Noções de Administração: Administração Geral e Pública PF: Agente de Polícia Federal Professor: Amilton Küster Aulas 01 a 12

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1 Noções de Administração: Administração Geral e Pública PF: Agente de Polícia Federal Professor: Amilton Küster Prof. Amilton Küster Página 1 de 80

2 PLANO DE AULAS Aula Aula 01 Aula 02 Aula 03 Aula 04 Aula 05 Aula 06 Aula 07 Aula 08 Aula 09 Aula 10 Aula 11 Aula 12 Tema da aula Aula demonstrativa: (Breve apresentação do Professor; breve descrição da metodologia e didática da disciplina; Apresentação das estatísticas das últimas provas). Visão geral da administração. Teoria e questões de concursos CESPE. Abordagem Clássica da Administração: Taylor, Fayol e Ford (Fordismo). Teoria e questões de concursos CESPE. Abordagem Burocrática da Administração: Visão Weberiana, características e disfunções. Teoria e questões de concursos CESPE. Abordagem Sistêmica da Administração: As instituições, públicas e privadas, planejadas e organizadas como sistemas abertos; conceitos de entropia e de homeostase. Teoria e questões de concursos CESPE. Estágio da administração pública no Brasil em 1930: Abandono do modelo Patrimonialista e adoção do modelo Burocrático. Teoria e questões de concursos CESPE. Reformas administrativas na administração pública brasileira: Criação do DASP, Decreto Lei 200/67; Crise econômica de Teoria e questões de concursos CESPE. A nova gestão pública: Foco na eficácia; Decreto /85: Democratização, descentralização e desconcentração da ação administrativa. Teoria e questões de concursos CESPE. Princípios e sistemas de administração federal. Teoria e questões de concursos CESPE. Funções da administração: planejamento e organização. Teoria e questões de concursos CESPE. Funções da administração: direção e controle. Teoria e questões de concursos CESPE. Estrutura organizacional. Teoria e questões de concursos CESPE. Cultura organizacional. Ética no serviço público: comportamento profissional, atitudes no serviço, organização do trabalho, prioridade em serviço. Teoria e questões de concursos CESPE. Prof. Amilton Küster Página 2 de 80

3 Noções de Administração: Administração Geral e Pública Introdução Nas atividades: produtiva, de negócios e de prestação de serviços em geral (públicos ou privados), do esforço de associação surgiram pequenos empreendimentos bem organizados, desde a época dos assírios, babilônios, fenícios, egípcios, incas, maias, chineses e outros povos que marcaram a história da humanidade. Mas o estudo da administração como ciência social aplicada é relativamente recente. Surgiu com a consolidação das grandes indústrias, a partir da invenção da máquina a vapor, por James Watt, em 1776, na Inglaterra. O uso da máquina a vapor no processo de produção provocou um enorme surto de industrialização, que se estendeu rapidamente para toda a Europa e logo a seguir para os Estados Unidos da América. Esse acontecimento disparou um processo de contínuas e intensas mudanças econômicas, sociais e políticas na vida da humanidade nos últimos 238 anos. O sucesso das instituições (governamentais, industriais, não governamentais), passa a depender da capacidade dos administradores lerem essa realidade, rastrear mudanças e transformações, identificar oportunidades ao seu redor para responder pronta e adequadamente a elas de um lado, e identificar ameaças e dificuldades para neutralizá-las ou amortecê-las, de outro lado. À medida que a conjuntura econômica se retrai ou se expande que se alteram as necessidades dos clientes, consumidores ou usuários, que se alteram os hábitos e tendências do público, as instituições e as pessoas precisam modificar suas linhas de ação, renovar-se, ajustar-se, transformar-se e adaptar-se rapidamente. Prof. Amilton Küster Página 3 de 80

4 Aula 1. Conceitos básicos: administração, organização, eficiência, eficácia, efetividade. 1.1 Conceito de Administração A palavra ADMINISTRAÇÃO vem do latim, AD (junto de) e MINISTRATIO (prestação de serviço), e significa a ação de prestar serviço ou ajuda. ADMINISTRAÇÃO representa não somente o governo e a condução de uma instituição pública ou privada, mas também todas as atividades relacionadas com: PLANEJAMENTO ORGANIZAÇÃO DIREÇÃO e, CONTROLE A Administração compreende o conjunto de atividades organizadas (intelectuais, mecânicas ou braçais) desenvolvidas por uma pessoa ou por um grupo de pessoas (físicas ou jurídicas, públicas ou privadas), para obter e utilizar de forma eficiente, eficaz e efetiva, uma determinada quantidade de recursos (financeiros, tecnológicos, naturais) e talentos humanos, visando atingir objetivos econômicos e/ou sociais previamente estabelecidos. Se, nas instituições a Administração é condição indispensável, também no comando de cada país a necessidade de bons administradores é decisiva. Uma boa administração representa a solução da maior parte dos problemas que afligem um país. A tarefa da administração consiste em interpretar os objetivos propostos pela instituição e as necessidades de seus clientes ou usuários e estabelecer as maneiras de alcançá-las através da ação administrativa. 1.2 O que é administrar Administrar é obter resultados através do esforço coletivo orientado; os resultados dependem da integração (visão global da empresa ou instituição). Administrar é: fixar objetivos e motivar o pessoal para atingi-los; é imprescindível que os objetivos sejam fixados, pois embora teóricos, são as diretrizes, os indicadores para ações coerentes. Resultam infrutíferos, no entanto, quando não há motivação para alcançá-los. Administrar é saber interpretar tendências e estar sempre à frente dos acontecimentos, percebendo as transformações, antecipando-se aos fatos. Administrar é desenvolver Talentos Humanos para a expansão, que é o objetivo de qualquer atividade e depende das pessoas que a sustenta. Prof. Amilton Küster Página 4 de 80

5 Portanto, administrar também é educar. Como produto do trabalho educativo da Gerência participativa e inovadora, obteremos a cooperação espontânea da equipe. Em síntese: Administrar compreende planejar, obter, organizar, dirigir e controlar recursos, visando atingir determinados objetivos. Também encontramos muitas vezes o termo gestão, usado e interpretado como a ação de administrar. Gestão deriva do latim gestione e significa gerir, gerência, administração. O modelo de gestão adotado por uma instituição pública ou por uma instituição privada representa os princípios básicos que norteiam essa instituição e serve como referencial para orientar os gestores nos processos de planejamento, tomada de decisões e controle. Uma instituição, além de maximizar seus resultados precisa também: buscar melhoria contínua da sua produtividade, satisfazer os anseios, os desejos, as necessidades e as expectativas de seus clientes, praticar responsabilidade pública, desenvolver sua equipe de colaboradores, tudo sem correr o risco de se tornar inviável economicamente. 1.3 A importância da administração e do administrador Para que possamos conviver em harmonia e com segurança social, a sociedade está organizada em instituições públicas, comerciais, industriais, educacionais, religiosas, militares, políticas, esportivas, entre outras. Cada tarefa social ou econômica importante é desempenhada por grandes e pequenas organizações públicas ou privadas de produção e comercialização de bens econômicos, de prestação de serviços, de preservação ambiental, de cuidados com a saúde, de segurança social ou de bem estar em geral. No comando desse conjunto complexo estão administradores, preparados ou não, que precisam usar as teorias de administração para fazer funcionar cada uma dessas instituições. A Administração é considerada nos dias atuais como uma das principais chaves para a solução dos mais graves problemas que preocupam o mundo moderno. Os administradores decidem diretamente sobre assuntos importantes como disponibilidade de bens e serviços, qualidade do meio ambiente, avanços tecnológicos e determinam indiretamente aspectos na vida diária de todos nós. Ao decidir, um administrador é influenciado pelo meio cultural onde atua. Isso inclui os valores, crenças e atitudes que prevalecem naquele momento, na sociedade e na cultura regional, nacional e mundial, a história da instituição, a educação e a experiência do Administrador. Prof. Amilton Küster Página 5 de 80

6 1.4 O caráter interdisciplinar da administração A Administração depende e interage com diversas disciplinas (ou ciências); esse relacionamento é decorrente do uso que a administração faz de conceitos estudados em diversas ciências, tais como: Matemática - Através de cálculos, fórmulas, e outros conceitos matemáticos a Administração desenvolve estudos gerais principalmente nas áreas financeira e contábil. Além disso, muitos conceitos da Física e da Lógica, são usados juntamente com a matemática com o mesmo objetivo, e apoiam o administrador no seu processo de tomada de decisão. Sociologia - É a área do conhecimento que estuda o homem como um ser social e preocupa-se com as causas e os efeitos deste fator na convivência em sociedade. Esta ciência ajuda muito os estudos administrativos na área das Relações Humanas, onde a preocupação com o pessoal é fator decisivo da própria produção. Outras ciências também interagem com a Administração sob este mesmo enfoque, é o caso da Antropologia, Psicologia, Pedagogia e a História. Geografia - Através de conceitos de localização, ambientes, segmentação de mercado para marketing, sazonalidade gerada pelas colheitas agrícolas e pela variação do clima, e períodos de grandes e pequenas produções; a essa ciência somam-se ainda: Ecologia, Geologia e Estudos do clima. Direito - Ramo do saber que se baseia na busca da justiça igualitária, neutra, abrangente e duradoura. A Administração utiliza muitos conceitos da área do Direito, nas tomadas de decisão, e na elaboração de planos. Informática - Muitas soluções oferecidas pela Informática podem ser aplicadas nos processos de administração, principalmente na criação de aplicativos dos mais variados tipos e capacidades, e também na automação industrial que tem causado impactos importantes em todas as áreas sociais e econômicas. Como podemos observar as ideias de segmentos variados do conhecimento são utilizadas para a formulação de bases de apoio para uma administração próxima do ideal. 1.5 O conceito de eficiência, eficácia e efetividade. A administração tem como principais funções: Proporcionar eficiência às instituições públicas e privadas; Gerar eficácia nessas instituições. Ser efetiva quanto aos benefícios oferecidos aos usuários. A eficiência se refere aos meios: métodos, processos, regras e regulamentos. Prof. Amilton Küster Página 6 de 80

