ACADÊMICA: ANDRINEA CORDOVA DA ROSA ORIENTADORA/SUPERVISORA: MESTRE: MICHAELLA CARLA LAURINDO DA TEORIA A PRÁTICA SE VISLUMBRA UM SUJEITO DA PERVERSÃO

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1 ACADÊMICA: ANDRINEA CORDOVA DA ROSA ORIENTADORA/SUPERVISORA: MESTRE: MICHAELLA CARLA LAURINDO DA TEORIA A PRÁTICA SE VISLUMBRA UM SUJEITO DA PERVERSÃO BANCA EXAMINADORA: MESTER MICHAELLA CARLA LAURINDO CASCAVEL-P/R ABRIL DE 2009.

2 Relatório de clínica: DA TEORIA A PRÁTICA SE VISLUMBRA UM SUJEITO DA PERVERSÃO RESUMO: A Psicanálise diferentemente de outras teorias nasceu e originou-se de uma prática clínica. Por tal fato, esse relato de estágio enfocará as principais articulações dessa teoria quanto a escuta analista, o desejo do analista, as vertentes da transferência, e considerações à cerca da importância da escuta do SUJEITO do inconsciente. Esse trabalho abordará a partir dai um relato de prática clínico de estágio supervisionado, cuja hipótese diagnóstica é de Perversão. Trata-se de um jovem estudante, solteiro residente em uma cidade do Paraná. O atendimento do paciente se deu através de sessões de 50 minutos nas dependências do consultório da Escola Clínica na Universidade em que foi realizada a graduação em Psicologia. Ao total, se somaram 28 sessões em que o método utilizado foi o da Associação Livre, criada por Freud. A clínica baseada na escuta busca que o paciente se encontre naquilo que diz, questionando-se através das intervenções feitas pelo terapeuta a cerca de sua fala. Assim, questões importantes para a hipótese diagnóstica como jogos e manobras da Perversão, objeto fetiche, denegação da falta foi vislumbrada nas palavras do referido paciente. No decorrer das sessões a estagiária pode vislumbrar um sujeito que pouco articulava sobre a angústia e sobre a falta, e no mesmo sentido, quando essas temáticas apareciam eram imediatamente seguidas por uma frase contrária que buscava negá-la. Do lado da experiência terapêutica o caso possibilitou maior reflexão a cerca da forma com que os sujeitos se posicionam subjetivamente, representou em alguns momentos também, a impotência do ser neurótico em lidar com sua própria falta a ser, e tentativa de causar angústia num ser que nada queria saber dela. Palavras-chaves: Estruturas Clínicas, Perversão, desejo do analista.

3 1. INTRODUÇÃO O trabalho apresentado aqui é o relato da prática realizada no Estágio Supervisionado em Psicologia Clínica que faz parte dos requisitos para a formação do Psicólogo na Universidade na qual graduei. Tal prática tem como base a Psicanálise sistematizada por Sigmund Freud e abordada por Lacan, sendo que o relatório consta de fundamentação teórica baseada nessa abordagem e da descrição e análise do caso clínico atendido no decorrer do ano de O atendimento do paciente se deu através de sessões de 50 minutos nas dependências do consultório da Escola Clínica na Universidade em que foi realizada a graduação em Psicologia. Ao total, se somaram 28 sessões em que o método utilizado foi o da Associação Livre, criada por Freud. A clínica baseada na escuta busca que o paciente se encontre naquilo que diz, questionando-se através das intervenções feitas pelo terapeuta a cerca de sua fala. A possibilidade de aliar a prática à teoria concebida durante os anos da graduação é de imensa importância, já que foi essa vivência que oportunizou à estagiária questionar e comprovar os conceitos introduzidos por Freud e por Lacan. Todas as leituras da teoria psicanalítica feita nos anos anteriores foram, nesse momento do estágio, vislumbradas de modo a comprovar a veracidade dos ditos freudianos. E foi na prática que se pôde compreender muito mais do que nos livros. O paciente que se apresentou a frente da estagiária encarnada no sujeito suposto saber é o que realmente poderia saber algo sobre sua verdade e através de sua fala é que a estagiária teve a possibilidade de aprender e de vivenciar a escuta analítica. As hipóteses levantadas a cerca do caso levam a concluir que se trata de um paciente cuja estrutura psíquica é a perversão. Todo o desdobramento dos atendimentos e os principais pontos emergidos do caso são apresentados na descrição e análise que segue neste relatório. Para além de maiores explanações, tem-se que dizer nesse momento que aquilo que se busca com a prática clínica é o encontro do paciente com sua verdade, ou seja: seu

4 desejo, que via de regra difere de sua vontade consciente. É na terapia que o sujeito do inconsciente é não só aflorado, mas ouvido e onde é buscado para o entendimento fora dos padrões racionais. O sujeito que busca análise tem muito mais a dizer do que as palavras saídas da boca do indivíduo sentado à frente do analista. Para isso, conselhos e ensinamentos não devem ser utilizados, já que estes ficam a nível consciente. É o sujeito do inconsciente que deve ser ouvido e buscado. E é isso que foi proporcionado na prática clínica relatada aqui. 2. APRESENTAÇÃO DO LOCAL E CONDIÇÕES NAS QUAIS A ATIVIDADE DE ESTÁGIO ACONTECEU O C. P. A. (Centro de Psicologia Aplicado) é a clínica escola onde é realizado o Estágio Supervisionado de Psicologia Clínica, e encontra suas instalações onde a graduação em Psicologia ocorreu na cidade de Cascavel/ PR. Em 2003 esta clínica foi fundada, com o objetivo de representar aos acadêmicos de 5 º ano de Psicologia um ambiente adequado para a prática do Estágio Supervisionado de Psicologia Clínica, a fim de possibilitar a aplicação dos conhecimentos teóricos adquiridos ao longo do curso. Outro objetivo do C.P. A é visar a saúde mental da comunidade de Cascavel, em especial aqueles que de outra maneira talvez não pudessem ter atendimento psicológico. Os atendimentos psicológicos são garantidos a criança, adolescente, adulto e idoso, que sempre vão depender da disponibilidade de carga horária do estagiário, e do parecer do supervisor. A estrutura física do C.P. A está organizada da seguinte maneira: 9 Consultórios de atendimento psicológico; 1 Sala de aluno contendo 1 banheiro 1 Banheiro que fica no corredor das salas de supervisão; 4 Salas de supervisão; 1 Sala de espelho; 1 Sala de espera; 1 Sala do secretário (recepção).

