O ACESSO À CULTURA LETRADA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Transcrição

1 O ACESSO À CULTURA LETRADA NA EDUCAÇÃO INFANTIL ALINE RAQUEL CREPALDI FUZETO 1 AMANDA ZAMORA GIMENEZ PARPINELI 2 RENATA BIEM HENRIQUE 3 ROSSANA CRISTINA DA COSTA 4 RESUMO: O presente artigo conceitua alfabetização, letramento e descreve a relação entre ambos. O principal objetivo deste estudo foi discutir e analisar a importância e o acesso à cultura letrada desde a Educação Infantil. Como metodologia usou-se a pesquisa bibliográfica, identificando o embasamento teórico de livros, artigos e documentos nacionais. Foi desenvolvido um levantamento de práticas pedagógicas para a integração de alfabetização e letramento, identificando a importância da Educação Infantil para o desenvolvimento da alfabetização e do letramento. Palavras- chave: Alfabetização. Letramento. Educação Infantil. ABSTRACT: This article conceives alphabetization, literacy and describes the relationship between them. The aim of this study was to discuss and analyze the importance and access to literacy from kindergarten. The methodology used to bibliographical research, identifying the theoretical basis of books, articles and national documents. A survey of teaching practices for the integration of alphabetization and literacy was developed, identifying the importance of early childhood education for the development of alphabetization and literacy. Keywords: Alphabetization. Literacy. Childhood education. 1 Aluna do Curso de Especialização em Práticas de Alfabetização e Letramento. Pedagoga na área do Ensino Fundamental há 2 anos e experiência de 2 anos com Educação Infantil. 2 Aluna do Curso de Especialização em Práticas de Alfabetização e Letramento. Pedagoga na área do Ensino Fundamental há 6 anos e experiência de 2 anos com Educação Infantil. 3 Professora Orientadora. Pedagoga, Psicopedagoga e mestranda em Fonoaudiologia. 4 Aluna do Curso de Especialização em Práticas de Alfabetização e Letramento. Pedagoga na área do Ensino Fundamental há 13 anos. 156

2 1 INTRODUÇÃO C onforme publicação no jornal Estadão de Maio de 2014, o Brasil está em 38º lugar no Ranking Internacional de Educação, ficando a frente apenas do México e da Indonésia. Esse dado estatístico decorre da pouca importância que se dá a Educação Infantil, da falta de formação e capacitação da maior parte dos profissionais que atuam em creches e pré-escolas, que deveriam ser capacitados em proporcionar às crianças, desde cedo, um ambiente com acesso ao mundo letrado, para assim, tornar-se a base para um ensino fundamental de qualidade. Alfabetização e letramento são dois processos interligados e que devem fazer parte da prática de todos os educadores, mesmo àqueles que atuam com a primeira infância. Portanto, o objetivo deste estudo é ressaltar a importância da Educação Infantil no processo de alfabetização, apontando caminhos para a compreensão e efetivação do acesso a cultura letrada nessa etapa da educação básica. Faz-se necessário primeiramente, conceituar alfabetização e letramento e estabelecer relação entre eles. Dentro dos estudos sobre a psicogênese da língua escrita de Emília Ferreiro e Ana Teberosky, a aquisição de leitura e escrita é um processo evolutivo, integrado a essa concepção as autoras: Soares, Aroeira e Porto (2010), ressaltam que quanto maior a interação da criança com padrão convencional de escrita, maior será a influência deste no processo de construção do conhecimento. 2 CONCEITUANDO: ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO Alfabetização e letramento são conceituados de maneiras diferentes, entretanto, na maior parte das concepções, são compreendidos como termos interligados. Martins e Spechela (2012) ressaltam que alfabetização é o processo que ocorre dentro e fora do ambiente escolar, é a ação de fazer com que o sujeito adquira habilidades de leitura e escrita. Complementando essa concepção, Soares (2004), descreve alfabetização como um processo de aquisição do sistema convencional de escrita. Albuquerque (2007), afirma que no século XIX, a alfabetização concretiza-se como processo de aquisição e decodificação da leitura e escrita, mediante a efetivação e intensificação de diferentes métodos 157

