UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI FLÁVIO AUGUSTO LINDNER DE OLIVEIRA. ARGAMASSA INDUSTRIALIZADA: Vantagens e Desvantagens
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- Lorenzo Renato Capistrano Pinheiro
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1 UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI FLÁVIO AUGUSTO LINDNER DE OLIVEIRA ARGAMASSA INDUSTRIALIZADA: Vantagens e Desvantagens SÃO PAULO 2006
2 2 FLÁVIO AUGUSTO LINDNER DE OLIVEIRA ARGAMASSA INDUSTRIALIZADA: Vantagens e Desvantagens Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para a obtenção do título de Graduação do Curso de Engenharia Civil da Universidade Anhembi Morumbi Orientador: Professor Antonio Calafiori Neto SÃO PAULO 2006
3 3 FLÁVIO AUGUSTO LINDNER DE OLIVEIRA ARGAMASSA INDUSTRIALIZADA: Vantagens e Desvantagens Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para a obtenção do título de Graduação do Curso de Engenharia Civil da Universidade Anhembi Morumbi Trabalho: em: de de Nome do Orientador Nome do professor da banca Comentários:
4 4 RESUMO Palavras Chave: Argamassa, Racionalização, Produtividade, Tecnologia. Hoje, a construção sustentável é um grande desafio. Precisa ser mais racional e econômica, produzida com materiais que reduzam as perdas, diminuam a quantidade de entulho e, sobretudo, causem menor impacto ambiental. Uma argamassa industrializada de qualidade, se destina a atender os construtores de novos tempos, que entendam o quanto é importante o controle tecnológico dos produtos que usam em suas obras. Homogeneidade do traço, controle tecnológico, menor desperdício, maior rendimento, produtos específicos para cada utilização, redução do risco de patologias, produtos normalizados, controle de estoque, rastreabilidade de produto, racionalização do canteiro, maior produtividade, diminuição da interferência da mão de obra na qualidade do produto, são algumas das vantagens em se utilizar argamassas industrializadas, aparentemente o custo de um produto industrializado é superior ao convencional preparado na própria obra, neste trabalho veremos que o custo final nem sempre é o que parece.
5 5 ABSTRACT Key Words: industrialized mortar, rationalization, productivity, technology Today, the sustainable construction is a great challenge. It needs to be more rational and economic, produced with materials that reduce the losses, diminish the amount of rubbish and, over all, cause minor ambient impact. A industrialized mortar of quality, if destines to take care of the constructors of new times, that understand how much the technological control is important of products that use in its workmanships. Homogeneity of the trace, technological control, lesser wastefulness, specific greater income, products for each use, normalized reduction of the risk of patologies, products, control of supply, rationalization of the seedbed, greater productivity, reduction of the interference of the hand of workmanship in the product quality, are some of the advantages in if to use industrialized mortar, the cost of a industrialized product is superior to the conventional prepared in the proper workmanship, in this work will see that the final cost nor always is what it seems.
6 6 LISTA DE FIGURAS Figura 5.1 Fluxograma dos processos para argamassa mista preparada em obra Figura 5.2 Fluxograma dos processos para argamassa industrializada em sacos Figura 5.3 Abastecimento de silo de argamassa industrializada no canteiro através de mangueiras ligadas a um caminhão. Figura 5.4 Silo com argamassa industrializada Figura 5.5 Equipamentos de medição dos materiais. a) Padiola; b) Carrinhopadiola Figura 5.6 Equipamento de mistura: a) betoneira; b) argamassadeira intermitente de eixo horizontal; c) argamassadeira contínua de eixo horizontal. Figura Equipamentos de transporte vertical: a) guincho de coluna b) elevador de obra Figura 5.8 Transporte de argamassa por gravidade através de dutos: a) duto de ligação do local de mistura na cobertura ao balancim; b) funil por onde a argamassa é inserida no duto com o uso de pás; c) duto sobre o balancim. Figura 5.9 Transporte de argamassa industrializada em sacos com grua: a)garfo para o içamento de paletes com sacos; b) transporte por grua de sacos de argamassa protegidos com lona plástica para evitar quedas; c) plataforma para o descarregamento de argamassa no pavimento Figura 5.10 Equipamentos de bombeamento da argamassa industrializada por via seca: a) compressor de ar acoplado ao silo; b) misturador automático com filtro de ar na parte superior
7 Figura 5.11 Bomba de via úmida para argamassa 7
8 8 LISTA DE TABELAS Tabela 1 Controle de recebimento de materiais Tabela 2 Áreas necessárias para armazenamento de determinadas quantidades de materiais. Tabela 3 Tipos de misturadores de argamassa Tabela 4 - Equipamentos utilizados nos transportes de materiais para a execução de revestimento de argamassa Tabela 5 Dados para cálculos Tabela 6 Valores não variáveis e calculados Tabela 7 Composição de custo de mão de obra Tabela 8 Custo comparativo de mão de obra Tabela 9 Custo comparativo de materiais Tabela 10 Resultados finais
9 9 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABCP Associação Brasileira de Cimento Portland ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas ABRATEC Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Construção Civil COFINS Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social CPMF Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras EPI Equipamento de Proteção Individual FUNDACENTRO Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial ISS Imposto Sobre Serviços NBR Norma Brasileira NR Norma Regulamentadora PCC/EPUSP Práticas da Construção Civil / Escola Politécnica Universidade de São Paulo PIS Programa de Integração Social SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
10 10 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO OBJETIVOS Objetivo Geral Objetivo Específico MÉTODO DE PESQUISA JUSTIFICATIVA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA CONSIDERAÇÕES FUNDAMENTAIS PARA O PREPARO DA ARGAMASSA ANÁLISE DOS PROCESSOS ENVOLVIDOS NO USO DA ARGAMASSA DENTRO DO CANTEIRO DE OBRAS Recebimento e Descarga dos Materiais Controle de Recebimento e Qualidade dos Materiais Armazenamento dos Materiais Local de Preparo da Argamassa Medição dos Materiais Mistura da Argamassa Transporte de Materiais ESTUDO DE CASO PLANILHA COMPARATIVA ANÁLISE CRÍTICA CONCLUSÕES...39 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...41
11 11 1 INTRODUÇÃO Apesar de serem muito utilizadas, as argamassas são ainda caracterizadas por grande incidência de patologias, desperdícios de materiais, tempo e mão-de-obra elevados e altos custos de produção. Objetivando a reversão desse quadro, o setor da Construção Civil investe constantemente no aprimoramento de seus processos com a adoção de novas tecnologias e novos materiais. Como exemplo desse aprimoramento, cita-se o uso da argamassa industrializada. Cada vez mais a procura pelas argamassas industrializadas, por parte das empresas construtoras, tem sido crescente. As indústrias de argamassa também têm investido na busca de melhores produtos como, por exemplo, o fornecimento de argamassas específicas para cada tipo de uso. Porém, muitas empresas construtoras, ao discutirem a adoção da argamassa industrializada, realizam análises simplificadas não avaliando possíveis ganhos de eficiência em diversos processos, que compreendem desde o recebimento dos materiais até a aplicação da argamassa. Essa carência nas análises pode ser justificada pela falta de informações quanto aos ganhos de eficiência que podem ser obtidos em cada um desses processos.