5 O Estágio Supervisionado de Psicologia Clínica é realizado a partir de três abordagens, a saber: abordagem psicanalista, analista comportamental e fenomenológico-existencial. O quadro de colaboradores do C.P.A. possui: 1 Coordenadora do Curso de Psicologia; 1 Coordenadora do C.P.A.; 1 Supervisor de Psicologia do Trabalho; 1 Supervisor de Psicologia Escolar; 1 Supervisor de Psicologia Clínica e de Grupo; 2 Técnicas em Psicologia; 3 Secretários. As supervisoras de Estágio juntamente com a coordenação do curso formam o Conselho de Orientadores C.O. R responsável pela tomada de decisões de tudo que diz respeito ao C.P.A. (Centro de Psicologia Aplicada). A clínica Escola C.P.A. se destina a fazer atendimento psicológico aquelas pessoas da comunidade, sendo que esses são realizados a partir de uma lista de espera na qual o indivíduo deixa seu nome e telefone de contato e aguarda a possibilidade de atendimentos, que conforme já destacado depende da disponibilidade da carga horária do estagiário e do parecer do supervisor. Os atendimentos realizados no C.P.A. acontecem a partir de uma primeira entrevista, chamada de triagem, a qual o indivíduo que aguarda atendimento psicológico é submetido. Por se tratar de uma clínica escola, os atendimentos que são realizados no C.P.A. tem como forma de pagamento uma contribuição de 8 % da renda mensal do analisando ou de seu responsável. Isto, porém, não é uma regra, já que se o indivíduo não tiver condições financeiras para pagar pelos atendimentos terá direito ao mesmo de forma gratuita. O Estágio Supervisionado em Psicologia Clínica representa a possibilidade do acesso de atendimento psicológico a toda comunidade, ressaltando assim o compromisso social e ético da psicologia. O Estágio Supervisionado em Psicologia Clínica representa a possibilidade de unir o conhecimento teórico, adquirido ao longo do curso, à prática do atendimento clínico. Representa também, a oportunidade de se experimentar enquanto analista, de buscar

6 compreender o que faz eco nos atendimentos, e de como cada ser em especial encontra maneiras de lidar com seus questionamentos e avatares próprios do ser humano. A escuta do sujeito permite vislumbrar que toda a teoria freudiana encontra seu fundamento diariamente, e assim, o que pode parecer tão distante num primeiro momento, se apresenta diante da estagiária como um indivíduo que nada sabe sobre teorias, e, no entanto, é apresentado e se representa através dessa pela maneira com a qual simboliza aquilo que lhe falta-a ser. A realização do Estágio Supervisionado em Clínica no C.P.A. (Centro de Psicologia Aplicada), faz com que esta clínica escola cumpra uma de suas funções sociais, já que o público alvo a quem é garantido o atendimento, refere-se a uma determinada camada da sociedade, que talvez de outra maneira não conseguisse ter a garantia de um atendimento psicológico, socializando, assim, cada vez mais a Psicologia, afastando-a de um mito de ser exclusividade de uma camada mais abastada da população. O Estágio em clínica também se justifica por ser uma exigência curricular para a obtenção do título de Psicólogo, sendo assim o relato aqui esboçado é um dos requisitos para que esse propósito seja alcançado. Por fim, possibilita a produção de um saber que não mais apenas se fundamenta na teoria, mas que se presentifica na prática clínica, em cada novo atendimento, propiciando com isso que o praticante da psicanálise se questione, questione a sua postura ética, e por isso, o seu próprio fazer. 3. DESCRIÇÃO DO TRABALHO Os atendimentos clínicos foram realizados com base na teoria sistematizada por Freud e ampliada por Lacan, toda a escuta terapêutica se deu baseada nos principais pressupostos teóricos dessa teoria. A seguir serão apresentados os principais pontos teóricos que permearam a ação da estagiária na realização do estágio supervisionado em Clínica A PSICANÁLISE COMO MÉTODO DE TRATAMENTO

