Critérios de Avaliação A avaliação ao longo das actividades lectivas será periódica, sendo efectuados dois testes. Os testes serão nos dias 7 de Abril
|
|
- João Henrique Cunha Valente
- 7 Há anos
- Visualizações:
Transcrição
1 Cálculo II Mestrado Integrado em Engenharia Aeronáutica Mestrado Integrado em Engenharia Civil António Bento Departamento de Matemática Universidade da Beira Interior 2014/2015 António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475 Bibliografia Apostol, T.M., Cálculo, Vol. 1 e 2, Reverté, 1993 Dias Agudo, F.R., Análise Real, Vol. I e II, Escolar Editora, 1989 Demidovitch, B., Problemas e exercícios de Análise Matemática, McGrawHill, 1977 Lima, E. L., Curso de Análise, Vol. 2, Projecto Euclides, IMPA, 1989 Lima, E. L., Análise Real, Vol. 2, Colecção Matemática Universitária, IMPA, 2004 Mann, W. R., Taylor, A. E., Advanced Calculus, John Wiley and Sons, 1983 Sarrico, C., Cálculo Diferencial e Integral, Esfera do Caos, 2009 Stewart, J., Calculus (International Metric Edition), Brooks/Cole Publishing Company, 2008 Swokowski, E. W., Cálculo com Geometria Analítica, Vol. 2, McGrawHill, 1983 António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
2 Critérios de Avaliação A avaliação ao longo das actividades lectivas será periódica, sendo efectuados dois testes. Os testes serão nos dias 7 de Abril de 2015 e 25 de Maio de Os dois testes serão cotados, cada um deles, para 10 valores. Designando por T 1 a nota do primeiro teste e por T 2 a nota do segundo teste, a classificação final será calculada da seguinte forma: se T 1 + T 2 for inferior a 16,5 valores, a classificação final será o arredondamento às unidades de T 1 + T 2 ; se T 1 + T 2 for superior ou igual a 16,5 valores, terá de ser feita uma prova oral; nessa prova oral será atribuída uma nota, que designaremos por P O, entre 0 e 20 valores; a classificação final será o arredondamento às unidades de { max 16, T } 1 + T 2 + P O. 2 São aprovados os alunos com classificação final igual ou superior a 10 valores. Todos os alunos são admitidos a exame. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475 Atendimento O horário de atendimento será às quintas-feiras, das 16 horas às 18 horas, no gabinete 4.25 do Departamento de Matemática. Caso este horário não seja conveniente, pode ser combinado outro horário com o docente da cadeira através dos bento@ubi.pt António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
3 Índice 1 Séries 2 Funções de R n em R m : limites e continuidade 3 Cálculo diferencial em R n 4 Cálculo integral em R n 5 Integrais de linha António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475 Índice 1 Séries Séries de números reais Séries de potências Série de Taylor 2 Funções de R n em R m : limites e continuidade 3 Cálculo diferencial em R n 4 Cálculo integral em R n 5 Integrais de linha António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
4 Índice 1 Séries Séries de números reais Definição, exemplos e primeiras propriedades Séries de termos não negativos Séries de termos sem sinal fixo Séries de potências Série de Taylor 2 Funções de R n em R m : limites e continuidade 3 Cálculo diferencial em R n 4 Cálculo integral em R n 5 Integrais de linha António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475 Índice 1 Séries Séries de números reais Definição, exemplos e primeiras propriedades Séries de termos não negativos Séries de termos sem sinal fixo Séries de potências Série de Taylor 2 Funções de R n em R m : limites e continuidade 3 Cálculo diferencial em R n 4 Cálculo integral em R n 5 Integrais de linha António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
5 1.1.1 Definição, exemplos e primeiras propriedades Paradoxo de Aquiles Numa corrida entre um atleta velocista (Aquiles) e uma tartaruga é dada uma vantagem inicial em termos de distância à tartaruga. Zenão defende que Aquiles jamais alcançará a tartaruga porque quando chegar ao ponto onde a tartaruga partiu, ela já terá percorrido uma nova distância; e quando Aquiles percorrer essa nova distância, a tartaruga já terá percorrido uma nova distância e assim sucessivamente. Este famoso paradoxo foi proposto por Zenão da Elea no século V a.c.. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / Definição, exemplos e primeiras propriedades 200 m 40 m 8 m Suponhamos que a vantagem inicial que Aquiles dá à tartaruga é 200 m, que a velocidade de Aquiles é 5 m/s e que a velocidade da tartaruga é 1 m/s. Aquiles demora 200 = 40 s para chegar ao ponto de 5 onde a tartaruga partiu. Entretanto, a tartaruga percorreu 1 40 = 40 m. Em seguida, Aquiles demorou 40 = 8 s para chegar onde 5 a tartaruga estava e a tartaruga andou 1 8 = 8 m e assim sucessivamente... Será que Aquiles consegue alcançar a tartaruga? António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
6 1.1.1 Definição, exemplos e primeiras propriedades No primeiro ponto, o ponto inicial da tartaruga, Aquiles percorreu 200 metros; no ponto seguinte Aquiles percorreu (no total) metros; no terceiro ponto Aquiles percorreu /5 = metros; no quarto ponto Aquiles percorreu metros; e assim sucessivamente. O paradoxo de Aquiles tem por detrás aquela que, provavelmente, foi a primeira série da história! António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / Definição, exemplos e primeiras propriedades Se (a n ) é uma sucessão de números reais, chamaremos série gerada por (a n ) à expressão a 1 + a a n + obtida por adição (formal) dos termos da sucessão. A cada série fica associada uma sucessão (s n ), a que se chama sucessão das somas parciais de (a n ), definida por s 1 = a 1 s 2 = a 1 + a 2 s 3 = a 1 + a 2 + a 3. s n = a 1 + a a n. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
7 1.1.1 Definição, exemplos e primeiras propriedades A série diz-se convergente ou divergente conforme seja convergente ou divergente a sucessão das somas parciais (s n ). Quando a série é convergente, o limite da sucessão (s n ) designa-se por soma ou valor da série. Para representarmos a série (ou a sua soma, quando exista) usam-se os símbolos a 1 + a a n + ; a n ; n=1 an e o contexto onde se usam estes símbolos indicará se estão a representar a série ou a sua soma. Dizemos que duas séries são da mesma natureza se são ambas convergentes ou ambas divergentes. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / Definição, exemplos e primeiras propriedades Observação Em certos casos pode haver vantagem em que o primeiro valor que o índice n toma seja um inteiro diferente de um, o que não traz nenhuma dificuldade na teoria que irá ser exposta. Assim, n=2 1 n 1 e n=0 1 n + 1 designam a mesma série, enquanto que designa uma série diferente. n=6 1 n António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
8 1.1.1 Definição, exemplos e primeiras propriedades Exemplo 2 Para a série, representamos abaixo os primeiros termos da n(n + 1) n=1 2 sucessão de termo geral a n = n(n + 1) e da sucessão (s n) das somas parciais 2 s 2 s 3 s 4 s 5 s 6 s 7 s 8 s 9 s 10 a 1 s 1 1 a 2 2 a 3 3 a 4 4 a 5 5 a 6 6 a 7 7 a 8 8 a 9 9 a Aparentemente a sucessão das somas parciais aproxima-se de 2... António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / Definição, exemplos e primeiras propriedades Exemplo (continuação) De facto, atendendo a que a n = 2 n(n + 1) = 2 n 2 n + 1 conclui-se que s 1 = a 1 = 2 1 s 2 = a 1 + a 2 = = s 3 = a 1 + a 2 + a 3 = = s 4 = a 1 + a 2 + a 3 + a 4 = = s n = a 1 + a a n = n 2 n + 1 = 2 2 n + 1 e portanto ( lim s n = lim 2 2 ) n + 1 Assim, a série é convergente e a sua soma é 2. = 2. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
9 1.1.1 Definição, exemplos e primeiras propriedades Série harmónica A série n=1 designa-se por série harmónica. Consideremos ainda a respectiva sucessão das somas parciais e tomemos a subsucessão dessa com termos com índice da forma 2 k, ou seja, a subsucessão (s 2 k): 1 n s 2 = > 1 2 s 2 2 = s > = s 2 3 = s > = Em geral temos s 2 k > k 2. Como lim k 2 = +, concluímos que lim s n = + e, consequentemente, a série harmónica é divergente. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475 Série geométrica Definição, exemplos e primeiras propriedades Dados a, r R, com a 0, e n 0 N 0, consideremos a série n=n 0 ar n que habitualmente se designa por série geométrica. O número r chama-se a razão da série. A sucessão (s n ) n n0 das somas parciais será, neste exemplo, dada por s n = ar n 0 + ar n0+1 + ar n ar n ( ) = ar n r + r r n n 0 = ar n 1 rn n se r 1 1 r a (n n 0 + 1) se r = 1. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
10 1.1.1 Definição, exemplos e primeiras propriedades Série geométrica (continuação) Fazendo n tender para infinito em ar n 1 rn n se r 1 s n = 1 r ar n 0 (n n 0 + 1) se r = 1. resulta que a série geométrica é { convergente se r < 1, divergente se r 1. Além disso, quando r < 1 a sua soma é igual a ar n 0 1 r. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / Definição, exemplos e primeiras propriedades Sejam a n e b n duas séries convergentes cujas somas são A e B, respectivamente. Então a série (an + b n ) é convergente e a sua soma é A + B. Se a n é uma série convergente e b n é uma série divergente, então (an + b n ) é uma série divergente. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
11 1.1.1 Definição, exemplos e primeiras propriedades Note-se no entanto que, se a n e b n são duas séries divergentes, a série (an + b n ) pode ser convergente ou divergente. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / Definição, exemplos e primeiras propriedades Seja a n uma série convergente cuja soma é A e seja λ um número real. Então a série (λan ) é convergente e a sua soma é λa. Seja a n uma série divergente e seja λ um número real diferente de zero. Então a série (λan ) é divergente. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