12 12 2 OBJETIVOS O objetivo geral e específico do trabalho estão descritos a seguir. 2.1 Objetivo Geral O objetivo deste trabalho é realizar uma análise nos processos que compõem a utilização da argamassa, identificando ganhos potenciais de eficiência na adoção da argamassa industrializada em relação à argamassa preparada no canteiro de obras. 2.2 Objetivo Específico Estudar o processo de análise de custos de argamassa industrializada, considerando todos os estágios de produção de argamassa, desde sua entrega até o acabamento final na obra, passando pela sua preparação e controle na obra.
13 13 3 MÉTODO DE PESQUISA O referente estudo foi baseado em pesquisa a livros, revistas, manuais, artigos, publicações e em site de busca da internet. Para o estudo de caso foram realizadas visitas a obras, onde foi realizada a comparação entre sistemas de revestimento interno, considerando as especificidades de cada obra, assim como as dificuldades de implantação dos sistemas avaliados em cada canteiro.
14 14 4 JUSTIFICATIVA Novas tecnologias e métodos construtivos estão cada vez mais presentes na construção civil. Dentro de uma obra verificamos processos inovadores, muito mais rápidos e com alta produtividade. Os materiais estão muito mais específicos e com excelente desempenho. Diante disso, produtos clássicos dentro da obra, como a argamassa, têm a necessidade de se aperfeiçoarem com desenvolvimento de novas tecnologias de aplicações e características de utilização. Atualmente as industrias de argamassas nos fornecem opções diversas e cada vez mais específicas com novos produtos sendo desenvolvidos constantemente, porém, essas inovações possuem custos às vezes elevados, que até mesmo inviabilizam o consumo na obra, outras vezes o alto custo inicial, é diluído se considerarmos o processo como um todo.
15 15 5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 5.1 CONSIDERAÇÕES FUNDAMENTAIS PARA O PREPARO DA ARGAMASSA Segundo a norma NBR (ABNT, 1995), argamassa é a mistura homogênea de agregado miúdo, aglomerante inorgânico e água, com aditivos ou não, e com propriedades de aderência e endurecimento. Para essa mesma norma, as argamassas preparadas em obra são aquelas em que a medição e a mistura dos materiais ocorrem no próprio canteiro de obras. Seus materiais são medidos em volume e massa; e podem ser compostas por um ou mais aglomerantes (simples ou mistas). Em se utilizando a cal, no preparo da argamassa em obra, é necessário aguardar o seu tempo de maturação, para sua perfeita hidratação. Segundo a norma NBR 7200 (ABNT, 1998), esse tempo é de 16 horas. Para que isso ocorra, procede-se à mistura prévia da cal hidratada em pó com areia e água (argamassa intermediária), ou a mistura prévia de cal hidratada com a água (pasta de cal). Essas misturas são deixadas em repouso até o momento da mistura da argamassa final, realizada somente após o tempo de maturação da cal. Na figura 5.1 é mostrado um fluxograma simplificado dos processos envolvidos no uso da argamassa mista preparada em obra.
16 16 LEGENDA Recebimento da areia Areia Medição e mistura da argamassa intermediária inspeção transporte armazenagem operação Recebimento da cal Cal Argamassa intermediária Aplicação da argamassa Recebimento do cimento Cimento Medição e mistura da argamassa Figura 5.1 Fluxograma dos processos para argamassa mista preparada em obra As argamassas industrializadas, de acordo com a norma NBR (ABNT, 1995), são aquelas provenientes da dosagem controlada, em instalações próprias (indústrias), de aglomerante(s), agregado(s), e, eventualmente, aditivo(s), em estado seco e homogêneo, compondo uma mistura seca à qual o usuário somente adiciona a quantidade de água requerida para proceder à mistura. Na figura 5.2 é mostrado um fluxograma simplificado dos processos envolvidos no uso da argamassa industrializada no canteiro de obras. LEGENDA inspeção transporte Recebimento da argmamassa industrializada em sacos Cimento Argamassa Preparo da argamassa Aplicação da argamassa armazenagem operação Figura 5.2 Fluxograma dos processos para argamassa industrializada em sacos Comparando-se as figuras 5.1 e 5.2, nota-se que a argamassa preparada em canteiro envolve um número bem maior de etapas, portanto requer maior demanda de transporte, maior necessidade de áreas de armazenagem, maior quantidade de
17 17 controles e, conseqüentemente, maior utilização de mão-de-obra. Somando-se a complexidade da gestão, fica evidente que a opção por produção em canteiro não é compatível com os conceitos de racionalização. 5.2 ANÁLISE DOS PROCESSOS ENVOLVIDOS NO USO DA ARGAMASSA DENTRO DO CANTEIRO DE OBRAS Nesse capítulo são apresentados alguns dos potenciais ganhos de eficiência da argamassa industrializada em relação à argamassa preparada em obra. Para isso, serão analisadas as diversas etapas envolvidas no uso da argamassa no canteiro, desde o recebimento dos materiais até a aplicação. De maneira geral, pode-se incluir as seguintes etapas: Recebimento e descarga dos materiais Controle de recebimento e qualidade dos materiais Armazenamento dos materiais Escolha do local de mistura da argamassa Peneiramento da areia Medição dos materiais Mistura da argamassa Transporte dos materiais Recebimento e Descarga dos Materiais A forma de descarga dos materiais, utilizados na produção de argamassa, está ligada à forma de recebimento deles. Os materiais entregues em sacos de cimento, cal e argamassa industrializada são descarregados manualmente ou, se forem entregues em paletes, com o uso de carro porta-palete, empilhadeira ou grua. Os materiais entregues a granel são descarregados, geralmente pelo próprio veículo de entrega. A areia é recebida a granel em caminhão basculante. A necessidade da descarga da areia fora de seu local de armazenamento pode ser muito onerosa,
18 18 uma vez que pode demandar grande quantidade de mão-de-obra, além de uma logística complicada. A argamassa industrializada também pode ser entregue acondicionada em silo, ou a granel. O descarregamento de silos é feito pelo próprio caminhão de seu transporte e o abastecimento do silo se dá através de mangueiras ligando o caminhão graneleiro ao silo (Figura 5.3). A argamassa industrializada, por permitir um descarregamento mais mecanizado, utiliza menor quantidade de mão-de-obra e induz a menores perdas de materiais. Figura 5.3 Abastecimento de silo de argamassa industrializada no canteiro através de mangueiras ligadas a um caminhão.