3 que asseguraram e padronizaram a aquisição de habilidades de codificação e decodificação do sistema de leitura e escrita em sala de aula. Alfabetização, portanto, está restritamente relacionada à aquisição de habilidades de leitura e escrita, sem o incentivo à reflexão sobre o sistema de escrita. Tasca e Guedes-Pinto (2013), afirmam que para suprir às demandas contemporâneas, apenas a decodificação do sistema linguístico, não garante suprir as necessidades para enfretamento de uma sociedade que requer uma interpretação de mundo, uma contextualização globalizada e interligada que exige cada vez mais conhecimento, cultura e visão sistêmica de mundo. Diante de tal contexto, surge o termo letramento para tornar possível um aprofundamento teórico, reelaborando novas concepções relacionadas à leitura e escrita. De acordo com Soares (2004), letramento está relacionado ao desenvolvimento de habilidades de uso do sistema convencional de escrita, por meio de atividades de leitura e escrita nas práticas sociais. O letramento perpassa práticas sociais para além do âmbito escolar, pois se centra nos empregos que cada sujeito faz da escrita nas variadas situações sociais que demandam sua utilização (TASCA; GUEDES-PINTO, 2013, p. 262). O indivíduo letrado é aquele que utiliza a leitura e escrita para ser agente participativo, em práticas sociais, desenvolvendo uma interpretação de mundo, na medida em que suas habilidades vão além da decodificação do sistema linguístico, pois o indivíduo letrado é capaz de interpretar as diferentes situações que faz necessário o uso da escrita, compreender realidades distintas e atuar como agente de transformação na sociedade. 2.1 A relação entre alfabetização e letramento A alfabetização e o letramento são dois processos distintos, porém, indissociáveis, sobretudo o letramento está mais relacionado às práticas sociais de leitura e escrita seja em um ambiente escolar ou familiar. Para uma alfabetização de qualidade, o aluno precisa ter acesso a uma cultura letrada, portanto, como ressalta Albuquerque (2007), alfabetização e letramento são dois conceitos distintos, mas estão intimamente relacionados, não podendo considerar que um indivíduo não alfabetizado, também não seja letrado, pois o fato do sujeito estar envolvido em práticas de leitura e escrita com a mediação de uma pessoa 158

4 alfabetizada, faz com que este adquira conhecimentos do gênero. Para a autora, esta alfabetização de qualidade, vai além do saber codificar e decodificar textos, mas sim, saber fazer uso de práticas diferenciadas de leitura e escrita de forma autônoma, sem mediação. Magda Soares (2003) também aponta que alfabetização e letramento, são dois processos indissociáveis, porém distintos. A alfabetização está relacionada ao domínio do código linguístico, e não pode ser considerado um pré-requisito para o letramento, pois a criança ao interagir com a escrita começa a construir conhecimentos e levantar hipóteses sobre ela, e assim, aprende a ler e escrever progressivamente. Soares (2009) nos diz que o processo de aquisição de leitura e escrita, não se reduz somente em fazer associação de fonemas e grafemas, mas sim fazer o uso de diferentes portadores linguísticos de forma contextualizada. Portanto, a alfabetização por si só, não torna uma pessoa letrada, pois apenas decodificar o sistema alfabético nos deixa desconectados deste mundo, pois as informações surgem em grande quantidade e fácil acessibilidade. Podemos afirmar que um sujeito alfabetizado, pode não ser um sujeito letrado, por desconhecer a função social da leitura e da escrita. Portanto, um sujeito letrado, é aquele que se apropria deste mecanismo e o utiliza em seu cotidiano. A alfabetização e o letramento são complementares, pois quanto mais entendemos a função social da linguagem, no uso da leitura e da escrita melhor será nosso nível de letramento. E nós, educadores, temos o dever de formarmos cidadãos ativos, críticos, conscientes de seu papel na sociedade. 3 EDUCAÇÃO INFANTIL A Educação Infantil é uma etapa importante da Educação Básica, etapa essa que deve propiciar à criança o seu desenvolvimento pleno nos diferentes aspectos. De acordo com o Art. 29 da Lei /2013 que altera parte da LDB 9394/96: A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade (BRASIL, 2013, art. 29). Conforme o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (RCNEI), a instituição de Educação Infantil deve propiciar às crianças o acesso a elementos culturais que enriqueçam o seu desenvolvimento e possam garantir a inserção social (BRASIL, 1998). 159