7 Refere-se a fazer bem feito no sentido mais amplo: aquilo que está sendo feito, considerando todos os aspectos e suas tendências, mas sem considerar se o que está sendo feito é realmente o que deveria ser feito. A eficiência está relacionada aos meios e à forma utilizada para atingir resultados, sem considerar se estes resultados são válidos ou não. A eficácia se refere aos fins: Atingir objetivos e metas. Alcançar os resultados propostos pela empresa. Refere-se a fazer aquilo que precisa ser feito para atingir resultados que sejam válidos para a organização, isto é, fazer a coisa certa ou correta. A eficácia não está diretamente ligada aos meios nem à forma, mas sim à capacidade de se atingir resultados válidos, isto é: o que precisa ser atingido. A efetividade se refere à mensuração (medição) da utilidade do produto ou serviço, considerando a sociedade como um todo e não apenas o usuário ou a instituição. 1.6 As instituições organização, estruturas e funcionamento. As instituições são organismos que vivem e palpitam; que crescem e se desenvolvem; e que precisam ser organizadas e estruturadas para funcionar cada vez melhor. Nas instituições públicas ou privadas, as pessoas, os equipamentos, todos os recursos são alocados e arranjados de acordo com as suas funções, de uma maneira lógica e racional. O papel da organização administrativa é alocar, arranjar, agrupar, reunir, dividir o trabalho, especializar, para que as atividades sejam executadas da melhor maneira possível. Assim, o objetivo da organização é agrupar as pessoas para que elas trabalhem melhor em conjunto e alcancem resultados previamente estabelecidos. A organização existe porque é impossível para uma só pessoa realizar todas as atividades em uma instituição. Daí a necessidade de organizar muitas pessoas executando atividades diferentes em conjunto, o que conduz a um novo problema: o da coordenação entre as pessoas. 1.7 Componentes da organização Uma organização contém os seguintes componentes: TAREFAS Determina a divisão do trabalho, gerando a especialização de atividades e de funções. Prof. Amilton Küster Página 7 de 80

8 PESSOAS Compreende o número de pessoas utilizadas na instituição e principalmente as habilidades, aptidões, interesses, experiências e o desempenho e o comportamento de cada pessoa. ÓRGÃOS - O trabalho e as pessoas são agrupadas em órgãos. Os órgãos são dispostos em níveis hierárquicos. A departamentalização é determinada de acordo com os critérios de melhor atendimento aos objetivos da organização. RELAÇÕES Compreende as relações entre as pessoas e o trabalho, o relacionamento entre uma pessoa com outras situadas em setores diferentes da instituição, o relacionamento informal entre os participantes em situações fora do trabalho, e todas as demais situações de interação humana. 1.8 Conceitos e funções das Empresas públicas e privadas. Empresa (pública ou privada) é um sistema integrado por pessoas, recursos econômicos, financeiros, materiais e tecnológicos que interage com a sociedade visando atender suas necessidades, anseios, desejos e expectativas, e é remunerada, direta ou indiretamente, para exercer essa interação. Uma empresa, além de maximizar seus resultados precisa: Buscar melhoria contínua no seu desempenho. Satisfazer os anseios, os desejos, as necessidades e as expectativas de seus clientes (usuários). Praticar responsabilidade pública. Desenvolver competências com sua equipe de colaboradores. 1.9 Origem da Administração moderna. A moderna administração começa no final do século XVIII. Esse evento, que trouxe rápidas e profundas mudanças econômicas, sociais e políticas, é conhecido como revolução industrial. A revolução Industrial teve inicio na Inglaterra, com a invenção da maquina a vapor por James Watt, em A aplicação da maquina a vapor no processo de produção provocou um enorme aceleração na industrialização, que se estendeu rapidamente a toda Europa e Estados Unidos. A revolução Industrial desenvolveu-se em duas fases distintas: a primeira fase de 1780 a É a revolução do carvão como principal fonte de energia, e do ferro como principal matéria-prima. A segunda fase de 1860 a É a revolução da eletricidade e derivados de petróleo como as novas fontes de energia, e do aço como a nova matéria prima. Prof. Amilton Küster Página 8 de 80

9 1.10 Funções Administrativas O processo de Administração compreende interpretar os objetivos propostos pela instituição e as necessidades de seus clientes ou usuários e estabelecer as maneiras de alcançá-las através de quatro funções administrativas. Planejamento: Planejamento é a função administrativa que estabelece os objetivos e as linhas de ação adequadas para alcançá-los. Organização: Organização é a função administrativa que agrupa as atividades necessárias para a instituição atingir seus objetivos. Direção: Direção é a função administrativa que conduz e coordena o pessoal na execução das atividades planejadas e organizadas. Controle: Controle é a função administrativa que verifica se o que está sendo executado obedece ao que está planejado e organizado, para identificar erros ou desvios, a fim de corrigi-los e evitar sua repetição. 2. Administração pública 2.1 Conceitos Administração pública é o conjunto das entidades que compõem o Estado, voltadas para a prestação de serviços públicos e o atendimento das necessidades do cidadão e da coletividade. É constituída pela administração direta e pela administração indireta, esta formada por autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e organizações sociais. É subdividida em poderes - Executivo, Judiciário e Legislativo - e em esferas - federal, estadual e municipal. A Administração pública direta é composta pelos órgãos internos da administração pública. A Administração pública indireta é constituída por outras pessoas jurídicas autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista e organizações sociais a quem é delegada uma competência privativa do Estado. Empresa pública pessoa jurídica de direito privado, de capital público, criada ou assumida pelo Estado para a prestação de serviço público ou para a exploração de atividades econômicas. Só pode ser criada ou extinta por lei. Autarquia pessoa jurídica de direito público de capacidade meramente administrativa, sem poder para legislar. Criada e extinta por lei, fica sujeita ao controle da administração direta e do Poder Legislativo. Fundação pessoa jurídica voltada para a realização de atividades sem fins lucrativos e de interesse coletivo tais como ensino, cultura, pesquisa científica e serviço social. Prof. Amilton Küster Página 9 de 80

10 As fundações de direito público são criadas e extintas por lei e estão sujeitas ao controle da administração direta e do Poder Legislativo. Sociedade de economia mista pessoa jurídica de direito privado, composta por capitais públicos e privados que só pode assumir a forma de sociedade anônima. Não está sujeita à falência, mas seus bens são penhoráveis, e a entidade que as institui responde subsidiariamente pelas suas obrigações. 2.2 Principais modelos de administração pública Administração patrimonialista Surgiu na Idade Média e predominou nas monarquias absolutistas do Século XV ao XVIII, confunde patrimônios públicos e privados e é típica dos Estados précapitalistas Quando o capitalismo e a democracia se tornaram dominantes no Século XIX, o mercado e a sociedade civil passaram a se distinguir do Estado, e a administração patrimonialista tornou-se inaceitável Administração burocrática Surge na segunda metade do século XIX como forma de combater a corrupção e o nepotismo patrimonialista. Seus princípios são: A profissionalização, A ideia de carreira, A hierarquia funcional, A impessoalidade, O formalismo. Na administração burocrática parte-se de uma desconfiança prévia nos administradores públicos e nos cidadãos Administração Pública Gerencial Surge na segunda metade do século XX, como resposta, de um lado, à expansão das funções econômicas e sociais do Estado e, de outro, ao desenvolvimento tecnológico e à globalização da economia; ambos deixaram à mostra os problemas associados à adoção do modelo anterior. Prof. Amilton Küster Página 10 de 80

11 A eficiência da administração pública - a necessidade de reduzir custos e aumentar a qualidade dos serviços, tendo o cidadão como beneficiário - torna-se então essencial. A reforma do aparelho do Estado passa a ser orientada predominantemente pelos valores da eficiência e qualidade na prestação de serviços públicos e pelo desenvolvimento de uma cultura gerencial nas organizações. 2.3 Governabilidade. Governabilidade é o poder do Estado para governar, dada sua legitimidade democrática e o apoio com que conta na sociedade civil. Ela decorre da imagem institucional favorável junto à sociedade e da confiança que os cidadãos e outras partes interessadas depositam em sua atuação. A governabilidade de uma organização está relacionada com a sua capacidade de assegurar condições sistêmicas e institucionais para que a organização exerça a sua missão. Envolve a intermediação e o equilíbrio de interesses. Está, portanto, relacionada com a atuação das diversas partes interessadas e com a capacidade, especialmente dos integrantes do sistema de liderança, de exercer a sua autoridade política de forma a garantir o alcance dos objetivos institucionais e o atendimento ao interesse público. Governança Pública É o sistema que assegura um governo estratégico das organizações públicas e o efetivo monitoramento da alta administração. A relação entre a coisa pública e a gestão se dá por meio de práticas de medição, tais como: auditorias independentes; unidades de avaliação; unidades de controle interno e externo; instrumentos fundamentais para o exercício do controle. A Governança Pública assegura as partes interessadas: equidade; transparência e responsabilidade pelos resultados; com obediência aos princípios constitucionais e às políticas de consequência. 3. Convergências e diferenças entre a gestão pública e a gestão privada. 3.1 Convergências Segundo Paludo 2010, ao compararmos as gestões públicas e privadas encontramos mais convergências do que diferenças. Prof. Amilton Küster Página 11 de 80

12 Ambas utilizam as funções administrativas: planejamento, organização, direção e controle. Utilizam também as funções comportamentais: Liderança, motivação e comunicação. Assemelham-se na utilização dos conceitos referentes à departamentalização e divisão do trabalho e ambas utilizam as funções orçamento, finanças, contabilidade e gestão de pessoas. As duas são influenciadas por fatores externos de caráter político, social, econômico e tecnológico Diferenças As instituições públicas têm como objetivo principal gerar bem estar à sociedade e as instituições privadas tem como objetivo principal o retorno econômico sobre os investimentos realizados. Os princípios do art. 37 da Constituição Federal (legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência) são obrigatórios na gestão pública, mas não se aplicam integralmente à gestão privada. Na gestão pública o usuário cidadão paga os serviços disponibilizados à sociedade através dos tributos mesmo quando não os utiliza; No relacionamento com as instituições privadas os clientes pagam apenas pelo bem ou serviço que compram ou utilizam. Normalmente os serviços públicos têm caráter monopolista; na iniciativa privada a livre concorrência gera opções de escolha. A gestão pública existe para servir aos interesses da sociedade; a gestão privada serve aos interesses dos acionistas e dirigentes, e em segundo plano, às expectativas da parcela de consumidores que pode pagar pelos seus produtos e serviços. A responsabilidade da gestão pública é ampla e irrestrita em relação à sociedade; a gestão privada está restrita à sua área de atuação. A gestão pública é complexa, interdependente, tem autonomia limitada pela legislação pertinente; a gestão privada é mais flexível e independente. A gestão pública precisa gerenciar conflitos e interesses sociais; a gestão privada tem foco apenas na solução de seus conflitos societários, estratégicos e operacionais. Prof. Amilton Küster Página 12 de 80

