas considerações de boas-práticas em protecção radiológica. 6
7 INTRODUÇÃO Alguns conceitos: Espessura semi-redutora: espessura necessária para reduzir a metade a intensidade da radiação. Várias espessuras semi-redutoras (HVL) vão reduzindo sucessivamente a intensidade da radiação HVL HVL HVL HVL
8 CÁLCULOS INICIAIS 8
9 OBTENÇÃO DOS DOCUMENTOS O Anexo de Barreiras de Protecção encontra-se disponível em secção de Radiações Ionizantes, separador Licenciamento. 9
10 OBTENÇÃO DOS DOCUMENTOS Tabela de blindagens Planta/esquema da instalação radiológica 10
11 PARÂMETROS DE ENTRADA Dados a recolher previamente: Débito de dose no feixe útil, a 1 m da ampola de raios-x, na unidade de mgy/ maxs. (deverá ser obtido junto do fabricante, ou medido com equipamento apropriado). 11
12 PARÂMETROS DE ENTRADA Dados a recolher previamente: Número de exames a realizar por semana Este valor deverá ser o mais realista possível; em caso de dúvida, usar um valor por excesso, já que este será o número máximo de exames autorizado pela licença a emitir. 12
13 PARÂMETROS DE ENTRADA Dados a recolher previamente: Valor de maxs utilizados em cada exame Este valor deverá ser obtido com os parâmetros de irradiação mais comuns. Poderá ser estimado multiplicando a corrente da ampola, em ma, pelo tempo de disparo, em segundos. 13
14 PARÂMETROS DE ENTRADA Recapitulando: Débito de dose no feixe útil, a 1 m da ampola de raios-x, na unidade de mgy/maxs. Número de exames a realizar por semana. Valor de maxs utilizados em cada exame. 14
15 PARÂMETROS DE ENTRADA Falta calcular Workload semanal W e o débito semanal a 1 m Qs 15
16 CÁLCULOS INICIAIS Cálculo do workload semanal W: O resultado desta operação vem em maxs. Como necessitamos do valor em maxmin, devemos dividir o valor obtido por 60 segundos. 16
17 CÁLCULOS INICIAIS Cálculo do débito semanal a 1 m: O resultado desta operação vem em mgy/ semana 17
18 CÁLCULOS INICIAIS 18
19 CÁLCULOS INICIAIS Estes parâmetros são características do equipamento e da sua utilização. 19
20 DEFINIÇÃO DAS BARREIRAS 20
21 SALA SIMPLES Janela Quantas barreiras considerar? Porta 21
22 IDENTIFICAÇÃO DAS BARREIRAS Quantas barreiras considerar? C Janela D Parede A Parede B Parede C Parede D Parede E Parede F + Porta Janela + Chão Tecto B Porta A F E 22
23 IDENTIFICAÇÃO DAS BARREIRAS C Janela D B E Porta A F 23
24 TIPO DE BARREIRAS C Janela D Onde está localizado o equipamento? B Ampola de Rx Paciente E Que barreiras recebem o feixe directo? Porta A F 24
25 TIPO DE BARREIRAS C Janela D Onde está localizado o equipamento? B Ampola de Rx Paciente E Que barreiras recebem o feixe directo? Porta A F Feixe primário 25
26 TIPO DE BARREIRAS C Janela D Barreiras expostas ao feixe primário designam-se Barreiras Primárias. As restantes serão Barreiras Secundárias. B Porta A Ampola de Rx F Paciente Feixe primário Barreira primária E 26
27 TIPO DE BARREIRAS C Janela D B Porta Ampola de Rx Paciente Feixe primário Barreira primária E A Se o equipamento tiver várias direcções de operação diferentes, haverá mais barreiras primárias. F 27
28 FACTOR DE OCUPAÇÃO O factor de ocupação T descreve da utilização que é dada da área envolvente. B Porta C Janela Ampola de Rx Paciente D Feixe primário Barreira primária E O que existe para além de cada barreira? A F 28
29 FACTOR DE OCUPAÇÃO O que existe para além de cada barreira? Rua Recepção Habitação vizinha Sala de espera 29
30 FACTOR DE OCUPAÇÃO O que existe para além de cada barreira? Rua Recepção Habitação vizinha Sala de espera 30
31 FACTOR DE OCUPAÇÃO O que existe para além de cada barreira? Rua Recepção Habitação vizinha Sala de espera 31
32 FACTOR DE OCUPAÇÃO C Janela D B Porta Ampola de Rx Paciente Feixe primário Barreira primária E A Estes valores podem ser ajustados de acordo com bom senso. Neste exemplo, assumimos estar num piso térreo, sem ocupação por baixo. Daí, T=0 para o Chão, embora tal não se encontre expressamente previsto. Para a habitação vizinha, assumimos estar sempre ocupada (T=1). F 32
