26 a 29 de novembro de 2013 Campus de Palmas
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- Sebastião Garrido Vieira
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1 RELAÇÃO ENTRE ASMA E O USO DE ANTICONCEPCIONAIS ORAIS Nome dos autores: Luisa Maria de Morais Holanda¹; Raquel Prudente de Carvalho Baldaçara²; 1 Aluno do Curso de medicina; Campus de Palmas; lui_sade_morais@hotmail.com PIVIC/UFT 2 Orientadora do Curso de Medicina; Campus de Palmas; rbaldassara@bol.com RESUMO A asma constitui-se em um processo heterogêneo caracterizado pela presença de inflamação, hiperresponsividade e obstrução reversível de vias aéreas. Estando diretamente relacionado com a interação gene - ambiente. Avaliar a relação entre o uso de anticoncepcionais e a função pulmonar em mulheres com asma. Trata-se de uma revisão bibliográfica que utilizou as bases de dados Pubmed e medline sendo utilizados os seguintes descritores: asma, estrogênio e progesterona, realizada entre janeiro e julho de De acordo com Macsali et al (2009) e Rea et al (2008) o uso de anticoncepcionais é considerado fator de risco para o desenvolvimento ou exacerbação das crises de asma. Porém a literatura é controversa, e outros autores como Haggert et al (2003), Tan et al (1997) e Chandler et al (1997) relatam que o estrogênio e a progesterona melhoram a capacidade pulmonar total, diminuem a exacerbação de sintomas de asma como tosse, sibilância e dispnéia. Na asma pré-menstrual, quando níveis de estrogênio estão baixos, ocorre o agravamento dos sintomas, diminuição da média da volume expiratório forçado no primeiro segundo. De acordo com Chambliss et al (2002) o estrógeno pode estimular o óxido nítrico sintetase desencadeando o mecanismo fisiopatológico da asma. Estudos realizados por Matsubara et al. (2008) demonstraram que o estrogênio é um fator importante na regulação da função das vias aéreas. Os resultados sugerem que o estrogênio reduz a hiperresponsibilidade brônquica. Dessa forma, é muito importante realizar novos estudos que avaliem especificamente o uso de anticoncepcionais e sua influencia na função pulmonar. Palavras-chave: Asma; estrogênio; progesterona.
2 INTRODUÇÃO A asma contitui-se em um processo heterogêneo com considerável variabilidade fenotípica. É caracterizada pela presença de inflamação, hiperresponsibilidade e obstrução reversível de vias aéreas. É considerada um problema de saúde pública pois afeta 21% da população brasileira (SOLE, 2001). O paradigma atual da patogenia da asma está diretamente relacionado à interação gene-ambiente. No envolvimento da produção de citocinas Th2, destaca-se a região 5q32, localizada no braço longo do cromossomo 5, onde localiza-se um cluster de genes que codificam citocinas de IL-4, IL-5, IL-13 e níveis de IgE³ Há participação de fatores de transcrição relacionados com o aumento da citocina Th2 e inibe a diferenciação Th1 (HOFER, 2002). Os linfócitos T são importantes células efetoras na asma, sendo considerada relevante a ativação de células Th2, principalmente, na asma relacionada à atopia. Entretanto, as respostas imunológicas com ativação de linfócitos Th1 podem ser responsáveis por alterações epiteliais de vias aéreas e ativação da musculatura lisa. Além disso, à medida que a doença se torna mais crônica, poderá ocorrer à ativação de linfócitos Th1 com aumento da expressão de TNF-alfa e IFN-gama. Na asma não atópica poderá ocorrer processo inflamatório neutrofílico. (MAGNAN, 2000) MATERIAL E MÉTODOS Trata-se de uma revisão bibliográfica que utilizou as bases de dados Pubmed e medline sendo utilizados os seguintes descritores: asma, estrogênio e progesterona, realizada entre janeiro e julho de RESULTADOS E DISCUSSÃO Por sua vez, há várias pesquisas que relacionam a influência de hormônios sexuais nas respostas imunológicas ( SALAM, 2006). Por exemplo, os receptores da progesterona estão presentes em grande quantidade na superfície de linfócitos, quando ocorre a ligação da progesterona com o seu receptor, há estimulação de liberação do Progesterone Induced Blocking Factor (PIBF) e este induz a expressão de citocinas padrão Th2 ( IL-4, IL-5, IL-6, IL-9, IL-10, IL-13) e ocorre a redução da citotoxidade de células Natural Killer (NK), fenômeno observado principalmente no endométrio gravídico. O estrógeno também possui um papel antiinflamatório bloqueando citocinas