13 A gestão pública deve prestar contas à população como um todo; a gestão privada responde apenas aos acionistas e proprietários. A gestão pública possui poder legal extroverso (capacidade legal de gerar unilateralmente obrigações para os demais entes sociais) somente o Estado tem o poder de criar normas jurídicas, legais e administrativas que direcionam a ação e o comportamento dos demais membros da sociedade; A gestão privada tem apenas poderes de cunho econômico. A eficiência e a eficácia da gestão pública é avaliada e mensurada pelo cumprimento de sua missão e pelo atendimento qualificado das necessidades e demandas do cidadão e da sociedade; A gestão privada é avaliada pela eficiência e eficácia de sua gestão econômica. A gestão pública sofre grande influência dos blocos políticos vencedores de eleições, o que gera descontinuidade gerencial; a gestão privada é mais estável gerencialmente. Conclui-se que cada uma das gestões, pública e privada, tem particularidades gerenciais que impedem a migração de práticas gerenciais de uma para a outra sem uma adaptação criteriosa. Prof. Amilton Küster Página 13 de 80

14 Aula 2. Abordagens clássica da administração. 2. Abordagem clássica início do Século XX. 2.1 Princípios da abordagem clássica Desenvolvimento de uma ciência de Trabalho: uma investigação científica pode informar qual a capacidade total de um dia normal de trabalho de modo que: a) os chefes não possam se queixar da incapacidade de seus operários; b) estes saibam exatamente o que se espera que eles façam. Seleção e desenvolvimento científicos do empregado: para atingir o nível de remuneração prevista, o estudo de tempo determina que o operário ideal precisa preencher certos requisitos pela seleção. Combinação da ciência do Trabalho com a seleção do pessoal: os operários estão dispostos a aprender a fazer um bom trabalho, mas os velhos hábitos da administração resistem à inovação de método. Cooperação entre administração e empregados: somente uma constante cooperação possibilitará a observação e medida sistemática do trabalho, que permitirá a fixação de níveis de produção e de incentivos financeiros. Quanto mais dividido for o trabalho em uma organização, mais eficiente será a empresa. Quanto mais o agrupamento de tarefas em departamentos obedecer ao critério da semelhança de objetivos, mais eficiente será a empresa. Um pequeno número de subordinados para cada chefe e um alto grau de centralização das decisões, de forma que o controle possa ser forte e completo, tenderá a tornar as organizações eficientes. O objetivo da ação de organizar é voltado mais para as tarefas do que para os operários. Desta forma, ao organizar, o administrador não deve levar em consideração os problemas de ordem pessoal daqueles que vão ocupar a função. 2.2 Origem da abordagem clássica A administração no início do Século XX, conhecida como abordagem clássica, buscava soluções para duas consequências provocadas pela Revolução Industrial: a) Crescimento acelerado e desorganizado das empresas que passaram a exigir uma administração técnica capaz de substituir o empirismo e a improvisação; b) A busca de maior eficiência e produtividade das empresas, para enfrentar a concorrência e a competição no mercado. Dois Engenheiros se destacam nos estudos desses problemas: Prof. Amilton Küster Página 14 de 80

15 O Americano Frederick Taylor que propôs soluções para aumentar a eficiência da indústria através da racionalização do trabalho dos operários e o francês Henri Fayol que detalhou os princípios gerais da administração. Em 1911, Frederick Taylor ( ) publica o livro Princípios da administração cientifica, iniciando-se aí o estudo da Administração como Ciência. A proposta de Taylor era: O principal objetivo da administração deve ser o de assegurar o máximo de prosperidade ao patrão e, simultaneamente, o máximo de prosperidade ao empregado. Taylor propôs: a divisão do trabalho, a padronização dos tempos e dos movimentos dos operários, a máxima produção com o mínimo de custo através da seleção cientifica do trabalhador, do tempo padrão, da supervisão e da ênfase na eficiência. Taylor compara a organização a uma máquina e considera o salário como fundamental para a motivação dos funcionários; a organização é vista de forma fechada (desvinculada do mercado); a qualificação do funcionário nesse modelo é secundária em consequência da divisão de tarefas que são executadas de maneira repetitiva. 2.3 Fayol Estruturação organizacional Em 1916 Henri Fayol ( ), engenheiro francês publica o livro Administração Industrial e Geral, defendendo os princípios de administração, com base em sua experiência como alto executivo, focando a estrutura organizacional das empresas. Os cinco deveres dos gerentes segundo Fayol são ações de: Previsão, Organização, Comando, Coordenação e Controle. Fayol relacionou 14 princípios básicos para a administração alguns semelhantes à visão tayloriana: 1-Divisão do trabalho Especialização dos funcionários desde o topo da hierarquia até os operários da fábrica, favorecendo a eficiência da produção aumentando a produtividade. 2-Autoridade e responsabilidade Autoridade é o direito dos superiores darem ordens que teoricamente serão obedecidas. Responsabilidade é a contrapartida da autoridade. 3-Unidade de comando Um funcionário deve receber ordens de apenas um chefe, evitando contra-ordens. 4-Unidade de direção O controle único é possibilitado com a aplicação de um plano para grupo de atividades com os mesmos objetivos. Prof. Amilton Küster Página 15 de 80

16 5-Disciplina Necessidade de estabelecer regras de conduta e de trabalho válidas pra todos os funcionários. A ausência de disciplina gera o caos na organização. 6-Prevalência dos interesses gerais Os interesses gerais da organização devem prevalecer sobre os interesses individuais. 7-Remuneração Deve ser suficiente para garantir a satisfação dos funcionários e da própria organização. 8-Centralização As atividades vitais da organização e sua autoridade devem ser centralizadas. 9-Hierarquia Defesa incondicional da estrutura hierárquica, respeitando à risca uma linha de autoridade fixa. 10-Ordem Deve ser mantida em toda organização, preservando um lugar pra cada coisa e cada coisa em seu lugar. 11-Equidade A justiça deve prevalecer em toda organização, justificando a lealdade e a devoção de cada funcionário à empresa. 12-Estabilidade dos funcionários Uma rotatividade alta tem consequências negativas sobre desempenho da empresa e o moral dos funcionários. 13-Iniciativa É entendida como a capacidade de desenvolver, sugerir e executar novas propostas 14-Espírito de corpo O trabalho deve ser conjunto, facilitado pela comunicação dentro da equipe. Os integrantes de um mesmo grupo precisam ter consciência de classe, para que defendam seus propósitos. Fayol propõe: a obsessão pelo comando, a empresa como sistema fechado e a manipulação dos trabalhadores, de forma semelhante às propostas de Taylor. Taylor estudava a empresa a partir das atividades de produção (Visão mecanicista). Fayol estudava a empresa com foco nos processos de organização (Visão Normativista). O foco de Taylor era a adoção de métodos racionais e padronizados e máxima divisão de tarefas. O foco de Fayol era a estrutura formal da empresa e a adoção de princípios administrativos pelos altos escalões. As normas rígidas e o controle inflexível elevaram enormemente o desempenho das indústrias que adotaram as propostas de Taylor e Fayol, mas ao mesmo tempo elas geraram insatisfação e estresse entre os trabalhadores. 2.4 Fordismo Henry Ford ( ) foi o empresário que obteve mais sucesso aplicando as ideias de Taylor e Fayol. Ele implantou a linha de montagem: As etapas de fabricação foram distribuídas ao longo de uma esteira rolante e cada operário adicionava ao Prof. Amilton Küster Página 16 de 80

17 produto um componente padronizado. A ideia era evitar hesitações e perdas de tempo. Ford aplicou em níveis altíssimos os dois princípios básicos da produção em massa: Padronização e Especialização; Funções segmentadas com conteúdo técnico praticamente nulo, de uma maneira permanente e rotineira. Dessa forma Ford criou o trabalhador substituível e intercambiável. Mas pagava salários relativamente elevados e crescentes, incorporando ganhos de produtividade para compensar o tipo de processo de trabalho utilizado. A especialização do trabalho gerou mais eficiência e diminuiu custos de produção. Programando tarefas simples e repetitivas que exigiam pouca experiência e conhecimento do executor, reduziram-se os períodos de aprendizagem, facilitando substituições de operadores, permitindo melhorias de incentivos no trabalho e gerando aumento da produtividade. Em 1913, Henry Ford, implantou na Ford Motor Company as esteiras rolantes - sistema mecânico com base no movimento contínuo de circulação de peças. A partir desta data o trabalhador não precisava sair de seu lugar para pegar peças ou ferramentas. Elas vinham em sua direção. Não havia movimentos supérfluos.. O trabalhador passou a ser a continuação da máquina e seu trabalho desqualificou-se. O modelo fordista era, portanto, caracterizado pela racionalização da produção com intensificação do trabalho, Princípios estes já desenvolvidos por Taylor. Desta forma, ao colocar o trabalhador fixo na linha de montagem, Ford obteve aumento da produtividade. Outra característica do modelo de Ford, subtraído da teoria taylorista, era a preocupação com paradas que ocasionalmente poderiam acontecer na linha de montagem. Na linha de produção fordista, as máquinas supriam todas as necessidades e o sistema de esteiras mantinha a produção em ritmo constante, o que aumentava os movimentos mecanizados dos operários. O fordismo procurava, assim, extrair durante a jornada de trabalho a maior carga possível do sobretrabalho, subtraindo qualquer encargo improdutivo e aumentando a taxa de exploração da mão-de-obra. Sob o ponto de vista da remuneração, ocorreram melhorias. A Ford "assegurou, entre outros benefícios sociais, uma legislação social referente ao salário mínimo; a generalização das convenções coletivas de trabalho, um sistema de previdência social desenvolvido, que permitiu aos assalariados continuar como consumidores até no caso de estarem impedidos de se integrar à produção por motivos de doença, velhice, aposentadoria". Prof. Amilton Küster Página 17 de 80