7 A Psicanálise à diferença de algumas teorias, nasceu, originou-se, de uma prática clínica, pois Freud, ao mesmo tempo em que sistematizou os conceitos desta, praticou uma espécie do que poderíamos definir como auto-análise, ou psicoanálise 1. Por tal característica, Freud ao longo de sua vida, na medida em que ia avançando em suas pesquisas sobre os processos mentais, somadas a observação no tratamento de seus pacientes, reformulou alguns de seus conceitos a cerca da prática analítica. Num primeiro momento, existia uma prática psicanalítica que era definida como a Clínica das Interpretações. Nesta fase ( ), nos primórdios da psicanálise, Freud juntamente com o fisiologista Josef Breuer, acreditava que o melhor método para a prática analítica era a hipnose. Chama-se clínica da interpretação, pois se hipnotizava o paciente visando descobrir a origem do trauma, sintoma, e depois de desperto lhe comunicava do que se tratava a causa de seu mal-estar, ou seja, era o médico interpretava o discurso do paciente. Mas isso, contudo, nem sempre funcionava, por vezes, o fato de comunicar o paciente nada alterava o sintoma, ou esse era deslocado, além do mais, muitas pessoas não se deixavam hipnotizar. Freud foi prosseguindo em seus estudos e começou a observar através da transferência que o paciente por vezes mostrava-se resistente a recordar, e que se estes pontos obscuros fossem superados poderia existir uma recordação. Esta fase é chamada de Clínica das Resistências. A terceira fase (por volta de 1920) que representa a forma mais contemporânea ficou conhecida com a Clínica da Repetição, onde Freud começou analisar que não era vencendo a resistência que o paciente iria recordar e que, havia algo mais que o impedia de recordar. A partir desta reflexão Freud não mais dava ênfase a um fato ou fenômeno específico, mas preocupava-se em analisar tudo o que se achava na superfície da mente do paciente, tudo aquilo que ele associava. Tal iniciativa se deu pela percepção de que o paciente achava-se condenado a repetir tudo que não conseguia recordar, e que, na verdade, repetir era a sua maneira de recordar, e isso ocorreria tantas vezes quanto 1 Por auto-análise se pode compreender todo o processo de busca de autoconhecimento que Freud empreendeu durante toda a sua vida na medida em que buscava compreender o significado de seus sonhos, sentimentos, a medida em que rememorava fatos ocorridos no passado.

8 necessário, para só num momento a posteriori ser compreendido, através das lembranças e interpretações do próprio paciente associado a sua queixa-sintoma. Durante suas pesquisas Freud buscou elucidar também, que os processos mentais do pensamento e atos estavam constantemente movidos por um sistema, que o autor denominou de Primeira Tópica, sendo subdividido em Inconsciente, Pré-consciente e Consciente. O inconsciente pode ser considerado como uma força propulsora que de acordo com Rappaport (1981, p.14), tira ao homem o domínio sobre sua própria vontade, atua em nossos atos, se manifesta através da linguagem, palavras, é um local onde permanece lembranças difíceis de se recuperar. Com relação ao pré-consciente, é como se fosse possível o definir como uma espécie de arquivo, onde permanecem idéias e percepções, lembranças, facilmente recuperáveis pela consciência. Já no que se refere ao consciente, nesta estrutura se encontram as idéias, sensações, pensamentos das quais se é possível vivenciar na experiência diária. A consciência é também definida como aquela que nos mantém no contanto com a realidade exterior. Embora partes da compreensão sobre os processos mentais estivessem sido sistematizados, esclarecidos, Freud continuava a pesquisar quais eram o motivos pelos quais algumas lembranças eram facilmente acessadas, enquanto que outras, duramente reprimidas. Assim, aos conceitos tópicos de inconsciente, pré-consciente e consciente, foram somados os constructos psicanalíticos que constituirão o modelo da estruturação da personalidade em Id, Ego e Superego, conhecidos também como a Segunda Tópica. Para Freud (1915, Vol. XIV), o Id é constituído pelo conjunto de impulsos que motivam as relações do indivíduo com o mundo. Constitui também o reservatório da energia psíquica, é onde se localizam as pulsões: a de vida e a de morte. As características atribuídas ao sistema inconsciente, na primeira teoria, são nesta teoria atribuídas ao id. É regido pelo princípio do prazer. Ego é o sistema que estabelece o equilíbrio entre as exigências do id, as exigências da realidade e as ordens do superego. É um regulador, na medida em que altera o princípio do prazer para buscar a satisfação considerando as condições objetivas da realidade (FREUD 1915, Vol. XIV). Neste sentido, a busca do prazer pode ser substituída

9 pelo evitamento do desprazer. As funções básicas do ego são: percepção, sentimentos e pensamento. O superego origina-se com o complexo de Édipo, a partir da internalização das proibições, dos limites e da autoridade. A moral, os ideais são funções do superego, tendo como conteúdo as exigências sociais e culturais. Os estudos de Freud sobre a Primeira e Segunda Tópica fundamentaram e fundamentam a reflexão sobre a existência de uma realidade psíquica, realidade esta que nós seres humanos estamos sujeitos, que denomina um modo de funcionamento mental existente também em nossas experiências diárias, possuindo uma relação estreita com o sintoma. Na relação do sintoma com a realidade psíquica, deve ser levada em consideração que há uma interpretação por parte do indivíduo desde o início de sua vida, esta tem uma relação com a verdade e com a fantasia. Assim, um trauma pode ser da ordem da fantasia, mas nem por isso deixa de se apresentar como real (verdade) ao sujeito. É preciso que ocorra uma investigação desta realidade psíquica, se parte de uma história atual para se ir em busca do que ocorreu. Com esta prática, a cadeia de significantes vai sendo enlaçada com o passado, passando a fazer com que o paciente associe o que vive atualmente com o que ocorreu outrora. O conceito de sintoma na teoria psicanalítica tem uma interpretação diversa de outras áreas do saber humano, como, por exemplo, as médicas. E é a partir desta afirmação que pretende-se a seguir explicar em que consiste esta diferença. Com relação ao sintoma, o que se verifica é que existe um movimento semelhante nas pessoas (quer sejam daquelas que nos cercam ou as que nos procuram no contexto analítico) em que elas nomeiam, relatam algumas queixas que denominamos de sinais de angústia, tais como: pavor noturno, expectativa angustiante (algo de ruim está para ocorrer), palpitações, dificuldade em respirar, dores no peito, irritabilidade geral, etc. Nestes sinais não existe ainda, na forma como os aborda a teoria psicanalítica, um sintoma propriamente dito. É muito comum também, que os pacientes nomeiem como responsável por suas angústias pessoas com as quais convivem, familiares, companheiros, ou colegas de trabalho, ou seja, é como se enfatizassem que é o outro responsável pelo mal do qual