12 1.1.1 Definição, exemplos e primeiras propriedades Exemplos a) A série + n=1 ( 1 n(n + 1) + 1 ) é convergente porque as séries 5 n 1 + n=1 1 n(n + 1) também são convergentes. Além disso, como + n=1 1 n(n + 1) = e + n= n=1 1 5 n 1 2 n(n + 1), podemos concluir que a sua soma é 1 pois já sabemos que soma da série é 2. Quanto à série n(n + 1) 5 = 1 + ( ) 1 n n 1 5 = é uma série n 5 n=1 n=1 geométrica de razão 1 5 e a sua soma é 1 1 1/5 = 5. Assim, a soma da série 4 + ( 1 n(n + 1) + 1 ) é n 1 4 = 9 4. n=1 n=0 n=0 António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / Definição, exemplos e primeiras propriedades Exemplos (continuação) b) A série é divergente porque a série + n=1 + n= n 1 = n=1 ( 7 3 n ) n ( ) 1 n 1 7 = 3 + n=0 ( 1 n 7 3) é convergente e a série é divergente. + n=1 1 n António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
13 1.1.1 Definição, exemplos e primeiras propriedades Voltemos ao exemplo inicial de Aquiles e da tartaruga. A série envolvida neste exemplo é + n= n = + n=0 [ ( 1 n ] ) Como série geométrica de razão 1 5 é convergente pois 1 5 < 1 e a sua soma é /5 = 200 4/5 = 250, o ponto onde Aquiles ultrapassa a tartaruga é 250 m. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / Definição, exemplos e primeiras propriedades Nem sempre é fácil calcular a soma de uma série convergente, não se conhecendo mesmo uma expressão para a soma de algumas séries bastante simples. Assim, no que se segue, vamos estudar critérios que nos permitem saber se uma série é ou não convergente, sem estarmos preocupados com a soma no caso da série ser convergente. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
14 1.1.1 Definição, exemplos e primeiras propriedades Se a n é uma série convergente, então lim a n = 0. Assim, se (a n ) não converge para 0, a série a n é divergente. Por exemplo, a série n n + 1 ( ) n é divergente porque a sucessão converge para um. n + 1 n N No entanto, o recíproco deste teorema não é válido pois a série harmónica 1 n ( ) 1 é divergente apesar da sucessão n n N convergir para zero. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / Definição, exemplos e primeiras propriedades Sejam a n e b n duas séries. Suponhamos que existe N N tal que a n = b n para qualquer número natural n > N. Então an e b n são da mesma natureza. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
15 Índice 1 Séries Séries de números reais Definição, exemplos e primeiras propriedades Séries de termos não negativos Séries de termos sem sinal fixo Séries de potências Série de Taylor 2 Funções de R n em R m : limites e continuidade 3 Cálculo diferencial em R n 4 Cálculo integral em R n 5 Integrais de linha António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / Séries de termos não negativos Nesta secção vamos estudar séries de números reais não negativos, ou seja, séries a n tais que a n 0 para cada n N. Obviamente, pelo que já vimos anteriormente, a teoria que vamos apresentar mantém-se válida se a n 0 a partir de certa ordem. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
16 1.1.2 Séries de termos não negativos Critério geral de comparação Sejam a n e b n séries de termos não negativos tais que 0 a n b n a partir de certa ordem. a) Se b n é convergente, então a n também é convergente. b) Se a n é divergente, então b n também é divergente. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / Séries de termos não negativos Exemplos de aplicação do critério geral de comparação 1 a) Consideremos a série. Uma vez que n2 n=1 0 1 n 2 = 2 n(2n) 2 n(n + 1) para qualquer número natural n e, como vimos anteriormente, a série n=1 2 n(n + 1) é convergente, podemos afirmar que a série n=1 1 n 2 é convergente. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
17 1.1.2 Séries de termos não negativos Exemplos de aplicação do critério geral de comparação (continuação) b) Estudemos a série Como n=1 1, α 2. nα 0 1 n α 1 para qualquer n N e qualquer α 2 n2 e a série 1 é convergente, a série n2 1 também é convergente quando α 2. nα António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / Séries de termos não negativos Exemplos de aplicação do critério geral de comparação (continuação) c) A série pois e a série é divergente. n=1 1 é divergente para α 1 nα 0 1 n 1 para cada n N e para cada α 1 nα 1 n António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
18 1.1.2 Séries de termos não negativos Séries de Dirichlet As séries n=1 1 n α, com α R, designam-se por séries de Dirichlet. Nos exemplos anteriores já estudámos a natureza destas séries quando α 1 e α 2. Quando 1 < α < 2, a série é convergente. Assim, + n=1 1 n α é { convergente se α > 1, divergente se α 1. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / Séries de termos não negativos Critério do limite Sejam a n e b n séries de termos não negativos com b n 0 para cada n N. a) Se lim a n b n = l com l 0 e l +, então as séries an e bn são da mesma natureza. b) Se lim a n b n = 0 e a série b n é convergente, então a série an também é convergente. c) Se lim a n b n = + e a série b n é divergente, então a série an também é divergente. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
19 1.1.2 Séries de termos não negativos Exemplos de aplicação do critério do limite 3n a) A série 2n 4 é convergente porque + 3n + 1 n=1 3n n 4 + 3n e 1 > 0 para qualquer n N, n2 e lim 3n n 4 + 3n n 2 n=1 = lim 1 n 2 é convergente. 3n 4 + 4n 2 2n 4 + 3n + 1 = 3 2 António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / Séries de termos não negativos Exemplos de aplicação do critério do limite (continuação) b) Consideremos a série sen 1. É óbvio que n n=1 Como sen 1 n 0 e 1 n > 0 para cada n N. e n=1 1 n é divergente, n=1 lim sen 1 n sen 1 n 1 n = 1 também é divergente. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
20 1.1.2 Séries de termos não negativos Critério de D Alembert (para séries de termos positivos) Seja a n uma série de termos positivos tal que lim a n+1 a n = λ. a) Se λ < 1, então a n é convergente. b) Se λ > 1, então a n é divergente. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / Séries de termos não negativos Exemplos de aplicação do critério de D Alembert a) Provemos que a série 2 n n! n n Como é convergente. É óbvio que 2 n n! > 0 qualquer que seja n N. nn lim a n+1 a n = lim 2 n+1 (n + 1)! (n + 1) n+1 2 n n! n n = lim 2 n+1 (n + 1)! n n 2(n + 1)nn 2 n = lim n! (n + 1) n+1 (n + 1) n+1 = lim 2nn (n + 1) n = lim 2 (n + 1) n /n n = lim 2 (1 + 1/n) n = 2 e < 1, pelo critério de D Alembert, a série 2 n n! n n é convergente. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
21 1.1.2 Séries de termos não negativos Exemplos de aplicação do critério de D Alembert (continuação) b) A série n3 n é divergente. Como n3 n > 0 para cada n N e lim a n+1 (n + 1) 3n+1 = lim a n n 3 n = lim 3 n + 1 n = lim 3 ( ) n = 3 > 1, pelo critério de D Alembert a série n3 n é divergente. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / Séries de termos não negativos Critério de Cauchy (para séries de termos não negativos) Seja a n uma série de termos não negativos tal que lim n a n = λ. a) Se λ < 1, então a n é convergente. b) Se λ > 1, então a n é divergente. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
22 1.1.2 Séries de termos não negativos Exemplos de aplicação do critério de Cauchy a) Vejamos que a série é divergente. Como e ( n + 1 n ) n 2 (n ) n 2 lim n + 1 a n = lim n n ( ) n + 1 n 2 n 0 qualquer que seja n N ( n + 1 = lim n ) n = lim ( n) n = e > 1, pelo critério de Cauchy, a série ( ) n + 1 n 2 n é divergente. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / Séries de termos não negativos Exemplos de aplicação do critério de Cauchy (continuação) b) À série n 3 n também podemos aplicar o critério de Cauchy. Como n 3 n 0 para cada n N e lim n a n = lim n n 3 n = lim 3 n n = 3 1 = 3, o critério de Cauchy garante-nos que n 3 n é divergente. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
23 Índice 1 Séries Séries de números reais Definição, exemplos e primeiras propriedades Séries de termos não negativos Séries de termos sem sinal fixo Séries de potências Série de Taylor 2 Funções de R n em R m : limites e continuidade 3 Cálculo diferencial em R n 4 Cálculo integral em R n 5 Integrais de linha António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / Séries de termos sem sinal fixo Critério de Leibniz Se (a n ) é uma sucessão decrescente convergente para zero, então a série é convergente. + n=1 ( 1) n a n António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
24 1.1.3 Séries de termos sem sinal fixo Observações a) Se (a n ) é uma sucessão decrescente convergente para zero, então a n 0 para qualquer n N. b) As séries da forma + n=1 ( 1) n a n designam-se por séries alternadas. c) O critério de Leibniz também é válido para séries da forma + n=1 ( 1) n+1 a n ou da forma + n=k ( 1) n a n. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / Séries de termos sem sinal fixo Exemplos a) A sucessão de termo geral a n = 1 n é decrescente pois a n+1 a n = 1 n n para qualquer n N. Além disso, = n (n + 1) n(n + 1) = 1 n(n + 1) 0 lim a n = n + Pelo critério de Leibniz, a série lim n + 1 n = 1 + = 0. é convergente. + n=1 ( 1) n n António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
25 1.1.3 Séries de termos sem sinal fixo Exemplos (continuação) b) Estudemos a natureza da série + n=1 ( 1) n. Como n 2 1 (n + 1) 2 1 n 2 = n2 (n + 1) 2 n 2 (n + 1) 2 = n2 (n 2 + 2n + 1) n 2 (n + 1) 2 = 2n 1 n 2 (n + 1) 2 0 para qualquer n N, ou seja, a sucessão de termo geral a n = 1 n 2 é decrescente, e lim n + 1 n 2 = 1 (+ ) 2 = 1 + = 0, o critério de Leibniz garante-nos que a série é convergente. + n=1 ( 1) n n 2 António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / Séries de termos sem sinal fixo Exemplos (continuação) c) Estudemos a natureza da série sucessão (a n ) é decrescente pois para qualquer n N. + n=1 a n+1 a n = n + 2 n + 1 n + 1 n (n + 2)n (n + 1)2 = n(n + 1) ( 1) n a n com a n = n + 1 n. A = n2 + 2n (n 2 + 2n + 1) n(n + 1) 1 = n(n + 1) 0 António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