18 Os trabalhadores mantiveram estas conquistas em troca de atitude cooperativa com a linha de produção fordista e empenho na busca da produtividade. Como política de salário, Ford incorporou os ganhos de produtividade aos salários relativamente elevados, compensatórios ao aumento da carga de trabalho. Entretanto, na verdade, ela se restringia a certos setores, onde fosse possível compatibilizar investimentos em tecnologia de produção em série, com elevado consumo da produção em massa. Os trabalhadores eram controlados também fora do ambiente da fábrica. Com a ajuda de profissionais com formação em áreas sociais, promoveu-se a socialização controlada e disciplinada da vida privada com a criação de vilas operárias ao redor da fábrica, clubes e visitas periódicas aos trabalhadores e suas famílias. O fordismo é o grande paradigma pelo qual a indústria e o processo de trabalho reafirmaram sua hegemonia junto ao capital, cujos elementos constitutivos básicos eram dados pela produção em massa, através da linha de montagem e de produtos mais homogêneos: através do controle dos tempos e movimentos pelo cronômetro fordista e produção em série taylorista; pela existência de trabalho parcelar e pela fragmentação das funções; pela separação entre elaboração e execução no processo de trabalho; pela existência de unidades fabris concentradas e verticalizadas e pela constituição/consolidação do operário-massa, do trabalhador coletivo fabril, entre outras dimensões. O fordismo como o processo de trabalho, junto com o taylorismo, predominou na grande indústria capitalista ao longo do Século XX Prof. Amilton Küster Página 18 de 80

19 Aula 3. A abordagem burocrática A administração burocrática é uma forma racional e eficiente de organização, baseada na lógica, na ordem e na autoridade legítima. Foi estrutura pelo intelectual alemão Max Weber ( ). Segundo essa teoria, um homem pode ser pago para agir e se comportar de maneira preestabelecida, a qual lhe deve ser explicada sem que suas emoções interfiram no seu desempenho. É uma estrutura administrativa que foi proposta para organizar o crescente tamanho e complexidade das instituições, públicas e privadas. Surgiu no final do século XIX, na época do Estado liberal, como forma de combate a corrupção e ao nepotismo patrimonialista. Seus princípios são: A profissionalização, A ideia de carreira, A hierarquia funcional, A impessoalidade, O formalismo. Na administração burocrática parte-se de uma desconfiança prévia aos administradores públicos e aos cidadãos. Por isso, são sempre necessários controles rígidos dos processos: na admissão de pessoal, nas compras e no atendimento a demandas. Por outro lado, o controle - a garantia do poder do Estado - transforma-se na própria razão de ser do funcionário. Com o passar do tempo a administração burocrática levou o Estado a voltar-se para si mesmo, perdendo a noção de sua missão básica, que é servir à sociedade. A qualidade fundamental da administração pública burocrática é a efetividade no controle dos abusos; Seus defeitos são: a ineficiência, a autossuficiência, a incapacidade de voltar-se para o serviço aos cidadãos vistos como clientes. Esses defeitos não eram graves na época do surgimento da administração pública burocrática porque os serviços do Estado eram muito reduzidos. O Estado limitava-se a manter a ordem e administrar a justiça, a garantir os contratos e a propriedade. 3.1 Características da Administração Burocrática Segundo Weber, a burocracia tem as seguintes características principais: a) Caráter legal: As normas e regulamentos têm força de lei, prevalecendo sobre situações particulares. b) Caráter formal das comunicações: Todas as normas e regulamentos devem ser escritos. Vale sempre o que está escrito. Prof. Amilton Küster Página 19 de 80

20 c) Caráter racional e divisão do trabalho: Determinação precisa das responsabilidades específicas de cada funcionário. d) Impessoalidade nas relações: Os cargos ocupados são mais importantes que as relações de amizade no trabalho. e) Hierarquia de autoridade: É a essência da burocracia. Cada ocupante de um cargo tem apenas um chefe, o que gera o formato de pirâmide na estrutura hierárquica. f) Rotinas e procedimentos estandardizados (padronizados): Todas as atividades são claramente definidas e executadas sempre da mesma maneira e não variam de unidade para unidade operacional ou administrativa. g) Competência técnica e meritocracia: A escolha do ocupante de um cargo é sempre fundamentada na sua qualificação profissional, comprovada em concursos, provas e testes. h) Especialização da administração que é separada da propriedade: Os diretores e gerentes são profissionais especializados e não são necessariamente os sócios investidores e proprietários da instituição. i) Profissionalização dos participantes: Os funcionários também são profissionais especializados, são remunerados pelo seu trabalho, tem atribuições e responsabilidades claramente definidas. j) Completa previsibilidade do funcionamento: Todas as atividades têm local, data, hora e forma definida e inflexível de execução. 3.2 Distorções da Burocracia No Brasil e no mundo a burocracia virou sinônimo de lentidão e fonte de corrupção. Isso acontece porque as ideias de Max Weber se desviaram dos objetivos originais e em alguns casos foram radicalizadas ao serem executadas. As distorções mais comuns são as seguintes: a) Despersonalização: Ocupantes de cargos cometem injustiças amparadas pela força da hierarquia. b) Internalização das diretrizes: As normas, mesmo quando ultrapassadas, são utilizadas e o processo passa a ser mais importante que o objetivo. c) Uso do poder no processo decisório: A decisão passa a ser prerrogativa apenas do cargo mais alto na hierarquia. d) Excesso de regras e documentos: Há uma quantidade muito grande de normas e instruções, todas escritas, e conflitantes entre si. Prof. Amilton Küster Página 20 de 80

21 e) Ostentação da autoridade e do poder: Os cargos mais elevados têm privilégios: espaços especiais (salas confortáveis, uniformes e refeições diferenciadas, entre outros). f) Aceitação passiva das normas e regulamentos para se manter na estrutura e conservar o emprego. g) Colocar o cargo acima do cliente: Os clientes passam a ser um incômodo em relação às regras, regulamentos e rotinas burocráticas. h) Resistência às mudanças: Há uma tendência ao imobilismo e ao conservadorismo para manter a zona de conforto gerada pelas normas e regulamentos. Prof. Amilton Küster Página 21 de 80

22 Aula 4. Abordagem Sistêmica da Administração - Década de 1960 Um sistema se define como um complexo de elementos em interação de natureza ordenada e não fortuita. Segundo a abordagem sistêmica as instituições são definidas como sistemas sociotécnicos estruturados. Um sistema sociotécnico abrange: O subsistema social que compreende as relações sociais (formais e informais). O subsistema Técnico ou tecnológico utilizado. O subsistema estrutural que compreende a divisão do trabalho na instituição. Nessa abordagem as organizações são consideradas como sistemas abertos, relacionados com outros sistemas, com os quais trocam informações. Nas teorias anteriores da Administração, a organização era considerada independente, sem referência ao ambiente externo. As atenções estavam concentravam-se nas operações internas da organização, adotando-se para isso, enfoques racionalistas. 4.1 Conceito de Entropia A entropia, um conceito da termodinâmica, refere-se à tendência que todos os sistemas fechados apresentam de passar a um estado caótico ou aleatório, em que não há mais potencial para a transformação de energia ou trabalho. Assim, a organização como sistema fechado tende a aumentar a entropia com o passar do tempo, caminhando para a desordem e consequente declínio. Considerando a perspectiva de sistema aberto, podemos dizer que um sistema consiste em quatro elementos básicos: a) Objetivos: são partes ou elementos do conjunto. Dependendo da natureza do sistema, os objetivos podem ser físicos ou abstratos. b) Atributos: são qualidades ou propriedades do sistema e de seus objetos. c) Relações de interdependência: um sistema deve possuir relações internas com seus objetos. Essa é uma qualidade definidora crucial dos sistemas. Uma relação entre objetos implica um efeito mútuo ou interdependência. d) Meio ambiente: os sistemas não existem no vácuo; são afetados pelo seu meio circundante. Na abordagem sistêmica empresas e instituições passam a ser consideradas sistemas dinâmicos, em constante adaptação e mudança, buscando o equilíbrio ou homeostase. Prof. Amilton Küster Página 22 de 80

23 4.2 Homeostase O funcionamento autônomo do sistema e seu impulso para realizar certos movimentos representa o princípio da homeostase, que refere-se a uma tendência para o equilíbrio. A homeostase é um conceito sincrônico, isto é, refere-se à manutenção da constância durante um certo período de tempo. Como sistemas as instituições recebem insumos (inputs), analisa-os e libera-os como resultados (produtos/ serviços outputs). Em função desses produtos, o sistema é então retroalimentado (por feedback) segundo suas necessidades. Os mecanismos de feedback correspondem a respostas a uma perturbação externa. Partindo das saídas do sistema, o feedback remete às suas entradas, visando controlar o funcionamento do sistema, para manter um estado desejado ou orientá-lo para uma meta específica. Estabelece-se então um ciclo. Esquematicamente, podemos representar como na figura a seguir: A principal limitação dessa teoria é que, por derivar muito das ciências exatas, a abordagem trata a organização propondo a criação de um modelo. Mas as organizações são ainda mais complexas do que os sistemas físicos ou biológicos. A visão da empresa como sistema parece, às vezes, muito mecanizada, como se esta fosse uma máquina. Na Abordagem Sistêmica há uma forte tendência em se enfatizar as funções (ou conjunto de atividades) exercidas pelos indivíduos nos subsistemas. Esse indivíduo é o chamado Homem Organizacional, sobre o qual deve se dirigir às metas organizacionais. Alguns elementos dos sistemas são: 1- Diretrizes, objetivos, planos, projetos, metas; 2- Entrada (input), saída (output), processamento, meio externo, variáveis endógenas, interface, ambiente externo, variáveis exógenas; Prof. Amilton Küster Página 23 de 80

24 3- Laços positivos (amplificadores) e laços negativos (estabilizadores); 4- Sensor, medidor, controle, correção, retroação, homeostase, ruído, entropia. 4.3 Princípios da dinâmica de um sistema 1- Todas as partes de um sistema são relacionadas. Assim, uma alteração numa das partes do sistema causa necessariamente uma mudança em todas as demais. Isso significa que a concretização dos objetivos requer uma integração do sistema como um todo. 2- Face à grande complexidade que existe no relacionamento entre as variáveis do sistema e em razão dos muitos laços que interligam os subsistemas, os efeitos das mudanças que incidem sobre o modelo são muito importantes e devem ser analisados pela construção e validação de um modelo. 3- Quanto mais rápida a informação e quanto menor o número de estágios de um sistema, menores serão as oscilações produzidas por uma perturbação, e mais rápida será a volta ao equilíbrio. Prof. Amilton Küster Página 24 de 80

