A Gestão de Resíduos de Construção e Demolição
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1 A Gestão de Resíduos de Construção e Demolição 25 de Julho de 2008 Seminário: Gestão de Resíduos de Construção e Demolição Torre de Moncorvo
2 Sumário Introdução Origem e composição dos RCD s Caracterização dos RCD s A Gestão de RCD s Reutilização de materiais Valorização de RCD s Deposição de RCD s em Aterro Aterros para Resíduos Inertes de Construção e Demolição em Pedreiras
3 Introdução A indústria da construção em Portugal lida com milhares de toneladas dos mais diversos materiais. Grande parte dessa quantidade de materiais são considerados Resíduos de Construção e Demolição (RCD). São materiais que, quer sejam inutilizados no decorrer de novas construções, quer sejam resultantes de restaurações ou demolições de construções existentes, constituem um problema que tem que ser resolvido, se se quiser que a indústria da construção em Portugal seja sustentável.
4 Origem e composição dos RCD s Demolição de edifícios; Construção de Estradas e Trabalhos Hidráulicos; Restauração de Edifícios; Construção de Edifícios. A sua composição é muito variável devido a factores tais como a sua origem (construção, reabilitação, demolição) e as práticas locais de construção bem como a época da infra-estrutura demolida.
5 Caracterização dos RCD s São resíduos provenientes de obras de construção de edifícios e de obras de engenharia civil, reconstrução, ampliação, alteração, conservação e demolição, derrocada de edificações, solos, rochas, vegetação de movimentos de terras e fundações e ainda materiais de manutenção de vias de comunicação.
6 Caracterização dos RCD s São exemplos: Betão, tijolos, ladrilhos, telhas e outros materiais cerâmicos; Madeira, Vidro, Plástico; Solos e rochas de escavação; Lamas de dragagem; Misturas betuminosas; Metais (incluindo ligas); Materiais de isolamento; Mistura de resíduos de construção e demolição...
7 Caracterização dos RCD s Exemplos de RCD s perigosos ou potencialmente perigosos: Misturas betuminosas com alcatrão; Vidro, plástico e madeira contaminados com substâncias perigosas; Tintas, vernizes, adesivos, colas ; Materiais de isolamento/construção com amianto; Solos contaminados com hidrocarbonetos...
8 A Gestão de RCD s Tipos de Gestão 1. Reutilização de materiais Em obra Em outros locais 2. Valorização de RCD s Triagem e Reciclagem Em Obra Em outros Locais 3. Deposição de RCD s em Aterro
9 A Gestão de RCD s Tipos de Gestão Reutilização de materiais Reutilização significa tratar, separar e limpar os materiais e elementos, de forma a estes poderem ser utilizados novamente, na mesma ou em função semelhante. Exemplos de materiais reutilizados: Tijolos; Telhas; Vigas de madeira; Portas; Janelas;...
10 A Gestão de RCD s Tipos de Gestão Reutilização de materiais Solos e Rochas Em obra Preferencialmente devem ser reutilizados no trabalho de origem de construção, reconstrução, ampliação, alteração, reparação, conservação, reabilitação, limpeza e restauro, bem como em qualquer outro trabalho de origem que envolva processo construtivo, abreviadamente designado por obra de origem. Em outros locais Quando não sejam reutilizados na respectiva obra de origem podem ser utilizados noutra obra sujeita a licenciamento ou comunicação prévia, na recuperação ambiental e paisagística de pedreiras (DL n.º 270/2001, de 6 de Outubro, com a redacção proferida pelo DL n.º 340/2007, de 12 de Outubro), na cobertura de aterros destinados a resíduos (DL n.º 152/2002, de 23 de Maio) ou, ainda, em local licenciado pela câmara municipal (nos termos do art.º 1º do DL n.º 139/89, de 28 de Abril).
11 A Gestão de RCD s Tipos de Gestão Valorização de RCD s
12 A Gestão de RCD s Tipos de Gestão Triagem e Reciclagem Os materiais que não seja possível reutilizar e que constituam RCD, são obrigatoriamente objecto de triagem em obra com vista ao seu encaminhamento, por fluxos e fileiras de materiais, para reciclagem ou outras formas de valorização. Nos casos em que não possa ser efectuada a triagem dos RCD na obra ou em local afecto à mesma, o respectivo produtor é responsável pelo seu encaminhamento para operador de gestão de resíduos licenciado.
13 A Gestão de RCD s Tipos de Gestão Reciclagem Reciclar significa tratar, separar e limpar os materiais, de forma a estes poderem ser utilizados como matérias-primas novamente. Exemplos: através de triagem e britagem de betão, resultam britas e areias; o metal e plástico podem ser fundidos e serem utilizados como substitutos ou acessórios aos materiais primários.