26 1.1.3 Séries de termos sem sinal fixo Exemplos (continuação) c) (continuação) No entanto, como lim a n = n + n + 1 lim n + n n = lim n + n + 1 n = não podemos aplicar o critério de Leibniz pois lim a n 0. lim n + n = 1, Mas se lim a n = 1, a sucessão de termo geral ( 1) n a n é divergente pois a subsucessão dos termos de ordem par converge para 1 e a subsucessão dos termos de ordem ímpar converge para 1. Assim, a série + + ( 1) n a n = ( 1) n n + 1 é divergente. n n=1 n=1 António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / Séries de termos sem sinal fixo Uma série módulos + + n=1 n=1 a n diz-se absolutamente convergente se a série dos a n é convergente. As séries absolutamente convergentes são convergentes, ou seja, se + n=1 a n é convergente, então + n=1 a n também é convergente. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
27 1.1.3 Séries de termos sem sinal fixo Observação O recíproco do resultado anterior não se verifica. A série + n=1 ( 1) n n é convergente, mas a sua série dos módulos + n=1 ( 1) n + n = n=1 é a série harmónica que já vimos ser divergente. 1 n As séries convergentes cuja série dos módulos é divergente dizem-se simplesmente convergentes, semi-convergentes ou condicionalmente convergentes. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / Séries de termos sem sinal fixo Exemplos a) Através do critério de Leibniz concluímos que a série + n=1 ( 1) n convergente. Uma outra forma de vermos que é convergente é através da série do módulos: + + n=1 ( 1) n + = n 2 n=1 1 n 2. 1 Ora a série é uma série de Dirichlet com α = 2 e, portanto, é n2 n=1 convergente. Logo + n=1 ( 1) n é absolutamente convergente e, portanto, é convergente. n 2 n 2 é António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
28 1.1.3 Séries de termos sem sinal fixo Exemplos (continuação) + cos n b) Estudemos a natureza da série n 2. Como, para qualquer + 2n + 3 n=1 n N, se tem 0 cos n n 2 + 2n + 3 = cos n n 2 + 2n n 2 + 2n n e a série é convergente, pelo critério geral de comparação, a série n2 n=1 + cos n n 2 + 2n + 3 é convergente. Logo n=1 + n=1 cos n n 2 + 2n + 3 é absolutamente convergente e, por conseguinte, é convergente. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / Séries de termos sem sinal fixo Exemplos (continuação) c) Consideremos a série e, como + n=1 + ( 1) n n + 1. A sua série dos módulos é n n=1 ( 1) n n + 1 = n n=1 n + 1 n lim n + n + 1 n n n 2 + n = lim n + n = pelo critério do limite, as séries + n=1 lim n + n + 1 n e n 2 (1 + 1/n) n 2 (1 + 2/n 2 ) = + n=1 lim n /n 1 + 2/n 2 = 1, 1, por serem séries de termos n positivos, são da mesma natureza. Como a série harmónica é divergente, a série + n=1 n + 1 n também é divergente. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
29 1.1.3 Séries de termos sem sinal fixo Exemplos (continuação) c) (continuação) Acabámos de ver que a série dos módulos de divergente. Vejamos, usando o critério de Leibniz, que a série convergente. Como e lim n + n + 1 n = lim n + n(1 + 1/n) n 2 (1 + 2/n 2 ) = lim n + + n=1 + ( 1) n n + 1 n é n=1 ( 1) n n + 1 n é 1 + 1/n n(1 + 2/n 2 ) = (1 + 0) = 0 n + 2 (n + 1) n + 1 n = = n 2 + 3n 1 ((n + 1) 2 + 2)(n 2 + 2) 0 para qualquer n N, pelo critério de Leibniz a série + n=1 ( 1) n n + 1 n é convergente. Assim, esta série é simplesmente convergente. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / Séries de termos sem sinal fixo Para séries de termos sem sinal fixo também temos um critério de d Alembert e um de Cauchy. Critério de D Alembert (para séries de termos sem sinal fixo) Seja a n uma série de termos não nulos tal que lim a n+1 a n = λ. a) Se λ < 1, então a n é absolutamente convergente. b) Se λ > 1, então a n é divergente. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
30 1.1.3 Séries de termos sem sinal fixo Critério de Cauchy (para séries de termos sem sinal fixo) Seja a n uma série tal que lim n a n = λ. a) Se λ < 1, então a n é absolutamente convergente. b) Se λ > 1, então a n é divergente. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475 Índice 1 Séries Séries de números reais Séries de potências Série de Taylor 2 Funções de R n em R m : limites e continuidade 3 Cálculo diferencial em R n 4 Cálculo integral em R n 5 Integrais de linha António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
31 1.2 Séries de potências Sejam a 0, a 1,..., a n,... os termos de uma sucessão e a um número real. A série + n=0 a n (x a) n = a 0 + a 1 (x a) + a 2 (x a) a n (x a) n + designa-se por série de potências de x a. Dizemos que a série está centrada em a e que os números a n são os coeficientes da série. As séries + n=0 x n + n!, n=0 n n 2 (x 2)n e n=0 n(x π) n são séries de potências centradas, respectivamente, em 0, 2 e π. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / Séries de potências Observações a) Há séries de potências que não começam em zero. Por exemplo, a série + n=1 1 n xn = tem de começar em um. Obviamente, tudo o que vamos estudar nesta secção contínua válido para estas séries. b) Uma série de potências pode convergir para determinados valores de x e divergir para outros. c) Quando x = a e n = 0 obtemos (x a) n = 0 0 que, apesar de não estar definido, no contexto das séries convencionamos ser igual a 1. d) Para x = a, tendo em conta a observação c), a série é sempre convergente. Aliás, se x = a temos + a n (x a) n = a 0. n=0 + n=1 x n n António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
32 Exemplos de séries de potências a) Estudemos a série de potências 1.2 Séries de potências + n=0 D Alembert à série dos módulos + x n + n + 1 = (quando x 0) temos n=0 x n. Aplicando o critério de n + 1 n=0 x n n + 1 lim n + x n+1 n + 2 x n n + 1 n = lim n + n + 2 x = lim n n n x = 1 x = x e, portanto, a série + n=0 é divergente se x > 1. x n n + 1 é absolutamente convergente para x < 1 e António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / Séries de potências Exemplos de séries de potências (continuação) a) (continuação) Falta ver o que acontece quando x = 1. Se x = 1, então obtemos a série n + 1 = 1 n, n=0 n=1 isto é, obtemos a série harmónica que já vimos ser divergente. Para x = 1, temos a série alternada n=0 ( 1) n n + 1 = n=1 ( 1) n 1 n que é convergente (ver os exemplos do critério de Leibniz). Assim, esta série é convergente para x [ 1, 1[ e é divergente para x ], 1[ [1, + [. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
33 1.2 Séries de potências Exemplos de séries de potências (continuação) x n b) Consideremos a série de potências. Aplicando o critério de n! n=0 D Alembert à série dos módulos + x n + n! = x n n! (para x 0) tem-se lim n + x n+1 (n + 1)! x n n! = lim n + n=0 o que permite concluir que a série para todo o x R. + n=0 n! x = lim (n + 1)! n + + n=0 x n n! 1 x = 0 x = 0, n + 1 é absolutamente convergente António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / Séries de potências Exemplos de séries de potências (continuação) c) Estudemos a natureza da série série dos módulos temos lim n + + n=0 n n x n = + n=0 nx n = lim n + nx n. Aplicando o critério de Cauchy à + n=0 n x n Assim, a série é absolutamente convergente para e é divergente para n n x = 1 x = x. x < 1 x < 1 x > 1 x ] 1, 1[. x > 1 x < 1 x > 1 x ], 1[ ]1, + [. Falta estudar a natureza da série quando x = 1 e quando x = 1. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
34 1.2 Séries de potências Exemplos de séries de potências (continuação) b) (continuação) Para x = 1 temos a série + n 1 n = que é divergente porque lim n=0 n + + n=0 + n=0 n n = +. Quando x = 1 tem-se n( 1) n = + n=0 ( 1) n n que também é divergente pois a sucessão (( 1) n n) n N é divergente (porque a subsucessão dos termos de ordem par converge para + e a subsucessão dos termos de ordem ímpar converge para ). Portanto, a série + nx n n=0 converge se x ] 1, 1[ e diverge se x ], 1] [1, + [. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / Séries de potências Sejam a 0, a 1,..., a n,... os termos de uma sucessão e a um número real. Então a) existe um número real r 0 tal que a série de potências + n=0 a n (x a) n converge absolutamente quando x a < r e diverge quando x a > r; ou b) a série de potências + n=0 a n (x a) n converge absolutamente para qualquer x R. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
35 1.2 Séries de potências O número r do resultado anterior designa-se por raio de convergência da série de potências + n=0 a n (x a) n. Se estivermos no caso da alínea b) costuma-se fazer r = +. O conjunto dos x para os quais a série é convergente designa-se por intervalo de convergência da série de potências + n=0 a n (x a) n. Note-se que o intervalo de convergência de uma série de potências é um dos quatro intervalos seguintes: ]a r, a + r[, [a r, a + r[, ]a r, a + r] ou [a r, a + r]. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / Séries de potências Observações a n+1 a) Do critério de D Alembert resulta que se lim n + a n De facto, supondo x a e a n 0 para qualquer n N, como lim n + an+1 (x a) n+1 a n (x a) n = λ, então r = 1 λ. a n+1 = lim x a = λ x a, n + a n pelo critério de D Alembert, a série é absolutamente convergente se λ x a < 1 x a < 1 λ. Além disso, se λ x a > 1 x a > 1 λ, a série é divergente. Logo r = 1 λ = lim n + a n a n+1. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
36 1.2 Séries de potências Observações (continuação) b) De forma análoga prova-se, usando o critério de Cauchy, que se lim n + n a n = λ, então r = 1 λ = lim n + 1 an. n António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / Séries de potências Exemplos x n a) Já estudamos a natureza da série de potências n + 1 e n=0 provámos que o raio de convergência desta série é r = 1 e que o seu intervalo de convergência é [ 1, 1[. b) Num exemplo anterior vimos o raio de convergência da série de + x n potências é r = + e, consequentemente, o seu intervalo de n! n=0 convergência é ], + [= R. c) Também já vimos que a série + n=0 + nx n tem como raio de convergência r = 1 e o seu intervalo de convergência é ] 1, 1[. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
