Palavras-chave: asma, criança, adolescente, atenção integral.
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- Luiz Fernando Canela Sabala
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1 ATENÇÃO INTEGRAL A CRIANÇAS E ADOLESCENTES ASMÁTICOS: UMA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA BRAZ, Tatiane Oliveira 1 ; BORGES, Josiane Rodrigues 2 ; FERNANDES, Isabela Cristine Ferreira 3 ; COSTA, Lusmaia Damaceno Camargo 4 ; VIEIRA, Maria Aparecida da Silva 5 ; SALGE, Ana Karina Marques 6 ; SIQUEIRA, Karina Machado 7. Palavras-chave: asma, criança, adolescente, atenção integral. Introdução A asma é uma doença inflamatória crônica, caracterizada por hiperresponsividade das vias aéreas inferiores e limitação variável ao fluxo aéreo, manifestando-se clinicamente por episódios recorrentes de sibilância, dispnéia, aperto no peito e tosse (IV DIRETRIZES BRASILEIRAS PARA O MANEJO DA ASMA, 2006). Nas últimas décadas, apesar dos avanços no entendimento da sua fisiopatogenia e tratamento, a morbi-mortalidade de asma tem crescido em todo o mundo (CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION - CDC, 1998; PRICE et al., 2002). No Brasil, considera-se que a prevalência da asma permanece em torno de 10%. No ano de 2008, foi considerada a terceira causa de internação pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com aproximadamente 300 mil hospitalizações ao ano (BRASIL, 2010). A asma é uma condição clinica que não tem cura e por isso o sucesso do seu tratamento é baseado em obtenção do controle da doença e redução de danos decorrentes das crises (IV DIRETRIZES BRASILEIRAS PARA O MANEJO DA ASMA, 2006; Dalcin et al., 2011). O aumento da prevalência da asma em crianças pode trazer graves Resumo revisado por Prof. Ms. Karina Machado Siqueira, coordenadora da ação de extensão: Aprendendo a Conviver com a Asma. FEN Universidade Federal de Goiás. Faculdade de Enfermagem - enfermeirataty18@gmail.com 2 Universidade Federal de Goiás. Faculdade de Enfermagem josy_rodbor@hotmail.com 3 Universidade Federal de Goiás. Faculdade de Enfermagem isabela_cristine@hotmail.com 4 Universidade Federal de Goiás. Faculdade de Medicina lusmaiapneumoped@gmail.com 5 Universidade Federal de Goiás. Hospital das Clínicas cidavi00@gmail.com 6 Universidade Federal de Goiás. Faculdade de Enfermagem anasalge@gmail.com 7 Universidade Federal de Goiás. Faculdade de Enfermagem karinams.fen@gmail.com
2 complicações à vida adulta, pois estudos comprovam que asmáticos com quadros persistentes na infância continuam com os sintomas quando adultos (COSTA; CONDINO NETO, 2005). É uma doença que provoca repercussões e limitações físicas, sociais e emocionais dos pacientes e requer mobilização ativa dos familiares (BETTENCOURT et al., 2002). Educar o cliente é a parte terapêutica principal para o controle da asma e este plano de cuidados deve levar em conta aspectos culturais, informações sobre a doença, incluindo medidas para diminuir a exposição aos alérgenos e reconhecer sintomas precoces (BRASIL, 2010). No Brasil, em 1999 foi instituído pelo Ministério da Saúde, o Plano Nacional de Controle da Asma (PNCA). A partir de então, alguns programas de controle e atenção à asma foram criados, consolidados e expandidos, e esse esforço gerou experiências acumuladas de tratamento multiprofissional, melhor controle da doença, redução da morbidade e da procura a serviços de urgência. Partindo da preocupação em assistir a população de asmáticos do município, assim como em atender as recomendações do PNCA, a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia iniciou em agosto de 2005, as ações do programa denominado Catavento Programa de Controle da Asma de Goiânia. A abordagem terapêutica valoriza medidas de higiene e controle ambiental e o tratamento com medicações disponíveis na rede municipal (GONDIM, 2007). O ambulatório de pediatria do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC/UFG) se constitui um serviço de referência terciária para crianças e adolescentes advindos do município, inseridas no programa Catavento, e ainda crianças de outros municípios do estado de Goiás. É neste contexto que são desenvolvidas atividades do projeto de extensão Aprendendo a conviver com a asma, vinculado às Faculdades de Enfermagem e Medicina da UFG. Considerando a importância da assistência qualificada às crianças e adolescentes asmáticos e a relevância da participação de uma equipe multiprofissional neste contexto, surgiu o interesse em desenvolver este projeto de extensão no
