Quinta-Feira, 20 de outubro de 2016

Transcrição

1 Quinta-Feira, 20 de outubro de 2016 Bom dia, 1º queda depois de quatro anos. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu em 0,25 p.p a taxa básica de juros, ficando em 14% ao ano. A decisão, unânime, veio dentro das expectativas do mercado, já que uma redução era (praticamente) certa, a dúvida era se o Copom iria cortar 0,25 p.p. ou 0,50 p.p nesta reunião. No comunicado, o Banco Central manteve o tom de afrouxamento monetário. O BC indicou que continuará olhando para três principais fatores; a inflação de alimentos, o ritmo de alta dos preços de serviços e a implementação do ajuste fiscal. Além disso, pontuou que o cenário externo, se mantém favorável decorrente das taxas internacionais baixas favorecendo assim as economias emergentes. Mesmo apontando a continuação do afrouxamento da taxa, o comunicado não deixa claro o tamanho da queda para os próximos encontros, mas o mercado espera que na próxima reunião tenhamos uma redução de 0,5 p.p na taxa.

2 O nível de atividade da econômica brasileira apresentou nova retração. O IBC-Br encerrou o mês de agosto com recuo de 0,91% na comparação com julho, segundo dados com ajuste sazonal e, sem ajuste, houve alta de 0,88%, na mesma base de comparação. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, a queda foi de 2,72% nos dados sem ajuste e de 4,43% com ajuste sazonal. Mesmo que o indicador tenha apresentado redução os números vieram um pouco melhores que o esperado pelo mercado que eram de retração de 1% no mês de agosto e queda de 2,8% ante agosto de Agenda norte americana no radar. Hoje às 10h30 teremos as divulgações de indicadores, como o volume de pedidos de auxílio desemprego de outubro, em que se espera resultado próximo a 250 mil pedidos, em linha com o resultado de setembro (246 mil pedidos). No mesmo horário sai a sondagem industrial da Filadéfia, em que se espera recuo para 5 pontos em outubro, ante 12,8 pontos no mês anterior. Já às 12h00 sai as vendas totais de moradias usadas de setembro, a expectativa média está em 5,35 milhões de unidades, em linha com o mês anterior. Reunião do BCE. Hoje às 08h45 deverá ser anunciadas as diretrizes da política monetária do Banco Central Europeu, em que as expectativas são de manutenção das condições vigentes. O mercado aguarda atentamente qualquer sinalização que pode trazer dicas quanto aos próximos passos da instituição, e ao que tudo vem indicando o banco central deve iniciar o processo de redução gradual do montante de ativos recomprados mensalmente (o quantitative easing) somente na reunião de março. O atual programa de recompra de ativos termina em 2017, com um valor mensal de 80 milhões de euros. Otimismo na Ásia e na Europa. As Bolsas asiáticas fecharam em alta e as europeias abrem na mesma direção (com exceção de Londres que cai "vertiginosos" 0,02% enquanto escrevemos esse Diário) recebendo bem a declaração do presidente do FED de NY, William Dudley, de que não há urgência em ser agressivo no aperto monetário por lá, além do Livro Bege ter citado preocupação com as eleições americanas que ocorrem no início de novembro.

3 Conselho da Gafisa (GFSA3) aprova IPO da Tenda. O conselho de administração da Gafisa e, por conseguinte, a assembleia geral de acionistas da Tenda aprovaram a realização de uma oferta secundária de ações e consequente listagem da Tenda no Novo Mercado da Bovespa. Como o IPO da Tenda será através de uma oferta secundária, o montante levantado para a oferta não vai para a própria empresa, mas sim para o controlador, no caso, para reforçar o caixa da Gafisa. A Gafisa reforçou que a aprovação pelo conselho ainda não significa que a oferta será realizada imediatamente, dependendo das condições do mercado para acontecer. Tendo em vista a volta do otimismo por aqui, o início do ciclo de queda de juros e a valorização dos ativos de risco, esse momento não deve demorar muito, mas não há como garantir. Mesmo com a notícia já sendo amplamente esperada pelo mercado, o anúncio da aprovação deve ajudar a trazer mais um pregão positivo para os papéis. Lopes (LPSB3) vai fazer oferta de ações. A imobiliária vai aumentar seu capital em até R$ 40 milhões através de uma oferta pública. Serão emitidas entre 4,0 e 10,7 milhões de ações, sendo que se o montante requerido pelo mercado for inferior a 4,0 milhões de ações, a oferta será cancelada. O preço das ações na oferta será de R$ 3,74, abaixo do valor que os papéis estão sendo negociados atualmente (R$ 4,18 no fechamento de ontem). O valor levantado pela companhia com a oferta será usado para pagar algumas aquisições feitas nos últimos anos, melhorar a nova sede da companhia e reforçar o capital de giro, mas a maior parte, metade do total, será utilizada para "fazer frente a potenciais contingências". Para ter direito a subscrever os novos papéis, o investidor

