ESTUDO DOS SINAIS E SINTOMAS PREVALENTES DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES EM PACIENTES PEDIÁTRICOS E SUA INTERRELAÇÃO COM HÁBITOS PARAFUNCIONAIS
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- Kátia Affonso Sousa
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1 ESTUDO DOS SINAIS E SINTOMAS PREVALENTES DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES EM PACIENTES PEDIÁTRICOS E SUA INTERRELAÇÃO COM HÁBITOS PARAFUNCIONAIS STUDY OF SIGNS AND SYMPTOMS OF TEMPOROMANDIBULAR DISORDERS IN PEDIATRIC PATIENTS AND INTERRELATION WITH PARAFUNCTIONAL HABITS Marina Linhares RIBEIRO 1 Marcos Vinícius Queiroz de PAULA 2 RESUMO Os sinais e sintomas das desordens temporomandibulares têm sido cada vez mais detectados em pacientes pediátricos. Múltiplos fatores podem influenciar no desenvolvimento desta patologia nas crianças. Os objetivos deste estudo foram detectar os sinais e sintomas prevalentes das desordens temporomandibulares (DTM) em pacientes de 5 a 12 anos e avaliar a interrelação da presença de sintomatologia de DTM com os hábitos parafuncionais. Foram avaliados 60 indivíduos, que responderam a questionários sobre a sintomatologia e a presença de hábitos parafuncionais, acompanhados pelo responsável, e foram submetidos a um exame clínico para avaliar a presença de sinais de DTM. Os dados foram coletados e submetidos a uma análise estatística descritiva através do programa SPSS 3.0, com a aplicação do Teste Qui-quadrado de Pearson, a um nível de significância de 5%. A cefaléia e o desvio mandibular durante abertura ou fechamento da boca foram, respectivamente, o sintoma e o sinal mais prevalente encontrado nas crianças. Notou-se uma correlação positiva com o desenvolvimento de sintomatologia de DTM com a presença dos hábitos de onicofagia, bruxismo e sucção digital. UNITERMOS : Transtornos da articulação temporomandibular, Crianças, sinais e sintomas INTRODUÇÃO Desordem temporomandibular (DTM) é um termo coletivo que abrange várias situações clínicas que envolvem a musculatura da mastigação, a articulação temporomandibular (ATM) e estruturas associadas 20. A etiologia da DTM é conhecida como multifatorial; diversos fatores podem estar envolvidos, como alterações posturais, hábitos parafuncionais, fatores psicológicos e alterações proprioceptivas decorrentes de desequilíbrios oclusais 25. Forças de hiperatividade muscular, como as feitas durante os hábitos parafuncionais sobre o sistema mastigatório, podem gerar um colapso nas estruturas de suporte dos dentes, sendo acompanhado de dor e disfunção 20. Os sinais e sintomas associados às DTM são bastante variados, incluindo ruídos articulares, limitação dos movimentos mandibulares, desgaste dentário, cefaléia, mialgia e otalgia 20. A dor, no entanto, é o sintoma mais relatado pelos pacientes 24. Geralmente a DTM é descoberta na fase adulta, porém seus sintomas podem começar cedo, ainda na infância 3. Devido às grandes transformações musculares, esqueléticas e articulares presentes durante o crescimento craniofacial, há uma elevada porcentagem de crianças e adolescentes que apresentam sinais e sintomas associados à DTM 17. É grande a dificuldade entre pesquisadores de encontrar um protocolo fiel ao diagnóstico das desordens temporomandibulares em pacientes pediátricos 28. Entretanto, estudo demonstra que distúrbios funcionais do sistema mastigatório que não forem tratados na infância terão seus sinais e sintomas exacerbados na fase adulta 1. Pesquisa realizada por Nilner e Lassing 19, com 440 crianças de 7 a 14 anos, com o objetivo de determinar a prevalência de sinais e sintomas de 1 - Mestranda em Clínica Odontológica da Universidade Federal de Juiz de Fora 2 - Doutor, Professor Adjunto da Universidade Federal de Juiz de Fora Revista Odontológica de Araçatuba, v.32, n.2, p , Julho/Dezembro,
2 distúrbios funcionais do sistema estomatognático, revelou, através de exame clínico e entrevista, que 36% apresentavam sintomas, sendo que 5% tinham dores de cabeça recorrentes e 13% relataram ruídos na ATM. Setenta e sete por cento das crianças apresentaram ao menos uma parafunção oral. Estudo realizado por Pahkala e Layne 22, demonstrou que a prevalência de DTM nas crianças de um grupo mais jovem (5 a 8 anos) foi de 40%, no grupo com idade intermediária (9 a 12 anos) foi de 46% e no grupo mais velho (13 a 15 anos) de 13%. Já estudos realizados por Le Resche 10, Muhtarogullari et al. 18 e Kohler et al. 9, relataram baixa ocorrência de sinais e sintomas de DTM até os seis anos, aumentando após essa idade até a