37 1.2 Séries de potências Exemplos (continuação) d) Estudemos a série de potências dos módulos + n=1 (x 1) n n 2 2 n + n=1 (x 1) n n 2 2 n + = n=1. Consideremos a série x 1 n n 2 2 n e apliquemos-lhe (para x 1) o critério de D Alembert lim n + x 1 n+1 (n + 1) 2 2 n+1 x 1 n n 2 2 n = lim n + = lim n + n 2 2 n x 1 n+1 (n + 1) 2 2 n+1 x 1 n 1 x 1 (1 + 1/n) 2 2 = x 1. 2 António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / Séries de potências Exemplos (continuação) d) (continuação) Assim, a série convergente quando + n=1 (x 1) n n 2 2 n é absolutamente x 1 2 < 1 x 1 < 2 x 1 < 2 x 1 > 2 x < 3 x > 1 x ] 1, 3[ e é divergente quando x 1 2 > 1 x ], 1[ ]3, + [. Falta ver o que acontece quando x = 1 e x = 3. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
38 1.2 Séries de potências Exemplos (continuação) d) (continuação) Quando x = 3 temos n=1 + n=1 (3 1) n n 2 2 n = + n=1 2 n + n 2 2 n = n=1 que é uma série de Dirichlet convergente. Quando x = 1 vem + ( 1 1) n + ( 2) n + n 2 2 n = n 2 2 n = ( 1) n 2 n + ( 1) n n 2 2 n = n 2, n=1 e esta série é convergente. Para vermos isso podemos usar o critério de Leibniz ou então ver que a sua série dos módulos + ( 1) n + n 2 = ( 1) n + 1 n 2 = n 2 n=1 n=1 n=1 n=1 é convergente. Assim, o raio de convergência da série e o seu intervalo de convergência é [ 1, 3]. 1 n 2 n=1 + n=1 (x 1) n n 2 2 n é r = 2 António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / Séries de potências Exemplos (continuação) e) Consideremos a série de potências dos módulos + n=1 + n=1 n n 2 (x 2)n = n n (x 2)n. Aplicando à série n=1 o critério de D Alembert (quando x 2) temos n + 1 (n + 1) lim 2 x 2 n n = lim n 2 x 2 n + 1 e, portanto, a série é convergente quando n n 2 x 2 n + 1 n 3 + n 2 + n + 1 n 3 + 2n 2 x 2 = x 2 + 2n x 2 < 1 x 2 < 1 x 2 > 1 x < 3 x > 1 x ]1, 3[ e é divergente para x 2 > 1 x ], 1[ ]3, + [. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
39 1.2 Séries de potências Exemplos (continuação) e) (continuação) Se x = 3, obtemos a série + n=1 n n (3 2)n = + n=1 n n 2 + 1, que por ser uma série de termos positivos, estudaremos a sua natureza recorrendo ao critério do limite, fazendo a comparação com a série harmónica. Como lim n n n = lim n2 n = 1 concluímos que para x = 3 a série tem a mesma natureza da série harmónica e, portanto, diverge. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / Séries de potências Exemplos (continuação) e) (continuação) Além disso, se x = 1 obtemos a série sucessão de termo geral a n = a n+1 a n = n n n=1 é decrescente visto que ( 1) n n n A n + 1 (n + 1) n n = n 2 n + 1 ((n + 1) 2 + 1)(n 2 + 1) < 0 para todo o n N. Por outro lado, uma vez que temos lim a n = n + lim n + = lim n + n n = lim n + n n(n + 1/n) 1 n + 1/n = = 1 + = 0 podemos concluir pelo critério de Leibniz que, para x = 1, a série converge. Assim, a série converge para x [1, 3[ e diverge para x ], 1[ [3 + [. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
40 1.2 Séries de potências No intervalo de convergência I de uma série de potências + n=0 a n (x a) n fica bem definida a função f : I R dada por f(x) = + n=0 a n (x a) n = a 0 + a 1 (x a) + a 2 (x a) a n (x a) n +. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / Séries de potências Propriedades da função f(x) = + n=0 a n (x a) n Seja + n=0 a n (x a) n uma série de potências com raio de convergência r e com intervalo de convergência I. Consideremos a função f : I R definida por f(x) = + n=0 a n (x a) n. Então a) a função f é contínua em I; b) a função f é de classe C em ]a r, a + r[; António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
41 1.2 Séries de potências Propriedades da função f(x) = + n=0 a n (x a) n (continuação) c) para cada x ]a r, a + r[ tem-se f (x) = + n=0 [a n (x a) n ], ou seja, f (x) = = + n=1 + n=0 na n (x a) n 1 (n + 1)a n+1 (x a) n = a 1 + 2a 2 (x a) + 3a 3 (x a) na n (x a) n 1 + António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / Séries de potências Propriedades da função f(x) = + n=0 a n (x a) n (continuação) d) para cada x ]a r, a + r[ tem-se f(x) dx = [ + n=0 (x a) n+1 ] a n + C n + 1 = C + a 0 (x a) + a 1 2 (x a)2 + a 2 3 (x a) a n n + 1 (x a)n+1 + ou seja, a função g dada por g(x) = + n=0 a n (x a) n+1 n + 1 é uma primitiva de f. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
42 1.2 Séries de potências Exemplos a) Seja f : R \ {1} R a função dada por f(x) = 1 1 x. Quando estudámos a série geométrica vimos que para cada x ] 1, 1[ temos + n=0 x n = 1 1 x = f(x). Verificamos então que f admite um desenvolvimento em série de potências de x no intervalo ] 1, 1[. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / Séries de potências Exemplos (continuação) b) Como ( ) 1 = 1 (1 x) 1(1 x) 1 x (1 x) 2 = 0(1 x) 1( 1) (1 x) 2 = usando o exemplo anterior e uma das propriedades anteriores, temos, para x ] 1, 1[, ( ) 1 1 (1 x) 2 = = 1 x = + n=1 nx n 1 = + n=0 + n=0 (x n ) (n + 1)x n 1 (1 x) 2, António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
43 1.2 Séries de potências Exemplos (continuação) c) O estudo que fizemos da série geométrica permite-nos concluir, para cada x ] 1, 1[, que x = ( x) = ( x) n = n=0 Como ln(1 + x) é uma primitiva de ln(1 + x) = C + + n= x tem-se + ( 1) n xn+1 n=0 n + 1 ( 1) n x n. para algum C R. Como ln(1 + 0) = 0, tem-se C = 0 e, por conseguinte, ln(1 + x) = + ( 1) n xn+1 n=0 n + 1 para qualquer x ] 1, 1[. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / Séries de potências Exemplos (continuação) d) Usando novamente a série geométrica, para x ] 1, 1[, temos x 2 = ( x 2 ) = ( x 2 ) n = n=0 + n=0 ( 1) n x 2n e, pelas propriedades estudadas, tem-se para x ] 1, 1[ arctg x = C + + ( 1) n x2n+1 n=0 2n + 1 para algum C R. Como arctg 0 = 0, concluímos que C = 0 e, portanto, arctg x = + ( 1) n x2n+1 n=0 2n + 1 para x ] 1, 1[. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
44 Índice 1 Séries Séries de números reais Séries de potências Série de Taylor 2 Funções de R n em R m : limites e continuidade 3 Cálculo diferencial em R n 4 Cálculo integral em R n 5 Integrais de linha António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / Série de Taylor Seja f : D R uma função de classe C. Se f puder ser escrita na forma para f(x) = + n=0 a n (x a) n = a 0 + a 1 (x a) + a 2 (x a) a n (x a) n + x ]a r, a + r[ D, com r > 0, dizemos que f admite uma representação em série de potências de x a no intervalo ]a r, a + r[. As funções que admitem uma representação em série de potências num intervalo não degenerado da forma ]a r, a + r[ dizem-se funções analíticas no ponto a. Dada uma função analítica num ponto a, como calcular os coeficientes a n? António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
45 1.3 Série de Taylor Se para cada x ]a r, a + r[ se tem f(x) = a 0 + a 1 (x a) + a 2 (x a) a n (x a) n + então f(a) = a 0. Derivando obtemos f (x) = a 1 + 2a 2 (x a) + 3a 3 (x a) na n (x a) n 1 + e, portanto, f (a) = a 1. Derivando novamente obtemos f (x) = 2 a a 3 (x a) + + n (n 1) a n (x a) n 2 + o que implica f (a) = 2 a 2. Iterando o processo obtemos f (n) (a) = n! a n a n = f (n) (a) n! para cada n N 0 (com f (0) = f). Assim, f(x) = f(a) + f (a) 1! (x a) + f (a) 2! (x a) f (n) (a) (x a) n + n! António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / Série de Taylor Esta última fórmula faz-nos lembrar o polinómio de Taylor e a fórmula de Taylor: Fórmula de Taylor (com resto de Lagrange) Sejam I um intervalo, f : I R uma função de classe C n, n + 1 vezes diferenciável em int I e a um ponto de I. Para cada x I \ {a}, existe c estritamente entre a e x tal que f(x) = f(a) + f (a) (x a) + f (a) 2! onde (x a) f (n) (a) n! R n (x) = f (n+1) (c) (n + 1)! (x a)n+1. (x a) n + R n (x) António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
46 1.3 Série de Taylor Recordemos que a p n (x) = f(a) + f (a) (x a) + f (a) 2! (x a) f (n) (a) n! (x a) n chamamos polinómio de Taylor de grau n da função f em torno de x = a e a R n (x) = f (n+1) (c) (x a)n+1 (n + 1)! resto Lagrange de ordem n da função f em torno de x = a. Se a = 0 a fórmula de Taylor designa-se por fórmula de Mac-Laurin e o polinómio de Taylor designa-se por polinómio de Mac-Laurin. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / Série de Taylor Dada uma função f : D R de classe C, designa-se por série de Taylor de f em a a série + n=0 f (n) (a) (x a) n n! = f(a) + f (a) 1! (x a) + f (a) 2! No caso particular em que a = 0 obtemos a série (x a) f (n) (a) (x a) n + n! + n=0 f (n) (0) n! x n = f(0) + f (0) 1! x + f (0) 2! x f (n) (0) x n + n! que se designa por série de MacLaurin de f. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
47 1.3 Série de Taylor Pelo que foi visto anteriormente, uma função f de classe C é analítica num ponto a interior ao domínio se existe r > 0 tal que f(x) = + n=0 f (n) (a) (x a) n n! para cada x ]a r, a + r[. Assim, da fórmula de Taylor resulta imediatamente o seguinte resultado. Seja f : D R uma função de classe C e seja R n (x) o resto de Lagrange de ordem n da função f em torno de x = a D. Se existir r > 0 tal que para cada x ]a r, a + r[ D se tem lim R n(x) = 0, n + então a função f é analítica em x = a. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / Série de Taylor Exemplos a) A função exponencial, f(x) = e x, é de classe C e f (n) (x) = e x o que implica f (n) (0) = 1 para qualquer n N. A fórmula de Maclaurin com resto de Lagrange será e x = 1 + x + x2 2! + + xn n! + R n(x), com R n (x) = ec x n+1 (n + 1)! e onde c é um número entre 0 e x. Como e c x n+1 (n + 1)! emax{0,x} x n+1, (n + 1)! temos lim R n(x) = n + lim n + e c x n+1 (n + 1)! = 0 e, por conseguinte, a função exponencial é analítica em torno da origem e e x = 1 + x + x2 2! + + xn n! + = + António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475 n=0 x n n!.
