O combate da Sonegação Fiscal nos Municípios Catarinenses
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- Evelyn Rodrigues Pinto
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1 O combate da Sonegação Fiscal nos Municípios Catarinenses GIOVANNI ANDREI FRANZONI GIL Promotor de Justiça Coordenador do Centro de Apoio Operacional da Ordem Tributária do MPSC
2 Tributo: - contribuição para custeio do Estado - instrumento de combate às desigualdades sociais: distribuição da riqueza - custeio dos serviços públicos saúde, educação, segurança - controle e organização da atividade econômica
3 ESTIMATIVAS SONEGAÇÃO FISCAL Impacto da Sonegação Fiscal no Brasil em 2014: R$ 443,9 bilhão (Fonte: Impacto da CORRUPÇÃO no Brasil em 2014: R$ 99,37 bilhão (Fonte: Estudo FIESP 2010 corrupção = 1,8% do PIB) A cada R$ 1,00 perdido com a corrupção, R$ 4,00 são sonegados Custo da Sonegação Fiscal para o país é QUATRO VEZES maior que o dá corrupção!
4 SONEGAÇÃO FISCAL A delinqüência da evasão fiscal, rotineira e com estrutura empresarial, além de lesar o Estado também afeta as relações econômicas, de molde a gerar um sentimento de impunidade no meio social e de impotência para quem recolhe o tributo e tem dificuldade para trabalhar honestamente, forçando, por essa situação, que os contribuintes também ingressem no ilícito, gerando, com isso, um círculo vicioso de ocultação de seus negócios. Assim, não há outro caminho senão efetivamente combater a evasão fiscal, sempre tendo a noção de que o tributo suprimido não é do Governo, mas do interesse público e da sociedade, sua destinatária. (BRAGA, Aureo Rogério Gil e VELASQUES, Renato Vinhas. Crimes contra a Ordem Tributária Medidas Acautelatórias. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2008, pp )
5 SONEGAÇÃO FISCAL Os delitos econômicos também costumam causar danos imateriais, como crises de confiança no mercado financeiro e a alteração em seu equilíbrio, comprometendo a livre concorrência. [...] Exemplo de alteração prejudicial à livre concorrência pode ser vislumbrado quando determinada sociedade empresária importadora de produtos eletrônicos resolve sonegar tributo devido relativo ao imposto sobre as importações, conseguindo, ilegalmente, baratear o custo de suas mercadorias, tornando-as mais atrativas ao consumidor, se em comparação aos produtos comercializados pela concorrência. Este tipo de conduta, além de desequilibrar o mercado e retirar do Estado instrumentos de custeio das políticas públicas, também causa o chamado efeito em espiral (efecto de resaca o espiral), em que o primeiro delinquente, com sua conduta, pressiona o resto de sua concorrência a fazer o mesmo com vistas a tornar suas respectivas mercadorias mais competitivas, e assim por diante. (AFONSO, Thadeu José Piragibe. O direito penal tributário e os instrumentos de política criminal fiscal. Porto Alegre: Nuria Fabris, 2012, pp )
6 SONEGAÇÃO FISCAL RECURSO DE APELAÇÃO. CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA. NATUREZA DISTRIBUTIVA DO BEM JURÍDICO TUTELADO. 1. "[...] O Estado somente alcança o seu objetivo de realização do bem público quando obtém receita suficiente para manter em funcionamento a máquina estatal de prestação de serviços essenciais, tais como a medicina curativa e preventiva, a educação básica, os transportes urbanos, o fornecimento de água tratada e potável, o funcionamento da coleta de dejetos domésticos, o fornecimento de energia elétrica para atendimento às residências, indústrias e logradouros públicos etc. A sonegação de impostos, se levada a extremos, inviabiliza o funcionamento normal do Estado, prejudicando a população como um todo, ou, quando menos, configurando caso de desigualdade de tratamento; enquanto uns, cumpridores dos deveres, pagam regiamente o Fisco, outros, descumpridores dos mesmos deveres, obtêm vantagem indevida com o não pagamento dos mesmos tributos, impostos de forma ampla e geral a todos os sujeitos passivos" (Antônio Corrêa). 2 "[...] em face da ligação entre o bem jurídico tutelado pelos crimes contra ordem tributária e os objetivos do Estado e da sociedade brasileiros positivados na Constituição Federal, a repressão penal à sonegação fiscal é uma exigência constitucional" (Sérgio Antônio Rizelo). (Apelação Criminal nº , 3ª Câmara Criminal do TJSC, Rel. Moacyr de Moraes Lima Filho. j ).
7 MPSC Combate à Sonegação Início: Ano de 2001, com foco nos tributos estaduais. - Parceria com o Estado de Santa Catarina - Consolidação em 2010, com a criação e implantação de 7 Promotorias de Justiça Regionais da Ordem Tributária, com foco no combate à sonegação fiscal.