adolescência, tornando-se os índices semelhantes aos dos adultos. A DTM tem sido diagnosticada em pacientes cada vez mais jovens devido às grandes transformações ocorridas durante o crescimento craniofacial. As estruturas mandibulares e maxilares atingem cerca de 80% de seus crescimentos finais por volta dos 6 anos de idade; o surto de crescimento da adolescência é moderado 11. Thilander et al. 26 analisaram uma amostra de 4724 crianças e adolescentes de 5 a 17 anos, dos quais foram feitos registros que incluíram a oclusão funcional, os desgastes dentários, a mobilidade mandibular e dor, à palpação muscular e nas ATM. A cefaléia foi o único sintoma relatado pelas crianças. Estudo de Motegi et al. 16 realizado com 7337 crianças japonesas, em idade a partir de 6 anos até a adolescência, corrobora com Thilander et al. 26 ao encontrar a cefaléia como sintoma prevalente na infância. Santos et al. 23, ao pesquisarem 80 crianças, pacientes da clínica de Ortodontia Preventiva da Faculdade de Odontologia de Araçatuba, constataram que a cefaléia teve uma prevalência de 22% entre elas, sendo o sintoma mais frequente. Em contrapartida, estudo realizado por Kampe et al. 8 afirmam que os sintomas de DTM mais prevalentes nas crianças são as dores na face, cansaço ao mastigar e fadiga muscular durante a mastigação. Bertoli et al. 4, numa pesquisa realizada com 50 crianças, de 4 a 18 anos em um ambulatório de neuropediatria da cidade de São Paulo, notaram que crianças com cefaléia apresentavam um aumento significante de sinais e sintomas de DTM em comparação com as do grupo controle, que não apresentavam cefaléia. Com relação aos sinais de DTM mais comumente encontrados em crianças, os estudos de Motegi et al. 16 ; Kampe et al. 8 e Santos et al. 23 corroboram ao relatarem que os ruídos articulares são o sinal prevalente na infância. Para Alencar e Bonfante 2, os fatores etiológicos das desordens temporomandibulares nas crianças são muito semelhantes aos que ocorrem nos adultos, sendo que o fator emocional nas crianças parece influenciar ainda mais o desenvolvimento de sinais de DTM. Os hábitos parafuncionais, iniciados a partir de um descontrole emocional, podem ser determinantes no mau funcionamento da musculatura mastigatória 12,13,25. De acordo com estudo realizado por Galvão et al. 6, com crianças de 4 a 6 anos, de escolas públicas e particulares de Manaus, existe uma prevalência altamente significativa de hábitos parafuncionais entre as crianças, sendo o uso de chupeta o mais prevalente entre eles. Pesquisa realizada por Tosato et al. 27, com 90 crianças de 3 a 7 anos, concluiu que o hábito de sucção de chupeta influenciou de forma significativa na prevalência de sinais e sintomas de DTM. Em contrapartida, pesquisa realizada por Merighi et al. 14, com 79 crianças, de 6 a 11 anos, no município de Monte Negro/RO, demonstrou não haver relação entre os hábitos parafuncionais e o desenvolvimento de DTM, independente do tipo de hábito. Este trabalho teve como objetivo traçar os sinais e sintomas prevalentes das desordens temporomandibulares em pacientes pediátricos e analisar a correlação entre a presença da sintomatologia de DTM com a presença de hábitos parafuncionais. MATERIAL E MÉTODO Este trabalho foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal de Juiz de Fora e aprovado de acordo com o parecer 374/2008. O estudo foi realizado com 60 pacientes, de ambos os sexos, com idade entre 5 e 12 anos. Os pacientes de 0 a 4 anos foram excluídos da pesquisa por não apresentarem discernimento suficiente sobre a sintomatologia que apresentam. Foram excluídos da pesquisa aqueles pacientes que já se submeteram a algum tipo de tratamento para desordem temporomandibular. As amostras foram coletadas nas Clínicas de Odontopediatria da Universidade Federal de Juiz de Fora e todos os indivíduos participantes da pesquisa tiveram, de forma voluntária, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido assinado por seu respectivo responsável. O paciente, assistido por seu responsável, respondeu a um questionário que foi dividido em duas partes. As perguntas foram feitas e anotadas por um único entrevistador. A primeira parte se propôs a avaliar a sintomatologia de DTM nestes indivíduos e para isto foi aplicado o questionário proposto por Fonseca et al. 5 modificado para a avaliação de pacientes pediátricos, simplificando-o, com as perguntas que seguem: Sente dificuldade para abrir a boca, sente dificuldades para movimentar sua mandíbula para os lados, tem cansaço ou dor muscular quando mastiga, sente dores de cabeça com freqüência, sente dor na nuca ou torcicolo, tem dor na região das articulações temporomandibulares (ATM), já notou se tem ruídos na ATM quando abre a boca, é uma criança tensa ou nervosa? Revista Odontológica de Araçatuba, v.32, n.2, p , Julho/Dezembro,