25 Aula 5. Estágio da administração pública no Brasil em 1930: Abandono do modelo Patrimonialista e adoção do modelo Burocrático. No final do século XIX o Estado brasileiro, uma monarquia até 1889, se caracterizava como patrimonialista liberal clássico, em razão da sua pouca participação na economia e na ordem social. Esse modelo foi mantido no regime republicano até Administração Patrimonialista Na administração patrimonialista o Estado funciona como uma extensão do poder do soberano ou do líder político, e os auxiliares diretos adquirem status de nobreza ou elite dirigente. As regras da administração pública acontecem em razão da vontade do dirigente principal, aí englobada a vontade do Estado, não havendo preocupação com o bem estar social. Por isso a corrupção e o nepotismo são comuns a esse tipo de administração. Quando o capitalismo e a democracia se tornaram dominantes, o mercado e a sociedade civil passaram a se distinguir do Estado, e a administração patrimonialista tornou-se inaceitável. Características da Administração Patrimonialista A administração é do Estado, mas não é Pública, não visa ao interesse público. Predomínio de práticas patrimonialistas e clientelistas. Nepotismo: trinômio status-parentesco-favoritismo. O Estado é propriedade do rei ou do ditador. Os cargos públicos são propriedade da nobreza ou da elite. A cultura patrimonialista já não existe no Brasil, embora persista como prática em alguns setores e regiões específicas. São formas atuais do patrimonialismo: o clientelismo e o fisiologismo, que continuam a existir no país, embora condenados O Estado brasileiro passou por uma profunda transformação com o início do processo de industrialização na década de 1930, aparecendo então o Estado intervencionista que passou a direcionar e fomentar o crescimento econômico O modelo burocrático no Brasil. Para viabilizar a intervenção e controle, a partir da Constituição de 1934 até o final dos anos 1960, predominou um modelo clássico de administração pública burocrática, que incorporou de forma intensa a racionalidade em suas organizações burocráticas, através da criação de um conjunto de novas normas e legislações. Prof. Amilton Küster Página 25 de 80

26 Questões de concursos Ministério das Comunicações/CESPE Administrador 11/2008. Desde o governo de Getúlio Vargas, diversas modificações ocorreram nas dimensões estruturais e culturais da máquina administrativa brasileira. Acerca dessas modificações e da administração pública brasileira, julgue os itens a seguir: 1. Uma das primeiras reformas empreendidas pelo governo de Vargas visando à racionalização da administração pública foi a criação das primeiras carreiras administrativas. 2. A implantação da administração pública burocrática é uma consequência da emergência de um capitalismo moderno no Brasil da época. 3. O Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP) foi criado com o objetivo de realizar a modernização administrativa no âmbito da administração pública. 4. Nos primórdios, a Administração Pública sofreu influência da teoria comportamental da administração. 5. No período inicial, foi instituída a função orçamentária como atividade formal, desvinculada, contudo, do planejamento. 6. No que tange à administração de recursos humanos, foram valorizados instrumentos importantes como o instituto do concurso público e do treinamento; deste modo, foi adotada consistentemente uma política de recursos humanos que respondia às necessidades do Estado. 7. A administração pública burocrática se instalou no Brasil visando a acabar com o patrimonialismo vigente.. 8. O Decreto Lei nº 200/1967 surgiu no bojo de uma reforma que tentou aprimorar o modelo burocrático vigente na administração pública. 9. O Programa Nacional de Desburocratização (PRDN) buscou revitalizar e agilizar as organizações do Estado. Suas ações foram voltadas para simplificação das práticas administrativas e para maior estatização, consolidando assim os esforços estimulados pelo Decreto-Lei nº 200/ As ações rumo a uma administração pública gerencial foram aceleradas com a transição democrática de 1985 e consolidadas com a promulgação da Constituição Federal de CESPE. Agente PF Questão 62 A criação do Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP), que propiciou a efetiva implantação do modelo denominado administração pública gerencial, ocorreu no governo do presidente Juscelino Kubitschek. Gabarito 1.C; 2. C; 3:C; 4: E; 5:E; 6:E; 7:C; 8: C; 9: E; 10:E; 11:E. Prof. Amilton Küster Página 26 de 80

27 Aula 6. Reformas administrativas na administração pública brasileira: Criação do DASP. Decreto Lei 200/67; Crise econômica de Reformas administrativas. A primeira grande reforma administrativa no Brasil ocorreu com a introdução dos princípios da administração burocrática clássica através da criação em 1936 do Conselho Federal do Serviço Público Civil, que em 1938, foi substituído pelo DASP - Departamento Administrativo do Serviço Público. Na época a administração pública sofreu a influência da teoria da administração científica de Taylor, tendendo à racionalização mediante a simplificação, padronização e aquisição racional de materiais, revisão de estruturas e aplicação de métodos na definição de procedimentos. Nessa reforma foi instituída a função orçamentária como atividade formal e permanente vinculada ao planejamento. Na administração dos recursos humanos, o DASP representou a tentativa de formação da burocracia nos moldes weberianos, baseada no princípio do mérito profissional. Embora tenham sido valorizados o concurso público e o treinamento, não se chegou a adotar consistentemente uma política de recursos humanos que respondesse às necessidades do Estado. O patrimonialismo (contra o qual a administração pública burocrática se instalara), embora em processo de transformação, mantinha ainda sua própria força no quadro político brasileiro. O coronelismo dava lugar ao clientelismo e ao fisiologismo. O esgotamento do modelo burocrático no Brasil A primeira tentativa de reforma da burocracia implantada na administração pública brasileira desde a década de 1930 aconteceu através do Decreto-Lei 200 de 1967 que documenta o esgotamento do modelo burocrático. A reforma iniciada pelo Decreto-Lei 200 foi uma tentativa de superação da rigidez burocrática e é considerada como um primeiro momento da administração gerencial no Brasil. O Decreto-Lei nº 200/67 dispõe sobre a organização da Administração Federal e estabelece diretrizes para a Reforma Administrativa. O Decreto-Lei 200/67 flexibilizou as relações de trabalho no setor público, permitindo a contratação de pessoal em regime celetista. Art. 6º do Decreto-Lei 200/67: As atividades da Administração Federal obedecerão aos seguintes princípios fundamentais: I - Planejamento. II - Coordenação. Prof. Amilton Küster Página 27 de 80

28 III - Descentralização. IV - Delegação de Competência. V - Controle. Art. 10. A execução das atividades da Administração Federal deverá ser amplamente descentralizada em três planos principais: a) dentro dos quadros da Administração Federal, distinguindo-se claramente o nível de direção do de execução; b) da Administração Federal para a das unidades federadas, quando estejam devidamente aparelhadas e mediante convênio; c) da Administração Federal para a órbita privada, mediante contratos ou concessões. Toda a ênfase foi dada à descentralização mediante a autonomia da administração indireta, a partir do pressuposto da rigidez da administração direta e da maior eficiência da administração descentralizada. O decreto-lei promoveu a transferência das atividades de produção de bens e serviços para autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista, consagrando e racionalizando uma situação que já se delineava na prática. A crise econômica de 1970 Na década de 1970 o mundo e o Brasil passaram por sucessivas crises e dificuldades econômicas, o que exigiu uma busca de economicidade nos processos de modernização administrativa, colocando em questionamento a forma tradicional de organização e gestão governamental a partir do esgotamento do modelo burocrático de administração pública vigente (PIMENTA, 1998, MARINI, 2002). Aula 7: A nova gestão pública: Foco na eficácia; Decreto /85. A nova gestão pública O Decreto /85 é importante na busca de um novo modelo de gestão pública preocupado em estabelecer no país a participação da sociedade na vida política. O Decreto /85 estabeleceu: a) Restauração da cidadania; b) Democratização da ação administrativa em todos os níveis através da redução do formalismo e dos mecanismos de controle. Controle do Poder Executivo pelo Poder Legislativo e pela sociedade, e a articulação e proposição de novas modalidades organizacionais, de decisão, controle e execução. c) Descentralização e desconcentração da ação administrativa; Prof. Amilton Küster Página 28 de 80

29 Conceito de descentralização: A descentralização no setor público pressupõe a existência de uma instituição, distinta do estado, investida de poderes de administração para executar uma atividade pública ou de utilidade pública. As formas de descentralização são: Concessão: é a delegação da prestação de serviço público mediante concorrência. Exemplos: rodovias, telecomunicações, energia. Permissão: é a delegação por ato administrativo, com delegação precária do serviço público e ocorre por contrato de adesão: Exemplos: transporte público, fornecimento de gás, serviços funerários, táxi. Autorização: É um ato administrativo que outorga a alguém o direito de realizar certa atividade: Exemplo: licença para transporte de escolares. Conceito de desconcentração: A desconcentração tem como fundamento a abertura de novas unidades de atendimento para que o serviço oferecido esteja mais próximo do usuário cidadão. Na desconcentração a administração central executa o planejamento, a supervisão a coordenação e o controle das atividades e estabelece critérios, normas, programas e princípios que devem ser praticados pelas unidades desconcentradas. d) Revitalização do serviço público e valorização do servidor público; e) Melhoria dos padrões de desempenho, principalmente no que diz respeito à utilização de recursos. Observa-se dessa forma a tentativa do governo em diminuir os gastos com pessoal; buscar a privatização de instituições governamentais, o desenvolvimento da automação com o uso de tecnologias na concepção e distribuição do serviço público, e o desenvolvimento de uma agenda pregando novas formas de gerenciamento e cooperação intergovernamental. Em 1988 passa a vigorar a nova constituição brasileira que trouxe, entre outras mudanças, a consagração do conjunto de reformas desencadeadas a partir de 1985 como, por exemplo, a perda da autonomia do poder Executivo para atuar na Administração Pública; descentralização de recursos orçamentários; isonomia salarial entre os poderes; regime jurídico único para todas as esferas de governo; e direito de livre associação sindical para servidores públicos civis. Se dava inicio assim à transformação para o modelo de administração pública gerencial. Outra variável importante que afeta diretamente o Estado e exige um reordenamento das políticas governamentais é o aumento da população e a mudança na estrutura demográfica, incluindo o envelhecimento populacional que acarreta um aumento na demanda por serviços sociais e públicos. Prof. Amilton Küster Página 29 de 80