4 deve se posicionar até o dia 24 de outubro, com os papéis ex-direito dia 25. E o direito pode ser exercido entre 28 de outubro e 28 de novembro. Apesar de necessária, a oferta deve pressionar os papéis da companhia no curto prazo. BTG (BBTG11) paga empréstimo do FGC. O banco anunciou que quitou completamente o empréstimo liberado pelo FGC no final do ano passado, quando o banco passava por uma onda de retiradas, que seguiram a prisão do CEO do banco à época, André Esteves. Notícia positiva que pode ajudar os papéis no pregão de hoje. Braskem (BRKM5) pode vender Quantiq. Segundo veiculado no Valor Econômico, a Braskem está avaliando ofertas para seu ativo de distribuição de produtos químicos, numa operação que pode ficar entre R$ 500 milhões e R$ 700 milhões. A Quantiq é a antiga Ipiranga Química e foi adquirida em 2007 pela Braskem do Grupo Ipiranga. Por se tratar de um ativo considerado não estratégico para a petroquímica, tendo já sido "colocada à venda" anteriormente (venda que somente não ocorreu por condições adversas de mercado que pressionaram preços), caso a operação seja concretizada pode trazer importante fôlego financeiro num momento em que a companhia enfrenta momentos delicados junto ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DoJ), a Securities and Exchange Commision (SEC) e autoridades por aqui por conta da Operação Lava-Jato. Papéis podem ter impacto positivo. Consumo segue em queda, mas tarifa média melhora na Light (LIGT3). De acordo com dados da prévia operacional, o consumo de energia caiu 2,2% no 3 trim/16 ante o mesmo período de 2015, sobretudo por conta da retração no consumo industrial (-6,3%) e comercial (-2,7%). Como contraponto positivo houve recuperação no consumo da classe residencial (+2,6%) e aumento na tarifa média de fornecimento (+17,5%), ambos na comparação trimestral. No segmento de geração o volume de vendas aumentou 18%, ante o 3 trim/15, principalmente em razão de sua estratégia de sazonalização. Em termos de indicadores operacionais, houve expressiva melhora no DEC, que mede a duração das quedas de energia, que caiu para 11,4 horas ante as 13,32 registradas há doze meses, e sutil redução no FEC, que mede a frequência dessas quedas. Entendemos que a melhora nos indicadores de qualidade operacional aliada a recuperação no consumo doméstico e aumento das tarifas deve preponderar, levando seus papéis a se valorizarem no pregão de hoje. Ambev (ABEV3) anuncia dividendos. Em reunião do conselho de administração da companhia ontem, foi aprovado a distribuição de dividendos referentes ao resultado operacional do terceiro trimestre deste ano, o valor total dos proventos é de R$ 2,51 bilhões, o que representa uma distribuição de R$ 0,16 por ação ou um yield sobre o fechamento de ontem de 0,8%. O pagamento será feito no dia 25 de novembro, sobre a base acionária do dia 31 de outubro, já para as ADR a data "ex" é dia dois de novembro. CARF adia julgamento sobre processo contra a BM&FBovespa (BVMF3). Um dos conselheiros do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) solicitou pedido de vista aos autos do processo administrativo contra a companhia e, portanto, não foi proferida decisão ao recurso apresentado pela BM&FBovespa em sessão realizada