33 FACTOR DE USO C Janela D Que parte do tempo está o feixe apontado para aquela barreira? B Porta Ampola de Rx Paciente Feixe primário Barreira primária E A F 33
34 FACTOR DE USO Que parte do tempo está o feixe apontado para aquela barreira? Os factores de uso das barreiras primárias devem ser considerados de acordo com o tabelado. Barreiras secundárias estão sempre expostas a radiação dispersa. Como tal, o seu factor de uso vale sempre 1. 34
35 FACTOR DE USO C Janela D B Porta Ampola de Rx Paciente Feixe primário Barreira primária E A F 35
36 TIPO DE OCUPAÇÃO Quem são as pessoas que se encontram do outro lado da barreira? São membros do público? São profissionais expostos? A classificação deverá ser definida de acordo com o DL 222/2008. Recepcionista Recepção Público Rua Público Sala de espera Público Habitação v 36
37 TIPO DE OCUPAÇÃO Neste exemplo, assumimos que a pessoa da recepção é considerada profissional exposta. Recepcionista Recepção B A Público C Rua Público Sala de espera F D E Público Habitação vizinha NOTA: Neste exemplo, para fins ilustrativos considerase que a área de recepção não é acessível pelo público. Caso fosse, num caso mais realista, deveria ser considerada como zona ocupada por membros do público. 37
38 DISTÂNCIAS C Janela D Considerar as distâncias entre cada uma das barreiras e a posição do equipamento. B Porta A Barreira primária E F 38
39 DISTÂNCIAS C Janela D B Porta A dc db dporta da djanela df dd de Barreira primária E F 39
40 CÁLCULO DAS ESPESSURAS NECESSÁRIAS 40
41 CÁLCULO DO DÉBITO SEMANAL JUNTO DA BARREIRA? O primeiro passo será calcular o débito de dose junto de cada barreira. Representa a radiação que chega a cada barreira. 41
42 CÁLCULO DO DÉBITO SEMANAL JUNTO DA BARREIRA Para as barreiras primárias: Para barreiras secundárias, assume-se um Qsd dividido por 1000: 42
43 CÁLCULO DO DÉBITO SEMANAL JUNTO DA BARREIRA? Para a barreira E (primária), assumindo Qu=0,030 mgy/ maxs (=1,8 mgy/maxmin) e W=0,23 maxmin/semana: 43
44 CÁLCULO DO DÉBITO SEMANAL JUNTO DA BARREIRA Para as barreiras secundárias, repetir o cálculo utilizando um Qu dividido por
45 CÁLCULO DA ESPESSURA NECESSÁRIA C Janela D B Porta A dc db dporta da djanela df dd de Barreira primária E F 45
46 CÁLCULO DA ESPESSURA NECESSÁRIA Considerar a ocupação da zona a proteger. C Janela D Ocupação de profissionais expostos implica uma dose semanal admissível D de 0,4 msv/semana. Ocupação de membros do público implica uma dose semanal admissível D de 0,02 msv/semana. B Porta A dc db dporta da djanela df F dd de Barreira primária E 46
47 CÁLCULO DA ESPESSURA NECESSÁRIA Comparar os Qsd calculados com cada dose admissível para lá da barreira. Para a Barreira E: Qsd=0,046 msv/ semana B Porta A C Janela djanela dc db dporta da df dd D de Barreira primária E D=0,02 msv/ semana F 47
48 CÁLCULO DA ESPESSURA NECESSÁRIA Calcular o factor de atenuação F: C Janela D B Porta A dc db dporta da djanela df dd de Barreira primária E F 48
49 CÁLCULO DA ESPESSURA NECESSÁRIA O número de espessuras semiredutoras HVL necessárias é dado por: B Porta A C Janela djanela dc db dporta da df dd D de Barreira primária E Para assegurar a proteção, a barreira E deverá ter então 1,04 espessuras semi-redutoras. F 49
50 CÁLCULO DA ESPESSURA NECESSÁRIA A espessura semiredutora pode ser encontrada na Tabela IV do Anexo III do DL 180/2002. Para a barreira E são necessárias 1.04 espessuras semi-redutoras. Se utilizarmos chumbo e a tensão do feixe for de 70 kvp, a espessura de chumbo necessária será de 1,04x0,17 mm = 0,18 mm de Pb. 50