10 padecem. Todo este processo, ao menos no contexto terapêutico, ocorre numa fase descrita por Freud como tratamento de ensaio, e em termos lacanianos como entrevistas preliminares, período em que se busca fazer um diagnóstico diferencial das estruturas clínicas, e para, além disto, verificar se é caso para a análise, ou outra demanda (QUINET, 1991). Neste período das Entrevistas Preliminares deve ocorrer também, uma primeira retificação subjetiva, a qual consiste numa mudança da Posição do Sujeito com relação ao seu sintoma. Para Lacan (s/d apud MILLER, 1988, p. 123) a retificação subjetiva é a passagem do fato de queixar-se dos outros para queixar-se de si mesmo. E é só a partir disto que é possível considerar estes sinais de angústia, ou seja, a existência de um representante recalcado no inconsciente, como um sintoma. O sintoma na visão psicanalítica é um conflito interno, estrutural, que representa a divisão do sujeito entre o que é consciente e inconsciente. Busca um gozo, uma satisfação ainda que paradoxal, pois pode ser ruim na consciência mas bom no inconsciente. Para, além disto, o sintoma representa também, uma solução ou resolução de um compromisso saindo por um desvio entre o inconsciente e o consciente, comportando uma pulsão de afeto variado, ou seja, a de vida que deseja se desprender do sintoma, e a de morte que goza com o mesmo. É uma forma, uma maneira que o indivíduo encontrou de demonstrar que algo não vai bem. Num sentido mais amplo Freud destaca: Não existe nada insignificante arbitrário ou casual nas manifestações psíquicas. Antevê um motivo suficiente em toda parte onde, habitualmente, ninguém pensa nisso; está até disposto a aceitar causa múltiplas para o mesmo efeito, enquanto nossa necessidade casual, que supomos inata, se satisfaz plenamente com uma única causa psíquica (FREUD, Vol. XI, 1920, p.36) A partir desta reflexão proposta por Freud é possível inferir que o sintoma é sempre sobredeterminado, existem várias causas e conexões ligadas a ele, assim, embora, algumas determinações possam ser compreendidas haverá outras mais, e assim sucessivamente. Assim, o analista se insere nas séries psíquicas do paciente, e precisa compreender que o sintoma é também uma condensação de muitas variáveis. É preciso desvencilhar o que está aglutinado, condensado e a cada dia o paciente pode trazer uma coisa nova, uma palavra nova, e isso vai se ligando às outras possíveis determinações do sintoma.

11 Há então, em tudo isso uma necessidade, um convite do analista para o analisando de se interessar por suas verdades, pelo seu discurso, pelas possíveis causas do suposto mal do qual se queixa. O analista precisa insistir e buscar mostrar ao paciente que o sintoma é um produto direto de seu inconsciente, solicitando que siga a regra fundamental da psicanálise: dizer tudo que lhe vier à cabeça, ainda que lhe fosse desagradável ou que lhe parecesse sem importância, irrelevante ou sem sentido (FREUD, 1909, vol. X, p.144). Esta conduta é fundamental, pois se busca escutar os significantes do paciente que possui um significado cujo sentido somente ele (o paciente) pode atribuir. Com relação aos significados dos significantes 2 estes só serão conhecidos a posteriori, conforme interpretações e lembranças do próprio sujeito no decorrer da análise. Tudo isto, pois, a psicanálise considera cada sujeito único em suas vivências, experiências, a este respeito Quinet (1991, p.33) elucida: Encontramos aqui formalizada a afirmação de Freud de que todo o paciente novo implica a constituição da própria psicanálise: o saber que se tem sobre outros casos não vale nada, não pode ser transposto para aquele caso. Cada caso é, portanto, um caso novo e como tal, deve ser abordado. Esta temática sobre a interpretação em psicanálise é fruto de inúmeras críticas infundadas, reflexo de pouca base teórica. Alguns críticos fazem uma leitura silvestre e equivocada da teoria ao considerar que para esta abordagem é o analista munido de algumas interpretações prévias que comunicará o significado sobre o mal do qual o sujeito padece, tal como ocorria nos primórdios da prática clínica das interpretações. Conforme o abordado até o momento neste trabalho, a psicanálise tem um método muito particular de conduzir o seu fazer analítico, o que de fato a torna diferente de muitas outras teorias e formas de compreender o psiquismo humano. Entre estas diferenças destaca-se a seguir a da Psiquiatria Diferença entre Psicanálise e Psiquiatria: Demanda e Resposta 2 Utilizam-se os termos significado e significante a partir da seguinte reflexão: em psicanálise os significantes são palavras esvaziadas de sentidos, sons, ditos do paciente. O significado dos significantes são obtidos num momento posterior e com o auxílio do analista através do próprio sentido que é fornecido a eles (significantes) pelo próprio paciente em relação aos seus ditos.

