SALVAMENTO. 2. CLASSIFICAÇÃO DO AFOGAMENTO Considerado como um dos processos capazes de conduzir à asfixia, o afogamento é classificado em três tipos:
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- Andreia Soares Figueira
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1 NATAÇÃO II Profª Roseny Maria Maffia SALVAMENTO Para que se possam salvar vidas não é bastante saber nadar em todos os estilos; apesar de se saber que o bom nadador terá mais facilidade nesta tarefa, Outros fatores completam os requisitos necessários: coragem; serenidade; espírito organizador; bom equilíbrio vertical; condições físicas adequadas, etc. 1. AFOGAMENTO Afogamento é uma forma de asfixia, ou seja, a diminuição ou bloqueio de parte de oxigênio no sangue. Por extensão, afogamento é também o processo através do qual um líquido bloqueia as vias aéreas, mesmo que não chegue a inundá-las. Os efeitos que o afogamento provoca no organismo serão maiores ou menores de acordo com a quantidade de líquido aspirado. 2. CLASSIFICAÇÃO DO AFOGAMENTO Considerado como um dos processos capazes de conduzir à asfixia, o afogamento é classificado em três tipos: 2.1. QUANTO À CAUSA: PRIMÁRIO OU PRIMITIVO É o tipo mais comum. Não apresenta, em seu mecanismo, nenhum fator incidental ou patológico que possa ter desencadeado o afogamento SECUNDARIO É a denominação utilizada para o afogamento causado por patologia ou incidente associado que o precipita. Ocorre em 13% dos casos de afogamento, como exemplo: uso de drogas (36.2%) (quase sempre por álcool); crise convulsiva (18.1%); traumas (16.3%); doenças cárdio-pulmonares (14.1%); mergulho livre ou autônomo (3.7%); e outros (homicídio, suicídio, cãibras) (11.6%). O uso do álcool é considerado como o fator mais importante na causa de afogamento secundário. 2.2 QUANTO A NATUREZA DO LÍQUIDO ÁGUÀ DOCE ÁGUA SALGADA De acordo com a fisiopatologia, verifica-se que os efeitos adversos dos afogamentos em águas doces e salgadas têm suas peculiaridades, mas que somente serão levadas em conta durante o seguimento do atendimento hospitalar. Portanto, para o atendimento de primeiros socorros deverá ser o mesmo para ambos os casos QUANTO A GRAVIDADE A classificação de graus de afogamento é baseada nas possibilidades de sobrevivência. Mas esta não pode ser uma classificação rígida nos seus limites e características GRAU I Vítimas que aspiraram quantidade mínima de água, suficiente para produzir tosse. A ausculta pulmonar é normal - Não apresenta espuma na boca ou nariz. Seu aspecto é bom e geralmente estão lúcidos, porém podem estar agitados ou sonolentos. Freqüência Respiratória (F.R) e Cardíaca (F.C) aumentadas pelo esforço e estresse do afogamento que se normalizam rapidamente após 10 a 20 min. Tratamento: Necessitam apenas de repouso, aquecimento e medidas que visem o seu conforto e tranqüilidade GRAU II Aspiram pequena quantidade de água, suficiente para alterar a troca de O2 - CO2 pulmonar. O pulmão apresenta secreção de clara a ligeiramente avermelhada que se revela como pequena quantidade de espuma em boca e/ou nariz. Apresentam-se lúcidos, agitados ou desorientados. A FR está aumentada e com sinais de falta de ar (taquipnéia).
2 A FC está aumentada pela redução do oxigênio no sangue. A FR e FC não se normalizam rapidamente após 10 a 20 min como no grau 1. Tratamento: necessitam de atendimento médico com uso de cateter (pequeno tubo de plástico) de oxigênio nasal a 5 litros/min, aquecimento corporal, repouso, tranquilização, e encaminhar ao hospital, sem urgência GRAU III e IV Por sua gravidade os casos grau 3 e 4, necessitam de cuidados médicos imediatos. Os dois graus de afogamento se diferenciam pela pressão arterial que está normal ou aumentada no grau 3 e baixa no grau 4. A importância deste fato reside na possibilidade de complicações imediatas no grau 4, como exemplo a parada respiratória súbita. É, portanto um grau bem mais grave que o 3, necessitando de assistência médica imediata. Preste atenção nas possibilidades de sobrevivência entre os dois graus na tabela acima. O grau 4 tem 4 vezes mais possibilidades de morrer que o grau 3. Ambos mostram grande dificuldade respiratória. Intensa secreção pulmonar (edema agudo de pulmão) que se traduz na prática em abundante secreção oral e/ou nasal em forma de espuma. Grau 3 - Muita espuma na boca e/ou nariz com pulso radial presente. Grau 4 - Muita espuma na boca e/ou nariz sem pulso radial presente. O pulso radial presente significa que a pressão arterial está normal. Tratamento: 1. Exame primário - cuidado com a mobilização do pescoço se houver suspeita de trauma da coluna cervical. A limpeza da boca só deve ser realizada em caso de forte suspeita de corpo estranho. 2. Administrar oxigênio através de máscara (10 a 15 litros por minuto). 3. Posicão Lateral de Segurança (virar o paciente de lado) sob o lado direito. 4 - No grau 4 Observe atentamente a possibilidade de parada na respiração. A Hidratação venosa é realizada somente no CRA (hospital) 5 - Aquecimento corporal (cobertores ou aquecedor elétrico) 6 - Remoção urgente ao CRA (hospital) para tratamento em Terapia Intensiva GRAU V Apnéia (parada respiratória), com pulso arterial presente. Vítima inconsciente. Grande quantidade de secreção oral e/ou nasal. Tratamento: ventilação Boca-a-Boca - 16 a 20 por minuto. Não faça compressão cardíaca. Na maioria dos casos a resposta é imediata restabelecendo a respiração da vítima GRAU VI Parada Cárdio-Respiratória (PCR) - apnéia (Parada respiratória), e ausência de pulso arterial carotídeo. Tratamento Inicie imediatamente a Reanimação Cárdio-Pulmonar (RCP). 3. TIPOS DE AFOGADOS 3.1. EXCITADO OU PRECIPITADO Quase impossível dominá-lo. Perigoso o socorro corpo a corpo. Se não há meios suficientes para salvá-lo com segurança, deve-se deixá-lo perder suas forças e, só então, rebocá-lo. lo) EXCITADO MAS CONSCIENTE DO SOCORRO Ao perceber o socorro, procura conter-se, ouve e executa ordens (não é difícil dominá CALMO Entrega-se confiante e calmamente ao salva-vidas. Basta rebocá-lo NADADOR CANSADO Socorro mais simples, não é necessário rebocá-lo, Bastam palavras para transmitir-lhe confiança e, nadando com ele, resolve-se o problema.