51 CÁLCULO DA ESPESSURA NECESSÁRIA Na tabela VI, podem ser encontradas equivalências entre espessuras de chumbo e de outros materiais. Ex: para 70 kv, a a protecção equivalente a 0,1 mm de Chumbo pode ser obtida com 1,5 cm de betão, ou 5 cm de tijolo, 0,1 cm de aço ou 1,5 cm de vidro. 51
52 CÁLCULO DA ESPESSURA NECESSÁRIA Uma vez calculada a espessura necessária para cada barreira, preencher as colunas seguintes com o material de que é feita a barreira e respectiva espessura. No caso de a espessura existente existente ser inferior à espessura equivalente de Pb calculada, será necessário aplicar reforços adequados na barreira. 52
53 OUTRAS CONSIDERAÇÕES 53
54 CLASSIFICAÇÃO DE ZONAS Zonas controladas: áreas onde seja possível (mesmo que não seja provável) um trabalhador receber uma dose anual superior a 6 msv. acesso reservado, sinalização de área. instruções de trabalho escritas. utilização de dosímetros individuais obrigatória. ex: salas de exposição. Zonas vigiadas: áreas onde seja possível um trabalhador receber uma dose anual entre 2 e 6 msv. ex: zonas de trabalho contíguas às salas de exposição. Zonas públicas: áreas acessíveis pelo público, onde a dose máxima anual possível não exceda 1 msv. ex: salas de espera. 54
55 SINALIZAÇÃO Todos os pontos de acesso às zonas controladas necessitam de sinalização luminosa e advertências de radiações. A sinalização deverá, sempre que possível, estar directamente ligada ao equipamento e deverá iluminar-se sempre que este se encontre ligado. Junto da sinalização luminosa (bem como no próprio equipamento) deverá existir a sinalética de radiações adequada. 55
56 EQUIPAMENTOS MÓVEIS No caso de equipamentos móveis, com utilização prevista em diferentes salas, deverá ser apresentado um estudo de barreiras de protecção em cada sala. Os equipamentos devem, sempre que possível, dispôr de sistemas de posicionamento (ex. tripés), que permitam aos profissionais observar distâncias apropriadas durante as exposições. 56
57 CLASSIFICAÇÃO DE TRABALHADORES Trabalhadores de categoria A: Susceptíveis de receber uma dose anual entre 6 e 20 msv. Trabalhadores de categoria B: Susceptíveis de receber uma dose anual entre 1 msv e 6 msv. Membros do público: Não poderão exceder uma dose anual de 1 msv 57
58 MONITORIZAÇÃO DE TRABALHADORES Trabalhadores de categoria A: Dosimetria individual, com leitura mensal Exame médico prévio ao início de funções e exame médico anual. Trabalhadores de categoria B: Dosimetria individual, com leitura trimestral. 58
59 MONITORIZAÇÃO DE TRABALHADORES Dosimetria de área: Consiste na utilização de um dosímetro termoluminescente, para estimar as doses recebidas pelos profissionais de categoria B. Apenas possível quando for impossível a monitorização por dosimetria individual, ou como complemento desta. É usada para garantir que os trabalhadores podem continuar a ser classificados como de categoria B. Requisitos para utilização: existência de um método de controlo de acesso à instalação radiológica que permita obter o tempo de permanência de cada trabalhador; seja definido previamente o método de cálculo das estimativas de dose para os trabalhadores expostos a partir das doses medidas no dosímetro de área; a instalação radiológica comunique, no final de cada período de medição, as estimativas de dose de cada trabalhador ao Registo Central de Doses. 59
60 RECURSO A OUTROS MÉTODOS DE CÁLCULO É admitido o recurso ao método NCRP147, como complemento do projecto de blindagens. Quando utilizado o método NCRP147 para o cálculo de blindagens, tal deverá ser feito em tabela análoga à apresentada no Anexo de Barreiras de Protecção. A utilização do método NCRP147 não dispensa a apresentação dos cálculos segundo o DL 180/
61 Obrigado. Qualquer dúvida ou esclarecimento adicional poderá ser colocado através do endereço de Direção-Geral da Saúde
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