12 De acordo com Miller (1987) existe uma diferença, evidência, e até mesmo contradição bastante pertinente no que se refere a psicanálise e a psiquiatria. Em primeiro lugar, a questão da demanda direcionada ao psicanalista é aquela que se pode chamar de iniciativa própria do paciente, de seu próprio movimento em buscar uma ajuda. Isso ocorre pois o paciente tem um tipo especial de desconforto ( o sintoma ) do qual quer se livrar. Já a demanda em psiquiatria é uma busca, que na maioria dos casos é uma demanda social, em que existe uma dificuldade, e sob alguns aspectos, uma inadaptação ao que este social dita. Para a psicanálise é fundamental que seja o próprio indivíduo que busque ajuda, que tenha uma inquietude com relação ao que lhe ocorre, isto não pode se dar sob forma de uma imposição, e ainda que esta questão envolva uma inadaptação social é fundamentalmente a nível individual que ela deve se valer. Precisa ser algo que inegavelmente incomoda o sujeito. Em outras palavras, o social pode até apontar para o sujeito o que lhe ocorre mas é preciso existir uma inquietação, uma dúvida para que este procure a análise. Miller (1987) acrescenta também, que existe novamente uma diferença nestes dois campos do saber humano (psicanálise e psiquiatria) com relação ao sintoma. O psiquiátrico é constituído e nomeado pelo psiquiatra. O psicanalítico só existe enquanto tal se falado (significado) pelo próprio paciente. Sobre isso é possível afirmar que o discurso é muito importante em psicanálise, sendo considerada uma autoclínica, um saber que provém do paciente, e não como no caso da psiquiatria, que provém do médico. Na experiência psicanalítica é possível observar que o paciente direciona seu discurso ao analista, e com isso se pode afirmar que o sintoma precisa passar pelo analista para depois sair. Para Lacan (apud Quinet, 1991) o analista completa o sintoma. No que se refere ao discurso e a psiquiatria, Miller (1987) destaca que esta efetivamente desconhece a parte que toma na produção do sujeito que escuta, não existe uma prática, ao menos comum, de observar quais são as palavras que o paciente escolhe para falar de sua enfermidade, e o porquê da escolha destas, dentro de uma infinidade de outras mais que conhece em termos de vocabulário. É possível afirmar que a psiquiatria, nomeia e interpreta o sintoma. O mesmo autor acima citado destaca que para a experiência psicanalítica é fundamental observar as palavras usadas pelo paciente para significar, representar o seu mal-estar, assim não se deve prejulgar o significado de uma palavra sem interrogar qual é o

13 significado dela. Desta forma se este paciente afirma que tem depressão deve se questionar o que isso quer dizer, o quê significa. Então a resposta sobre o mal do qual padece (sintoma) sai do discurso (palavras associadas) do paciente, é obvio com o auxílio do terapeuta. Em psiquiatria existe um conjunto de dados agrupados no CID (Classificação Internacional de doenças), ou DSM (Diagnóstico de Saúde Mental) que contém itens os quais o paciente precisa se encaixar para receber um diagnóstico. Assim, para ser diagnosticado como depressivo este deve declarar: cansaço, apatia, desânimo, dificuldades em dormir, medos noturnos, e outros mais comuns no discurso de muitas pessoas que dizem ter depressão, somado a um período mínimo descrito nos manuais para que exatamente assim fosse diagnosticado. Aqui cabe um alerta de que muitas causalidades psíquicas são encobertas sob a denominação de depressão. Em psicanálise há uma busca pela compreensão das questões psíquicas por trás do sintoma, é como o exemplo da dor de cabeça, em psiquiatria se receitaria, por exemplo, Dipirona Sódica, ou outro remédio, e em psicanálise se buscaria compreender o que aquela dor de cabeça quer dizer. Em outras palavras, além de não se calar o sintoma, se busca o seu significado, causa. Assim, o paciente em psicanálise espera que o analista lhe forneça uma resposta sobre o mal do qual ele padece, busca também, que o analista possa lhe oferecer um alívio. O analista se furta disto, mantém sua angústia a um nível que possibilite o tratamento e a compreensão do enigma do sintoma. Para isso se utiliza da regra de ouro da teoria a associação livre, assim o sintoma aparece representado nas palavras. Então se ouve o discurso do paciente aponta-se palavras trocadas, lapsos de memórias, etc, tudo isso porque o inconsciente é estruturado como uma linguagem. Tudo isto, em relação ao fazer da Psicanálise passa a ser mais bem compreendido quando se estuda os quatro conceitos tidos por esta teoria como fundamentais, a saber: Inconsciente, Pulsão, Repetição, Transferência.

14 3.2 OS QUATRO CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA PSICANÁLISE: INCONSCIENTE, PULSÃO, REPETIÇÃO, TRANSFERÊNCIA. Freud (1916) na Conferência Introdutória à Psicanálise, elucidou que reconhece como uma atitude natural humana rejeitar a idéia de que somos dominados por uma força que desconhecemos que existe e insiste ainda que não se queira saber dela. Assim, certas descobertas teriam ferido o homem em seu narcisismo: a primeira delas, foi causada por Copérnico, ao afirmar que a Terra não era o centro do Universo. A segunda, a de Darwin que, define a origem da espécie humana através de uma evolução de uma espécie primata, os macacos. E a terceira, é a descoberta do inconsciente, em que nomeia como existente no homem um processo sobre o qual ele não domina. Isto foi compreendido por Lacan (apud Miller, 1988, p.92) lá onde o homem não pensa ele existe, e Freud (1915, Vol. XIV) isso existe para além do eu. Para Freud (1915, Vol. XIV) o inconsciente exprime o conjunto dos conteúdos não presentes no campo atual da consciência. É constituído por conteúdos reprimidos, que não têm acesso aos sistemas pré-conscientes/consciente, pela ação de censuras internas. Estes conteúdos podem ter sido conscientes, em algum momento, e terem sido reprimidos. O inconsciente é um sistema do aparelho psíquico regido por leis próprias de funcionamento. O inconsciente para Lacan (apud Miller 1988) esta no campo da linguagem, não do som e imagem. Ele não é verbal, mas se apresenta também pelas palavras, cabe então ao analista dando primazia aos significantes, mas também ao analisando (seguindo a regra de ouro da psicanálise ) buscar compreender quais são seus desejos. Tudo isso pois o sujeito freudiano é um sujeito desprovido do ser, que deseja o nada, a falta, já que o desejo é o desejo do inconsciente, nunca é o ato de querer. Para, além disto, Freud (1915, vol XIV) destaca que o inconsciente é atemporal, não sofre influência de um tempo cronológico e sim lógico. Não possuindo também, juízo de valor, ou negação de seus desejos, tudo é querido, tudo é possível (processo primário). Funciona além do princípio do prazer, pois conforme é sabido o desejo pode aparecer como uma representação de algo mórbido. O inconsciente funciona também basicamente pelos processos de condensação e deslocamento. Na condensação, é como se fosse elaborado uma espécie de colagem, uma