14 A Gestão de RCD s Tipos de Gestão Armazenagem e Triagem Requisitos técnicos mínimos 1.Vedação 2.Sistema de controlo de admissão 3.Sistema de pesagem com báscula 4.Sistema de combate a incêndios 5.Zona de armazenagem/triagem coberta, com piso impermeabilizado, sistemas de recolha e drenagem de águas pluviais, de lavagem e de derrames, dotado de separadores de óleos e gorduras, quando aplicável. 6.Utilização de contentores adequados e identificados para o armazenamento selectivo de resíduos perigosos, incluindo resíduos de alcatrão, e para papel/cartão, madeiras, metais, plásticos, vidro, cerâmicas, resíduos de equipamentos eléctricos e electrónicos, embalagens, betão, alvenaria, materiais betuminosos e de outros materiais destinados a reutilização, reciclagem ou outras formas de valorização.
15 A Gestão de RCD s Tipos de Gestão Reciclagem Requisitos técnicos mínimos 1.Vedação. 2.Sistema de controlo de admissão. 3.Sistema de pesagem com báscula. 4.Zona para prévia armazenagem, coberta e com piso impermeabilizado, dotada de sistema de recolha e encaminhamento para destino adequado de águas pluviais, águas de limpeza e de derramamentos e, quando apropriado, dotado de decantadores e separadores de óleos e gorduras. 5.Zona de reciclagem, impermeabilizada, equipada com sistema de recolha e encaminhamento para destino adequado de águas pluviais, águas de limpeza e de derramamentos e, quando apropriado, dotado de decantadores e separadores de óleos e gorduras.
16 A Gestão de RCD s Tipos de Gestão Utilização em Obra de RCD s Reciclados Betão, misturas betuminosas, argamassas, materiais argilosos (telhas, ladrilhos ) e outros materiais Normas Técnicas Nacionais e Comunitárias aplicáveis, na ausência destas, aplicam-se as Especificações Técnicas definidas pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC)
17 A Gestão de RCD s Tipos de Gestão Utilização em Obra de RCD s Reciclados E : Guia para a utilização de agregados reciclados grossos em betões ligantes hidráulicos. E : Guia para a reciclagem de misturas betuminosas a quente em central. E : Guia para a utilização de agregados reciclados em camadas não ligadas de pavimentos. E : Guia para a utilização de RCD s em aterro e camada de leito de infra-estruturas de transporte.
18 A Gestão de RCD s Tipos de Gestão Deposição em Aterro A deposição de RCD S em aterro somente deverá ser permitida após a submissão a triagem e quando não há possibilidade de se proceder à reciclagem dos mesmos.
19 Aterro para Resíduos Inertes de Construção e Demolição Enquadramento Legal Em Pedreiras Decreto-Lei n.º 270/2001, de 6 de Outubro, com a redacção dada pelo Decreto-Lei n.º 340/2007, de 12 de Outubro. Decreto-Lei nº 152/2002, de 23 de Maio Outros Locais Decreto-Lei nº 152/2002, de 23 de Maio
20 Aterro para Resíduos Inertes de Construção e Demolição Características dos RCD s Inertes Resíduos que não sofrem transformações físicas, químicas e biológicas importantes e, em consequência, não podem ser solúveis nem inflamáveis, nem ter qualquer outro tipo de reacção física ou química, e não podem ser biodegradáveis, nem afectar negativamente outras substâncias com as quais entram em contacto de forma susceptível de aumentar a poluição do ambiente ou prejudicar a saúde humana. A lixiviabilidade total, o conteúdo poluente dos resíduos e a ecotoxicidade do lixiviado devem ser insignificantes e, em especial, não pôr em risco a qualidade das águas superficiais e/ou subterrâneas. alínea e) do art.º 2º do DL nº 152/2002, de 23 de Maio
21 Aterro para Resíduos Inertes de Construção e Demolição Tipos de Resíduos Inertes (Lista de Resíduos da Tabela nº1 do Anexo III do D.L. nº 152/2002, de 23 de Maio e Decisão da Comissão Europeia 2003/33/CE): Código LER Descrição Gravilhas e fragmentos de rocha não contendo substâncias perigosas Betão resíduos de construção e demolição Tijolos resíduos de construção e demolição Telhas e cerâmicas - resíduos de construção e demolição Misturas de betão, tijolos, ladrilhos, telhas e materiais cerâmicos não contendo substâncias perigosas Solos e rochas não contendo substâncias perigosas Terras e pedras (resíduos jardins e parques)
22 Aterro para Resíduos Inertes de Construção e Demolição em Pedreiras Aterro de resíduos inertes como proposta de recuperação ambiental e paisagística de pedreiras Vantagens Para o explorador, a nível económico, uma vez que é cobrada uma tarifa por deposição e, a nível técnico, porque dispõe de material de enchimento; Para os produtores/detentores de RCD s, uma vez que são obrigados à deposição destes resíduos em local licenciado, para além de estarem isentos da TGR prevista no art.º 58 do DL n.º 178/2006, de 5 Setembro. Para o ambiente: uma vez que permite a reposição da topografia e a integração paisagística da pedreira na sua envolvente; uma vez que as pedreiras recuperadas como aterro são alvo de um controlo ambiental mais exigente.