19 Controle de Recebimento e Qualidade dos Materiais Um dos problemas causadores de ineficiências da execução dos serviços que utilizam a argamassa é a falta de qualidade e grande variabilidade dos materiais, que podem ocasionar patologias, perdas de materiais, retrabalho, etc. Assim, justifica-se a realização de um controle de recebimento em prol da garantia da qualidade dos materiais que irão constituir a argamassa, e da certeza de que o material recebido está de acordo com a especificação e com a quantidade solicitada. É importante ressaltar que para argamassas produzidas em canteiro é imprescindível um estudo prévio de dosagem visando determinar tanto a proporcionalidade propriamente dita quanto as especificações das matérias primas. Ao final do trabalho estas informações devem ser divulgadas amplamente para todos os envolvidos, especialmente os setores de produção e suprimento. No controle de recebimento dos materiais podem ser realizados três tipos de verificações: quantitativa, visual e por ensaios. As verificações quantitativas e visuais devem ser realizadas no momento do recebimento do material no canteiro. Os ensaios, por sua maior complexidade, são geralmente realizados por laboratórios especializados, os quais devem estar devidamente capacitados para tal. Sempre que possível, deve-se optar por laboratórios pertencentes à rede credenciada pelo INMETRO ou sócios da ABRATEC. Na tabela 1, apresentam-se algumas das possíveis verificações realizadas no recebimento dos materiais nos canteiros de obras. Além dessas, deve-se verificar também se as informações relativas ao material e sua fabricação estão impressas nas embalagens ou descritas nos registros que os acompanham e se o material possui o selo de conformidade, como o da ABCP, por exemplo.
20 20 Tabela 1 Controle de recebimento de materiais Material Forma de recebimento Verificação quantitativa Verificação visual Areia - a granel - cubicagem da caçamba do caminhão - coloração - granulometria - impurezas Cal - em sacos - contagem dos sacos - existência de sacos rasgados, furados ou molhados Cimento - em sacos - contagem dos sacos - existência de sacos rasgados, furados, molhados ou empedrados Argamassa industrializada - em sacos - contagem dos sacos - existência de sacos rasgados, furados, molhados ou empedrados Argamassa industrializada - em silos - pesagem do veículo antes e depois da descarga Nota-se que, em função do uso de diferentes materiais, a argamassa preparada em obra necessita de um número maior de controles comparado à argamassa industrializada. Este custo muitas vezes é negligenciado quando do planejamento dos empreendimentos. Outra desvantagem da argamassa preparada em obra é a dificuldade em controlar a qualidade da areia, que apresenta diversos problemas difíceis de serem detectados, como a presença de impurezas Armazenamento dos Materiais O correto armazenamento dos materiais evita uma série de problemas, como perdas na qualidade, perdas quantitativas, problemas quanto ao fluxo nos canteiros de obras e problemas de segurança dos operários, para citar apenas alguns.
21 21 As recomendações mais importantes para o armazenamento dizem respeito à segurança dos operários e demais pessoas, descritas pela NR 18 (FUNDACENTRO, 1996). Além dessas recomendações, a norma NBR 7200 (ABNT, 1998), recomenda que: a) a areia deve ser armazenada:. Em compartimentos identificados pela natureza e classificação granulométrica, em espaço confinado em três lados, com fundo inclinado e drenado;. Em local a que o caminhão basculante possa ter acesso direto. b) os materiais ensacados (cimento, cal e argamassa industrializada) devem ser armazenados:. Em local fechado, protegido da umidade, sobre estrado ou assoalho de madeira, e não ter contato com a parede;. De forma que se permita a retirada dos materiais segundo a ordem de compra, para que sejam utilizados dentro do prazo de validade. c) a argamassa intermediária deve ser armazenada próximo ao local de mistura da argamassa mista (definitiva). A argamassa preparada em obra, por necessitar de materiais em sacos e de areia solta, necessita maiores cuidados quanto ao armazenamento dos materiais. Outra desvantagem dessa forma de preparo é o armazenamento da argamassa intermediária. Em relação à demanda de áreas para armazenamento de materiais, na Tabela 2 apresentam-se alguns exemplos de áreas em função da quantidade de materiais. Tabela 2 Áreas necessárias para armazenamento de determinadas quantidades de materiais. Material Quantidade Característica do estoque (m²) Areia 10 m³ altura média 0,8m 12,5 Cal 200 sacos pilhas com 15 sacos 4,8 Cimento 200 sacos pilhas com 10 sacos 8,4 Argamassa industrializada 200 sacos pilhas com 10 sacos 8,4 Argamassa intermediária 1 m³ altura média 0,3m 3,4
22 22 Os estoques de argamassa industrializada são mais flexíveis, ou seja, podem ser remanejados no canteiro de obra com maiores facilidades que os estoques de materiais da argamassa preparada em obra, além de poderem ser distribuídos nos locais de aplicação (pavimentos). Outra vantagem da argamassa industrializada é a possibilidade de seu armazenamento em silo, requerendo uma pequena área no canteiro, em que cerca de 9m² pode armazenar até 30 toneladas de material. Na Figura 5.4, mostra-se um silo instalado em canteiro. Figura 5.4 Silo com argamassa industrializada Local de Preparo da Argamassa O local de mistura da argamassa influi no fluxo de materiais e pessoas, ritmo de produção, em diferentes níveis de controle de qualidade da argamassa e em perdas quantitativas de materiais.