3 ambulatório de Pediatria do HC/UFG, com o propósito de realizar ações de educação e acompanhamento de crianças e adolescentes asmáticos, assim como, capacitar os alunos da Residência Multiprofissional em Saúde Materno-Infantil, Residência Médica em Pediatria e acadêmicos de enfermagem, medicina, odontologia, psicologia e serviço social, para ações voltadas a essa clientela, com o intuito de melhorar a qualidade de vida dessas crianças e adolescentes. Objetivo Descrever a experiência de um projeto de extensão universitária que visa a atenção integral a crianças e adolescentes asmáticos, baseado em ações desenvolvidas por equipe de saúde multiprofissional. Metodologia Trata-se de um relato de experiência do projeto de extensão Aprendendo a conviver com a asma, o qual tem sido desenvolvido no ambulatório de Pediatria do HC/UFG, desde março de 2007, junto a crianças e adolescentes asmáticos e seus familiares. Têm sido realizadas avaliações, acompanhamentos e orientações individuais, por meio de consultas e atividades grupais com as crianças, adolecentes e seus familiares no ambulatório de Pediatria do HC/UFG. Resultados e discussão As ações desenvolvidas no projeto de extensão Aprendendo a conviver com a asma abrangem a avaliação e acompanhamento do estado de saúde de crianças e adolescentes asmáticos. São implementadas estratégias de educação em saúde relacionadas ao manejo e controle da asma, além de ações de atenção integral à saúde de crianças e adolescentes asmáticos, incluindo intervenções terapêuticas e de assitência social, por equipe multiprofissional. Dentre as ações desenvolvidas, busca-se avaliar o conhecimento dos pais, crianças e adolescentes sobre o regime terapêutico medicamentoso, averigando a
4 adesão ao tratamento farmacológico, orientando os pais sobre a importância de seguir o tratamento proposto e usar a medicações de crise e intercrise corretamente. Busca-se estabelecer estratégias de valorização e responsabilização da família junto à criança e ao adolescente no controle da doença e na prevenção de danos decorrentes das crises asmáticas. Durante o atendimento das crianças e adolescentes asmáticos, faz-se o treinamento para o uso de medicamentos cuja forma de apresentação é diferenciada, como os inaladores de pó seco ou inaladores dosimetrados acoplados espaçadores e máscaras. São oferecidas oficinas de capacitação dos familiares para a confecção, utilização, higienização e armazenamento de espaçadores artesanais, que podem ser feitos com garrafas pet. No ambulatório especializado os residentes e acadêmicos colaboram na avaliação física, manejo da doença e realização de um teste de medida de obstrução brônquica. Busca-se também acompanhar as famílias no que se refere às medidas de controle ambiental da asma e fatores desencadeantes de crises como, hipersensibilidade aos ácaros da poeira doméstica, mofo, pêlos de animais, poluição ambiental e fumaça de cigarro. Além das ações já relatadas, a parceria com os cursos de residência multiprofissional do HC/UFG, tem possibilitado a realização de avaliação social, psicológica e da saúde bucal das crianças/adolescentes asmáticos, identificando possíveis prejuízos causados pela situação de vulnerabilidade em que se encontram e encaminhando casos para o devido acompanhamento. Conclusões As ações do projeto de extensão Aprendendo a conviver com a asma tem colaborado com o programa Catavento da SMS de Goiânia, por meio da melhoria na qualidade da atenção oferecida no ambulatório de Pediatria do HC/UFG, referência terciária para o referido programa. Além disso, tem colaborado na capacitação de residentes e acadêmicos da área de saúde da UFG para o desenvolvimento de
5 habilidades voltadas para a assistência às crianças e adolescentes asmáticos, priorizando o trabalho em equipe multiprofissional. O projeto também tem influenciado na elaboração de diversos projetos de pesquisa relacionados à temática e tem como um de seus objetivos, a divulgação das ações de extensão e pesquisa desenvolvidas, com o intuito de informar e difundir o conhecimento produzido, por meio de apresentações de trabalhos em eventos da área e publicações em periódicos científicos. Referências Bibliográficas BETTENCOURT, A. R. C.; OLIVEIRA, M. A.; FERNANDES, A. L. G.; BOGOSSIAN, M. Educação de pacientes com asma: atuação do enfermeiro. J Pneumol. v. 28, n. 4, p ; BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria SAS/MS n. 709, de 17 de dezembro de Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas. Asma Disponível em: < Acesso em: 29 de abril de CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION CDC. Surveillance for asthma, United States, MMWR, 47(SS-1); COSTA, L.D.C.; CONDINO NETO, A. Prevalência de asma e sintomas relacionados, em adolescentes de Goiânia. Rev Bras Alerg Imunopatol, v. 28, p , DALCIN, P.T.R. et al. Impacto de uma intervenção educacional de curta duração sobre a adesão ao tratamento e controle da asma. J. Bras. Pneumol, v. 37, n. 1, p , IV DIRETRIZES BRASILEIRAS PARA O MANEJO DA ASMA. J Bras Pneumol. v.32, supl 7, p. S447-S 474; PRICE, J.; HINDMARSH, P.; HUGHES, S.; EFTHIMIOU, J. Evaluating the effects of asthma therapy on childhood growth: what can be learnt from the published literature? Eur Respir J. v. 19, n.6, p ; 2002.
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