XVII Fórum de Apoio ao Doente Reumático
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- Zaira Tomé Desconhecida
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1 XVII Fórum de Apoio ao Doente Reumático Envelhecimento e Doenças Reumáticas 10 de Outubro de 2014 Auditório da Associação Nacional de Farmácias - Lisboa Impacto social do envelhecimento Isolamento e dependência Maria Irene Carvalho, Ph.D. mariacarvalho21@gmail.com
2 De que estamos a falar? A D. Joaquina tem 77 anos, sofre de várias doenças. Vive com a filha e necessita de cuidados e supervisão permanente A filha trabalha 8 horas por dia e ainda limpa as escadas do prédio. Durante esse período a mãe fica fechada no quarto A D. Joaquina não tem acompanhamento específico para a maioria das doenças que tem A filha tem sintomas de depressão face ao acumular das responsabilidades com a mãe.
3 De que estamos a falar? A D. Maria tem 84 anos vive numa residência para idosos. A filha colocou-a num lar depois de lhe ser indicado como melhor solução pela equipa de saúde de preparação das altas do hospital. Ninguém perguntou á D. Maria qual seria a sua vontade e desejo A D. Maria está confusa não entende porque está num espaço que lhe é estranho. Passa o dia a dormir no sofá e nunca sai à rua.
4 De que estamos a falar? O Senhor José tem 82 anos, é viúvo, reside em Lisboa, vive só, num apartamento num prédio de 4 andares sem elevador O filho reside no estrangeiro e contratualizou com o centro de dia da comunidade a sua permanência, com almoço e lanche, hora em que lhe é administrada a medicação Ninguém perguntou ao senhor José se queria ir para o centro de dia. Este não compreende porque é que as pessoas permanecem nesse espaço o dia todo a olhar umas para as outras. Quando pede para ir mais cedo para casa negam-lhe esse direito referindo que tem de esperar pela medicação. O senhor José não fala com outras pessoas que frequentam o centro Ninguém no centro de dia sabe onde, nem como o senhor José reside
5 Alguns conceitos Isolamento Situação objetiva, relacionada com a residência, em que uma pessoa reside só, i.e., não acompanhada por outra(s), independentemente da localização e do contexto próximo da sua habitação. O isolamento pode ser agravado por uma estrutura de povoamento do tipo isolado (casas dispersas, sem unidades de vizinhança nas proximidades).
6 Alguns conceitos Isolamento social Caracteriza-se pela inexistência ou existência de contactos ou interação mínima com outros e um nível muito baixo de envolvimento com a vida da comunidade. InFormais a) Distanciamento das redes sociais Formais Familiares Amigos Vizinhos Voluntários Organizações sociais; C. Saúde, Hospitais, Centros comunitários, lares, etc, rede transportes, autarquias, tribunais etc
7 Alguns conceitos Continuação b) As dificuldades das pessoas se movimentarem/atuarem/agirem nessas rede A nível pessoal Incapacidade de controlar/ de fazer opções para a sua vida muitas vezes associadas a baixos índices de escolaridade, menor informação; maior índice de pobreza. A nível organizacional A maior parte das organizações não promove a participação das pessoas que utilizam os seus serviços
8 Alguns conceitos Isolamento, dependência e solidão São entidades distintas contudo quando falamos de pessoas idosas verificamos que estas três noções andam a par Dependência A dependência remete para um limite de capacidades que o indivíduo manifesta para desempenhar o seu papel social, implicando uma restrição da participação Solidão Estado individual, correspondente a um fenómeno psicológico subjetivo, de sinal negativo (correspondendo a um mau funcionamento nas relações sociais da pessoa em situação de solidão), e em geral multicausal.
9 Alguns conceitos Fatores de risco que potenciam o isolamento social e a solidão: Fatores internos i. Ter uma doença física ou mental dependência física; ii. iii. iv. Ser muito idoso (mais de 80 anos); Viver sozinho; Ser cuidador de outrem por período longo; v. Sofrer a perda de um ente querido; vi. vii. Ser vítima de maus tratos na terceira idade; Ter dificuldades de comunicação (audição); viii. Possuir baixas habilitações, deficit de informação e de participação; ix. Ter dificuldade de acesso a meios de transporte;
10 Alguns conceitos Fatores de risco que potenciam o isolamento social e a solidão: Fatores externos: i. Desertificação quer do interior das aldeias, quer do interior das cidades ii. Inexistência de equipamentos e respostas adequados iii. Existência de barreiras arquitectónicas e sociais que impedem a mobilidade física mas também de integração social iv. Inexistência de políticas para o envelhecimento ativo e políticas amigas da família (empoderamento)
11 As estatísticas Tem algum familiar, amigos vizinhos a quem pede ajuda??
12 As estatísticas Fonte: censo, , 1 % 39,4% 19,4%
13 As estatísticas Pessoas com 65 e mais anos Só idosos (1 e2 idosos a viverem sós Só 1 idosoa viver só 1 -Beira Interior Sul 2 -Alentejo Litoral (47%) (23%) (43, 8%) (23%) 3 - Grande Lisboa (42,5%) (23%) 4 - Pinhal Interior (44,7%) (22,9%)
14 Questionar a realidade Como fazer para olhar proteger escutar promover cuidar das pessoas idosas isoladas e dependentes? Realismo social- Copyright Daniel Txopitea
15 O que está a ser feito? Vários tipo de projetos com finalidades distintas A - Projetos inseridos em respostas tradicionais i. Centros de dia ii. Apoios domiciliários iii. Lares residenciais iv. Universidades da terceira idade/séniores v. outras
16 O que está a ser feito? Vários tipo de projetos com finalidades distintas B - Projetos específicos e inovadores dirigidos a pessoas idosas i. Coração amarelo voluntariado e apoio social ii. Projeto da GNR Policiamento de proximidade iii. Teleassistência Call center para pessoas idosas iv. Projeto - Estudantes do ensino superior residem em casa de pessoas idosas v. Outros projetos intergeracionais culturais, com novas tecnologias vi.
17 Como agir no futuro? No grupo de interesse no envelhecimento da rede social de Lisboa verificamos que: a) as acções realizadas são dirigidas ás pessoas mas pouco participadas pelas mesmas; b) Recursos e projetos existentes sem articulação entre si. A mudança tem de ser estrutural Só o Estado em articulação com a sociedade civil pode levar a bom termo esta tarefa desenvolvendo políticas que vão de encontro ao envelhecimento activo cidadão (participação, saúde e protecção), de modo a modificar o modo como vivemos.
18 Desafios Como agir no futuro? Construir serviços complementares substantivos incluindo a sua unificação entre saúde e serviços sociais e integração de níveis de cuidados: preventivos, curativos e paliativos; Incluir as pessoas utilizadoras no processo de decisão relativamente aos cuidados projecto de vida - melhorando a qualidade dos serviços de acordo com as necessidades das pessoas; Investir na formação profissional forma e informal e apoiar o cuidador familiar, através da criação de serviço : ex férias e fins de semana; ou o Cash for Care Redefinir o planeamento da cidade e dos serviço em função das pessoas mais velhas; Salvaguardar o princípio da igualdade de oportunidades entre homens e mulheres, combater a discriminação e o estigma das doenças/dependência na velhice.
19 Fim É importante construir uma sociedade onde as pessoas e os seus direitos, estejam em primeiro lugar. Obrigada, pela vossa presença
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