15 justaposição de imagens que pertencem a vários processos inconscientes. O deslocamento, é um deslizamento, características de uma imagem são transferidas para outra, com a qual o sujeito estabelece relações como se fosse a primeira ( RAPPAPORT, 1981 p.22). O tema do inconsciente tem uma relação também com a questão da pulsão. A pulsão, traduzida de forma errônea nas obras de Freud por instinto, entretanto estes têm um conceito diverso. Instinkt (que significa instinto na língua alemã) designa um comportamento pré-determinado, hereditariamente fixo característico da espécie, possui uma fixidez de objeto. Como um exemplo, tem-se as tartarugas marinhas, que nascem e correm para o mar. Já na Trieb (que significa pulsão na língua alemã) não há comportamentos préformados, não existe um objeto específico. Esta noção pode ser mais bem compreendida com a questão da alimentação, em que ao se alimentar não trata apenas de saciar a fome. Assim, na primeira vez que se come é por instinto, depois nunca mais o será, pois é através do Outro que eu sacio a fome. A questão da alimentação passa a ser associada como aquilo que emana do outro, como valor de significantes, de palavras, vínculo. Então o objeto de uma pulsão é qualquer coisa, ação ou expressão que permite a satisfação da finalidade original. Na obra de Freud os instintos e suas vicissitudes ou a pulsão e seus destinos (1915, vol. XIV) é possível compreender que a pulsão é um conceito fronteira/limite entre o somático e o psíquico. A fonte pulsional é o corpo e a pulsão tende a voltar para sua fonte de origem, apresentando-se de alguma forma no orgânico. Existe no tema relacionado à pulsão uma exigência de trabalho que se exerce de maneira constante. Pulsão são forças que atuam na vida mental, e que, uma vez em interação, elas inibem ou favorecem o desenvolvimento umas das outras. É um processo dinâmico que consiste em uma pressão ou força que faz tender o organismo para um alvo de satisfação. Na obra Para além de princípio do Prazer Freud (1920), destaca a pulsão como algo paradoxal, meio esquisita e que em geral comporta uma dimensão de desprazer. A pulsão de morte é responsável pela insistência do inconsciente, na verdade faz com que o sujeito repita determinadas cadeias associativas significantes.

16 Esta insistência da pulsão possui também uma relação com a repetição, que é uma possibilidade de algum tipo de inscrição que pode levar a repetição de uma cadeia inteira. Porém, a insistência da pulsão de morte pode ser algo muito difícil, em especial, quando associada ao superego, quando ao exigir uma satisfação pode aparecer como uma resistência a cura, aparecendo também como um dos maiores obstáculos para o indivíduo conhecer a qual repetição está respondendo. A partir destas considerações acima descritas, é possível inferir que o desafio ético da Clínica da Repetição é buscar dar palavras a essa pulsão de morte, já que em psicanálise a cura se dá por acréscimo (LACAN, 1992). Na obra Recordar, Repetir e Elaborar Freud (1914, vol. XII) destaca que a transferência é um fragmento de repetição, e que a repetição é transferência do passado esquecido, e que tudo isso está envolvido num contexto maior e a serviço da resistência. Assim, o ego e o superego colaboram para o não rememoramento. Assim, se o paciente não consegue relembrar ele repete, e ao repetir pensa que seu comportamento, discurso ou atitude, é algo contemporâneo. É então por meio da análise que a repetição pode virar elaboração. Na mesma obra citada, Freud (1914, vol. XII) esclarece que o paciente não se recorda que tinha uma atitude opositora com seus pais, mas ao chegar a analise repete (transfere) esta forma de ser com o analista. Em outros momentos, o paciente que em sua infância desenvolveu atividades sexuais com as quais sente medo de serem descobertas não relata isso ao terapeuta, ao invés disso ele repete e atua, pede para o analista não falar para ninguém sobre o tratamento. Para Freud (1914, vol. XII), o próprio início da análise já se dá por uma repetição, como exemplo, ele cita o paciente que queixoso de inúmeros conflitos, problemas e conteúdos, chega a análise na 1 ª sessão e quando lhe fala sobre a regra fundamental da psicanálise (associação livre) ele alega que nada lhe ocorre, nada lhe vem a mente, e que, nada tem a dizer, e isso está a serviço da resistência pois o paciente mostra-se resistente a recordar. Estas considerações introduzem o conceito de compulsão a repetição, que é como se o paciente ficasse numa espécie de piloto automático (repete, repete, e não se dá conta disso). Não há um questionamento, apenas repetição de idéias, atitudes inúteis, sintomas, e