5 Na Educação Infantil, a criança tem a oportunidade de desenvolver, por meio de jogos, brincadeiras e a interação com adultos e outras crianças, a linguagem oral e escrita, aspectos esses fundamentais para o seu posterior ingresso no Ensino Fundamental. O trabalho com a linguagem oral e escrita na Educação Infantil se constitui em um espaço de ampliação das capacidades de comunicação, expressão e do acesso da criança em um mundo letrado (BRA- SIL, 1998). Os Jogos, as brincadeiras, o faz-de-conta, as rodas de conversa, a interação da criança com adulto e da criança com outras crianças, possibilitam o desenvolvimento da oralidade. Para desenvolver significativamente a sua capacidade comunicativa a criança precisa vivenciar diferentes situações que envolvem a fala (BRASIL, 1998). O desenvolvimento da linguagem oral é primordial, pois é um requisito para o desenvolvimento da linguagem escrita. A Educação Infantil também deve proporcionar o contato com a linguagem escrita, utilizando portadores linguísticos contextualizados à realidade das crianças, contribuindo assim, com o desenvolvimento do letramento (SOARES, 2003). O RCNEI também prevê que quanto mais cedo a criança tiver acesso a um ambiente letrado mais facilidade terá no seu processo de alfabetização. Em um ambiente letrado, a criança começa a refletir sobre a função e o significado da escrita, após perceberem sua representação enquanto parte ativa de seu mundo. A criança nesta idade, em um ambiente estimulador, consegue identificar a linguagem como parte integrante de seu mundo, a partir do momento que reconhece as imagens, os símbolos, as figuras, a literatura, os desenhos, as pinturas, as propagandas, os rótulos, enfim tudo que a cerca relacionada a linguagem (BRASIL, 1998). 3.1 Educação Infantil: a importância do acesso a cultura para o processo de alfabetização e letramento A Educação Infantil é uma etapa muito propícia e fundamental para introdução das primeiras noções de alfabetização e o letramento, pois é um ambiente cheio de estímulos visuais, onde se oferece às crianças um mundo de canções, histórias e brincadeiras que podem despertar o interesse pelo mundo da cultura letrada. A Educação Infantil deve estar pautada em propostas pedagógicas que desenvolvam competências e habilidades relacionadas ao letramento. 160

6 A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394/96, prevê no art. 4º - Inciso I, a obrigatoriedade de matrícula na Educação Básica dos 4 anos até os 17 anos de idade, contemplando nesta etapa educativa, a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio, portanto, pode-se considerar que estas etapas estão interligadas e devem garantir ao educando meios que assegurem uma progressão que os tornam capazes de realizar com autonomia trabalhos posteriores. Baseado nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil: Na transição para o Ensino Fundamental a proposta pedagógica deve prever formas para garantir a continuidade no processo de aprendizagem e desenvolvimento das crianças, respeitando as especificidades etárias, sem antecipação de conteúdos que serão trabalhados no Ensino Fundamental (BRASIL, 2010, p.30). O RCNEI tem como eixos do currículo as interações e as brincadeiras, e nas entrelinhas das experiências que devem ser garantidas pelo currículo, percebem-se práticas que favoreçam o letramento. Em decorrência disto, considera-se possível o acesso às práticas de leitura e escrita ainda na Educação Infantil, mesmo que a criança não esteja alfabetizada. Para Soares (2009), a Educação Infantil, deve propiciar às crianças o acesso as atividades que introduzam o sistema alfabético, suas convenções e também às práticas sociais do uso da leitura e escrita. No livro Reflexões sobre alfabetização, Emília Ferreiro ressalta que: A pré-escola deveria permitir a todas as crianças a liberdade de experimentar os sinais escritos, num ambiente rico em escritas diversas, ou seja: escutar alguém lendo em voz alta e ver os adultos escrevendo; tentar escrever (sem estar necessariamente copiando um modelo); tentar ler utilizando dados contextuais, assim como reconhecendo semelhanças e diferenças nas séries de letras; brincar com a linguagem para descobrir semelhanças e diferenças sonoras (FERREIRO, 1995, p. 102). Baptista (2010), define em estudo sobre a cultura letrada que a criança antes mesmo do seu ingresso na Educação Infantil, já com acesso a cultura escrita, desenvolve, portanto, o desejo de compreender e se apropriar do sistema de escrita. A Educação Infantil deve ser um ambiente que permita a criança vivenciar, experimentar e brincar com as diferentes linguagens, pois essas práticas tornam-se um facilitador no processo de aquisição do sistema de leitura e escrita. 161