48 1.3 Série de Taylor Exemplos (continuação) b) A função seno, f(x) = sen x, é de classe C e cos x se n = 4k 3, k N; f (n) sen x se n = 4k 2, k N; (x) = cos x se n = 4k 1, k N; sen x se n = 4k, k N; pelo que f (n) (0) = { 0 se n = 2k, n N; ( 1) k+1 se n = 2k 1, n N. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / Série de Taylor Exemplos (continuação) b) (continuação) Assim, a fórmula de Maclaurin, com resto de Lagrange, da função seno é com sen x = x x3 3! + x5 5! + + ( 1)n x 2n+1 (2n + 1)! + R 2n+1(x), R 2n+1 (x) = ( 1)n sen c x 2n+2 (2n + 2)! e c um número entre 0 e x. Como lim R 2n+1(x) = 0, a função n + seno é analítica em torno da origem e sen x = x x3 3! + x5 5! + + ( 1)n x 2n+1 (2n + 1)! + = + n=0 ( 1) n x 2n+1 (2n + 1)!. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
49 1.3 Série de Taylor Exemplos (continuação) c) De modo semelhante prova-se que a função coseno é analítica na origem e que cos x = 1 x2 2! + x4 4! + + ( 1)n x 2n (2n)! + = + n=0 ( 1) n x 2n (2n)!. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / Série de Taylor Façamos uma lista das principais séries de Taylor deduzidas neste capítulo. e x = + sen x = cos x = n=0 + x n n!, x R ( 1) n (2n + 1)!, x R n=0 + ( 1) n x2n n= x = ln(1 + x) = arc tg x = x2n+1 (2n)!, n=0 + ( 1) n xn+1 x R x n, x ] 1, 1[ n=0 + ( 1) n x2n+1 n=0, x ] 1, 1] n + 1, x [ 1, 1] 2n + 1 António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
50 Observação 1.3 Série de Taylor Nem todas as funções de classe C num dado intervalo aberto são analíticas nesse intervalo. Por exemplo, se f : R R é a função definida por { e 1/x 2 se x 0 f(x) = 0 se x = 0 pode provar-se que f é de classe C e f (n) (0) = 0. Obviamente, a sua série de MacLaurin + n=0 f (n) (0) n! x n = f(0) + f (0) 1! x + f (0) 2! x f (n) (0) x n + n! é identicamente nula e, portanto, é diferente de f em qualquer intervalo da forma ] r, r[, r > 0. Logo f não é analítica em x = 0. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475 Índice 1 Séries 2 Funções de R n em R m : limites e continuidade Breves noções de topologia em R n Funções de R n em R m Limites Continuidade 3 Cálculo diferencial em R n 4 Cálculo integral em R n 5 Integrais de linha António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
51 Índice 1 Séries 2 Funções de R n em R m : limites e continuidade Breves noções de topologia em R n Os espaços R n Distância, norma e produto interno Bolas e conjuntos limitados Interior, exterior, fronteira, aderência e derivado de um conjunto Conjuntos abertos e conjuntos fechados Funções de R n em R m Limites Continuidade 3 Cálculo diferencial em R n 4 Cálculo integral em R n 5 Integrais de linha António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475 Índice 1 Séries 2 Funções de R n em R m : limites e continuidade Breves noções de topologia em R n Os espaços R n Distância, norma e produto interno Bolas e conjuntos limitados Interior, exterior, fronteira, aderência e derivado de um conjunto Conjuntos abertos e conjuntos fechados Funções de R n em R m Limites Continuidade 3 Cálculo diferencial em R n 4 Cálculo integral em R n 5 Integrais de linha António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
52 2.1.1 Os espaços R n Recordemos que se identifica o conjunto R dos números reais com a recta 0 a António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / Os espaços R n Os elementos do conjunto R 2 = {(x 1, x 2 ) : x 1, x 2 R} podem ser representados no plano da seguinte forma x 2 b P (a, b) a x 1 Representação geométrica de um ponto de R 2 António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
53 2.1.1 Os espaços R n Os elementos do conjunto R 3 = {(x 1, x 2, x 3 ) : x 1, x 2, x 3 R} podem ser representados no espaço da seguinte forma x 3 c P (a, b, c) b x 2 a x 1 Representação geométrica de um ponto de R 3 António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / Os espaços R n Podemos generalizar este género de conjuntos para qualquer número natural n. Assim, definimos o conjunto R n utilizando o produto cartesiano, ou seja, R n = R R R }{{} n vezes é o conjunto formado por todos os elementos da forma x = (x 1,..., x n ) onde x i é um número real para i = 1,..., n. A cada elemento x i chamamos i-ésima coordenada de x. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
54 2.1.1 Os espaços R n Em R n vamos considerar duas operações, a adição (entre elementos de R n ) e a multiplicação de um número real por um elemento de R n, definidas, para cada x = (x 1,..., x n ) e y = (y 1,..., y n ) em R n e para cada λ R, da seguinte forma: x + y = (x 1,..., x n ) + (y 1,..., y n ) = (x 1 + y 1,..., x n + y n ) e λx = λ (x 1,..., x n ) = (λx 1,..., λx n ). António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / Os espaços R n A adição e a multiplicação verificam, para cada x = (x 1,..., x n ), y = (y 1,..., y n ) e z = (z 1,..., z n ) em R n e para cada λ, µ em R, as seguintes propriedades: a) x + y = y + x; b) x + (y + z) = (x + y) + z; c) (0,..., 0) R n é o elemento neutro da adição; d) x = ( x 1,..., x n ) é o simétrico de x = (x 1,..., x n ), já que x + ( x) = (0,..., 0); e) λ (µx) = (λµ) x; f) λ (x + y) = λx + λy; g) (λ + µ) x = λx + µx; h) 1 x = x. Por se verificarem estas propriedades, é costume dizer que R n é um espaço vectorial. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
55 2.1.1 Os espaços R n Associada a estas operações está uma outra operação, a subtracção, que é definida, para cada em R n, por x = (x 1,..., x n ) e y = (y 1,..., y n ) x y = (x 1,..., x n ) (y 1,..., y n ) = (x 1 y 1,..., x n y n ). Sempre que não haja perigo de confusão, representaremos um elemento genérico de R 2 por (x, y) em vez de (x 1, x 2 ). Da mesma forma, um elemento genérico de R 3 será por vezes representado por (x, y, z) em vez de (x 1, x 2, x 3 ). António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475 Índice 1 Séries 2 Funções de R n em R m : limites e continuidade Breves noções de topologia em R n Os espaços R n Distância, norma e produto interno Bolas e conjuntos limitados Interior, exterior, fronteira, aderência e derivado de um conjunto Conjuntos abertos e conjuntos fechados Funções de R n em R m Limites Continuidade 3 Cálculo diferencial em R n 4 Cálculo integral em R n 5 Integrais de linha António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
56 2.1.2 Distância, norma e produto interno Em R, observando a figura que se segue x y x y Distância entre dois números reais x e y verificamos que a distância entre dois números reais x e y é dada por d(x, y) = x y. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / Distância, norma e produto interno Vejamos como calcular a distância entre dois elementos de R 2. Para isso consideremos dois pontos x = (x 1, x 2 ) e y = (y 1, y 2 ) e façamos a sua representação geométrica. x 2 d(x, y) x 2 y 2 y 2 x 1 y 1 y 1 x 1 Distância entre dois pontos de R 2 Pelo teorema de Pitágoras concluímos que a distância entre x e y é dada por d(x, y) = (x 1 y 1 ) 2 + (x 2 y 2 ) 2. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
57 2.1.2 Distância, norma e produto interno Do mesmo modo, a distância entre dois pontos x = (x 1, x 2, x 3 ) e y = (y 1, y 2, y 3 ) é dada por d(x, y) = (x 1 y 1 ) 2 + (x 2 y 2 ) 2 + (x 3 y 3 ) 2. x = (x 1, x 2, x 3 ) y = (y 1, y 2, y 3 ) Distância entre dois pontos de R 3 António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / Distância, norma e produto interno De um modo geral, dados x = (x 1,..., x n ) e y = (y 1,..., y n ) em R n, a distância entre x e y calcula-se usando a seguinte fórmula: d(x, y) = (x 1 y 1 ) 2 + (x 2 y 2 ) (x n y n ) 2. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
58 2.1.2 Distância, norma e produto interno Associado à definição de distância temos o conceito de norma. Dado x = (x 1,..., x n ) R n, a norma de x é dada por x = x x x2 n. Repare-se que se representarmos por 0 o vector nulo (0,..., 0) temos x = x 0 = d(x, 0) pelo que a norma de x = (x 1,..., x n ) é apenas o comprimento do vector x, tal como ilustra a figura seguinte no caso particular de R 2 : x 2 x = (x 1, x 2 ) Além disso, dados x = (x 1,..., x n ) e y = (y 1,..., y n ) em R n, temos x 1 d(x, y) = x y. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / Distância, norma e produto interno Para quaisquer x, y R n e para qualquer λ R, as seguintes propriedades são verdadeiras: a) x 0 b) x = 0 se e só se x = 0; c) λx = λ x ; d) x + y x + y. (desigualdade triangular) As três primeiras propriedades apresentadas anteriormente são fáceis de verificar. Já a última propriedade é mais difícil de provar. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
59 2.1.2 Distância, norma e produto interno Outro conceito importante nos espaços R n é o de produto interno. Dados x = (x 1,..., x n ), y = (y 1,..., y n ) R n, define-se o produto interno da seguinte forma: x, y = n x i y i i=1 = x 1 y 1 + x 2 y x n y n. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / Distância, norma e produto interno Propriedades do produto interno Para quaisquer x, y, z R n e para qualquer λ R tem-se a) x + y, z = x, z + y, z ; b) x, y + z = x, y + x, z ; c) λx, y = λ x, y ; d) x, λy = λ x, y ; e) x, y = y, x ; f) x, x 0; g) x, x = 0 se e só se x = 0. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
60 2.1.2 Distância, norma e produto interno Para cada x = (x 1,..., x n ) R n temos x, x = x 1 x 1 + x 2 x x n x n = x x x2 n = x, ou seja, a norma pode ser definida à custa do produto interno. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / Distância, norma e produto interno É de referir que para quaisquer x, y R n se tem ou seja, ou ainda, x, y x, x y, y n x i y i n n x 2 i. yi 2, i=1 i=1 i=1 x, y x y. Esta desigualdade designa-se por desigualdade de Cauchy-Schwarz. Além disso, a igualdade só se verifica quando x e y são linearmente dependentes, ou seja, se x = λy para algum λ R. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
61 2.1.2 Distância, norma e produto interno Em R 2 ou em R 3 tem-se x, y = x y cos θ, onde θ é o ângulo formado pelos vectores não nulos x e y. António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475 Índice 1 Séries 2 Funções de R n em R m : limites e continuidade Breves noções de topologia em R n Os espaços R n Distância, norma e produto interno Bolas e conjuntos limitados Interior, exterior, fronteira, aderência e derivado de um conjunto Conjuntos abertos e conjuntos fechados Funções de R n em R m Limites Continuidade 3 Cálculo diferencial em R n 4 Cálculo integral em R n 5 Integrais de linha António Bento (UBI) Cálculo II 2014/ / 475
Cálculo II. Bioengenharia. César Silva. Departamento de Matemática Universidade da Beira Interior 2009/2010
Cálculo II Bioengenharia César Silva Departamento de Matemática Universidade da Beira Interior 2009/2010 César Silva (UBI) Cálculo II 2009/2010 1 / 460 Bibliografia Apostol, T.M., Cálculo, Vol. 1 e 2,
Leia maisSucessões. , ou, apenas, u n. ,u n n. Casos Particulares: 1. Progressão aritmética de razão r e primeiro termo a: o seu termo geral é u n a n1r.