3 padrão Th1, este diminui a produção de TNF- alfa, a expressão do TNF-gama e a atividade de células NK, dessa forma, há alteração do balanço Th1/Th2, predominando citocinas Th2 (BOUMAN, 2005). Os anticoncepcionais são amplamente utilizados nos últimos 50 anos. Recentemente, há evidências clínicas que os contraceptivos estão associados com alteração da função pulmonar. Alguns estudossugerem que os anticoncepcionais podem ser considerados fator de risco para o desenvolvimento ou exacerbação das crises de asma. (REAL,2008) No entanto, a associação entre asma e o uso de anticoncepcionais combinados (progestogênios e estrogênios) ainda não está esclarecida. A literatura é controversa, outros estudos relatam que estrogênio e progesterona melhoram a capacidade pulmonar total, diminuem a exacerbação de sintomas de asma como tosse, sibilância e dispnéia (HAGGETY, 2003). Na asma pré-mentrual, quando os níveis de estrogênio estão baixos, ocorre agravamento dos sintomas, diminuição da média do volume expiratório forçado no primeiro segundo. O estrógeno pode estimular a óxido nítrico sintetase desencadeando mecanismos fisiopatológicos da asma (CHAMBLISS, 2002). Recentemente, Matsubara (2008) demonstraram, através de um modelo animal com camundongos, que o hormônio feminino estrogênio é um fator importante na regulação da função das vias aéreas e inflamação. Cumulativamente, os resultados sugerem que o estrogênio endógeno diminui a hiperresponsibidade brônquica em camundongos fêmeas, este pode regular a ativação neuroquímica 1-dependente prejunctional de músculo liso das vias aéreas em camundongos expostos ao alérgeno. No entanto, extrapolar estes dados de cobaias para os seres humanos permanece controverso (LIM, 2008). Outro estudo verificou que mulheres que utilizam reposição hormonal com estrogênio apresentam maior risco de desenvolver asma no período pós menopausa (ROMIEL, 2005). Portanto, a relação entre o uso de hormônios sexuais com a resposta inflamatória das vias aéreas inferiores é observada em vários estudos. (BARR, 2004). Os mecanismos desta interação ainda permanecem obscuros, mas já sabemos que o estrógeno aparece com ações pró e anti-inflamatórias dependendo das condições do meio, do tipo celular e
4 da sua concentração (STRAUB, 2007). Dessa forma, é muito importante realizar novos estudos que avaliem especificamente o uso de anticoncepcionais e sua influencia na função pulmonar, na atividade inflamatória e na asma. LITERATURA CITADA 1. SOLE, D; YAMADA, E; VANA A,T. International Study of Asthma and Allergies in Childhood (ISAAC). J Investing Allergol Clin Immunol. 2001; 11 (2): HOFFER, T; NATHANSEN, H. GATA-3 transcriptional imprinting in Th2 Iymphocytes. Academy of Sciences of the United States of America Jul 9;99(14): MAGNAN, A.O; MELY, L.G. Assessment of the Th1/Th2 paradigm in whole blood in atopy and asthma. American journal of respiratory and critical care medicine. 2000mJun; 161(6): SALAM, M.T; WENTEN, M. Endogenous and exogenous sex steroid hormones and asthma and wheeze in young women. The Journal of allergy and clinical immunology May; 117(5) BOUMAN, A; HEINEMAN, M.J; FAASS, M.M. Sex hormones and the immune response in humans. Human reproduction update Jul-Aug; 11(4) REAL, F.G; SVANES, C. Hormonal factores and respiratory health in women a review. The clinical respiratory journal Oct; 2 Suppl 1: HAGGERTY, C.L; NESS, R.B. The impact of estrogen and progesterone on asthma. Ann Allergy Asthma Immunol Mar; 90(3):284-91; quiz 91-3, CHAMBLISS, K.L; SHAUL, P.W; Estrogen modulation of endothelial nitric oxide synthase. Endocrine reviews Oct;23(5): MATSUBARA, S; SWASEY, C.H. Estrogen determines sex differences in airway responsiveness after allergen exposure. American Journal of respiratory cell and molecular biology May;38(5): LIM, R.H; KOBZIK, L. Sexual tension in the airways: the puzzling duality of estrogen in asthma. American journal of respiratory cell and molecular biology May;38(5): ROMIEU, I; FABRE, A. Postmenopausal hormone therapy and asthma onset in the E3N cohort. Thorax, (4): BARR, R.G; WENTOWSKI, C.C; GRODSTEIN, F. Prospective study of postmenopausal hormone use and newly diagnosed asthma and chonic obstructive pulmonary disease. Archives of internal medicine Feb 23; 164(4):
5 13. STRAUB, R.H. The complex role of estrogens in inflammation. Endocrine reviews Aug; 28(5):
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