23 23 A mistura da argamassa pode ser de duas formas, ou seja, em local único no canteiro de obras (central de preparo) ou em locais variáveis. Neste caso, ocorre nos pavimentos de execução do serviço. Para as argamassas preparadas em obra, a mistura em locais variáveis apresenta alguns problemas, tais como dificuldade no controle de qualidade da argamassa, perdas na produção e transporte de materiais. No caso da argamassa industrializada, o preparo em locais variáveis é favorecido, permitindo menores solicitações de transporte e mão-e-obra e otimização dos sistemas de transporte vertical, com utilização fora dos horários de pico Medição dos Materiais Uma das maiores vantagens da argamassa industrializada é não precisar da medição dos materiais, exceto da água. Para a argamassa preparada em obra, se faz necessária a medição de todos os materiais constituintes para dosagem da mesma. Os equipamentos recomendados para a medição dos aglomerantes e dos agregados são as padiolas e os carrinhos-padiola. A medição da quantidade de água poder feita com o auxílio de baldes, latas ou dosadores ou, para alguns tipos de misturadores, a dosagem de água pode ser automática. Para medição manual, o recipiente deve ser graduado ou ter uma marca visível, evitando variações da quantidade de água. Embora em alguns casos se recomende incorporar aditivos na argamassa preparada em canteiro, o seu uso é comprometido em função da dificuldade de sua dosagem, uma vez que precisa de quantidades mínimas, difíceis de serem medidas no canteiro de obras. A isto se soma o fato de que muitas vezes o equipamento utilizado não é adequado.
24 24 Figura 5 Equipamentos de medição dos materiais. a) Padiola; b) Carrinho-padiola Mistura da Argamassa As misturas, de acordo com a norma NBR 7200 (ABNT, 1998), devem ser feitas por processos mecanizados ou, em casos excepcionais, por processo manual. A mistura manual não é aconselhável, pois não é garantida a correta homogeneização da argamassa, o que compromete as suas propriedades. Muitos são os equipamentos atualmente disponíveis para o preparo mecânico da argamassa. Tais equipamentos podem ser classificados de acordo com o sistema de mistura, com o tipo do eixo e com o regime de produção. Na Tabela 3, apresenta-se essa classificação. Tabela 3 Tipos de misturadores de argamassa Critérios de classificação Tipos de misturadores Tipo de mistura - por queda livre ou gravitacional - forçada Tipo de eixo - horizontal - vertical - inclinado - planetário Regime de produção - intermitente - contínuo
25 25 Os misturadores de queda livre (ou gravitacionais), também são conhecidos por betoneiras, não são indicados para a mistura da argamassa, pois não garantem a perfeita homogeneidade da mistura. Apesar disso, nota-se que eles são muito usados para a mistura de argamassa de revestimento. O ideal é que o preparo da argamassa seja feito com equipamento específico e melhor adaptado para a produção de argamassa, denominado argamassadeira. Os fabricantes de argamassadeiras indicam seu uso preferencialmente para as argamassas industrializadas. A falta de equipamentos específicos para a mistura da argamassa preparada em obra é uma desvantagem para esta forma de produção. Na Figura 5.6, apresentamse alguns equipamentos utilizados na mistura de argamassa. Figura 5.6 Equipamento de mistura: a) betoneira; b) argamassadeira intermitente de eixo horizontal; c) argamassadeira contínua de eixo horizontal. Observando-se a Figura 5.6 pode-se constatar que as dimensões das argamassadeiras permitem seu deslocamento na obra com facilidade. A maioria delas é dotada de rodas, sendo possível sua movimentação com apenas um profissional Transporte de Materiais O sistema de transporte é um dos principais responsáveis por utilizações excedentes de mão-de-obra e por perdas de materiais. A necessidade de transporte dos materiais ou da argamassa está relacionada:
26 26 a) com a forma de preparo da argamassa e com os materiais utilizados; b) com o arranjo físico do canteiro de obras, pois maiores distâncias entre as áreas de armazenamento, mistura e aplicação determinam maior necessidade de transporte; c) local de mistura da argamassa, pois determina se há a necessidade do transporte dos materiais constituintes ou da argamassa já misturada. O transporte de materiais pode ser com decomposição ou sem decomposição do movimento. O transporte de materiais com decomposição de movimento ocorre quando são utilizados equipamentos diferentes para o movimento horizontal e vertical, enquanto o transporte sem decomposição ocorre quando se utilizada apenas um equipamento para os dois movimentos. Na Tabela 4, apresentam-se os principais equipamentos utilizados nos transportes de materiais para o preparo de argamassa. Tabela 4 - Equipamentos utilizados nos transportes de materiais para a execução de revestimento de argamassa Materiais Transporte horizontal Transporte vertical Transporte sem decomposição Areia - jerica - carrinho de mão - carrinho-padiola - padiola - guincho manual (1) - guincho de coluna - elevador de obra - grua Materiais em sacos - jerica - carrinho de mão - guincho manual (1) - guincho de coluna - elevador de obra - grua Material em sacos entregue em paletes - carro porta-palete - empilhadeira - elevador de obra - grua Argamassa fresca - jerica - carrinho para transporte de argamassadeiras - carrinho de mão - guincho manual (1) - guincho de coluna - elevador de obra - por gravidade, através de dutos - grua - bomba (de via úmida) Argamassa industrializada a granel (silo) - bomba (de via seca)