30 Administração Pública Gerencial Concluímos então que a necessidade de mudanças no modelo de administração pública surge na segunda metade do século XX, como resposta, de um lado à expansão das funções econômicas e sociais do Estado e de outro, ao desenvolvimento tecnológico e à globalização da economia mundial, porque ambas expuseram os problemas associados ao modelo burocrático. A eficiência da administração pública - a necessidade de reduzir custos e aumentar a qualidade dos serviços, tendo o cidadão como beneficiário, torna-se então essencial. A reforma do aparelho do Estado passa a ser orientada predominantemente pelos valores da eficiência e qualidade na prestação de serviços públicos e pelo desenvolvimento de uma cultura gerencial nas organizações. A administração pública gerencial conserva alguns dos princípios fundamentais da burocracia, como a admissão segundo rígidos critérios de mérito, a existência de um sistema estruturado e universal de remuneração, os planos de carreiras, a avaliação constante de desempenho, o treinamento sistemático. A diferença está na forma de controle, que deixa de basear-se nos processos para concentrar-se nos resultados, e não na rigorosa profissionalização da administração pública, que continua um princípio fundamental. Na administração pública gerencial a estratégia volta-se: (1) para a definição precisa dos objetivos a atingir. (2) para a garantia de autonomia do administrador na gestão de pessoas,de recursos materiais e financeiros colocados à sua disposição para que possa atingir os objetivos contratados; e (3) para o controle ou cobrança após os resultados alcançados. Adicionalmente, pratica-se a competição administrada no interior do próprio Estado, pela possibilidade de estabelecer concorrência entre unidades internas. No plano da estrutura organizacional, a descentralização e a redução dos níveis hierárquicos tornam-se essenciais. A administração pública deve ser permeável à maior participação dos agentes privados e/ou das organizações da sociedade civil e deslocar a ênfase dos procedimentos (meios) para os resultados (fins). Conclui-se ainda que a partir de 1980 ocorre: A descentralização política, com a transferência de recursos e atribuições para os níveis gerenciais estaduais e municipais. Descentralização administrativa, através da delegação de autoridade para os administradores públicos regionais. Diminuição dos níveis hierárquicos no processo gerencial. Prof. Amilton Küster Página 30 de 80

31 O pressuposto da confiança limitada no lugar da desconfiança ilimitada. O controle por resultados, no lugar do controle rígido, passo a passo, dos processos administrativos, típicos do modelo Burocrático. A administração focada no atendimento das expectativas e necessidades do usuário do serviço público. O Terceiro Setor Com a adesão ao modelo da administração gerencial o Estado só atua onde o Poder Público se mostra indispensável. Mas há a necessidade de que suas funções sejam desempenhadas de outra forma ou por outras entidades e diante disso, abriu-se espaço para o surgimento das entidades paraestatais, integrantes do chamado terceiro setor. O Estado é o primeiro setor, e o mercado, é o segundo setor. O terceiro setor é constituído por pessoas exclusivamente privadas, sem fins lucrativos, que exercem atividades de interesse público, mas não exclusivas do Estado, recebendo fomento do Poder Público, e que não integram a Administração Pública em sentido formal. O terceiro setor é composto por entidades privadas da sociedade civil, responsáveis por exercer atividades de interesse social, por iniciativa privada, sem fins lucrativos. Por outro lado, a transferência de funções pela privatização instituída pelo Governo Federal tem como objetivo estratégico de reduzir o déficit público e sanear as finanças governamentais. Para isso o estado transferiu à iniciativa privada atividades que ele exercia, havendo a necessidade de instituir entidades reguladoras com a função principal de controlar, em toda a sua extensão, os serviços públicos e as atividades econômicas prestadas pelo terceiro setor. Agências Reguladoras: uma forma de gerenciamento do Estado. Seguindo uma tendência mundial, o Brasil adotou nos anos 1990, uma política econômica em que a máquina estatal era reduzida por não ser tão eficiente no desempenho das funções públicas quanto o setor privado. Mas o Estado não pode se ausentar inteiramente; é necessário que haja controle do Estado para se certificar de que o terceiro setor cumpre as funções delegadas e está desempenhando as atividades a contento. As agências reguladoras têm, portanto, a função de fazer o papel intervencionista do Estado brasileiro nas atividades em que ele deixou de atuar diretamente. Prof. Amilton Küster Página 31 de 80

32 Essa ação é decorrente tanto do abandono da sua postura de Estado-empresário, como do fim do Liberalismo Clássico, que foi quando se passou a ter ciência de que o País tem a necessidade de intervir no setor econômico a fim de regular as relações do mercado e suas possíveis disparidades. Logo, o fato do Estado ter deixado de atuar diretamente na exploração da atividade econômica não significa dizer que ele abandonou a sua atuação, mas sim que ele mudou o modo de realizá-la. Ao invés de assumir diretamente o exercício da atividade empresarial, ele passou a intervir ativamente nessas áreas, utilizando instrumentos de autoridade. As agências reguladoras são autarquias de alto grau de especialização técnica, integrantes da estrutura formal da Administração Pública, com a função de regularem setores específicos de atividade econômica ou um determinado serviço público, ou de intervir em relações jurídicas decorrentes dessas atividades, com a maior autonomia possível relativamente ao Poder Executivo e com imparcialidade perante as partes interessadas. A autonomia, possibilidade de aplicação de sanções e o exercício do poder de polícia, se dão em virtude das atividades desempenhadas por elas: aplicar de ofício o Direito, editar normas que possibilitem a implementação de políticas para o setor sobre a sua competência, fiscalizar a execução de atividades sob a sua competência e encontrar soluções para conflitos que se dêem entre os interessados na atividade que é objeto de regulação. Por fim, com o intuito de assegurar toda essa atividade das agências reguladoras, ganha destaque o Decreto nº 6.062, de 16 de março de 2007 que instituiu o Programa de Fortalecimento da Capacidade Institucional para Gestão em Regulação PRO-REG. Esse programa tem como principal fundamento traçar diretrizes para fortalecer a autonomia e a transparência dos serviços desempenhados por elas e contribuir para a melhoria de todo o sistema de regulatório, que vai desde a participação na prestação de contas até a regulação na qualidade de mercados. Conclusão do tema Sabendo-se que os controles a que estava sujeita a Administração Pública estavam gerando morosidade, baixa produtividade, desperdícios, ineficiência e que não se estava conseguindo alcançar o objetivo de atender com presteza os interesses e necessidades públicas, iniciou-se um período de descontentamento que levou a uma série e reformas na estrutura administrativa brasileira. Prof. Amilton Küster Página 32 de 80

33 Os impulsos dados em meados da década de 1960 em diante desencadearam em um modelo que buscava a aferição de resultados com a aplicação da autonomia dos entes administrativos e redução dos controles das atividades-meio Esse modelo ficou conhecido como gerencial e tem como postulado central o princípio da eficácia já que o seu objetivo é a busca de resultados. A reformulação na máquina estatal com o advento da nova estrutura da Administração Pública fez com que o Estado, antes explorador direto dos bens e serviços públicos, delegasse essas funções a setores mais eficientes. Entretanto o Estado não se ausentou da sua responsabilidade de garantidor social; com a delegação ele apenas mudou o seu prisma de atuação tendo agora uma postura intervencionista no sentido de regulamentar as atividades desempenhadas pelo terceiro setor. Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização. O Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização Gespública instituído pelo Decreto nº de 23/02/2005 é o resultado da evolução histórica de diversas iniciativas do Governo Federal para a promoção da gestão pública de excelência, visando a contribuir para a qualidade dos serviços públicos prestados ao cidadão e para o aumento da competitividade do País. O Programa surgiu em 1991, no contexto do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade - PBQP, com o propósito de melhorar a gestão das organizações públicas, tornando-as mais eficientes na administração dos recursos públicos, mais voltadas para o atendimento às demandas da sociedade do que para os seus processos burocráticos internos. Resultou na junção dos Programas PQSP e Desburocratização, passando a se chamar Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização GESPÚBLICA, cuja finalidade é de contribuir para a melhoria da qualidade dos serviços públicos prestados aos cidadãos e para o aumento da competitividade do país. É coordenado nacionalmente pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Missão do programa: Promover a excelência da gestão pública brasileira, mediante a avaliação continuada das práticas de gestão e dos resultados das organizações. Prof. Amilton Küster Página 33 de 80

34 Visão de futuro: Ser referência nacional em avaliação da gestão pública. Até 2015, a excelência em gestão pública deverá ser um valor conquistado e preservado pelas instituições públicas e requerido pelo cidadão. Estratégia: Mobilizar pessoas e organizações voluntárias para a atuarem como agentes transformadores da gestão pública brasileira. Iniciativas estratégias: Criar valor público para o cidadão Garantir fidelidade e conquistar novos usuários Construir organizações de alto desempenho Ter pessoas motivadas e comprometidas com o GESPÚBLICA Garantir a expansão do GESPÚBLICA. Diretrizes: 1. A adesão é a forma pela qual uma organização passa a integrar o GESPÚBLICA (PQSP). Uma organização pública somente será considerada adesa ao Programa após a validação de sua primeira auto avaliação e se manterá nessa condição enquanto proceder a auto avaliação em ciclos contínuos; 2. A avaliação da gestão, o reconhecimento e a premiação realizada pelo programa têm como único referencial o Modelo de Excelência em Gestão Pública, seus fundamentos e os critérios dele desdobrados; 3. A gestão e a execução das ações do Programa são feitas de forma descentralizada, por delegação a organizações parceiras e colaboradores voluntários; 4. Todas as pessoas e organizações que participam da Rede Nacional de Gestão Pública e da Coordenação Nacional do GESPÚBLICA (PQSP), de forma permanente ou temporária, estão submetidas ao Código de Ética do Programa; 5. As ações do Programa devem promover a valorização e o reconhecimento do servidor público, assim como, consolidar a consciência dos valores éticos inerentes ao serviço público. 6. Os produtos e serviços do GESPÚBLICA são produzidos com recursos públicos e ações voluntárias de pessoas e organizações e oferecidos gratuitamente aos órgãos e entidades públicos brasileiros. Por esse motivo é proibido, sob qualquer pretexto, a venda de tais produtos e serviços e a utilização do nome do programa para fins comerciais. Prof. Amilton Küster Página 34 de 80

