Alfredo d Escragnolle Taunay. A retirada da. em quadrinhos. Adaptação e ilustrações Eduardo Vetillo
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- Stefany Carreira Prada
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1 Alfredo d Escragnolle Taunay A retirada da em quadrinhos Adaptação e ilustrações Eduardo Vetillo
2 Eu me chamo Alfredo d Escragnolle Taunay. Cursava o segundo ano de Engenharia Militar no Rio de Janeiro quando o Império do Brasil entrou em guerra com a República do Paraguai. Fiz parte, como segundo- -tenente, da coluna que partiu para Mato Grosso como a vanguarda de um exército que deveria invadir o Paraguai pelo norte e expulsar o invasor da província mato- -grossense. Nossa história começou em... 3
3 ... 1 o de janeiro de 1867, quando o coronel Carlos de Moraes Camisão assumiu o comando de nossa tropa, composta de aproximadamente três mil homens. Chegamos ao povoado de Miranda, início de nossa jornada, e encontramos o local quase que totalmente destruído pelo inimigo. Lá permanecemos por dez dias. Retomamos a marcha com destino a Nioaque, próxima etapa da missão. 4
4 Uma região muito fértil e muito bonita, sem dúvida! Os índios chamam- -na de Campo Belo, tenente! A que distância estamos do Rio Nioaque? A aproximadamente quatro léguas 1. Chegamos à Vila de Nioaque em 24 de janeiro de Ela havia sido abandonada pelo inimigo em agosto de No Brasil, uma légua vale aproximadamente metros. 5
5 Acampamos na margem direita do Rio Nioaque... O guia Lopes chegou ao acampamento, coronel! Mande-o entrar! É um prazer revê-lo, Lopes! Vamos precisar de seus serviços! Conte comigo, coronel! Soube que sua família está em poder do inimigo. Saiba que nossa campanha poderá libertá-los. Seus profundos conhecimentos da região serão fundamentais para nosso sucesso! Sou um simples sertanejo, coronel, mas farei tudo o que estiver ao meu alcance para ajudá-los! 6
6 Ordenança, peça ao tenente-coronel Juvêncio que se apresente! Juvêncio, prepare a tropa para partirmos na alvorada de amanhã! Nós nos pusemos em marcha na madrugada de 25 de fevereiro de A tropa ignorava o rumo, mas já pressentia que a fronteira com o Paraguai estava próxima. Os batedores 2 tomavam a dianteira... 2 Patrulha avançada. 7
7 Naquela noite, o coronel reuniu os oficiais em sua tenda... Já estão faltando provisões. Alguma notícia do guia Lopes? Ele foi para a fazenda dele com o filho para trazer o gado para cá. Três dias depois... 8
8 Apenas cumpri meu dever, senhor! Você fez muito mais do que isso, amigo! A tropa lhe é profundamente agradecida, Lopes! No dia 4 de março, ocupamos a localidade de Miranda, que, a exemplo de Nioaque, também havia sido incendiada... Abram picadas 3 em todas as direções e guarneçam as saídas! A partir daqui, iniciamos nosso plano de invasão do Paraguai. Estejam alertas! 3 Caminhos na mata. 9
9 Apesar dos preparativos para eventuais combates, um inimigo maior voltava a nos ameaçar: a fome... Já estão faltando carne e farinha, tenente! Algum comunicado da comissão de víveres, em Nioaque? Sim. Eles não podem mais garantir o abastecimento. Todos aqui estão cientes das dificuldades que viemos encontrando: insuficiência de víveres, falta de uma cavalaria... Em face das condições desfavoráveis, o coronel Camisão resolveu reunir o Conselho de Guerra naquela noite [...]
10 Em 1864, o exército paraguaio invadiu a província de Mato Grosso, iniciando uma das mais sangrentas guerras da América do Sul, a Guerra do Paraguai. Na ocasião, o governo imperial brasileiro enviou uma expedição de cerca de três mil soldados, partindo do Rio de Janeiro até o Paraguai, para expulsar o invasor. Valorosos militares lutaram na vastidão deste território brasileiro quase inexplorado. Centenas deles morreram vítimas de doenças tropicais como o tifo, a cólera e o beribéri, além de sofrer constantes ataques das tropas paraguaias, que usaram táticas de guerrilha à moda indígena. O sofrimento e a luta desse contingente militar ficaram conhecidos e imortalizados na obra A retirada da Laguna.
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