27 27 O guincho manual só é indicado para pequenas alturas e pequenas quantidades de materiais. Para o transporte vertical o ganho da argamassa industrializada é significativo, conforme pode-se observar na Figura 5.7, para argamassas preparadas em obra o limite fica por conta da dimensão do equipamento usado. Em se tratando de giricas, cujo volume máximo é de 250 litros cada, o total transportado por ciclo é de 500kg de argamassa, que representa 425 kg de pó. No sistema industrializado, com produção no andar, a quantidade é por conta do limite do equipamento, normalmente 750 kg de pó (15 sacos). O ganho é de 76%. É importante a criação de um sistema de transporte vertical independente para os materiais constituintes da argamassa, a fim de desafogar o equipamento principal de transporte (elevador de obra ou grua) e evitar deslocamentos e interferências inúteis. Esse sistema independente pode ser realizado com o uso de guinchos manuais, guinchos de coluna, por gravidade ou por bombeamento. No entanto, esta solução normalmente não é adotada em função do custo adicional deste sistema independente. Na figura 5.7 ilustram-se o guincho de coluna e o elevador de obra, e na Figura 5.8, o transporte de argamassa por gravidade através de dutos. Figura Equipamentos de transporte vertical: a) guincho de coluna b) elevador de obra
28 28 Figura 5.8 Transporte de argamassa por gravidade através de dutos: a) duto de ligação do local de mistura na cobertura ao balancim; b) funil por onde a argamassa é inserida no duto com o uso de pás; c) duto sobre o balancim. A grua é pouco utilizada no transporte de materiais para o preparo da argamassa, embora venha sendo utilizada para o transporte de argamassa industrializada em sacos. Na Figura 5.9, mostra-se o uso de grua para o transporte de argamassa industrializada em sacos. Figura 5.9 Transporte de argamassa industrializada em sacos com grua: a)garfo para o içamento de paletes com sacos; b) transporte por grua de sacos de argamassa protegidos com lona plástica para evitar quedas; c) plataforma para o descarregamento de argamassa no pavimento
29 29 Em relação ao bombeamento de argamassa, atualmente existem dois sistemas: um para a argamassa industrializada armazenada em silo (por via seca) e outro para a argamassa fresca (por via úmida). O bombeamento por via seca significa que apenas a mistura seca do material é bombeada. Esse sistema é composto, por um silo com compressor acoplado, um misturador e mangueiras (Figura 5.10). A argamassa é bombeada, através de uma mangueira, do silo até o misturador, com a injeção de ar comprimido. O controle do fluxo do bombeamento é feito automaticamente, conforma a saída de argamassa no misturador, onde se adiciona água à argamassa seca. Figura 5.10 Equipamentos de bombeamento da argamassa industrializada por via seca: a) compressor de ar acoplado ao silo; b) misturador automático com filtro de ar na parte superior
30 30 O bombeamento por via úmida consiste na movimentação da argamassa fresca. O sistema é formado por uma bomba e um conjunto de mangueiras. A argamassa fresca é depositada em uma câmara do equipamento de bombeamento (Figura 5.11) e, através de uma mangueira, é transportada até o local de uso. Figura 5.11 Bomba de via úmida para argamassa Por permitir o uso de sistema de transportes mais mecanizados, como o bombeamento por via seca e o uso de grua, a argamassa industrializada apresenta menores demandas de mão-de-obra e menores perdas de materiais em relação à argamassa preparada em canteiro.
31 31 6 ESTUDO DE CASO No processo de tomada de decisão envolvendo a compra da argamassa industrializada ou a produção de argamassa em obra, muitas vezes, observa-se uma subestimação das variáveis que compõem o custo da segunda alternativa. Serão avaliados, através dos dados reais provenientes uma obra, os custos relacionados ao processo de aplicação de argamassa. As análises serão feitas sem generalidades ou índices subjetivos, serão considerados somente os valores das obras, gerando maior confiabilidade nos resultados. Os valores obtidos serão lançados em planilha comparativa assim analisaremos as vantagens de determinado sistema em cada etapa do complexo sistema de revestimento interno.