7 3.2 Letramento e alfabetização na Educação Infantil Existe um grande desafio de compreender, definir e estruturar o letramento na educação infantil, ajustando a prática social com a necessidade de comunicar-se de forma que permita a criança participar efetivamente desse processo. A leitura é por si um objeto de ensino, para que se constitua também em objeto de aprendizagem, é necessário que faça sentido para a criança. É importante oportunizar a leitura e a escrita na educação infantil, compreendendo que cada situação de leitura responderá a um propósito. A criança antes mesmo de aprender a ler e escrever, já utiliza de conhecimentos do uso da leitura e escrita, no convívio em sociedade letrada, ao ingressar na Educação Infantil, traz conhecimentos de leitura e escrita, mesmo que ainda não saiba codificar e decodificar a língua (EBERT; DOMINGUES, 2014). O RCNEI apresenta que: A educação infantil, ao promover experiências significativas de aprendizagem da língua, por meio de um trabalho com a linguagem oral e escrita, se constitui em um dos espaços de ampliação das capacidades de comunicação e expressão e de acesso ao mundo letrado pelas crianças. Essa ampliação está relacionada ao desenvolvimento gradativo das capacidades associadas às quatro competências linguísticas básicas: falar, escutar, ler e escrever (BRASIL, 1998, p.117, v. 3). Teberosky; Colomer (apud Ebert, Domingues, 2014) ressaltam que na base construtivista, a criança desenvolve a escrita desde pequena, um exemplo são as garatujas, que devem ser consideradas pelo professor não como um simples rabisco, mas como um processo de construção pessoal. Quanto mais cedo a criança for introduzida no mundo letrado, mais tranquilo será a aquisição da leitura e da escrita, sendo assim, a criança que não tiver esse acesso apresentará mais dificuldades de aprendizagem (EBERT; DOMINGUES, 2014). O desenvolvimento pedagógico na Educação Infantil embasado no letramento e fornecendo subsídios iniciais para o processo de alfabetização, favorecerá os demais processos educacionais, atingindo assim, as expectativas de formar um cidadão contextualizado em seu mundo, com competência e habilidade para interar-se socialmente e culturalmente. 162

8 4 METODOLOGIA A presente pesquisa foi fundamentada em uma revisão bibliográfica, realizada pesquisa no banco de dados da Scielo, por meio das palavras-chave: alfabetização e letramento, além dos artigos encontrados no site da Scielo, foi-se necessária pesquisa em revistas pedagógicas, Simpósio, livros teóricos e documentos nacionais. Segundo Lakatos (2001), a técnica bibliográfica visa a encontrar as fontes e os materiais científicos e tecnológicos necessários para a realização do trabalho científico ou técnico-científico. Primeiramente, foi feito a leitura e interpretação do material selecionado, em seguida a produção escrita do desenvolvimento e com base na compreensão das concepções teóricas foi feito um levantamento de práticas pedagógicas, como sugestões para o trabalho com Alfabetização e Letramento. 5 PROPOSTAS DE PRÁTICAS PEDAGÓGICAS PARA UMA INTERAÇÃO ENTRE ALFABETIZA- ÇÃO E LETRAMENTO Para que o aluno tenha uma aprendizagem significativa, é fundamental, uma reflexão a respeito de propostas pedagógicas que garantam a interação entre alfabetização e letramento. Costa (2004), ressalta que na concepção construtivista, com influência da psicogenética Piagetiana, a criança no processo de alfabetização, constrói seu conhecimento, interagindo com a escrita, levantando hipóteses sobre ela e progressivamente aprende a ler e escrever. Ainda nessa perspectiva, o papel do adulto é de provocar questionamentos na criança, de acordo com sua maturidade, para que ocorra o desenvolvimento mental individual da criança em um processo intersubjetivo de construção de conhecimento. Na teoria sócio-interacionista Vygotskyana, o conceito de internalização parte de um discurso dialógico e social. Alfabetização e letramento, nessa perspectiva, são entendidos como uma nova função psicológica superior, que é construída socialmente na interação com o outro e mediada por formas, instrumentos, ferramentas (COSTA, 2004). Considerando essas duas concepções, é preciso considerar a maturidade da criança no processo de alfabetização e letramento, bem como propiciar os meios que facilitem o seu desenvolvimento cognitivo e a internalização de conhecimento. 163

