JOGOS REAIS E VIRTUAIS E AS TEORIAS DE APRENDIZAGEM NO ENSINO DE MATEMÁTICA
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- Terezinha Quintão de Lacerda
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1 JOGOS REAIS E VIRTUAIS E AS TEORIAS DE APRENDIZAGEM NO ENSINO DE MATEMÁTICA Valdir Bezerra dos Santos Júnior valdir.bezerra@gmail.com Ronald de Santana da Silva ronaldss21@gmail.com Jamille Mineo Carvalho de Magalhães jamillemcm@gmail.com Josinalva Estacio Menezes jomene@bol.com..br Resumo: Este mini-curso corresponde a uma proposta de uso de jogos, tanto reais quanto virtuais, no ensino de matemática, numa perspectiva que relaciona prática com teorias de aprendizagem. Na busca de sua identidade, bem como do acompanhamento das novas demandas para o ensino básico, estamos nos dedicando a estudar as possibilidades de uso de jogos, explorando a matemática concernente a eles e buscando elaborar atividades a serem realizadas principalmente em aula, que contribuam para a aprendizagem dos alunos. Palavras-chave: Jogos matemáticos; Conteúdos matemáticos; Teorias de Aprendizagem. A utilização de jogos no ensino de matemática As razões para usar jogo no ensino de matemática são várias. Temos constatado em nossas pesquisas, que ao longo do tempo, as recreações matemáticas, as quais incluem os jogos, têm sido criadas, discutidas e resolvidas por matemáticos, com o rigor e os procedimentos matemáticos emergentes. Entre os matemáticos, aqueles que se dedicaram a estudar e produzir conhecimento matemático estão incluídos Girolamo Cardano (médico), Pierre de Fermat (advogado) e Carl Friedrick Gauss (funcionário público), apenas para citar alguns (MENEZES et AL, 2008). Além disso, contamos com o reforço de várias outras áreas do conhecimento Psicologia (VYGOTSKY, 1988), Pedagogia (KISHIMOTO, 1994), Sociologia (CAILLOIS, 1990), Filosofia (HUIZINGA, 1980), Biologia (PIAGET, 1977), 1
2 Psicopedagogia (CARNEIRO, 1995), etc. concordando sobre o valor do jogo no desenvolvimento integral do indivíduo, o que inclui a possibilidade de apresentar a matemática de uma forma mais leve, descomprometida. No próprio contexto da matemática constatamos vários esforços em promover um ensino de matemática com estas perspectivas (RÊGO & RÊGO, 1998; AZEVEDO, 1993; ALMEIDA, 1978; LOPES, 2000; etc). Com a intenção de contribuir para uma atividade docente significativa realizamos um diálogo entre os jogos e algumas teorias de aprendizagens, e outras que podem ser direcionadas para o processo de conceitualização. Utilizaremos as teorias: Aprendizagem Significativa de David Ausubel; Construtos pessoais de George Kelly; Campos conceituais de Gerard Vergnaud; Situações didáticas de Guy Brousseau; Sócio-interacionista de Lev Vygotsky. Com isso, o objetivo geral do mini-curso é discutir uma proposta de aplicação de jogos para o ensino de conteúdos matemáticos e habilidades mentais à luz de teorias de aprendizagens. Metodologia A metodologia da oficina está estruturada a partir da perspectiva da Teoria dos Construtos Pessoais de George Kelly. Nela, focaremos na utilização do Ciclo da experiência Kellyana como instrumento direcionador da atividade, pois, segundo Kelly, para alcance da aprendizagem, uma pessoa interage com o objeto e com várias tentativas de entendê-lo muda sua estrutura cognitiva e passa a compreender melhor suas experiências e o objeto. Essa interação se dá através do Ciclo da Experiência Kellyana, composto por cinco etapas: antecipação, investimento, encontro, confirmação ou refutação e revisão construtiva. (BARROS e BASTOS 2007). Etapa 1 - Antecipação: Questionário para investigar quais as concepções prévias sobre teorias de aprendizagem e jogos no contexto do ensino da matemática. 2