5 ontem. Vale lembrar que o processo trata do auto de infração de R$ 1,1 bilhão da Receita Federal do Brasil em que se questiona a amortização para fins fiscais nos exercícios de 2008 e 2009 do ágio gerado com a incorporação das ações da Bovespa Holding S.A. pela BM&FBovespa, em mai/08. Esse processo será novamente pautado para julgamento em data a ser divulgada no diário oficial, mas estima-se que ocorra ainda neste ano. A BM&FBovespa já informou anteriormente que trata o caso com probabilidade de perda remota e, ainda, que se sofrer o revés no CARF, pretende levar a questão para instância superior. Em nossa visão, o adiamento traz alívio apenas de curto prazo para as ações BVMF3. Localiza (RENT3) inaugura temporada de balanços do 3º Trim/16. A companhia de locação de veículos divulgará hoje, após fim do pregão, suas demonstrações financeiras trimestrais. As estimativas de mercado apontam para um crescimento de 11,2% na receita líquida e de 5,5% no EBITDA frente aos números reportados no 3º Trim/15. Enquanto que se espera recuo de 2,1% no lucro líquido, na mesma base de comparação, em função de maiores despesas financeiras no período. As ações RENT3 já valorizam mais de 5% neste mês de outubro e têm alta acima dos 70% em 2016, refletindo a resiliência operacional apresentada pela companhia em meio ao cenário macroeconômico doméstico. Elétricas avaliam que Celg continua "cara" e demonstram interesse em leilão de transmissão. Em reunião realizada com investidores, representantes da Energias do Brasil (ENBR3) e da Energisa (ENGI11) declararam que o preço estipulado para a privatização da Celg continua elevado e, portanto, não devem ter interesse no leilão, enquanto que no que tange as outras distribuidoras da Eletrobras, a Energisa demonstrou interesse, enquanto que a Energias do Brasil avalia que diante de sua condição financeira a probabilidade de entrar na disputa é pequena. Já a Equatorial (EQTL3) deixou em aberto a possibilidade de participar do leilão da Celg e das outras distribuidoras, além de sinalizar, assim como a Energias do Brasil, que pode participar do próximo leilão de transmissão de energia (28/10). (RAPT4) Queda de 36,1% de receita em setembro de 2016 vis a vis setembro de Esta tem sido a realidade da Randon há algum tempo, em meio às adversas condições de outros setores demandantes de reboques e semirreboques. No acumulado do ano até setembro, a queda é menor, totalizando 12,4%. Ainda assim, o impacto do comunicado tende a ser neutro, por não existirem boas expectativas com relação ao curtíssimo prazo. Lembramos que por se tratar de produtos que representam investimentos produtivos em outros setores, a recuperação dos níveis de confiança da indústria e empresários é importante indício de que a situação pode melhorar a partir de Produção de minério de ferro da Vale (VALE5) relativamente estável. Quando comparamos o acumulado do ano até setembro com o mesmo período de 2015, a variação é de apenas -0,4%. Já quando a comparação refere-se ao 3º trim/16 tanto com o trimestre imediatamente anterior quanto com relação ao 3º trim/15 houve avanço, graças à melhor performance operacional nas minas e plantas do Sistema Norte, start-up de um nova instalação de britagem na mina Fazendão e melhor produtividade nos Sistemas Sudeste e Sul. Isso fica nítido na melhoria do

6 indicador de Recuperação Global (volume de produção final dividido pelo total de toneladas extraídas) que passou de 42% no 3º trim/14, para 46,6% no 3º trim/15 e atingiu 49,4% no trimestre em análise. Em termos anuais a evolução tem sido de 41% em 2014, 46% em 2015 devendo chegar a 48,1% neste ano. Para 2016 a mineradora espera produzir algo mais próxima a 340 milhões de toneladas (até setembro foram 256,4 milhões de toneladas restando 83,6 milhões para o 4º trim/16). Já para o ano que vem a expectativa é de produção na faixa entre 360 milhões de toneladas e 380 milhões de toneladas, sobretudo por conta da otimização da cadeia de fornecimento. Notícia deve ter impacto neutro sob os papéis. AGENDA DE RESULTADOS Bons negócios.

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