32 PLANILHA COMPARATIVA Tabela 5 Dados para cálculos DESCRIÇÃO CHAPISCO EMBOÇO UNIDADE Área a ser revestida 8000 m² Área de concreto revestida com argamassa (pilar, viga, laje) 3000 m² Espessura do chapisco e emboço 0,3 1,7 cm Distância de transporte da areia da entrada da obra à baia Traço 10 m Ciclo de peneiramento da areia por equip. de transporte (emboço) 2 min Distância de transporte da areia da baia à betoneira 1 10 m Distância de transporte do depósito de cal à betoneira 2 10 m Distância de transporte do depósito de cimento à betoneira 8 10 m Tempo de ciclo de mistura da argamassa na betoneira 15 min Tempo de um ciclo de carga da argamassa no equip. de transporte 2 min Distância de transporte da betoneira até o guincho 10 m Distância média de transporte vertical 30 m Distância de transporte do guincho até o local de distribuição 5 m Tempo de um ciclo de descarga da argamassa nas caixas do pedreiro 2 min Distância de transporte do depósito de argamassa até o guincho 10 m Distância de transporte do guincho à argamassadeira 5 m Preço unitário do saco de cimento 12,1 R$ Preço unitário do saco de cal 4,9 R$ Preço unitário do metro cúbico da areia 39 R$ Preço unitário do saco de argamassa 5,4 R$ Aluguel mensal de um guincho 2000 R$ Indice de redução do volume da argamassa convencional 40 % Indice de redução do volume da argamassa industrializada 0 % Indice de redução do volume do chapisco 30 % Volume misturado por uma argamassadeira em um minuto 25 l/min Volume misturado de argamassa na betoneira por ciclo de mistura 200 litros Número de sacos de cimento por um ciclo de transporte horizontal 2 sacos Número de sacos de cal por ciclo de transporte horizontal 5 sacos Número de equipamentos de transporte por ciclo de transporte vertical 2 unidades Número médio de betonadas em um dia 40 unidades Tempo médio de limpeza de uma betoneira 10 minutos Número de sacos de argamassa por ciclo de transporte horizontal 2 sacos Número de sacos de argamassa por ciclo de transporte vertical 15 sacos Tempo médio de limpeza de uma argamassadeira 10 minutos Volume do equipamento de transporte 125 litros Custo mensal de um guincheiro 1900 R$ Volume de cimento por m³ de argamassa 357,14 151,52 litros Volume de cal por m³ de argamassa 303,03 litros Volume de areia por m³ de argamassa 1071, ,12 litros
33 33 DESCRIÇÃO CHAPISCO EMBOÇO UNIDADE Volume de argamassa por m³ de revestimento litros Área revestida por m³ de argamassa aplicada 50 m² Volume de argamassa produzida por m³ 1000 litros Volume de argamassa por m³ de revestimento 1000 litros Produtividade do pedreiro no serviço do chapisco 12 m²/hora Composição do cimento no chapisco 1 partes Composição da areia no chapisco 3 partes Percentual de ociosidade em relação as horas produtivas 200 % Percentual de ociosidade em relação as horas produtivas 200 % Tabela 6 Valores não variáveis e calculados Volume de um saco de cimento 35,97 litros Volume de um saco de cal 31,25 litros Volume de um saco de argamassa 25,64 litros Peso de um saco de argamassa 40 kg Densidade do cimento 1,39 kg/l Densidade da cal 0,64 kg/l Densidade úmida da argamassa industrializada 1,89 kg/l Densidade aparente da argamassa industrializada 1,56 kg/l Teor de água de amassamento 16 % Semanas em um ano 52 semanas Horas trabalhadas em um ano 2288 horas Horas trabalhadas em um mês 190,67 horas Horas trabalhadas em uma semana 44 horas Horas trabalhadas em um dia 8,8 horas Valor da hora normal paga ao pedreiro 2,12 R$ Valor da hora normal paga ao ajudante 1,78 R$ Custo total de um ajudante por mês 1168,01 R$ Custo da hora trabalhada por um ajudante 6,13 R$ Custo total de um pedreiro por mês 1372,99 R$ Custo da hora trabalhada por um pedreiro 7,2 R$ Custo da hora normal de um guincheiro 6,29 R$ Volume de argamassa por ciclo de transporte vertical 250 litros Produtividade do pedreiro no serviço de emboço 3,21 m²/hora Produtividade do pedreiro no serviço de emboço 3,21 m²/hora Tempo de carga e descarga vertical por ciclo 4,5 minutos Velocidade média de transporte horizontal 1 m/s Tempo de carga e descarga horizontal por ciclo 2 minutos Velocidade média de transporte vertical 1 m/s Argamassa Convencional Argamassa Industrializada Ambos
34 34 Tabela 7 Composição de custo de mão de obra Pedreiro Servente Unidade Quantidade unitário total unitário total Salário horas 220 2,12 466,4 1,78 391,6 Encargos Sociais % 134,08 453,54 608,11 366,41 491,28 Café unidade 22 0,65 14,3 0,65 14,3 Cesta básica unidade Vale transporte Unidade 88 1, , Desconto do vale % ,6-26,8 360,8-21,65 PCMSO verba Ferramentas verba Equipamentos verba EPI's verba CUSTO PARCIAL SEM IMPOSTOS 1249, ,53 ISS 68,65 58,4 COFINS 41,19 35,04 PIS 8,92 7,59 CPMF 5,22 4,44 CUSTO TOTAL DOS IMPOSTOS 123,98 105,47 CUSTO TOTAL COM IMPOSTOS (R$) 1372, ,01
35 35 Tabela 8 Custo comparativo de mão de obra CUSTO COMPARATIVO DE MÃO DE OBRA Convencional Convencional Industrializado Industrializado Convencional Industrializado chapisco emboço chapisco concreto Massa única Revestimento Revestimento (horas) (horas) (horas) (horas) (Reais) (Reais) Transporte da areia da entrada da obra até a baia 8 51, ,18 18,38 Peneiramento de areia 6,86 43,96 2,57 311,3 15,75 Transporte de areia peneirada até o local da mistura (horizontal) 8 51, ,18 6,13 Transporte do cimento até o local da mistura (horizontal) 0,66 1,59 0,25 13,8 6,13 Transporte da cal até o local da mistura (horizontal) 1,47 8,98 Transporte de argamassa ensacada até o guincho (horizontal) 16,36 100,21 Transporte de argamassa ensacada até o andar da mistura (vertical) 35,99 736,13 Mistura da argamassa 42,86 283,33 8,57 100, ,21 669,18 Carga da argamassa produzida no equipamento de transporte 6,4 36,27 2,4 261,37 14,7 Transporte horizontal inferior da mistura até o guincho (ida e volta) 1,07 6,04 0,4 43,56 2,45 Transporte vertical da mistura até o local da aplicação (ida e volta) 8,8 49,87 3, ,22 Transporte horizontal superior da mistura até o local de distribuição (ida e volta) 0,53 3,02 0,2 21,78 1,23 Transporte