17 comportamentos com a figura do analista. Conforme já foi destacado, na análise acredita-se que apareçam aspectos significativos da catexia afetiva e clichês estereotípicos. O paciente age assim para com a figura do analista, pois está sob a ação da transferência. Então é por isso que se diz que a transferência é um fragmento de repetição, pois nela tem-se a repetição em ato de algo que não se consegue recordar. E que, a transferência é um fragmento de um passado esquecido, que via de regra é direcionada ao analista. A transferência se dá baseada em impulsos conscientes e inconscientes. Pode ser considerada segundo Freud (1912, vol. XII) uma forma de ligação de um sujeito a outro. É um laço constantemente reimpresso na vida do sujeito, essa reimpressão é apontada por Freud quando ele destaca o conceito de catexia afetiva, e clichês estereótipos, em outras palavras, são as maneiras de ligação dos sujeitos, indivíduos, a sua maneira particular de ser, que foi sendo elaborado e constituído ao longo do tempo. Quanto ao termo catexia afetivas, e possíveis conteúdos da transferência, Freud destaca as relações com as figuras parentais. Isso nos remete a refletir que a transferência possui uma dimensão simbólica e outra com relação ao impulso libidinal, a dimensão real, que não raro é transferida para a figura do analista. A transferência é sempre ambivalente ora positiva, ora negativa, um misto de sentimentos afetuosos e hostis dirigidas a pessoa do analista. Assim, é preciso ter em mente que a transferência faz com que o analisante considere seu analista como sujeito suposto saber, isto é, o detentor da verdade. É o modo peculiar de primariamente conceber seu sintoma: creditando a outrem a verdade sobre seu significado. O analista se apropria deste lugar para interrogá-lo (LACAN, 1992). Para Freud (1912, vol XII) a transferência aparece ora como repetição, ora como resistência, ora como fator de cura e sucesso no tratamento, e em todas essas variáveis deve se levar em conta o fazer do analista. Este deve basear-se fundamentalmente na consideração de que, os impulsos conscientes encontram-se para o caso da transferência diminuído, ao passo que, os inconscientes são maximizados a serviço ou a favor da resistência. Em resumo, a libido encontra-se pela pressão ou força de um conteúdo erótico (e esse termo não é somente sexual, mas se refere à psicossexualidade, e não sexualidade de coito, erotismo, faz referência a uma satisfação mental) dirigida ao inconsciente, então o

18 analista precisa apostar que na análise o sintoma do paciente fala de uma verdade com referência a ele, verdade essa que desliza segundo Lacan (1992) da cadeia de significantes, esse deslize faz com que emerja o sujeito inconsciente, e consequentemente favorece a análise. De fato, a transferência é o maior fator de cura no tratamento analítico, mas sem dúvida pode também surgir como maior resistência. Ocorre que segundo Lacan (1992) a transferência põe em causa o amor, dito de uma outra forma, quando o paciente diz estar enamorado pelo médico, esse para além de manter a compreensão consciente de que isso não se deve aos encantos de sua pessoa e sim ao processo analítico, deve também estar atento que nesse momento todos os impulsos libidinais conscientes e inconscientes do paciente estarão dirigidos para a satisfação desse amor. E se o analista se deixar seduzir por este amor transferencial, poderá por em risco todo o trabalho da análise, e até mesmo tornar impossível a sua continuidade. O amor transferencial pode ser comparado, segundo Freud (1915, vol XII), com um amor genuíno, ou seja, para a pessoa se apresenta como real, intenso, verdadeiro e quer buscar os mesmos meios de consumação. Cabe ao analista como ressalta Freud (1915, vol. XII), incentivar que o paciente continue associando livremente com relação a este amor, buscando mostrar ao mesmo que este enamoramento se dá por conta da situação analítica, e não dos encantos da pessoa do analista. Na prática o analista precisa atuar a fim de transformar a transferência amorosa, em transferência analítica. O analista não deve conduzir a temática do amor transferencial para a via da moralidade, e deve fazer com que as pessoas continuem associando os conteúdos do amor transferencial a fim de restituir, reinterpretar o significado oculto desse conteúdo reprimido ligado a catexia afetiva do paciente. Isso é uma condição necessária, caso o analista rompa com o tratamento estará negando uma verdade do paciente e sua. Do paciente porque nega a sua catexia, o seu sintoma do amor, nega ou lhe dá as costas. E à sua verdade porque para os psicanalistas o amor transferencial ocorre pela situação analítica. O rompimento do atendimento fará com que a pessoa procure outro médico, e novamente se ligue a ele, se enamore, já que a transferência é constantemente reimpressa. Ou pior, que ela procure um médico não analista e fique sem uma compreensão interna (insight) da função de seu amor (FREUD, 1915, vol.xii).

19 Para Quinet (1991) o amor de transferência ocorre, pois representa o surgimento do desejo sob a forma de questão, que como ainda não tem resposta é respondida com o amor. O analista sabe sobre o amor transferencial, então ele deve questionar o sujeito sobre o seu desejo. Fazendo com que o sintoma apareça representado pela própria divisão subjetiva do sujeito entre o que é consciente e o inconsciente, e da percepção de que, se ele se mantém, é porque responde a algum gozo. Lacan (s/d apud Quinet, 1991, p. 25) ressalta que o começo da psicanálise é a transferência. Assim, o surgimento do sujeito sob transferência é o que dá início à análise. Tudo isso somente é possível, porque conforme o abordado, o analisando considera o analista um sujeito com suposto saber, e detentor de uma verdade sobre seu sintoma. De acordo com Quinet (1991, p. 29) o efeito do estabelecimento desse sujeito suposto saber é o amor. Com isso existe uma diferença do que se refere à demanda do paciente. De início ela se refere a um questionamento, me explique, me diga o que tenho, depois é uma demanda de presença, já que o amor demanda amor (op cit. p.29). Existirá neste sentido, uma luta entre a resistência e a capacidade de rememoração: Esta luta entre o médico e o paciente, entre o intelecto e a vida instintual, entre a compreensão e a procura de ação, é travada quase que exclusivamente, nos fenômenos da transferência. É nesse campo que a história tem de ser conquistada vitória cuja expressão é a cura perante a neurose (FREUD, 1912, p. 119). Conforme destacado, o problema da transferência segue o processo analítico de seu início ao fim, e nisso se leva em conta o fazer do analista, e de seu conceito de atuação em psicanálise. A transferência para um fator de sucesso e cura deve ser trabalhada de forma precisa cotidianamente, a fim de servir e não interferir na análise. A transferência sempre será fonte de trabalho e resistência ao mesmo tempo (FREUD, 1912, vol.xii). O atuar em Psicanálise é possível considerar que esta representa, ao mesmo tempo, um modo particular de compreensão do ser humano, e uma teoria que possibilita e privilegia no decurso da análise dar voz, ouvir o discurso do sujeito do inconsciente, o que passa a ser mais bem compreendido quando se elucida algumas considerações sobre a técnica psicanalítica.