23 Aterro para Resíduos Inertes de Construção e Demolição em Pedreiras Licenciamento A entidade licenciadora é a Direcção Regional da Economia (DRE) art.º 34º do DL n.º 152/2002, de 23 de Maio mediante parecer vinculativo da CCDR
24 Aterro para Resíduos Inertes de Construção e Demolição em Pedreiras Licenciamento Isenção de Licenciamento: Deposição de solos e rochas não contendo substâncias perigosas provenientes de obras de escavação/construção, desde que contemplada no respectivo PARP Plano Ambiental de Recuperação Paisagística. A entidade competente para aprovação do PARP é a CCDR ou o ICNB Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade, quando a pedreira esteja situada em Área Classificada.
25 Aterro para Resíduos Inertes de Construção e Demolição em Pedreiras Licenciamento Instrução do Pedido de Licença: Certidão de aprovação da localização emitida pela câmara municipal, que ateste a compatibilidade da localização com o respectivo PDM ou, na falta deste plano, pela CCDR; Parecer favorável à localização, quanto à afectação dos recursos hídricos, emitido pela CCDR; Projecto de execução do aterro em articulação com o PARP; Plano de Gestão do Aterro; Plano de Monitorização Ambiental.
26 Aterro para Resíduos Inertes de Construção e Demolição em Pedreiras Licenciamento Requisitos Técnicos: Os aterros deverão ser concebidos por forma a obedecer às condições necessárias para evitar a poluição do ar, solo, águas subterrâneas e águas superficiais. Barreira de Segurança Passiva deve ser constituída por uma formação geológica de baixa permeabilidade e espessura adequada. Coeficiente de permeabilidade (K) = m/s Espessura = 1 m No caso da barreira geológica não oferecer naturalmente estas condições poderá a mesma ser complementada artificialmente e reforçada por outros meios. As barreiras artificiais não poderão ser de espessura inferior a 0,5 m.
27 Aterro para Resíduos Inertes de Construção e Demolição em Pedreiras Exploração A admissão de resíduos é sujeita a: Verificação da documentação relativa aos resíduos, nomeadamente das guias de acompanhamento; Inspecção visual à entrada dos resíduos e no local do depósito; Recolha de amostras representativas aos resíduos (sempre que necessário); Emissão, após a aceitação, de certificado de recepção, por cada remessa de resíduos admitida no aterro; Registo das quantidades e características dos resíduos depositados com todas as indicações, tais como a origem, o produtor e o responsável pelo transporte.
28 Aterro para Resíduos Inertes de Construção e Demolição em Pedreiras Exploração Controlo do registo das entradas e deposição dos resíduos; Monitorização das águas subterrâneas (em piezómetros); Monitorização das águas superficiais; Monitorização de assentamentos e do enchimento; Monitorização das descargas das bacias de decantação de águas de drenagem do aterro.
29 Aterros para Resíduos Inertes de Construção e Demolição em Pedreiras na Região Norte Licenciados: Pedreira Quinta do Moínho, em Vila Nova de Gaia. Gestor do aterro: Solusel Sociedade Lusitana de Obras e Empreitadas, Lda. Pedreira Aradeira, em Vila Pouca de Aguiar Gestor do aterro: Adifer, Lda. Aprovados, mas ainda não licenciados Pedreira Alto das Relvas, em Vila Real Gestor do aterro: Artebetão Betão e Rochas, S.A Pedreira Maninho, em Vila Nova de Gaia Gestor do aterro: Civopal, Lda.
30 Aterros para Resíduos Inertes de Construção e Demolição em Pedreiras na Região Norte Projectos em fase de apreciação Pedreira Tapada de Negrelos, em Vila Nova de Gaia Proponente: Benjor, Lda. Pedreira Pardelhas, em Fafe Proponente: Ângulo Recto, Lda Pedreira Monte Soeiro, em Braga Proponente: Domingos Silva Teixeira, S.A.
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