Sucessões Definição: Uma sucessão de números reais é uma aplicação u do conjunto dos números inteiros positivos,, no conjunto dos números reais,. A expressão u n que associa a cada n a sua imagem designa-se
Leia maisANÁLISE MATEMÁTICA II 2007/2008. Cursos de EACI e EB
ANÁLISE MATEMÁTICA II 2007/2008 (com Laboratórios) Cursos de EACI e EB Acetatos de Ana Matos 1ª Parte Sucessões Séries Numéricas Fórmula de Taylor Séries de Potências Série de Taylor DMAT Ana Matos - AMII0807
Leia maisCapítulo 1 Como motivação para a construção dos números complexos aconselha-se o visionamento do quinto do capítulo do documentário Dimensions, disponível em http://www.dimensions-math.org/ Slides de apoio
Leia maisCálculo II Sucessões de números reais revisões
Cálculo II Sucessões de números reais revisões Mestrado Integrado em Engenharia Aeronáutica António Bento bento@ubi.pt Departamento de Matemática Universidade da Beira Interior 2012/2013 António Bento
Leia maisCálculo II. Bioengenharia. César Silva. Departamento de Matemática Universidade da Beira Interior 2009/2010
Cálculo II Bioengenharia César Silva Departamento de Matemática Universidade da Beira Interior 2009/2010 César Silva (UBI) Cálculo II 2009/2010 1 / 460 Bibliografia Apostol, T.M., Cálculo, Vol. 1 e 2,
Leia maisANÁLISE MATEMÁTICA II
ANÁLISE MATEMÁTICA II Acetatos de Ana Matos Séries Numéricas DMAT Séries Numéricas Definições básicas Chama-se série numérica a uma expressão do tipo a a 2, em geral representada por, ou, onde é uma sucessão
Leia maisCálculo Diferencial e Integral I
Cálculo Diferencial e Integral I Complementos ao texto de apoio às aulas. Amélia Bastos, António Bravo Julho 24 Introdução O texto apresentado tem por objectivo ser um complemento ao texto de apoio ao
Leia maisANÁLISE MATEMÁTICA II
ANÁLISE MATEMÁTICA II Acetatos de Ana Matos Séries de Potências DMAT Séries de Potências As séries de potências são uma generalização da noção de polinómio. Definição: Sendo x uma variável e a, chama-se
Leia maisSéries Potências II. por Abílio Lemos. Universidade Federal de Viçosa. Departamento de Matemática UFV. Aulas de MAT
Séries Potências II por Universidade Federal de Viçosa Departamento de Matemática-CCE Aulas de MAT 147-2018 26 e 28 de setembro de 2018 Se a série de potências c n (x a) n tiver um raio de convergência
Leia maisSéries de Potências. Definição: A série da forma. é uma série de potências centrada em a (ou ainda ao redor de a). Em que x é uma variável e
Séries de Potências + Séries de potências são muito semelhantes aos polinômios e podem ser tratadas como funções polinomiais. + Estas, por sua vez, são de grande importância para a representação de funções
Leia maisSobre Desenvolvimentos em Séries de Potências, Séries de Taylor e Fórmula de Taylor
Sobre Desenvolvimentos em Séries de Potências, Séries de Taylor e Fórmula de Taylor Pedro Lopes Departamento de Matemática Instituto Superior Técnico o. Semestre 004/005 Estas notas constituem um material
Leia mais1 Séries de números reais
Universidade do Estado do Rio de Janeiro - PROFMAT MA 22 - Fundamentos de Cálculo - Professora: Mariana Villapouca Resumo Aula 0 - Profmat - MA22 (07/06/9) Séries de números reais Seja (a n ) n uma sequência
Leia maisApresente todos os cálculos e justificações relevantes
Análise Matemática I 2 o Teste e o Exame Campus da Alameda 9 de Janeiro de 2006, 3 horas Licenciaturas em Engenharia do Ambiente, Engenharia Biológica, Engenharia Civil, Engenharia e Arquitectura Naval,
Leia mais3 AULA. Séries de Números Reais LIVRO. META Representar funções como somas de séries infinitas. OBJETIVOS Calcular somas de infinitos números reais.
LIVRO Séries de Números Reais META Representar funções como somas de séries infinitas. OBJETIVOS Calcular somas de infinitos números reais. PRÉ-REQUISITOS Seqüências (Aula 02). Séries de Números Reais.
Leia mais5 AULA. em Séries de Potências LIVRO. META Apresentar os principais métodos de representação de funções em séries de potências.
LIVRO Métodos de Representação de Funções em Séries de AULA META Apresentar os principais métodos de representação de funções em séries de potências. OBJETIVOS Representar funções em séries de potências.
Leia maisVamos revisar alguns fatos básicos a respeito de séries de potências
Seção 4 Revisão sobre séries de potências Vamos revisar alguns fatos básicos a respeito de séries de potências a n (x x ) n, que serão úteis no estudo de suas aplicações à resolução de equações diferenciais
Leia maisPara temos : que é a ideia de um polinômio. A série pode convergir para alguns valores de mas pode divergir para outros valores de.
MATERIAL DIDÁTICO Professora Sílvia Victer CÁLCULO 2 SÉRIES DE POTÊNCIAS Definição: Séries de Potências é uma série infinita de termos variáveis. Elas podem ser usadas em várias aplicações, como por exemplo,
Leia mais1 a data de exame. 17 de Janeiro de 2002 Licenciaturas em Engenharia do Ambiente e Engenharia Aeroespacial. Resolução e alguns comentários
Análise Matemática I a data de eame 7 de Janeiro de 00 Licenciaturas em Engenharia do Ambiente e Engenharia Aeroespacial Resolução e alguns comentários I.. a) Para n N temos a n = log (cos(/n) + ) log
Leia maisApresente todos os cálculos e justificações relevantes. a) Escreva A e B como intervalos ou união de intervalos e mostre que C = { 1} [1, 3].
Instituto Superior Técnico Departamento de Matemática 1. o TESTE DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I - Versão A LEAN, LEMat, MEQ 1. o Sem. 2016/17 12/11/2016 Duração: 1h0m Apresente todos os cálculos e
Leia maisCálculo Diferencial e Integral I 2 o Exame - (MEMec; MEEC; MEAmb)
Cálculo Diferencial e Integral I o Exame - MEMec; MEEC; MEAmb) 7 de Julho de - 9 horas I val.). i) Sendo u n n do teorema das sucessões enquadradas, dado que n, tem-se u n. Como a sucessão u n é convergente,
Leia maisFicha de Problemas n o 6: Cálculo Diferencial (soluções) 2.Teoremas de Rolle, Lagrange e Cauchy
Ficha de Problemas n o 6: Cálculo Diferencial soluções).teoremas de Rolle, Lagrange e Cauchy. Seja f) = 3 e. Então f é contínua e diferenciável em R. Uma vez que f) = +, f0) = conclui-se do Teorema do
Leia maisCálculo Diferencial e Integral I
Cálculo Diferencial e Integral I LEE, LEIC-T, LEGI e LERC - o semestre - / de Junho de - 9 horas I ( val.). (5, val.) Determine o valor dos integrais: x + (i) x ln x dx (ii) (9 x )( + x ) dx (i) Primitivando
Leia maisCapítulo 3. Séries Numéricas
Capítulo 3 Séries Numéricas Neste capítulo faremos uma abordagem sucinta sobre séries numéricas Apresentaremos a definição de uma série, condições para que elas sejam ou não convergentes, alguns exemplos
Leia maisCDI-II. Resumo das Aulas Teóricas (Semana 1) 2 Norma. Distância. Bola. R n = R R R
Instituto Superior Técnico Departamento de Matemática Secção de Álgebra e Análise Prof. Gabriel Pires CDI-II Resumo das Aulas Teóricas (Semana 1) 1 Notação R n = R R R x R n : x = (x 1, x 2,, x n ) ; x
Leia maisPolinómio e série de Taylor
Instituto Superior Técnico Departamento de Matemática Secção de Álgebra e Análise ANÁLISE MATEMÁTICA II - o Semestre 05/06 Exercícios Suplementares (Eng a Física Tecnológica, Matemática Aplicada e Computação
Leia maisResumo Elementos de Análise Infinitésimal I
Apêndice B Os números naturais Resumo Elementos de Análise Infinitésimal I Axiomática de Peano Axioma 1 : 1 N. Axioma 2 : Se N, então + 1 N. Axioma 3 : 1 não é sucessor de nenhum N. Axioma 4 : Se + 1 =
Leia maisProva: Usando as definições e propriedades de números reais, temos λz = λx + iλy e
Lista Especial de Exercícios de Física Matemática I Soluções (Número complexo, sequência de Cauchy, função exponencial e movimento hamônico simples) IFUSP - 8 de Agosto de 08 Exercício Se z x + iy, x,
Leia maisANÁLISE MATEMÁTICA IV LEEC SÉRIES, SINGULARIDADES, RESÍDUOS E PRIMEIRAS EDO S. disponível em
Instituto Superior Técnico Departamento de Matemática Secção de Álgebra e Análise Última actualiação: //003 ANÁLISE MATEMÁTICA IV LEEC RESOLUÇÃO DA FICHA 3 SÉRIES, SINGULARIDADES, RESÍDUOS E PRIMEIRAS
Leia mais2.1 Sucessões. Convergência de sucessões
Capítulo 2 Sucessões reais Inicia-se o capítulo introduzindo os conceitos de sucessão limitada, sucessão monótona, sucessão convergente e relacionando estes conceitos entre si. A análise da convergência
Leia maisPolinômios de Legendre
Seção 5: continuação do método de resolução por séries de potências Na Seção foi exposto informalmente, através de exemplos, o método de resolução de equações diferenciais ordinárias por séries de potências.
Leia maisCapítulo 5. séries de potências
Capítulo 5 Séries numéricas e séries de potências Inicia-se o capítulo com a definição de série numérica e com oção de convergência de séries numéricas, indicando-se exemplos, em particular o exemplo da
Leia maisINSTITUTO POLITÉCNICO DE SETÚBAL ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA MATEMÁTICA APLICADA. Resolução do 1 o Teste.
. [.5] (a) Calcule a soma da série Resolução: A série INSTITUTO POLITÉCNICO DE SETÚBAL Resolução do o Teste n (n + ) ; n (n + ) + + 4 +... rapidamente se verifica que não é uma série aritmética ou geométrica.
Leia maisMatemática I. 1 Propriedades dos números reais
Matemática I 1 Propriedades dos números reais O conjunto R dos números reais satisfaz algumas propriedades fundamentais: dados quaisquer x, y R, estão definidos a soma x + y e produto xy e tem-se 1 x +
Leia maisAnálise Complexa e Equações Diferenciais 1 ō Semestre 2016/2017
Análise Complexa e Equações Diferenciais 1 ō Semestre 016/017 ō Teste Versão A (Cursos: MEBiol, MEQ 17 de Dezembro de 016, 10h [,0 val 1 Considere a equação diferencial e t + y e t + ( 1 + ye t dy dt 0
Leia maisANÁLISE MATEMÁTICA IV 1 o Teste (LEAM, LEBL, LEC, LEEC, LEM, LEGM, LEMAT, LEN, LEQ, LQ) Justifique cuidadosamente todas as respostas.
Instituto uperior Técnico Departamento de Matemática ecção de Álgebra e Análise ANÁLIE MATEMÁTICA IV o Teste LEAM, LEBL, LEC, LEEC, LEM, LEGM, LEMAT, LEN, LEQ, LQ Justifique cuidadosamente todas as respostas.