35 7. Os usuários diretos do GESPÚBLICA são os governos e os órgãos e entidades públicos que integram a administração pública brasileira; 8. Os resultados diretos do GESPÚBLICA acontecem nos governos e nos órgãos e entidades públicos; 9. Os cidadãos e a sociedade são usuários diretos dos órgãos e entidades responsáveis por processos que se posicionam na ponta das cadeias que prestam serviços públicos; 10. A evidência do bom desempenho do GESPÚBLICA se dará pela demonstração da melhoria continua da qualidade do sistema de gestão e dos ganhos sociais de seus usuários. 11. Podem ser avaliados pelo GESPÚBLICA os órgãos e entidades públicas que têm sistema de gestão pleno, ou seja, que sejam passíveis de avaliação em todos os critérios e itens de avaliação preconizados pelo Programa. 12. Os órgãos e entidades públicas que se dispõem a implantar um ou mais produtos do GESPÚBLICA auto avaliação, desburocratização, cartas de serviço, pesquisa de satisfação de usuários e premiação são considerados participantes do programa; 13. As organizações públicas ou privadas e as pessoas, servidores públicos ou não, que, de alguma forma apoiam o GESPÚBLICA em sua missão de disseminação e assistência aos órgãos e entidades públicos são considerados voluntários e, por esse motivo, integrantes da Rede Nacional de Gestão Pública. 14. Todas as pessoas e organizações que atuam no GESPÚBLICA, de forma permanente ou temporária, estão submetidas ao Código de Ética do Programa e 15. A gestão e a execução das ações do GESPÚBLICA são feitas de forma descentralizada, mediante delegação a organizações e pessoas voluntárias. Orçamento orientado para resultados O orçamento por resultados propõe um contrato implícito entre o administrador público e a sociedade, e não apenas uma declaração de intenções de aplicação de recursos. Busca-se um rompimento com o modelo burocrático tradicional voltado para os processos e formalidades e nenhum compromisso com os fins. O orçamento orientado para resultados busca: Determinação dos resultados pretendidos e foco gerencial nesses resultados. Planejamento governamental como orientador das políticas públicas e dos resultados pretendidos. Garantia de recursos suficientes para a realização dos planos e projetos e a cobrança posterior dos gestores com base nos resultados por eles alcançados. Prof. Amilton Küster Página 35 de 80

36 Adoção de um novo modelo gerencial visando maximizar a eficiência, aliado a um sistema de incentivos vinculado aos resultados alcançados. Mudanças na metodologia de elaboração e de alocação de recursos orçamentários. Construção de indicadores que permitam avaliar os resultados. Obrigatoriedade de prestação de contas quanto à utilização dos recursos. Criação de sistemas de informações como base para a tomada de decisão, o monitoramento da execução, a avaliação e o registro dos resultados. Contrato de Gestão No contrato de gestão as instituições firmam compromisso para o alcance de objetivos e recebem um orçamento global para custear a realização das atividades. O contrato de gestão tem a duração mínima de um ano e estabelece objetivos e metas a atingir no período contratado e os indicadores que permitirão mensurar o desempenho na consecução dos compromissos pactuados no contrato. Normalmente é um compromisso entre o Poder Central e uma entidade pública de Administração direta ou indireta a ele subordinado e ou entre o Poder Público e uma organização social. O artigo 37, 8º da Constituição prevê esse tipo de contratação: A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: o prazo de duração do contrato; os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; a remuneração do pessoal. Em plano mundial os estudos disponíveis mostram que o modelo contratual sustenta e fortalece a efetividade e os níveis adequados de serviço e qualidade das agências governamentais e fortalecem ações de avaliação dos resultados. Os estudos identificam ainda uma mudança cultural nos servidores que passam a se preocupar mais com o desempenho e a efetividade. Conclusão do tema Sabendo-se que os controles na Administração Pública geram morosidade, baixa produtividade, desperdícios, ineficiência e que não se conseguia alcançar o objetivo de atender os interesses e necessidades públicas, iniciou-se uma série de reformas na estrutura administrativa brasileira. Prof. Amilton Küster Página 36 de 80

37 Os sinais dados a partir de 1967 desencadearam a adoção de um modelo que busca a aferição de resultados com a aplicação da autonomia dos entes administrativos e redução dos controles das atividades-meio Esse modelo é conhecido como gerencial e tem como postulado central o princípio da eficácia já que o seu objetivo é a busca de resultados. A reformulação na máquina estatal com o advento da nova estrutura da Administração Pública levou o Estado, antes explorador direto dos bens e serviços públicos, a delegar essas funções a setores mais eficientes. Entretanto o Estado não se ausentou da sua responsabilidade de garantidor social; com a delegação ele apenas mudou o seu prisma de atuação tendo agora uma postura intervencionista no sentido de regulamentar as atividades desempenhadas pelo terceiro setor. Prof. Amilton Küster Página 37 de 80

38 Aula 8: Princípios e sistemas de administração federal. Princípios da Administração Pública Princípios são proposições que contêm as diretrizes de determinada área, e pelas quais seu desenvolvimento deverá se orientar. O artigo 37 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 diz que a administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Princípio da legalidade. Legalidade significa estrita obediência à lei. Nenhum resultado poderá ser considerado bom e nenhuma gestão poderá ser reconhecida como de excelência à revelia da lei. A Administração Pública, através de suas autoridades e representantes, só pode realizar atos ou medidas que a lei ordena fazer. Resulta daí um sentido de garantia, certeza jurídica e limitação do poder contido nessa concepção do princípio da legalidade administrativa. Princípio da impessoalidade Impessoalidade significa tratar todos os cidadãos sem discriminações. O tratamento diferenciado restringe-se apenas aos casos previstos em lei. A cortesia, a rapidez no atendimento, a confiabilidade e o conforto são requisitos de um serviço público de qualidade e devem ser prestados a todos os cidadãosusuários indistintamente. Princípio da moralidade administrativa Moralidade: Exercer a gestão pública com base em um código de princípios morais de aceitação pública. Exemplo: em momento de crise financeira, numa época de redução de mordomias, num período de agravamento de problemas sociais, configura imoralidade efetuar gastos com aquisição de automóveis de luxo para servir autoridades, mesmo que tal aquisição revista-se de legalidade. A probidade, que deve caracterizar a conduta e os atos das autoridades e agentes públicos. A improbidade administrativa tem um sentido forte de conduta que lesa as instituições públicas, que resulta em enriquecimento ilícito ou proveito próprio ou de outros no exercício de mandato, cargo, função, emprego público. Prof. Amilton Küster Página 38 de 80

39 Princípio da publicidade Ser transparente, dar publicidade aos fatos e dados. Essa é uma forma eficaz de indução ao controle social. Para Celso Lafer "numa democracia a visibilidade e a publicidade do poder são ingredientes básicos que permitem um importante mecanismo de controle. A Constituição de 1988 alinha-se a essa tendência de publicidade ampla que deve reger as atividades da Administração, invertendo a regra do segredo e do oculto que predominava anteriormente. O princípio da publicidade vale para todos os setores e todos os sistemas da atividade administrativa. Um dos desdobramentos desse princípio encontra-se no inc. XXXIII do art. 5º, que reconhece a todos o direito de receber dos órgãos públicos informações do seu interesse particular ou de interesse coletivo ou geral. Princípio da eficiência Eficiência é fazer o que precisa ser feito com o máximo de qualidade ao menor custo possível. Não se trata de redução de custo, mas de buscar a melhor relação entre a qualidade do serviço público prestado e o correspondente gasto público exigido. O princípio da eficiência determina que a Administração deve atuar de forma rápida e precisa, para produzir resultados que satisfaçam as necessidades da população. Eficiência contrapõe-se a lentidão, ao descaso, à negligência, à omissão - características tradicionais da Administração Pública brasileira, com raras exceções. Outros princípios da Administração Pública Princípio da Indisponibilidade: O detentor da disponibilidade dos bens e direitos públicos é o estado, e não os seus servidores. Princípio da continuidade: Os serviços públicos não podem ser interrompidos porque atendem às necessidades da população. Princípio da finalidade: Os atos da administração pública devem atender ao interesse público. Principio da Razoabilidade: Não cabe à Administração Pública decidir de maneira irracional, fora dos padrões de normalidade da sociedade; Principio da Proporcionalidade: Art. 2o, único, VI da Lei 9.784/99: adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público; Prof. Amilton Küster Página 39 de 80

40 Principio da Motivação: A administração Pública tem que expor seus motivos; Além dos princípios acima temos os princípios listados no Decreto-Lei nº 200 de 1967: Princípio do planejamento, da coordenação, da descentralização, da delegação, do controle e do procedimento licitatório, entre outros. Planejamento: estudo e estabelecimento das diretrizes e metas que deverão orientar a ação governamental, por meio de um plano geral de governo, programas globais, setoriais e regionais de duração plurianual, do orçamento-programa anual e da programação financeira de desembolso; Coordenação: harmonizar todas as atividades da Administração submetendo-as ao que foi planejado e poupando desperdício. Na Administração Federal a coordenação é da competência da Casa Civil da Presidência da República. O objetivo é propiciar soluções integradas e em sincronia com a política geral e setorial do Governo; Descentralização: objetivo é descongestionar a Administração Federal por meio de: Desconcentração administrativa: repartição de função entre vários órgãos (despersonalizados) de uma mesma Administração sem quebrar a hierarquia; Delegação de execução de serviço: pode ser particular ou pessoa administrativa, mediante convênio ou consórcio; Execução indireta: mediante contratação de particulares; precedido de licitação, salvo nos casos de dispensa por impossibilidade de competição. Delegação de Competência: as autoridades da Administração transferem atribuições decisórias a seus subordinados, mediante ato próprio que indique a autoridade delegante, a delegada e o objeto da delegação. Tem caráter facultativo e transitório, apoiando-se em razões de oportunidade e conveniência e na capacidade do delegado. Só é delegável a competência para a prática de atos e decisões administrativas. Não pode ser delegado: Atos de natureza política (sanção e veto); Poder de tributar; Edição de atos de caráter normativo; Decisão de recursos administrativos; Matérias de competência exclusiva dos órgãos ou Autoridade. Sistemas de administração federal No sistema governamental brasileiro, há quatro espécies de Administração Pública: Administração Pública Federal: representada pela União, tem por finalidade o dever de administrar os interesses; Prof. Amilton Küster Página 40 de 80

41 Administração Pública do Distrito Federal: representada pelo Distrito Federal, tem por finalidade atender aos interesses da população ali residente, e de ser responsável pelo recebimento de representações diplomáticas ao Brasil quando em visita; Administração Pública Estadual: promove todas as iniciativas para satisfazer os interesses da população de seu limite territorial geográfico como estado membro; Administração Pública Municipal: zelar pelos interesses da população local dentro dos limites territoriais do município. Sistemas de suporte A Administração Pública Federal (APF) tem vários sistemas de suporte para o andamento e funcionamento das atividades fins dos órgãos e entidades, para a consecução de uma mesma finalidade. Sistemas do Poder Público Sistemas de suporte às atividades fins do Poder Executivo Federal: Sistema de Controle Interno SCI; Sistema de Planejamento e Orçamento SPO; Sistema de Administração dos Recursos de Informação e Informática do setor Público SISP; Sistema de Serviços Gerais SISG; Sistema de Pessoal Civil SIPEC; Sistema de Organização e Modernização Administrativa SOMAD; Sistema de Contabilidade Federal SICON. Diretrizes estratégicas incluídas na Constituição Federal. No artigo 3º da Constituição Federal de 1988, temos que os objetivos do Estado Brasileiro são: Construir uma sociedade livre, justa e solidária Garantir o desenvolvimento nacional Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais. Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. O artigo 3º é então a origem das diretrizes estratégicas da moderna administração pública no Brasil. Prof. Amilton Küster Página 41 de 80