9 Para isso, é importante o educador refletir sobre o seu papel e planejar suas atividades de forma a garantir práticas que promovam a interação dos processos de alfabetização e letramento. Abaixo algumas sugestões de práticas pedagógicas: Práticas diárias de leitura e escrita; Manuseio e observação de diferentes portadores de textos; Participação ativa nas rodas de conversa; Desenvolvimento de conteúdos contextualizados, envolvidos todos os eixos da Educação Infantil (Linguagem, Matemática, Natureza e Sociedade, Artes, Movimento); Produção de escrita espontânea, registrando de forma individual e livre algumas atividades desenvolvidas; Produções textuais individuais e coletivas. Portanto, cabe ao educador, refletir sobre o seu papel e planejar suas atividades de forma a garantir o desenvolvimento pleno do aluno. 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Na sociedade contemporânea, falar de alfabetização e letramento como dois conceitos separados é um equívoco, pois apesar de serem distintos eles estão interligados. A pesquisa mostrou que apenas ensinar a decodificação do código alfabético para a criança, ou seja, desenvolver apenas o processo de alfabetização, não garante o preparo da mesma para o enfrentamento das competências e habilidades que serão cobradas no futuro. No mundo de hoje, é preciso contextualizálas a realidade, torná-las capazes de saber utilizar o sistema linguístico para as situações de vida pessoal ou profissional. Para tais habilidades, é necessário o desenvolvimento do processo de letramento articulado a alfabetização. A Educação Infantil torna-se então, uma etapa inicial e fundamental deste processo, devendo propiciar à criança acesso a uma cultura letrada que a leve a uma reflexão sobre o sistema de escrita, sua importância e funcionalidade para progressivamente, sem pular etapas importantes do desenvolvimento, se alfabetizar. 164

10 REFERÊNCIAS ALBUQUERQUE, E.B.C. Conceituando alfabetização e letramento. In: SANTOS, C.F; MENDONÇA, M. (Org.). Alfabetização e letramento: conceitos e relações. Belo Horizonte: Autêntica, 2007, p AZAREDO, M. SALDANÃ, P. Brasil ocupa fim de ranking de educação. Estadão, Disponível em: Acesso em: 20 fev BAPTISTA, M.C. A linguagem escrita e o direito à educação na primeira infância. Brasília: Ministério da Educação, Disponível em: Acesso em: 20 abr BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei n. 9394/96, de 20 de dezembro de Brasília: MEC, SEB, Lei nº 12796/13, de 4 de abril de Brasília: MEC, SEB, COSTA, S.R. Interação, alfabetização e letramento: uma proposta de/para alfabetizar, letrando. In: MELLO, M.C.; RIBEIRO, A.E.A. (Org.). Letramento: significados e tendências. Rio de Janeiro: Wak, 2004, p EBERT, S. L.F; DOMINGUES, C. L.K. Práticas de letramento na Educação Infantil. In: Simpósio Luso Brasileiro em estudos da criança: Pesquisa com crianças: desafios éticos e metodológicos. 2. Porto Alegre, Anais eletrônicos..., Disponível em: < ENTONAEDUCACAONFANTIL.pdf>. Acesso em 28 abr FERREIRO, E. Reflexões sobre alfabetização. Tradução Horácio Gonzáles (et al). 24. ed. São Paulo: Cortez, LAKATOS, E. M. Metodologia do trabalho científico. 6. ed. São Paulo: Atlas, MARTINS, E.; SPECHELA, L. C. A importância do letramento na alfabetização. Revista eletrônica do curso de pedagogia das Faculdades OPET. Julho de Disponível em: < Acesso em: 20 abr MEC Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes curriculares nacionais para educação infantil. Brasília: SEB, MEC. Ministério da Educação. Referencial curricular nacional para educação infantil Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, v. 3. SOARES, M. I. B. Alfabetização linguística: da teoria à prática. Belo Horizonte: Dimensão,

11 SOARES, M. A reinvenção da alfabetização. Revista Presença Pedagógica, v. 9, n. 52, p , jul. /ago Disponível em: < Acesso em: 01 mai Letramento e alfabetização: as muitas facetas. Revista Brasileira de Educação. Rio de Janeiro, n. 25, p. 5-17, abr Disponível em < Acesso em 20 abr Oralidade, alfabetização e letramento. Revista Pátio Educação Infantil. Ano VII, n. 20, jul. /out Disponível em: < Acesso em: 01 mai TASCA, D. S. O; GUEDES-PINTO, A. L. A divulgação do conceito de letramento e o contexto da escola de nove anos: o que dizem as professoras alfabetizadoras? Cadernos. CEDES. Campinas/SP, v. 33, n. 90, p , ago Disponível em: < Acesso em: 20 abr