3 Etapa 2 - Investimento: Será realizado um debate em cima das questões levantadas no questionário para que eles troquem entre si as concepções prévias respondidas na questão anterior. Etapa 3 - Encontro: 1º momento: Pretendemos fazer, junto aos participantes, reflexões sobre os jogos, onde discutiremos o papel do jogo à luz da atividade em sala de aula. Pretendemos com isso contribuir para caracterizar o lugar do jogo matemático como, de fato, em sala de aula (MENEZES, 2008). Discutiremos, também, as idéias de Azevedo ( ) e outros sobre a necessidade do planejamento e aspectos fundamentais para atividades de jogos. 2º momento: Apresentaremos o jogo Cálculo Plus, em material concreto, cuja atividade terá orientação pedagógica nas idéias de Gerard Vergnaud relativas à Teoria dos Campos Conceituais, fazendo uma relação entre os momentos da atividade e os elementos da respectiva teoria. 3º momento; A partir da Teoria das Situações Didáticas de Guy Brousseau em suas quatro fases: ação, formulação, validação e institucionalização, desenvolveremos uma atividade onde utilizaremos o jogo virtual Pearl Before Swine. 4º momento: Neste momento, faremos uso das idéias de David Ausubel acerca da Aprendizagem Significativa numa atividade com o jogo intitulado Gold Hunt. 5 momento: Para destacar a importância do trabalho de grupo, apresentaremos a Teoria Sociointeracionista de Lev Vygotsky em suas idéias básicas sobre a socialização no processo ensino-aprendizagem, numa atividade de construção de um Cubo de Origami. Observamos que, para cada momento, faremos uma breve explanação das idéias básicas de cada teoria que vamos utilizar nas respectivas atividades e jogos, para familiarizar os 3
4 participantes com as citadas teorias. O míni-curso terá ainda mais duas etapas, cada uma correspondendo a uma fase da Teoria de Kelly: Etapa 4 - confirmação ou refutação: Nesta etapa, vamos solicitar aos participantes (em equipe) que realizem um breve texto com as principais informações contidas em cada momento. Evidenciando os aspectos da teoria e a sua aplicação no jogo. Etapa 5 - Revisão construtiva: Finalmente, passaremos a solicitar os participantes que preencham o mesmo questionário aplicado na etapa de antecipação, para confrontar suas respostas. Materiais: 02 questionários para cada participante; 01 folha de papel pautando para cada participante; Lápis/caneta para cada participante; Laboratório de informática para o grupo de participantes; 01 Cópia do jogo Cálculo Plus para cada três participantes; 02 folhas de papel quadriculado para cada participante; 13 kits do jogo Cálculo Plus; 100 folhas de papel A4 colorido. RECURSOS A SEREM UTILIZADOS: Necessitaremos de retroprojetor e datashow. Disponibilizaremos os arquivos com o material utilizado, pois não dispomos de cópias em xerox. Referências ALMEIDA, P.N. Dinâmica lúdica: técnicas e jogos pedagógicos para as escolas de 1ºe 2º graus. São Paulo: Loyola,
5 AZEVEDO, M. V. R. Jogando e construindo a matemática: a influência dos jogos e materiais pedagógicos na construção dos conceitos em matemática. São Paulo: Unidas, CAILLOIS, Roger. Os jogos e os homens: a máscara e a vertigem. Lisboa: Gradiva, Trad, de José Garcez. CARNEIRO, Maria Ângela Barbato. Juegos e recreationes para la ensenanza primaria y secundaria. Florianópolis: UFSC, 1994, mimeo. HUIZINGA, J. Homo Ludens: o jogo como elemento de cultura. São Paulo: Perspectiva,1980. KISHIMOTO, T. M. Piaget, Vygotsky e Brunner: paradigmas sobre o jogo. In: 17º Reunião, anual da Anped. Caxambu: 1994, 24 p. LOPES, Maria da Glória. Jogos na Educação: criar, fazer, jogar, 3ª ed. São Paulo: MENEZES ET AL. Conhecimento, interdisciplinaridade e atividades de ensino com jogos matemáticos: uma proposta metodológica. Série Contexto matemático, vol.5. Recife: Editora da UFRPE, ISBN nº PIAGET, J. A Teoria de Piaget. In: Carmichael. Manual de Psicologia da criança: desenvolvimento cognitivo I. São Paulo: EPU, REGO, Rogéria Gaudêncio do RÊGO, Rômulo Marinho do. Matematicativa João Pessoa: Editora da UFPB, VYGOTSKY, L.A. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes,
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