FUNDAMENTOS TEÓRICOS DAS TROCAS INTERNACIONAIS
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- Aparecida Ximenes Camelo
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1 FUNDAMENTOS TEÓRICOS DAS TROCAS INTERNACIONAIS -AUTARCIA -COMÉRCIO (LIVRE) VANTAGENS DO COMÉRCIO INTERNACIONAL -MERCANTILISMO: SÉC. XVI XVIII; Bulionismo; Colbertismo; -Mercantilismo comercial e marítimo. Riqueza tanto maior quanto as reservas metais preciosos. Riqueza estática: comércio é jogo de soma nula. Objectivos da política económica: exportações > importações. Políticas propostas: - restrições às importações - industrial: selecção dos sectores (industriais) - controlo salarial e crescimento populacional. Teoria do valor trabalho. Forte intervenção do Estado FORTES LIMITAÇÕES
2 ADAM SMITH E O CONCEITO DE VANTAGEM ABSOLUTA Primeiro economista a aplicar ao comércio uma lógica diferente da mercantilista Ideias. A especialização gera ganhos de produtividade. O proteccionismo limita os ganhos do comércio internacional. A riqueza de um país está na sua capacidade produtiva e não na acumulação de metais preciosos. O comércio é um jogo de soma positiva. Cada país deve produzir os bens em que tenha vantagem absoluta. Cada país deve importar os bens em que os seus parceiros tenham VA. Políticas económicas: Laissez faire. Mão Invisível
3 ADAM SMITH E O CONCEITO DE VANTAGEM ABSOLUTA Primeiro economista a aplicar ao comércio uma lógica diferente da mercantilista Pressupostos do modelo. Um único factor de produção: trabalho. Dois países: Inglaterra e Portugal. Dois bens: vinho e tecido. Trabalho móvel internamente, imóvel internacionalmente. Dotação factorial (oferta de trabalho) é fixa. Produtividade (produção por hora de trabalho) diferente entre os países. Existe pleno-emprego dos factores. Rendimentos constantes à escala. Não há entraves ao comércio. Todos os mercados são de concorrência perfeita
4 ADAM SMITH E O CONCEITO DE VANTAGEM ABSOLUTA Problema: se o mesmo país possuir vantagem absoluta na produção dos dois bens custos unitários mais reduzidos de acordo com esta teoria não existe vantagem na realização de trocas comerciais. Vinho Tecido RU 2 1 Portugal 1 2 Vinho Tecido RU 6 3 Portugal 1 2 FUNCIONA LPrtV < LRuV LRuT < LPrtT NÃO FUNCIONA LPrtV < LRuV LPrtT < LRuT L = custo em trabalho (L) que o país A tem na produção do bem x
5 DAVID RICARDO E O CONCEITO DE VANTAGEM COMPARATIVA (RELATIVA) Demonstra: Mesmo que um país seja mais eficiente, em termos absolutos, que o outro em todas as produções, tem interesse em entrar no comércio internacional, tal como um país menos eficiente em tudo Pressupostos do modelo. Um único factor de produção: trabalho. Dois países: Inglaterra e Portugal. Dois bens: vinho e tecido. Trabalho móvel internamente, imóvel internacionalmente. Dotação factorial (oferta de trabalho) é fixa. Produtividade (produção por hora de trabalho) diferente entre os países. Existe pleno-emprego dos factores. Rendimentos constantes à escala. Não há entraves ao comércio. Todos os mercados são de concorrência perfeita
6 DAVID RICARDO E O CONCEITO DE VANTAGEM COMPARATIVA (RELATIVA) - O comércio internacional está dependente da lei da vantagem comparativa -Esta lei diz-nos que um país se deve especializar na produção e exportação dos bens em que pode produzir a custos relativamente mais baixos e importar aqueles que produz a custos relativamente mais elevados Vinho Tecido RU 120h/lt 100h/mt Portugal 80h/lt 90h/mt. Portugal é absolutamente mais eficiente na produção de ambos os bens, mas. Aplicando a teoria do valor trabalho:. Valor de 1 unidade de Vinho no RU = 1,2 unidades de tecido. Valor de 1 unidade de vinho em Portugal = 0,88 unidades de tecido é relativamente mais eficiente na produção de vinho