3 A partir das respostas ao questionário os pacientes foram classificados de acordo com o número de pontos obtidos. Pontuação por resposta: Sim: 10 pontos; Às vezes: 5 pontos; Não: 0 pontos. De 0 a 15 pontos como sem DTM, de 20 a 35 pontos como portador de DTM leve, de 40 a 55 pontos como portador de DTM moderada e de 60 a 80 como portador de DTM severa. Após responder às perguntas a respeito da sintomatologia, o paciente respondeu à segunda parte do questionário que diz respeito à presença dos hábitos parafuncionais de sucção digital, uso de chupeta, onicofagia e bruxismo. As perguntas foram elaboradas seguindo a metodologia de Merighi et al. 14 à respeito dos hábitos orais deletérios e foram aplicadas à criança, podendo a resposta ser complementada por seu responsável. Os indivíduos analisados foram, posteriormente, submetidos a um exame clínico intra e extra-oral, realizado por um único examinador treinado, para verificação dos seguintes sinais de desordens temporomandibulares. Foi utilizado o protocolo proposto pela análise de Gross e Gale 7, onde eram analisadas as seguintes questões: Limitação no grau de abertura bucal, presença de estalidos ou crepitações na ATM, presença de saltos ou travamento durante a abertura bucal, desvio mandibular na abertura bucal, presença de desgastes dentários e edema na região da ATM. Após analisados, os dados encontrados foram tabelados e submetidos a uma análise estatística descritiva através do programa SPSS 3.0, com a aplicação do Teste Qui-quadrado de Pearson, a um nível de significância de 5%. RESULTADO Ao analisarmos a sintomatologia, foi encontrada a dor de cabeça como sintoma mais freqüente, seguida pela tensão e ansiedade, dor muscular ao mastigar, dor na região das ATM, ruídos articulares, dor na nuca, e dificuldade de abrir a boca. Nenhuma das crianças relatou dificuldade em movimentar a mandíbula para os lados (Gráfico 1 ). Gráfico 1 Incidência de sintomas de DTM nos indivíduos de 5 a 12 anos, em porcentagem Por meio da aplicação do questionário de Fonseca 5, modificado para avaliação de pacientes pediátricos, foram encontrados os seguintes resultados sobre a presença ou não de DTM: 55% sem DTM, 40% com DTM leve, e 5% com DTM moderada. Nenhum dos indivíduos foi classificado como portador de DTM severa. Os indivíduos foram agrupados de acordo com a faixa etária para observação da maior prevalência de sintomatologia de DTM. A faixa etária mais prevalente foi a de 8 a 10 anos, com 56,7% dos indivíduos com DTM de acordo com o questionário de Fonseca et al. 5, seguida pela de 5 a 7 anos e 11 e 12 anos, ambas com 33,3% dos indivíduos com DTM, independente do grau. O sinal mais freqüente detectado ao exame clínico foi o desvio mandibular, presente em 30% dos indivíduos, seguido pelo salto mandibular durante abertura ou fechamento da boca 15%, e estalidos, limitações na abertura bucal e desgates dentários ambos presentes em 5% das crianças analisadas. Nenhum indivíduo apresentou edema na região das ATM (Gráfico 2). Gráfico 2 Incidência de sinais de DTM nos indivíduos de 5 a 12 anos, em porcentagem Ao interrogar sobre a presença de hábitos parafuncionais da criança, a onicofagia mostrou-se o hábito mais frequente, presente em 43,3% das crianças, seguido pelo bruxismo presente em 36,7%, uso de chupeta 15%, e sucção digital, presente em 8,3% dos pacientes. Correlacionando a presença de DTM com cada hábito parafuncional foram obtidos os seguintes resultados. Os hábitos de bruxismo e sucção digital apresentaram correlação estatisticamente significativa com o desenvolvimento de sintomatologia de DTM. O hábito de onicofagia também apresentou correlação positiva com a desordem, porém este valor não foi significativo estatisticamente. Já o hábito de uso de chupeta apresentou correlação negativa com a presença de DTM; este valor não é muito significante, porém, devido a este hábito estar presente em um percentual muito pequeno dos indivíduos analisados (Gráfico 3). Revista Odontológica de Araçatuba, v.32, n.2, p , Julho/Dezembro,