Leia maisSequências numéricas:
Sequências numéricas: Sequências de número com uma lógica entre elas. Exemplos: P.A. P.G. Sequência Fibonacci (1;1;2;3;5;8;13;...) Uma sequência pode ser Convergente : tem um limite bem definido. Divergente
Leia mais{ 1 se x é racional, 0 se x é irracional. cos(k!πx) = cos(mπ) = ±1. { 1 se x Ak
Solução dos Exercícios Capítulo 0 Exercício 0.: Seja f k : [0, ] R a função definida por Mostre que f k (x) = lim j (cos k!πx)2j. { f k (x) = se x {/k!, 2/k!,..., }, 0 senão e que f k converge pontualmente
Leia maisUniversidade Tecnológica Federal do Paraná Câmpus Francisco Beltrão
Séries de Potências Câmpus Francisco Beltrão Disciplina: Prof. Dr. Jonas Joacir Radtke Séries de Potências Definição A série do tipo a n (x c) n é denominado de série de potências. Dado uma série de potências,
Leia maisCálculo Diferencial e Integral I Mestrado Integrado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores 2 o Teste (V1) - 15 de Janeiro de h00m
Cálculo Diferencial e Integral I Mestrado Integrado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores 2 o Teste (V) - 5 de Janeiro de 2 - hm Resolução Problema (2,5 val.) Determine uma primitiva de cada uma
Leia maisSéries Alternadas. São as séries cujos termos se alternam entre positivos e negativos. Por exemplo, ( 1) k+1 1 k =
Séries Alternadas São as séries cujos termos se alternam entre positivos e negativos. Por exemplo, ( 1) k+1 1 k = 1 1 2 + 1 3 1 4 + 1 5 Em geral escrevemos, para uma série alternada, ou ( 1) k+1 a k =
Leia maisT. Rolle, Lagrange e Cauchy
T. Rolle, Lagrange e Cauchy EXERCÍCIOS RESOLVIDOS. Mostre que a equação 5 + 5 = 5 tem uma única solução em R. Seja f = 5 +5 5. Então f é contínua e diferenciável em R. Temos f = 5 4 + > 0, em R, logo f
Leia maisSéries de Termos Não-Negativos
Séries de Termos Não-Negativos Em geral não é possível calcular explicitamente a soma duma série. O que podemos fazer é perceber se ela converge ou diverge e neste último caso, calcular aproximadamente
Leia maisUniversidade Federal do Pará Instituto de Tecnologia. Cálculo III. Campus de Belém Curso de Engenharia Mecânica
Universidade Federal do Pará Instituto de Tecnologia Cálculo III Prof. Dr. Jorge Teófilo de Barros Lopes Campus de Belém Curso de Engenharia Mecânica Universidade Federal do Pará Instituto de Tecnologia
Leia maisCálculo Diferencial e Integral I
Cálculo Diferencial e Integral I Eame - Parte I - de Julho de 8 LERC, LEGI, LEE, LEIC-T Número: Nome: valores a) valores b) valores 3 4 valores 4 valores 5 a) 3 valores 5 b) 3 valores 6 valores páginas
Leia mais1 kp. k=1. + Na série. 1 temos p = 2 p >1 converge. k=1 + Na série k=1. temos p = 1/7 p <1 diverge. ⁷ k. se lim u k. k +
TESTES DE CONVERGÊNCIA Existem diversos testes de convergência e que são cobrados em provas, mas não fique preocupado, pois fizemos esse resumão pra te ajudar a lembrar de todos! Lembre-se que esses testes
Leia maisSequencias e Series. Exemplo 1: Seja tal que. Veja que os dez primeiros termos estão dados por: ,,,,...,, ou seja que temos a
Sequencias e Series Autor: Dr. Cristian Novoa MAF- PUC- Go cristiancalculoii@gmail.com Este texto tem como objetivo principal, introduzir alguns conceitos de Sequencias e Series,para os cursos de Engenharia,
Leia mais) a sucessão definida por y n
aula 05 Sucessões 5.1 Sucessões Uma sucessão de números reais é simplesmente uma função x N R. É conveniente visualizar uma sucessão como uma sequência infinita: (x(), x(), x(), ). Neste contexto é usual
Leia maisConvergência, séries de potência e funções analíticas
Convergência, séries de potência e funções analíticas Roberto Imbuzeiro Oliveira March 16, 2011 1 Algumas palavras sobre convergência em C Tudo o que descreveremos aqui é análogo ao que se define e prova
Leia maisx + 2 > 1 (x 2)(x + 2) x + 2 > e
Instituto Superior Técnico Departamento de Matematica TESTES DE RECUPERAÇÃO DE CDI I O SEM. / DURAÇÃO: H/H VERSÃO A LEMAT, LEAN, MEBIOL, MEQ, MEAMBI E LMAC, MEBIOM, MEFT RESOLUÇÃO. (,5 val.) (a) (,9 val.)
Leia maisConvergência, séries de potência e funções analíticas
Convergência, séries de potência e funções analíticas Roberto Imbuzeiro Oliveira March 13, 2015 1 Algumas palavras sobre convergência em C Tudo o que descreveremos aqui é análogo ao que se define e prova
Leia maisUFRJ - Instituto de Matemática
UFRJ - Instituto de Matemática Programa de Pós-Graduação em Ensino de Matemática www.pg.im.ufrj.br/pemat Mestrado em Ensino de Matemática Seleção 9 Etapa Questão. Determine se as afirmações abaio são verdadeiras
Leia maisArtur M. C. Brito da Cruz. Escola Superior de Tecnologia Instituto Politécnico de Setúbal 2015/2016 1
Equações Não Lineares Análise Numérica Artur M. C. Brito da Cruz Escola Superior de Tecnologia Instituto Politécnico de Setúbal 2015/2016 1 1 versão 20 de Setembro de 2017 Conteúdo 1 Introdução...................................
Leia maisGabarito da Prova Final Unificada de Cálculo IV Dezembro de 2010
Gabarito da Prova Final Unificada de Cálculo IV Dezembro de a Questão: (5 pts) Dentre as três séries alternadas abaixo, diga se convergem absolutamente, se convergem condicionalmente ou se divergem Justifique
Leia maisAnálise Matemática I 1 o Exame (Grupos I, II, III, IV, V e VI) 2 o Teste (Grupos IV, V e VI)
Análise Matemática I o Exame (Grupos I, II, III, IV, V e VI) 2 o Teste (Grupos IV, V e VI) Campus da Alameda 5 de Janeiro de 2003 LEC, LET, LEN, LEM, LEMat, LEGM Apresente todos os cálculos e justificações
Leia maisQuestão 1: (2.0 pontos) (a) (1.0 ponto) Obtenha os cinco primeiros termos da série de Taylor da função f(x) = cos x em.
Página de 7 Instituto de Matemática - IM/UFRJ Gabarito da prova final unificada - Escola Politécnica / Escola de Química - 0/07/009 Questão :.0 pontos a.0 ponto Obtenha os cinco primeiros termos da série
Leia maisSequências e Séries Infinitas. Copyright Cengage Learning. Todos os direitos reservados.
11 Sequências e Séries Infinitas Copyright Cengage Learning. Todos os direitos reservados. 11.10 Séries de Taylor e Maclaurin Copyright Cengage Learning. Todos os direitos reservados. Começaremos supondo
Leia maisAT3-1 - Unidade 3. Derivadas e Aplicações 1. Cálculo Diferencial e Integral. UAB - UFSCar. Bacharelado em Sistemas de Informação
AT3-1 - Unidade 3 1 Cálculo Diferencial e Integral Bacharelado em Sistemas de Informação UAB - UFSCar 1 Versão com 34 páginas 1 / 34 Tópicos de AT3-1 1 Uma noção intuitiva Caracterização da derivada Regras
Leia maisNotas Sobre Sequências e Séries Alexandre Fernandes
Notas Sobre Sequências e Séries 2015 Alexandre Fernandes Limite de seqüências Definição. Uma seq. (s n ) converge para a R, ou a R é limite de (s n ), se para cada ɛ > 0 existe n 0 N tal que s n a < ɛ
Leia maisDefinição (6.1): Definimos equação diferencial como uma qualquer relação entre uma função e as suas derivadas.
Capítulo 6 Definição (6.1): Definimos equação diferencial como uma qualquer relação entre uma função e as suas derivadas. Definição (6.2): Seja e uma função real incógnita definida num intervalo aberto.
Leia maisLicenciatura em Ciências da Computação 2010/2011
Cálculo Licenciatura em Ciências da Computação 2010/2011 Departamento de Matemática e Aplicações (DMA) Universidade do Minho Carla Ferreira caferrei@math.uminho.pt Gab. EC 3.22 Telef: 253604090 Horário
Leia maisANÁLISE MATEMÁTICA IV
Instituto Superior Técnico Departamento de Matemática Secção de Álgebra e Análise ANÁLISE MATEMÁTICA IV FICHA 2 ANÁLISE COMPLEXA Para cada um dos seguintes conjuntos Z C, esboce o conjunto dos seus logaritmos.
Leia maisCÁLCULO 3-1 ō Semestre de 2009 Notas de curso: Séries Numéricas e Séries de Taylor
UFPE CCEN DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA ÁREA II CÁLCULO 3 - ō Semestre de 29 Notas de curso: Séries Numéricas e Séries de Taylor Professor: Sérgio Santa Cruz Estas notas têm o objetivo de auxiliar o aluno
Leia mais1.3 Conjuntos de medida nula
1.3 Conjuntos de medida nula Seja (X, F, µ) um espaço de medida. Um subconjunto A X é um conjunto de medida nula se existir B F tal que A B e µ(b) = 0. Do ponto de vista da teoria da medida, os conjuntos
Leia maisSequências e Séries Infinitas. Copyright Cengage Learning. Todos os direitos reservados.
11 Sequências e Séries Infinitas Copyright Cengage Learning. Todos os direitos reservados. 11.3 O Teste da Integral e Estimativas de Somas Copyright Cengage Learning. Todos os direitos reservados. O Teste
Leia maisCapítulo Topologia e sucessões. 7.1 Considere o subconjunto de R 2 : D = {(x, y) : xy > 1}.
Capítulo 7 Introdução à Análise em R n 7. Topologia e sucessões 7. Considere o subconjunto de R 2 : D = {(x, y) : > }.. Indique um ponto interior, um ponto fronteiro e um ponto exterior ao conjunto D e
Leia maisLista de Exercícios da Primeira Semana Análise Real
Lista de Exercícios da Primeira Semana Análise Real Nesta lista, a n, b n, c n serão sempre sequências de números reais.. Mostre que todo conjunto ordenado com a propriedade do supremo possui a propriedade
Leia maisUniversidade Tecnológica Federal do Paraná Câmpus Francisco Beltrão
Séries Numéricas Câmpus Francisco Beltrão Disciplina: Prof. Dr. Jonas Joacir Radtke Séries Numéricas A soma dos termos de uma sequência a n é denominada de série de termo geral e é denotada por S n = a
Leia maisConvergência em espaços normados
Chapter 1 Convergência em espaços normados Neste capítulo vamos abordar diferentes tipos de convergência em espaços normados. Já sabemos da análise matemática e não só, de diferentes tipos de convergência
Leia maisLista 4. Esta lista, de entrega facultativa, tem três partes e seus exercícios versam sobre séries, funções contínuas e funções diferenciáveis em R.