3 4. SEQUÊNCIA DE EVENTOS NO AFOGAMETNTO Estudos mostram que ocorrem três fases no afogamento: a) Assim que o líquido invade estruturas destinadas às trocas de gases respiratórios, dá-se, por reflexo, uma parada súbita dos movimentos encarregados de realizar estas trocas. É a fase do BLOQUEIO REFLEXO, que dura de alguns segundos a dois minutos. Acumula-se gás carbônico e, em conseqüência, a pele fica azulada (cianose). A possibilidade de recuperação, se forem prestados socorros imediatos, é cerca de 75%. b) Fase de REAÇÃO PRINCIPAL Dura aproximadamente três minutos. O acúmulo de gás carbônico desencadeia movimentos respiratórios rápidos e o líquido invade os brônquios e os pulmões. A possibilidade de reanimação reduz-se para 25%. Qualquer segundo perdido será fatal. Daí a importância de se aplicar com rapidez a respiração artificial e a massagem cardíaca. c) Fase AGÔNICA Com parada respiratória completa. A privação de oxigênio no tronco cerebral por mais de 8 a 10 minutos, torna impossível a recuperação. QUADRO DEMONSTRATIVO: MINUTOS OCORRÊNCIAS Imersão total Pânico eminente Luta contra a asfixia Espasmo da glote Deglutição líquida Vômito Perda da consciência Aspiração líquida Distúrbios hidrossalinos Convulsões Enxarcamento alveolar Asfixia total Colapso das funções vitais Anoxia total Assistolia M O R T E Fonte: LIMA, A.B. A arte de salvar vidas, Fund. Edson Queiroz, Fortaleza, SOCORRO AO AFOGADO A última tentativa para salvar vidas deve ser o corpo a corpo. Somente em última circunstância é que o salva-vidas deve lançar-se na água APROXIMAÇÃO Pelas costas, sempre que possível APROXIMAÇÃO PELAS COSTAS Tendo se aproximado da vítima pelas costas, ao chegar junto a ela, deve-se imobilizá-la APROXIMAÇÃO PELA FRENTE Deve-se pegá-lo por um dos pulsos, cruzando os braços a mão direita pega o pulso esquerdo da vítima, fortemente. Ela deve ser então puxada com energia na direção do salva-vidas, dando-lhe volta, fazendo-a virar-se de costas ( "Chave de braço") APROXIMAÇÃO PELA FRENTE, POR BAIXO D ÁGUA Toma-se a vítima na altura dos tornozelos, com ambas as mãos. Executa-se um giro para a direita ou esquerda, colocando o afogado de costas para o salva-vidas DESVENCILHAMENTOS O desvencilhamento é peça fundamental quando do corpo a corpo, onde o salva-vidas, uma vez agarrado, usará a técnica adequada para safar-se. O mais provável é que o afogado se agarre nas partes superiores do trunco do salva-vidas (pescoço, cabeça, braços, mãos; e pulsos), por serem as que estão mais expostas e que primeiro se aproximam da vítima ( procura subir, respirar).
4 Em qualquer caso, deve-se afundar com a vítima (submerso - relaxa e se desprende). Após cada desvencilhamento: dar volta à vitima, colocando-o de costas ( pos. horizontal para o reboque). São exemplos, os desvencilhamentos (ANEXO): PEGADA SIMPLES EM UM PUNHO PEGADA SIMPLES NOS DOIS PUNHOS PEGADA DUPLA EM UM PULSO ABRAÇO PELA FRENTE ABRAÇO PELAS COSTAS 5.3. REBOQUE Tipos de reboque (Fonte: MANUAL DE EMERGÊNCIAS AQUÁTICAS Dr David Szpilman): , PELO CABELO PELO PUNHO PELO QUEIXO COM UMA MÃO EM CHAVE DE BRAÇO (IMOB.) PELO QUEIXO COM AS DUAS MÃOS PELAS AXILAS COM DUAS MÃOS
5 PELO OMBRO NADADOR CANSADO
6 ANEXO 5.2. TIPOS DE PEGADAS/DESVENCILHAMENTOS 6
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