7 DEMONSTRAÇÃO DO CONCEITO DE VANTAGEM COMPARATIVA Vinho Tecido RU 120h/lt 100h/mt Portugal 80h/lt 90h/mt L Prt Vinho / L Prt Tecido < L RU Vinho / LRUTecido 80/90 = 0,89 < 120/100 = 1,2 L Prt Tecido / L Prt Vinho > L RU Tecido / LRUVinho 90/80 = 1,125 > 100/120 = 0,83 PORTUGAL: VANTAGEM COMPARATIVA NA PRODUÇÃO DE VINHO REINO UNIDO: VANTAGEM COMPARATIVA NA PRODUÇÃO DE TECIDO HÁ MOTIVOS PARA AS TROCAS COMERCIAIS, COM BASE NA ESPECIALIZAÇÃO
8 DEMONSTRAÇÃO DO CONCEITO DE VANTAGEM COMPARATIVA Vinho Tecido RU 120h/lt 100h/mt Portugal 80h/lt 90h/mt Desde que o preço internacional esteja entre 1,2 unidades de tecido e 0,89 unidades de tecido, Portugal só deve produzir vinho e o Reino Unido tecido Todos ganham com o comércio internacional desde que o preço internacional (RTI) se estabeleça entre os preços de autarcia (RTA); Os ganhos serão tanto maiores quanto maior a distância entre a RTI e as RTAs
9 Teoria das Uniões Aduaneiras Impacto dos direitos aduaneiros sobre os fluxos comerciais, dentro da UA e face a terceiros países Hipóteses de trabalho. Agentes numerosos e price takers (atomicidade). Preços reflectem custos de produção. Custos de transporte ignorados. Não há economias de escala. Não há rendimentos crescentes nem custos decrescentes. Informação é perfeita, e o acesso à tecnologia é livre. Factores de produção homogéneos. Factores de produção móveis internamente, imóveis internacionalmente. Análise estática: quantidades de factores de produção e tecnologia dados Conceitos básicos. Criação de comércio. Desvio de comércio
10 TARIFA Preço D A Comissão das Comunidades Europeias S A Preço país A, com tarifa mais elevada Preço país A, com tarifa Preço mundial a b c e f g h i 0 q1 q2 q3 q4 Quantidade UA DA SA Pm Pb Preço mundial a c b d e f g h i q1 q2 q3 Q3,5 q4
11 . Grande objectivo do Mercado Interno: reforçar as posições competitivas europeias nos mercados mundiais. Implementação: estabelecer um grande espaço sem fronteiras internas, assegurando as 4 liberdades fundamentais: Mercadorias (bens); Serviços; Pessoas; Capitais. Na prática: a noção de MI implica eliminar as diferenças entre trocas nacionais e trocas intracomunitárias. Como fazer: remover todos os entraves à livre circulação. Barreiras físicas. Barreiras técnicas. Barreiras fiscais. Mercados públicos. Princípio da Não Discriminação. Princípio do Reconhecimento Mútuo. Princípio da Harmonização (Regulamentação Comunitária)
12 Relatório Cechini (1988): Determinação dos custos efectivos dos entraves às trocas Intracomunitárias (MI) Dois tipos de barreiras: 1) Barreiras que provocam o aumento do custo das transacções (custo directo das barreiras) a) Tarifas e restrições quantitativas b) Normas técnicas e regulamentações diferentes entre EM (2-2,4% do PIB comunitário) c) Controles fronteiriços d) Subsídios e outras distorções 2) Custos induzidos pela falta de integração (restrições à livre entrada nos mercados) a) Políticas públicas proteccionistas b) Regulamentação diferente para os serviços c) Controles aos movimentos de capitais d) Falta de enquadramento jurídico homogéneo Ideia: remoção de barreiras leva à redução de custos Maior acesso à inovação Aumento da concorrência (maior eficiência) Economias de escala (optimização da dimensão das empresas) Especialização na produção e no Comércio (vantagens comparativas)
13 Efeitos micro-económicos desencadeados pelo levantamento dos entraves Redução inicial de custos Custos Produção Preços Procura interna e externa Margens Reestruturações - Pressão da concorrência + Progresso técnico e inovação
14 Mecanismos macro-económicos accionados pelo levantamento dos entraves Supressão barreiras tarifárias e Abertura Merc. públicos Liberalização serv. financeiros não -tarifárias Supressão controlos fronteiras Efeitos oferta Redução de custos Dinamismo do investimento concorrência Ganhos poder de compra Baixa de preços Ganhos competitividade Melhoria do saldo com o exterior Crescimento PIB Melhoria do saldo público Criação emprego
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