II ENCONTRO DE DIVULGAÇÃO DE ATIVIDADES DE PESQUISA, ENSINO E EXTENSÃO PIBID UENP: DESAFIOS E PERSPECTIVAS

Transcrição

1 O ENSINO DE CIÊNCIAS COMO INVESTIGAÇÃO POR MEIO DA EXPERIMENTAÇÃO EM FÍSICA MARCELINO, P.G¹; GUARINI, C, M. ¹; PONCIANO, J. F. M. P. ¹; STABILE, H.G. ¹; ASSIS, M. F. ¹; GOMES, M. S. ¹; SANTOS, C. H. C. ¹; VIEIRA, M. N. F. ¹; MAICHAKI, I. D. ¹; SOUZA, M. M. ¹; MORAES, N. V.²; FRASSON-COSTA, P. C.³ ¹ Licenciandos de Ciências Biológicas da Universidade Estadual do Norte do Paraná, Setor de Biologia, campus Luiz Meneghel. ² Professora Supervisora do Colégio Estadual Cecília Meireles, Bandeirantes, Paraná. ³ Professora Doutora Coordenadora de Área do Subrojeto PIBID de Ciências Biológicas da Universidade Estadual do Norte do Paraná, campus Luiz Meneghel. RESUMO O presente estudo tem como objetivo apontar percepções de alguns dos Pibidianos frente às contribuições de experiências desenvolvidas com um grupo de alunos de uma escola estadual, baseadas em atividades experimentais investigativas. Também objetiva observar se tais atividades facilitaram o aprendizado dos conceitos de Física pertinentes. As atividades foram desenvolvidas com a mediação dos Pibidianos, no sentido de propor aos alunos do 9º ano do ensino fundamental, a resolução de problemas aplicados em experimentos com o tema geração de energia. Utilizamos três depoimentos de Pibidianos para expressar os efeitos positivos da metodologia de ensino utilizada e três relatos de alunos para observar como ocorreu o processo de investigação no decorrer dos experimentos. Houve contribuições para a formação acadêmica, como também para os alunos, pois tais atividades favoreceram o ensino da Física pela investigação. Palavras-chave: Experimentação. Investigação. Ensino de Ciências. INTRODUÇÃO O subprojeto de Ciências Biológicas da UENP, campus Luiz Meneghel, que pertence ao Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência

2 (PIBID), promove o desenvolvimento de práticas de experimentação em Ciências, tendo em vista a percepção de como as atividades metodológicas em forma de ensino por investigação, contribuíram para a formação dos bolsistas Pibidianos. Nesta perspectiva de ensino por investigação, concordamos com os autores Wilsek e Tosin (2009, p.3), quando escreveram que Ensinar Ciências por Investigação significa inovar, mudar o foco da dinâmica da aula deixando de ser uma mera transmissão de conteúdo. Pautados na metodologia do ensino pelo experimento investigativo, estão relacionadas as atividades didáticas baseadas em situações-problema. De acordo com Zenhas et al. (2002), a resolução de problemas engloba três fases: a) reconhecimento do problema, sua identificação e definição, desenvolvimento de uma estratégia de ação; b) execução do plano e elaboração de uma resposta; c) avaliação da resposta e verificação do resultado obtido. Ainda sobre a ação de problematizar, as Diretrizes do Estado do Paraná (2008) enfatizam que: (...) Essa ação possibilita a aproximação entre o conhecimento alternativo dos estudantes e o conhecimento científico escolar que se pretende ensinar. A abordagem problematizadora pode ser efetuada, evidenciando-se duas dimensões: na primeira, o professor leva em conta o conhecimento de situações significativas apresentadas pelos estudantes, problematizando-as; na segunda, o professor problematiza de forma que o estudante sinta a necessidade do conhecimento escolar para resolver os problemas apresentados (PARANÁ, 2008, p. 74). Para Campos e Nigro (2009), em um trabalho investigativo cabe ao professor orientar e indicar um caminho de investigação, dando dicas que ajudem os alunos na busca do conhecimento que está sendo procurado, e não

3 ficar todo momento dando respostas definitivas ou sugerindo conhecimento pronto ou elaborado. Sendo assim, o presente estudo tem como objetivo apontar percepções de alguns dos Pibidianos frente às contribuições de experiências desenvolvidas com um grupo de alunos de uma escola estadual, baseadas em atividades experimentais investigativas. Também objetiva observar se tais atividades facilitaram o aprendizado dos conceitos de Física pertinentes. METODOLOGIA As atividades foram realizadas pela equipe PIBID de Ciências Biológicas, agrupados em dez licenciandos bolsistas, além da professora supervisora, entre os meses de abril e junho de 2013, com a duração de aproximadamente duas horas semanais, na Escola Estadual Cecília Meireles, no município de Bandeirantes, Paraná. Para que pudéssemos propor a resolução de problemas de forma investigativa e desafiadora, escolhemos abordar neste trabalho a temática da geração de energia. Os alunos foram divididos em cinco grupos, de quatro (4) alunos. Para cada grupo foi entregue os materiais necessários à montagem de experimentos, com o seguinte problema proposto: Com os materiais recebidos inventem um experimento que de alguma forma gere energia. Na sequência, os alunos passaram a agir para obter a solução do problema. Os Pibidianos observavam a experiência e solicitavam que os alunos contassem como estavam buscando a solução do problema formulado. Após a descoberta da solução dos problemas, os Pibidianos organizaram os alunos em um grande círculo para apresentação dos resultados obtidos em cada grupo.