UFPR - Universidade Federal do Paraná Departamento de Matemática CM095 - Análise I Prof José Carlos Eidam Lista 4 INSTRUÇÕES Esta lista, de entrega facultativa, tem três partes e seus exercícios versam
Leia maisANÁLISE COMPLEXA E EQUAÇÕES DIFERENCIAIS. Apresente e justifique todos os cálculos
Instituto Superior Técnico Departamento de Matemática Secção de Álgebra e Análise ANÁLISE COMPLEXA E EQUAÇÕES DIFERENCIAIS TESTES DE RECUPERAÇÃO A - 6 DE JUNHO DE 9 - DAS H ÀS :3H Teste Apresente e justifique
Leia maisCálculo Diferencial e Integral I
Cálculo Diferencial e Integral I Resolução do Eame / Testes de Recuperação I.. (, val.)determine os ites das seguintes sucessões convergentes (i) u n n + n n e n + n, (ii) v n n + π n Resolução: i) A sucessão
Leia maisCDI-II. Limites. Continuidade
Instituto Superior Técnico Departamento de Matemática Secção de Álgebra e Análise Prof. Gabriel Pires CDI-II Limites. Continuidade 1 Introdução Oassunto central docálculo emr n éoestudo defunções cujosdomínios
Leia mais1. Funções Reais de Variável Real Vamos agora estudar funções definidas em subconjuntos D R com valores em R, i.e. f : D R R
. Funções Reais de Variável Real Vamos agora estudar funções definidas em subconjuntos D R com valores em R, i.e. f : D R R D x f(x). Uma função é uma regra que associa a cada elemento x D um valor f(x)
Leia maisd(t x, Ty) = d(x, y), x, y X.
Capítulo 6 Espaços duais 6.1 Preliminares A análise funcional foi nos seus primórdios o estudo de funcionais. Assim, nos dias de hoje um princípio fundamental da análise funcional é a investigação de espaços
Leia maisSeja f um endomorfismo de um espaço vectorial E de dimensão finita.
6. Valores e Vectores Próprios 6.1 Definição, exemplos e propriedades Definição Seja f um endomorfismo de um espaço vectorial E, com E de dimensão finita, e seja B uma base arbitrária de E. Chamamos polinómio
Leia maisSubstituição trigonométrica hiperbólica. Esta é a última aula do segundo módulo da disciplina Cálculo II. Isso
MÓDULO - AULA 30 Aula 30 Técnicas de integração Miscelânea Esta é a última aula do segundo módulo da disciplina Cálculo II. Isso significa que você está completando boa parte desta jornada. Você já enfrentou
Leia maisProdutos de potências racionais. números primos.
MATEMÁTICA UNIVERSITÁRIA n o 4 Dezembro/2006 pp. 23 3 Produtos de potências racionais de números primos Mário B. Matos e Mário C. Matos INTRODUÇÃO Um dos conceitos mais simples é o de número natural e
Leia mais14 AULA. Vetor Gradiente e as Derivadas Direcionais LIVRO
1 LIVRO Vetor Gradiente e as Derivadas Direcionais 14 AULA META Definir o vetor gradiente de uma função de duas variáveis reais e interpretá-lo geometricamente. Além disso, estudaremos a derivada direcional
Leia maisANÁLISE MATEMÁTICA IV FICHA 3 TEOREMA DOS RESÍDUOS EQUAÇÕES DIFERENCIAIS DE PRIMEIRA ORDEM
Instituto Superior Técnico Departamento de Matemática Secção de Álgebra e Análise ANÁLISE MATEMÁTICA IV E FICHA 3 TEOREMA DOS RESÍDUOS EQUAÇÕES DIFERENCIAIS DE PRIMEIRA ORDEM ( Seja f a função definida
Leia maisEscola Secundária com 3º ciclo D. Dinis 11º Ano de Matemática A Tema I Geometria no Plano e no Espaço II. Ficha de trabalho nº 3.
Escola Secundária com 3º ciclo D. Dinis 11º Ano de Matemática A Tema I Geometria no Plano e no Espaço II Ficha de trabalho nº 3 1. Resolver, da página 80 do seu manual, 1.1. as alíneas a), c) e e) dos
Leia maisGUIA DE FUNCIONAMENTO DA UNIDADE CURRICULAR
Curso Engenharia Topográfica Ano letivo 2018/19 Unidade Curricular Análise Matemática I ECTS 6,5 Regime Obrigatório Ano 1º Ano Semestre 1º sem Horas de trabalho globais Docente (s) Maria Cecília Rosa Total
Leia mais( x)(x 2 ) n = 1 x 2 = x
Página 1 de 7 Instituto de Matemática - IM/UFRJ Gabarito prova final unificada - Escola Politécnica / Escola de Química - 10/12/2009 Questão 1: (.0 pontos) (a) (1.0 ponto) Seja a função f(x) = x, com x
Leia mais1. Limite. lim. Ou seja, o limite é igual ao valor da função em x 0. Exemplos: 1.1) Calcule lim x 1 x 2 + 2
1. Limite Definição: o limite de uma função f(x) quando seu argumento x tende a x0 é o valor L para o qual a função se aproxima quando x se aproxima de x0 (note que a função não precisa estar definida
Leia maisParte II. Análise funcional II
Parte II Análise funcional II 12 Capítulo 5 Produto de Operadores. Operadores inversos Neste capítulo vamos introduzir a noção de produto de operadores assim como a de operador invertível. Para tal precisamos
Leia maisFórmula de Taylor. Cálculo II Cálculo II Fórmula de Taylor 1 / 15
Fórmula de Taylor Cálculo II Departamento de Matemática Universidade de Aveiro 2018-2019 Cálculo II 2018-2019 Fórmula de Taylor 1 / 15 Outra vez a exponencial... Uma função pode ser aproximada (na proximidade
Leia maisCDI-II. Resumo das Aulas Teóricas (Semana 2) lim. k f(x k) = f(a)
Instituto Superior Técnico Departamento de Matemática Secção de Álgebra e Análise Prof. Gabriel Pires CDI-II Resumo das Aulas Teóricas (Semana 2) 1 Funções Contínuas. Classificação de Conjuntos Seja f
Leia mais7.3 Diferenciabilidade
CAPÍTULO 7. INTRODUÇÃO À ANÁLISE EM RN 7.18 Estude quanto a continuidade a função f de R 2 com valores em R definida por: x 2, se x 2 + y 2 < 2y, f(x, y) = x, se x 2 + y 2 = 2y, y 2, se x 2 + y 2 > 2y.
Leia maisNotas de curso: Séries Numéricas e Séries de Taylor
UFPE CCEN DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA ÁREA II CÁLCULO 3 - ō Semestre de 23 Notas de curso: Séries Numéricas e Séries de Taylor Professor: Sérgio Santa Cruz Objetivo. Estas notas têm o objetivo de auxiliar
Leia maisMatemática /09 - Produto Interno 32. Produto Interno
Matemática - 2008/09 - Produto Interno 32 Produto Interno A noção de produto interno (ou escalar) de vectores foi introduzida no ensino secundário, para vectores com duas ou três coordenadass. Neste capítulo
Leia maisn=1 a n converge e escreveremos a n = s n=1 n=1 a n. Se a sequência das reduzidas diverge, diremos que a série
Séries Numéricas Nosso maior objetivo agora é dar um sentido a uma soma de infinitas parcelas, isto é, estudar a convergência das chamadas séries numéricas. Inicialmente, seja (a n ) uma sequência e formemos
Leia maisTopologia. Fernando Silva. (Licenciatura em Matemática, 2007/2008) 13-agosto-2018
Topologia (Licenciatura em Matemática, 2007/2008) Fernando Silva 13-agosto-2018 A última revisão deste texto está disponível em http://webpages.fc.ul.pt/~fasilva/top/ Este texto é uma revisão do texto
Leia maisAnálise Matemática II - 1 o Semestre 2001/ o Exame - 25 de Janeiro de h
Instituto Superior Técnico Departamento de Matemática Secção de Álgebra e Análise Análise Matemática II - 1 o Semestre 2001/2002 2 o Exame - 25 de Janeiro de 2001-9 h Todos os cursos excepto Eng. Civil,
Leia maisFEUP - MIEEC - Análise Matemática 1
FEUP - MIEEC - Análise Matemática Resolução da a Chamada - de Janeiro de 9 Respostas a perguntas diferentes em folhas diferentes Justifique cuidadosamente todas as respostas. Não é permitida a utilização
Leia maisDiferenciabilidade de função de uma variável
Capítulo 6 Diferenciabilidade de função de uma variável Um conceito importante do Cálculo é o de derivada, que é um ite, como veremos na definição. Fisicamente o conceito de derivada está relacionado ao
Leia maisDefinição: Uma série infinita (ou simplesmente uma série) é uma expressão que representa uma soma de números de uma sequência infinita, da forma:
MATERIAL DIDÁTICO Professora Sílvia Victer CÁLCULO 2 SÉRIES INFINITAS A importância de sequências infinitas e séries em cálculo surge da ideia de Newton de representar funções como somas de séries infinitas.
Leia maisSequências e Séries Infinitas. Copyright Cengage Learning. Todos os direitos reservados.
11 Sequências e Séries Infinitas Copyright Cengage Learning. Todos os direitos reservados. 11.6 Convergência Absoluta e os Testes da Razão e da Raiz Copyright Cengage Learning. Todos os direitos reservados.
Leia maisUniversidade do Algarve, Portugal
Universidade do Algarve, Portugal Faculdade de Ciências e Tecnologia ANÁLISE MATEMÁTICA I Cursos de EI, ESI, I, B, EA, EB Professor Stefan Samko Pontos fundamentais do programa da disciplina Análise Matemática
Leia maisTopologia e Análise Linear. Maria Manuel Clementino, 2013/14
Maria Manuel Clementino, 2013/14 2013/14 1 ESPAÇOS MÉTRICOS Espaço Métrico Um par (X, d) diz-se um espaço métrico se X for um conjunto e d : X X R + for uma aplicação que verifica as seguintes condições,
Leia maisLista de Exercícios de Funções de Várias Variáveis
Lista de Exercícios de Funções de Várias Variáveis 29 de dezembro de 2016 2 Sumário 1 Sequências e Séries InnitasP1) 5 1.1 Sequências............................. 5 1.1.1 Digitado por:luele Ribeiro de
Leia mais