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9 Combate à Sonegação Fiscal Estadual Resultados Financeiros diretos VALORES RECOLHIDOS AOS COFRES PÚBLICOS , , , , , , , , , , , ,00, a
10 Combate à Sonegação Fiscal Estadual Saldo de Parcelamentos Tributários Consolidados
11 Ações Penais - Denúncias Denuncias Oferecidas de 2011 a
12 Diagnóstico Inicial dos Municípios Catarinenses - Começo da crise dos Municípios catarinenses em 2011, com diminuição gradativa do crescimento da arrecadação municipal. - Identificação, em 2012 da baixa arrecadação tributária própria dos Municípios Catarinenses
13 Participação do ITBI, do ISS e do IPTU na receita orçamentária dos municípios catarinenses no ano de 2011 Peso dos impostos municipais na receita orçamentária Quantidade de municípios Maior que 20% 9 Entre 15 e 20% 9 Entre 10 e 15% 35 Entre 5 e 10% 81 Entre 1 e 5% 143 Menor que 1% 11 Total de municípios avaliados em
14 Resultado do Diagnóstico - Mais da metade dos Municípios catarinenses arrecadava em tributos próprios menos de 5% do total de sua arrecadação tributária - Dependência econômica dos Municípios do repasse da União e dos Estados - Problemáticas: possibilidade de renúncia tributária e grande ocorrência de sonegação fiscal
15 Risco aos Municípios e Gestores LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL (Lei Complementar nº 101/2000): Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da Federação. Parágrafo único. É vedada a realização de transferências voluntárias para o ente que não observe o disposto no caput, no que se refere aos impostos. LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (Lei nº 8.429/1992): Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente: [...] X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que diz respeito à conservação do patrimônio público;
16 Programa Saúde Fiscal dos Municípios - Opção do MPSC Orientação e Adequação aos Municípios, previamente à responsabilização dos gestores - Objetivo do programa: - integração entre Ministério Público e Municípios - adoção de providências que visem aperfeiçoar as legislações municipais - implementação de estrutura administrativo-fiscal nos Municípios para fiscalização e cobrança dos tributos - fixação de critérios e normas de atuação conjunta de combate aos crimes contra a ordem tributária no Município
17 Programa Saúde Fiscal dos Municípios - Obrigações específicas dos Municípios: - aperfeiçoar a legislação tributária municipal com o fim de regular a instituição, fiscalização e cobrança dos tributos de sua competência - criação de cargos de fiscal de tributos com concurso específico, em número compatível com as necessidades locais, para garantir o bom serviço de fiscalização tributária - instituir regular processo administrativo fiscal, com respeito as garantias da ampla defesa e do duplo grau de jurisdição
18 Programa Saúde Fiscal dos Municípios - Obrigações específicas dos Municípios (cont...): - fiscalizar os contribuintes e emitir notificações fiscais, comunicando periodicamente ao Ministério Público fatos que possam constituir crimes contra a ordem tributária - manter o Ministério Público informado das alterações legislativas em matéria tributária - atender as solicitações do Ministério Público voltadas ao aperfeiçoamento e combate aos crimes fiscais
19 2013 Programa Saúde Fiscal dos Municípios - Criação do Programa Saúde Fiscal em 2013, com cronograma de implantação em 5 fases. 1) Apresentação aos Prefeitos Municipais, em reuniões nas Associações de Municípios Concluída em 2013
20 2014 Programa Saúde Fiscal dos Municípios 2) Assinatura de Termos de Cooperação Técnica, para viabilizar a parceria institucional no programa Realizada em 2014 (ainda em aberto, para os Municípios interessados) 3) Elaboração e distribuição de videoaulas de Direito Tributário pelo MPSC/CEAF, visando a capacitação dos auditores fiscais municipais Realizada em 2014
21 2015 Programa Saúde Fiscal dos Municípios 4) Realização de Workshops de capacitação - fiscalização e crimes contra a ordem tributária Realizada em 2015, ainda em andamento (conclusão em 10 de setembro) ) Acompanhamento de resultados 2015 a APÓS Revisão do programa, estabelecimento de novas metas e continuidade
22 Alguns resultados obtidos em Lançamento de valores por omissão de declaração de ISS por cartórios e bancos em diversos Municípios Catarinenses - Remessa de representações fiscais para fins penais às Promotorias de Justiça do Ministério Público de Santa Catarina - Efeito pedagógico diversos segmentos procuraram municípios parceiros para regularizar sua situação fiscal em decorrência da simples notícia da adesão do Município ao programa
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24 Muito Obrigado! Centro de Apoio Operacional da Ordem Tributária do MPSC COT. Rua Othon Gama D Eça, 611, 5º Andar, Ed. Palas. Florianópolis, SC. Telefone: cot@mpsc.mp.br GIOVANNI ANDREI FRANZONI GIL Promotor de Justiça Coordenador do Centro de Apoio Operacional da Ordem Tributária do MPSC
Programa Saúde Fiscal dos Municípios
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