e descarga da argamassa nas caixas do pedreiro 6,4 36,27 2,4 40,27 261,37 261,37 Transporte horizontal superior da argamassa ensacada até a misturadora 8,18 50,1 Limpeza e manutenção dos equipamentos 0,5 2,83 0,19 1,72 20,42 10,52 TOTAL DE PREPARAÇÃO 90,08 567,22 26,28 203, , ,62 TOTAL DE HORAS NÃO PRODUTIVAS 180, ,44 52,56 406, , ,24 HORAS DE PEDREIRO DE EXECUÇÃO DE REVESTIMENTO (CHAPISCO) 666, , ,25 HORAS DE PEDREIRO DE EXECUÇÃO DE REVESTIMENTO (EMBOÇO) 2492, , , ,16 TOTAL GERAL DE HORAS 5130,6 3101, , ,27 Custo de mão de obra por m³ de preparação 92,16 26,36 Custo de mão de obra por m³ de execução 142,16 123,41 Custo total da mão de obra de cada sistema por m³ 233,42 149,76 DIFERENÇA PERCENTUAL ENTRE OS SISTEMAS DEVIDO À MÃO DE OBRA -35,84 PERCENTUAL DE CADA ATIVIDADE Convencional Industrializado Transporte da areia da entrada da obra até a baia 9,04 Peneiramento de areia 7,75 Transporte de areia peneirada até o local da mistura (horizontal) 9,04 Transporte do cimento até o local da mistura (horizontal) 0,28 Transporte da cal até o local da mistura (horizontal) 0,26 Transporte de argamassa ensacada até o guincho (horizontal) 8,05 Transporte de argamassa ensacada até o andar da mistura (vertical) 17,71 Mistura da argamassa 49,95 49,55 Carga da argamassa produzida no equipamento de transporte 6,39 Transporte horizontal inferior da mistura até o guincho (ida e volta) 1,07 Transporte vertical da mistura até o local da aplicação (ida e volta) 8,79 Transporte horizontal superior da mistura até o local de distribuição (ida e volta) 0,53 Transporte e descarga da argamassa nas caixas do pedreiro 6,39 19,82 Transporte horizontal superior da argamassa ensacada até a misturadora 4,03 Limpeza e manutenção dos equipamentos 0,5 0,85 Resultado %
36 36 Tabela 9 Custo comparativo de materiais CUSTO COMPARATIVO DE MATERIAIS Convencional Industrializado Chapisco Emboço Emboço Volume de cimento utilizado por m³ 357,14 151,52 litros Volume de argamassa utilizada 1000 litros Volume de cal utilizada por m³ 303,03 litros Peso por saco de argamassa 40 kg Volume de areia utilizada por m³ 1071, ,12 litros Preço por saco de argamassa 5,4 R$ Volume total dos insumos 1428, ,67 litros Área revestida pela argamassa misturada 333,33 50 m² Área revestida pela argamassa misturada 50 m² Espessura média da área revestida 0,3 1,7 cm Espessura média da área revestida 2 cm Volume aplicado na área revestida litros Volume aplicado na área revestida 1000 litro CUSTO DO CHAPISCO (ÁREA DE ALVENARIA E CONCRETO) EM R$/m³ Densidade Volume Peso Sacos Sacos Preço kg/l litros kg kg unidade unitário Cimento 1,39 357,14 496,43 9,93 12,1 120,14 Areia 1071, ,79 Preço do m³ do chapisco 161,92 CUSTO DO EMBOÇO EM R$/m³ Densidade Volume Peso Sacos Sacos Preço kg/l litros kg kg unidade unitário Cimento 1,39 151,52 210,61 4,21 12,1 50,97 Cal 0,64 303,03 193,94 9,7 4,9 47,52 Areia 1212, ,27 Preço do m³ do emboço 145,75 CUSTO DO CHAPISCO (ÁREA DE CONCRETO) EM R$/m³ Densidade Volume Peso Sacos Sacos Preço kg/l litros kg kg unidade unitário Cimento 1,39 357,14 496,43 9,93 12,1 120,14 Areia 1071, ,79 Preço do m³ do chapisco 161,92 CUSTO DA ARGAMASSA INDUSTRIALIZADA EM R$/m³ Densidade Volume Peso Sacos Sacos Preço kg/l litros kg kg unidade unitário Argamassa 1, ,31 40,73 0,14 219,96 TOTAIS - CUSTO TOTAL DO REVESTIMENTO (CHAPISCO + EMBOÇO) Argamassa convencional em R$/m³ 148,18 Argamassa industrializada em R$/m³ 211,25 Diferença entre os sistemas devido aos materiais 42,56
37 37 Tabela 10 Resultados finais RESULTADOS - Informações Principais Serviço Revestimento Interno Preço dos materiais convencionais Área a ser revestida 8000 Cimento (R$/saco) Cal (R$/saco) Areia (R$/m³) Espessura média 2 12,1 4,9 39 Preço da argamassa industrializada Traço da argamassa em volume Argamassa industrializada (R$/saco) Peso do saco Cimento Cal Areia 5,4 40kg RESULTADO - MÃO DE OBRA NA PREPARAÇÃO Industrializada Convencional Total (h) (%) Total (h) (%) Transporte Horizontal 222,16 32,27 Transporte Horizontal 526,87 26,72 Peneiramento da areia 7,71 1,12 Peneiramento da areia 152,45 7,73 Carga da argamassa 7,2 1,05 Carga da argamassa 128 6,49 Transporte vertical 117,87 17,12 Transporte vertical 176 8,93 Mistura 327,71 47,61 Mistura 978,57 49,63 Limpeza dos equipamentos 5,71 0,83 Limpeza dos equipamentos 10 0,51 Total de preparação 688, Total de preparação 1971, Diferença comparativa 1283,53 hora 186,46 % Industrializada Convencional Transporte Horizontal Peneiramento da areia Carga da argamassa Transporte vertical Mistura Limpeza dos equipamentos RESULTADO FINAL Industrializada Convencional Valores (%) Valores (%) Material 211,25 58,52 Material 148,18 38,83 MDO Preparação 26,36 7,3 MDO Preparação 91,26 23,91 MDO Execução 123,41 34,18 MDO Execução 142,16 37,25 Total em R$/m³ 361, Total em R$/m³ 381,6 100 Diferença comparativa 20,58 horas 5,7 % Industrializada Convencional Material (R$/m²) 4,23 Material (R$/m²) 2,96 Mão de obra (R$/m²) 3 Mão de obra (R$/m²) 4,67 Total em R$/m² 7,22 Total em R$/m² 7, Industrializada Convencional Material (R$/m²) Mão de obra (R$/m²) Total em R$/m²
38 38 7 ANÁLISE CRÍTICA A planilha foi preenchida com dados referentes a uma obra de médio padrão na cidade de São Paulo no bairro do Itaim Bibi. As informações colhidas no canteiro referem-se ao chapisco, ao emboço, à espessura do emboço e a composição da argamassa. Alguns valores são constantes e utilizados a partir de dados de mercado. Sendo referenciais, obviamente, podem indicar variações no resultado final, que, no entanto, não prejudicam as conclusões comparativas. Através das tabelas de composição de custo de mão de obra, é possível verificar como é efetuado o cálculo do valor da mão de obra, considerando, inclusive a carga tributária incidente. Os dados inseridos referem-se à aos tributos incidentes no município de São Paulo e eventualmente podem variar de obra para obra, praça para praça. Novamente, é de se acentuar que certos dados são constantes e tomados de acordo com a realidade de mercado.