42 Proposição das Diretrizes A organização e estruturação da gestão pública brasileira é uma das funções principais da Secretária de Gestão do Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão cabendo-lhe: Propor políticas e diretrizes para a gestão pública. Promover a cooperação federativa e internacional para a melhoria da gestão pública. Promover, fomentar e orientar a implantação de projetos e atividades de melhoria e inovação da gestão pública. Acompanhar e avaliar os sistemas de gestão pública dos órgãos e entidades do Governo Federal. Propor e orientar a organização da macro-estrutura do Governo Federal e a modelagem das estruturas dos seus órgãos e entidades e Propor e orientar o dimensionamento da força de trabalho dos órgãos e entidades integrantes da estrutura governamental. Diretrizes Estratégicas atuais da Gestão Pública: 1. Ênfase no papel orientador do Estado: formulação, coordenação, orientação, regulação e fiscalização, nas relações de parceria com agentes privados e sociais e na promoção do desenvolvimento nacional. 2. Descentralização Administrativa: para ampliar o alcance da ação estatal, fazendo-a chegar até os cidadãos. 3. Cooperação Federativa: fortalecer as relações entre as três esferas de governo para formulação e implementação de políticas públicas: planejamento, orçamento e gestão. 4. Parcerias com o terceiro setor 5. Participação e Controle Social 6. Profissionalização 7. Gestão por resultados O Artigo 18 da Constituição: Da Organização Político-Administrativa do Estado. Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. 1º - Brasília é a Capital Federal. 2º - Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar. 3º - Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar. Prof. Amilton Küster Página 42 de 80

43 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, farse-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei.(redação dada pela Emenda Constitucional nº 15, de 1996) Vide art ADCT O Artigo 25 da Constituição: Estados Federados Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição. 1º - São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição. 2º - Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 5, de 1995) 3º - Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum. O Artigo 29 da Constituição: Municípios Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado. O Artigo 37 da Constituição: Princípios Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as Prof. Amilton Küster Página 43 de 80

44 nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período; IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira; V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento;(redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical; VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão; IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público; O Artigo 43 da Constituição: Regiões Art. 43. (Das regiões): Para efeitos administrativos, a União poderá articular sua ação em um mesmo complexo geoeconômico e social, visando a seu desenvolvimento e à redução das desigualdades regionais. 1º - Lei complementar disporá sobre: I - as condições para integração de regiões em desenvolvimento; II - a composição dos organismos regionais que executarão, na forma da lei, os planos regionais, integrantes dos planos nacionais de desenvolvimento econômico e social, aprovados juntamente com estes. 2º - Os incentivos regionais compreenderão, além de outros, na forma da lei: I - igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens de custos e preços de responsabilidade do Poder Público; II - juros favorecidos para financiamento de atividades prioritárias; III - isenções, reduções ou diferimento temporário de tributos federais devidos por pessoas físicas ou jurídicas; IV - prioridade para o aproveitamento econômico e social dos rios e das massas de água represadas ou represáveis nas regiões de baixa renda, sujeitas a secas periódicas. Prof. Amilton Küster Página 44 de 80

45 3º - Nas áreas a que se refere o 2º, IV, a União incentivará a recuperação de terras áridas e cooperará com os pequenos e médios proprietários rurais para o estabelecimento, em suas glebas, de fontes de água e de pequena irrigação. A Reforma e Revitalização do Estado Os valores e as estratégias de gestão pública de cada país estão fortemente associados ao seu posicionamento geopolítico. Nessa realidade os atuais valores e estratégias de gestão pública em uso no Brasil são influenciados pelo chamado Consenso de Washington, realizado em 1989, quando foram estabelecidas as propostas de reformas, as quais passaram a ser implantadas e acompanhadas por instituições internacionais como o Fundo Monetário Internacional (FMI), O Banco Mundial e o Banco Interamericano (BID). Entre as estratégias que têm sido seguidas no Brasil estão: Controle do déficit fiscal. Cortes nos gastos públicos. Reforma tributária. Administração das taxas de juros. Administração da taxa de câmbio. Política comercial de abertura do mercado e liberação de importações. Liberdade para entrada de investimentos externos. Privatização das empresas estatais. Desregulamentação da economia. Garantia dos direitos de propriedade patrimonial, industrial e intelectual. A essência das reformas propostas no Consenso de Washington é o aumento da participação da iniciativa privada em várias áreas econômicas que tradicionalmente eram executadas pelo Estado. A partir desse direcionamento, o primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso ( ) incentivou a privatização da infra-estrutura do Brasil (telecomunicações, energia elétrica, navegação costeira, exploração petrolífera e ferro, indústria aeronáutica, entre outras), dando o primeiro passo para a grande reforma do Estado. A reforma do processo de gestão pública brasileira fundamenta-se na Lei Federal n 8987 de 13/02/1995, que estabelece as condições de concessão e permissão de serviços públicos em geral. Para consolidar a reforma e a revitalização da gestão pública brasileira foram estabelecidas as seguintes alterações constitucionais: A mudança do conceito de empresa nacional. A abertura da navegação de cabotagem (costeira) para navios estrangeiros. O fim do monopólio da Petrobrás em exploração e refino do petróleo. Prof. Amilton Küster Página 45 de 80

46 O fim dos monopólios estatais em telecomunicações, energia elétrica e gás canalizado. Essas reformas administrativas na Gestão Pública buscaram modernizar o país, diminuindo a centralização de atividades, a rigidez de procedimentos e padronizações que estavam impedindo a busca de melhorias em áreas importantíssimas para a modernização brasileira. A modernização do país na maioria de suas áreas econômicas, tecnológicas, sociais e culturais, passa a exigir do serviço público uma modernização de igual qualidade. E é nessa realidade que novos concursos estão sendo realizados, incluindo a seleção de pessoas que se disponham a enfrentar uma nova realidade na gestão pública, caracterizada pela busca da eficácia e da efetividade no desempenho de suas funções. Os princípios que devem direcionar a atuação dos servidores públicos frente à modernização da gestão pública brasileira, são os seguintes: Princípio da Subsidiariedade: A gestão pública precisa ser objetiva e descentralizada. Princípio da Flexibilidade: É necessário o emprego de estratégias éticas de negociação e a adaptação contínua do Estado às expectativas e aos interesses comuns e legítimos dos cidadãos que o constituem. Princípio da oportunidade de participação do cidadão: Esse princípio é a essência da democracia. Só a igualdade de oportunidades legitima a democracia. Princípio da Transparência no processo administrativo: A adoção irrestrita e permanente da transparência dos atos e procedimentos é a forma mais eficaz de combate à corrupção. Princípio da Modernização Tecnológica: A rapidez e a exatidão da informação são instrumentos indispensáveis para a gestão pública se tornar mais eficaz e efetiva, tanto na melhoria dos serviços prestados como no combate à corrupção. Princípio da Profissionalização: Este princípio também busca a melhoria dos serviços prestados e o combate à corrupção e envolve a seleção e admissão de servidores públicos comprometidos com o processo de modernização da gestão pública e a contrapartida representada por uma melhor remuneração e oportunidades de promoções fundamentadas no desempenho profissional. Princípio da Retroação ou auto-avaliação: A auto-avaliação propõe a busca individual da melhoria contínua a partir da auto-análise do desempenho e dos resultados alcançados a cada período. Prof. Amilton Küster Página 46 de 80

47 Aula 09: Funções da administração: planejamento e organização. 1. Planejamento 1.1 Conceitos Planejamento é a função da administração que estabelece os objetivos e as linhas de ação adequadas para alcançá-los. A noção mais simples de planejamento é a de não improvisação. Uma ação planejada é uma ação não improvisada. Planejar é escolher direções para se alcançar resultados desejados. Planejamento é a escolha consciente de cursos de ação, com base em objetivos, em fatos e na estimativa do que poderá ocorrer em cada alternativa disponível. 1.2 Conceito de Plano É o documento que resulta de um processo de planejamento. É o instrumento que detalha um processo de planejamento. O plano é um instrumento norteador das ações a serem desenvolvidas para a execução de um planejamento 1.3 Níveis de planejamento Os níveis de planejamento são os seguintes: Planejamento estratégico, Planejamento tático e Planejamento operacional. 1.4 Planejamento estratégico É um processo administrativo unificado e integrador, voltado para o estudo de alternativas e escolha de caminhos, de responsabilidade da alta administração, mas que gera reflexos em todos os níveis da instituição. 1.5 Palavras Chaves. Cenários Valores Missão Visão Análise SWOT (Oportunidades, Ameaças, Pontos fortes, Pontos fracos). Fatores Críticos de sucesso Objetivos e Metas Prof. Amilton Küster Página 47 de 80

48 Estratégias 1.6 Planejamento baseado em cenários Planejamento baseado em cenários é o exercício de monitoramento e interpretação destinado a vislumbrar e relacionar todas as situações possíveis que possam afetar de alguma forma uma empresa ou suas atividades Cenário é o conjunto de indicadores que representam o ambiente e que influenciam direta ou indiretamente o desenvolvimento de uma instituição e a aceitação de seus produtos ou serviços. Todos os fatores externos à instituição, como tendências tecnológicas, concorrência, tendências sociais e econômicas, influenciam a maneira do consumidor ou usuário avaliar uma determinada instituição. Se os cenários forem bem elaborados e antes da concorrência, a instituição poderá assegurar vantagens competitivas no mercado. A leitura de cenários não é um evento. É um processo! O grupo de planejadores precisa ter a leitura de cenários como uma atividade gerencial quotidiana. Ao se detectar novas tendências estratégicas é necessário que sejam definidos os ajustes necessários. 1.7 Exemplos de leitura de cenários: Aumenta a preocupação com a saúde e qualidade de vida. O Consumidor do Século XXI é mais esclarecido e por consequência mais exigente. Valores (1): Representam as convicções dominantes; as crenças básicas; as ideias em que a maioria das pessoas da instituição acredita. Valores (2): São elementos motivadores que direcionam as ações das pessoas na instituição, contribuindo para a unidade e a coerência do trabalho. Prof. Amilton Küster Página 48 de 80

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