4 Gráfico 3 Correlação entre a presença de hábito parafuncional e diagnóstico de DTM, independente do grau, em porcentagem DISCUSSÃO A determinação dos sinais e sintomas prevalentes das desordens temporomandibulares em pacientes pediátricos possui grande importância tanto científica quanto terapêutica. Os resultados encontrados em pesquisas realizadas com pacientes pediátricos podem apresentar grandes divergências tanto devido à diferença entre as metodologias adotadas, quanto à dificuldade que a maioria das crianças apresentam em relatar com exatidão aquilo que estão sentindo. Estudo sobre DTM em crianças demonstra a importância na detecção e intervenção, buscando reduzir os possíveis prejuízos relacionados, além de reforçar a importância de reconhecer crianças com predisposição para desordens do sistema estomatognático 21. Com relação aos sintomas prevalentes na infância, o resultado da pesquisa corrobora com os estudos de Thilander et al. 26, Motegi et al. 16 e Santos et al. 23 ao encontrar a cefaléia como sintoma mais relatado pelas crianças. Contrasta, portanto, com o estudo de Kampe et al. 8, que encontrou as dores na face, cansaço ao mastigar e fadiga muscular durante mastigação como sintoma prevalente. Ao verificarmos os sinais mais encontrados, observamos uma divergência entre o resultado desta pesquisa e estudos de outros autores que realizaram trabalhos semelhantes. O resultado da pesquisa mostrou que o desvio mandibular na abertura ou fechamento da boca é o sinal mais comumente encontrado na infância, contrastando com os estudos de Santos et al. 23, Motegi et al. 16 e Kampe et al. 8 que encontraram os ruídos como sinal mais comum nos pacientes pediátricos. Apenas 5% dos indivíduos analisados na pesquisa apresentavam estalidos na articulação. Esta divergência pode ser devido a diferença nas metodologias adotadas. No presente estudo, a presença de ruídos articulares foi analisada pelo método da palpação digital, já nas outras pesquisas anteriores, o mesmo sinal foi detectado através do método da ausculta. A prevalência de DTM nas crianças encontrada, independente do grau,foi de 45%, assemelhando-se à aquelas apresentadas no estudo de Pahkala e Layne 22 e Nilner e Lassing 19. Corrobora com Okeson 20, ao encontrar uma prevalência maior nos indivíduos do sexo feminino. Os resultados corroboram com o estudo de Galvão et al. 6 (2006) ao encontrar uma alta prevalência de crianças com hábitos orais deletérios. Os hábitos parafuncionais de bruxismo e sucção digital apresentaram correlação positiva com o desenvolvimento de sintomatologia de DTM, assim como nos estudos realizados por Tosato et al. 27, Santos et al. 23 e Michelotti et al. 15. O hábito parafuncional do tipo onicofagia também apresentou correlação positiva com a presença de DTM, porém esta variável não foi significativa estatisticamente, assim como o resultado encontrado no estudo de Michelotti et al. 15. O hábito parafuncional de uso de chupeta apresentou correlação negativa com a presença de DTM. Este valor, porém, não pode ser de extrema significância, já que havia um número muito pequeno de indivíduos que apresentavam este tipo de hábito. CONCLUSÃO De acordo com a pesquisa apresentada, a cefaléia foi o sintoma das desordens temporomandibulares mais relatado pelos pacientes pediátricos e o desvio mandibular foi o sinal mais prevalentemente encontrado nestes indivíduos de 5 a 12 anos. A prevalência das DTM foi maior nas crianças entre 8 a 10 anos, sendo igualmente menores nas faixas antes e após esta. A Onicofagia foi o hábito parafuncional mais prevalente nas crianças, e o estudo mostrou existir uma correlação positiva entre a presença de hábitos parafuncionais e o desenvolvimento de sintomatologia de DTM. ABSTRACT The signs and symptoms of temporomandibular disorders have increasingly been detected in pediatric patients. Multiple factors may influence the development of this pathology in children. This study aimed to detect the signs and symptoms prevalent of temporomandibular disorders (TMD) in patients 5 to 12 years and evaluate the interrelationship of the presence of symptoms of TMD with parafunctional habits. We evaluated 60 individuals who responded to questionnaires about the symptoms and the presence of parafunctional habits and underwent a clinical examination to assess the presence of signs of TMD. The headache and mandibular deviation during opening or closing the mouth were, respectively, the most prevalent symptom and sign found in children. There was a positive correlation with the development of symptoms of TMD in the presence of the habits of onychophagy, bruxism and digital sucking. UNITERMS: Temporomandibular Disorder, Children, Signs and symptoms Revista Odontológica de Araçatuba, v.32, n.2, p , Julho/Dezembro,
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