4 Como forma de expressar as suas ideias e criatividade, foi solicitado aos alunos individualmente, que escrevessem ou desenhassem em um caderno, como haviam desenvolvido a solução do problema por intermédio desses experimentos. Para perceber os efeitos positivos da metodologia de ensino promovidos por esses experimentos, selecionamos três trechos de depoimentos dos Pibidianos que foram gravados e transcritos sendo fictícios os nomes dos participantes para preservar suas identidades. Também fotocopiamos os cadernos de anotações de três alunos participantes, que relataram como ocorreu o processo de investigação no decorrer dos experimentos. RESULTADO E DISCUSSÃO A discussão do grande grupo oportunizou a cada aluno fornecer explicações detalhadas acerca de como haviam realizado os experimentos, buscando entender os fenômenos apresentados. Este momento atraiu o interesse de todos os alunos e a curiosidade em conhecer o feito do outro, registrando o espírito investigativo dos participantes. A participação e interação dos licenciandos no meio escolar foram de grande importância, pois tiveram a oportunidade de ter um contato com a sala de aula, com novas maneiras de trabalhar alguns conceitos de Física, criando mecanismos facilitadores para aprendizagem de Ciências, tornando o ensino prazeroso, instigante, interativo e desafiador. A seguir apresentamos os depoimentos dos Pibidianos que apontam suas percepções frente aos experimentos e os relatos dos alunos frente ao conhecimento adquirido.

5 No grupo que acompanhei sugeri que os alunos montassem os experimentos, sozinhos, com os materiais que eles tinham. Eles conversavam muito entre si: da pra colocar a bexiga de um lado do canto e a bolinha do outro lado... Porque desse jeito a bexiga esticada vai jogar pra longe a bolinha... Depois da montagem e aplicação do experimento, perguntei porque eles achavam que a bexiga jogava a bolinha para longe. Eles responderam quando a bexiga que está junto com o cano é esticada, há energia aqui, deve ser a energia potencial, que fica armazenada. Quando solto a bexiga ela joga a bolinha de isopor longe, então essa é energia cinética (Lurdes Pibidiana, 2ºano Ciências Biológicas). Fig 1. Registro do caderno da aluna Natália 9º ano Ensino Fundamental. Acredito que no experimento explosão de palitos, os alunos puderam perceber através da montagem, e pela investigação que faziam através de várias tentativas, de acertos e erros, a presença da energia armazenada nos trilhos, e a mudança que ocorreu com o movimento deste e logo após o repouso (Joana Pibidiana, 3º ano Ciências Biológicas).

6 Fig 2. Registro do caderno da aluna Jaqueline 9º ano Ensino Fundamental. A experiência vapor da lata foi bastante interessante, primeiro porque sugerimos aos alunos o uso de giz de louça como se fosse carvão, devido o giz absorver o álcool e mantém acesso o fogo, e isso foi novidade para eles, despertou a curiosidade pelo funcionamento do experimento. Enquanto os alunos montavam os experimentos, e observavam o que acontecia, eu os indagavam sobre como a energia estava sendo gerada e os porquês dos procedimento utilizados por eles, fazendo que os conceitos científicos fossem sendo adquiridos (Miranda Pibidiana, 2º ano Ciências Biológicas). Fig 3. Registro do caderno da aluna Isabella 9º ano Ensino Fundamental.

7 CONCLUSÃO Por meio deste trabalho pudemos perceber os desafios do preparo das aulas com o propósito de facilitar o Ensino de Ciências com atividades experimentais investigativas, de modo a conduzirmos as atividades de maneira interessante, em que os alunos participassem ativamente do processo da aprendizagem. Acreditamos que houve contribuições para nossa formação acadêmica, como também para os alunos, pois tais atividades favoreceram o ensino da Física pela investigação. REFERÊNCIAS CAMPOS, M. D. C; NIGRO, R. G. Teoria e Prática em Ciências na Escola, O Ensino- Aprendizagem como investigação, 1ª edição, editora FTD, PARANÁ. Secretaria de Educação do Paraná. Diretrizes Curriculares da Educação Básica para o ensino de Ciências. SEED/PR. Curitiba: WILSEK, M. A. G.; TOSIN, J. A. P. Ensinar e Aprender Ciências no Ensino Fundamental com Atividades Investigativas através da Resolução de Problemas, Disponível em: < Acesso em: 18 junho2013. ZENHAS, A.; SILVA, C.; JANUÁRIO, C.; MALAFAYA, C.; PORTUGAL, I. Ensinar a estudar - Aprender a estudar. 4 ed. Porto: Porto Editora