39 39 8 CONCLUSÕES O mercado consumidor de construção civil brasileiro ainda caminha a passos lentos para a profissionalização já existente na Europa, Canadá e Estados Unidos. Nesses países os processos construtivos se diferem parcialmente dos nossos, considerando as tecnologias empregadas e disponibilidade de mão de obra qualificada. Um dos aspectos que retardam a evolução brasileira ao que há de mais avançado em tecnologia são as questões culturais e de falta de informação. Esse trabalho aponta para a melhor qualidade de produtos utilizados dentro de uma obra e não necessariamente com custos elevados, nesse estudo de caso especificamente, o resultado de um produto com qualidade comprovadamente superior teve custo inferior ao tradicional. Analisamos uma obra na cidade de São Paulo, onde temos as mais avançadas técnicas construtivas do país, porém que se utiliza de um sistema pouco racionalizado, menos producente e com produto de qualidade inferior. De acordo com as tabelas comparativas, notamos que os resultados podem nos surpreender positivamente se considerarmos todas as variáveis do processo de execução, no nosso caso especificamente, o revestimento interno de um edifício. Atualmente com significativa freqüência, encontramos nos canteiros de obras engenheiros e técnicos cada vez mais preocupados com o cumprimento dos prazos e metas estabelecidas do que realmente envolvidos com a tecnologia presente dentro da obra. Quando apresentamos os resultados do nosso trabalho, foi grande a surpresa do responsável técnico ao saber que caso utilizasse argamassa industrializada ao invés da convencional teria um ganho de aproximadamente 5,7% dos custos diretos totais para revestimento interno, isso sem considerar os custos indiretos, mitigação dos riscos de patologia e um produto de qualidade indiscutivelmente superior. Diante disso, o que nos intriga é o fato que por que um sistema comprovadamente mais produtivo e de melhor qualidade, como o sistema de revestimento com argamassa industrializada, possui um pouco menos que 10% do mercado paulista? E ao analisarmos o índice nacional esse número gira em torno de 5%.
40 40 A resposta é simples e já foi citada. Cabe reiterar que estamos em um país de terceiro mundo onde a oferta de mão de obra é extremamente elevada, porém desqualificada, nossos engenheiros cada vez mais administradores de prazos e cronogramas, que mal saem dos seus escritórios para dar uma volta no canteiro e enxergar os ganhos com sistemas industrializados. Os mesmos se atêm apenas aos custos iniciais dos materiais envolvidos, que evidentemente é discrepante, porém não analisam os outros valores contemplados no nosso estudo de caso. A questão cultural também é muito presente na construção civil brasileira, o que caracteriza um país de terceiro mundo. A aversão a novas tecnologias, a lentidão nos processos de transformações e a falta de qualificação pessoal são os grandes vilões das indústrias de construção civil no Brasil. Argamassa industrializada será unanimidade no futuro, quanto a isso não nos restam dúvidas, porém o tempo que levará para que isso ocorra é extremamente grande e prejudicial ao país.
41 41 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR Execução de revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgânicas: procedimentos. Rio de Janeiro, FUNDACENTRO. Condições e meio ambiente do trabalho na industria da construção: NR-18. Brasília, p. JOBIM, M. S. S. FORMOSO, C. T. ABITANTE, A. L. R. Qualidade dos materiais e componentes na Construção Civil do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: SEBRAE- RS, LICHTENSTEIN, N. B. Formulação de modelo para o dimensionamento do sistema de transporte em canteiro de obras de edifícios de múltiplos andares p. Tese (Doutorado) Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo. MACIEL, L. L.; BARROS, M.M.S.B.; SABBATINI, F.H. Recomendações para a execução de revestimentos de argamassa para paredes de vedação internas e exteriores e tetos. São Paulo: PCC/EPUSP, Projeto EPUSP/SENAI. MASSETTO, L. T.; SILVA, F. B.; BARROS, M. M. S. B. Novas tecnologias de produção de revestimentos verticais de argamassa: organização da produção e produtividade. In: ENCONTRO NACIONAL DE TECNOLOGIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO, 7., Florianópolis, Anais... Florianópolis, v. 1, p NBR Revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgânicas: terminologia. Rio de Janeiro, REGATTIERI, C. E.; SILVA, L. L. R. Ganhos potenciais na utilização da argamassa industrializada. São Paulo: PCC/EPUSP, Projeto EPUSP/ABCP.
42 42 SOUZA, R. TAMAKI, M. R. Especificação e recebimento de materiais de construção. São Paulo: O nome da rosa, p. SOUZA, U. E. L. Método para a previsão da produtividade da mão-de-obra e do consumo unitário de materiais para os serviços de fôrmas, armação, concretagem, alvenaria, revestimentos com argamassa, contrapiso, revestimentos com gesso e revestimentos cerâmicos p. Tese (Livre docência) Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo. SOUZA, U. E. L. et al. Recomendações gerais quanto à localização e tamanho dos elementos do canteiro de obras. São Paulo: PCC/EPUSP, p. (Boletim técnico n. 178).
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