20 3.3 CONSIDERAÇÕES SOBRE A TÉCNICA PSICANALÍTICA A psicanálise na prática terapêutica não pressupõe um único conjunto de técnicas e proceder que forneçam, por esta mesma peculiaridade, um único modo de atuação clínica. É claro que a técnica considera a importância da associação livre privilegiando no decurso da análise a escuta do sujeito do inconsciente. Sobre o acima exposto, Freud (1912) destaca que, não há uma única regra básica que o praticante de Psicanálise deva seguir com a garantia de obter sucesso, isso só pode ser alcançado com leituras de textos de praticantes mais experientes, ou com a própria experiência. Ao falar sobre essa temática, Freud faz uma analogia com o jogo de xadrez, em que quando se inicia a jogada se encontra inúmeras possibilidades de continuação do jogo, e que, entretanto, se deve seguir as regras fundamentais do jogo para que ele permaneça existente em suas particularidades. Neste sentido, Freud aponta que existem sim, algumas recomendações ao analista no que se refere ao tratamento. A seguir, pretende-se tratar de maneira mais detalhada, sobre estas. Uma das regras fundamentais tida inclusive como de ouro pela psicanálise é a associação livre. Nas palavras de Freud (1909, vol. X, p. 144) esta pode ser percebida quando o analista solicita ao paciente que diga tudo o que lhe vier à cabeça, ainda que lhe seja desagradável ou que lhe pareça sem importância, irrelevante ou sem sentido. Existe neste sentido, um incentivo para que o paciente fale sobre tudo o que quiser, sem preocupar-se que haja ou não coerência em seu discurso. É então a partir disso, que o analista trabalha com as temáticas que são trazidas pelo paciente à análise, faz conexões entre uma sessão e outra, do que é novamente trazido à terapia, partindo do pressuposto importante de que o significante sempre volta. Isto representa uma maneira sensata de deixar que o paciente inicie e termine a sessão pelo significante, pelas associações que desejar, pois estas amiúde falam da forma com que o analisando se relaciona consigo, com o outro e com o mundo que o cerca. Assim, para Freud (1905, vol. VII, p.23) agora é o próprio paciente que determina o tema de trabalho cotidiano, e assim parto da superfície que seu inconsciente ofereça a sua atenção naquele momento.

21 A associação livre, em psicanálise, representa um importante método de condução da análise. O terapeuta, no entanto, ao utilizá-la, deverá ter a necessária habilidade para não confundir os conteúdos patológicos de seus pacientes, e ainda lembrar de tudo que lhe foi dito. Sobre a associação livre, Freud (1912) assevera que o analista precisa manter uma atenção flutuante uniformemente suspensa não privilegiando conteúdo algum, isto é, mantendo ao mesmo tempo sua atenção a tudo o que está sendo dito. Isto significa que o analista não deve privilegiar certos significantes em detrimento de outros. É importante também não tomar nota no decurso da sessão, isto pode ter uma dupla implicação: do lado do analisando pode fazer com que se prenda a determinados conteúdos, do lado do analista isto implica em ele mesmo questionar o seu desejo no atendimento. Além do mais, quando se anota algo se dispersa a atenção, e com isso, coisas importantes podem deixar de estar sendo ouvidas. Quanto à recomendação ao uso ou não do divã, Freud (1912), entende que se trata de uma questão de preservação do próprio analista, uma vez que este passará horas do dia atendendo vários pacientes. Esta questão está embasada na temática do olhar, mais precisamente na (escopofilia) que é a relutância de ser visto pelo outro. O fato do terapeuta e do paciente ficar face a face pode provocar cortes na fala do paciente, ou incentivar que dê demasiada ênfase em certas falas. Além do mais, o uso do divã, por uma opção livre do paciente, pode sinalizar de uma forma mais visível o interesse deste pelo seu sintoma, pelas suas verdades e sua disposição de entregar-se à análise (op.cit). Também é bem verdade, que deitado no divã o paciente pode entregar-se à sua cadeia de significantes, fazendo com que o sujeito do inconsciente deslize através desta e pela linguagem. No que se refere à questão do dinheiro, para Freud (1912) é imperioso que o analista tenha em mente que o sujeito fale de dinheiro da mesma forma como fala trata das questões relativas à sua sexualidade (palavra esta tomada em seu sentido mais amplo e como psicossexualidade). Assim, a relação estabelecida com o dinheiro fala muito das características do próprio sujeito. Usando alguns exemplos: se ele consegue interpelar ou não o analista? Se ele acata prontamente o valor, mesmo tendo dificuldade financeira para pagar? Cabe ressaltar, no entanto, que o tratamento não deve ser gratuito, ele precisa ter um pagamento, ainda que simbólico, pois implica num comprometimento do paciente para com

22 a sua análise. No estabelecimento do contrato 3 precisa ficar claro qual será a forma de pagamento. Quanto ao tempo de duração da análise, em primeiro lugar, essa vai além do fazer tanto do analista quanto do próprio paciente. Freud (1912), para ilustrar a duração, cita a fábula de Escopo que se refere a um caminhante que indaga, ao seu mestre, quanto tempo durará a caminhada e este lhe responde: caminhe. É possível, no entanto, dizer que a duração é determinada pelo tempo lógico do inconsciente, e que leva em conta as sobredeterminações do sintoma. É sabido, no entanto, que se trata sempre de longos períodos, e que o terapeuta estabelece quantos encontros semanais e a duração dos mesmos, que normalmente é de 50 minutos. Em relação ao fazer do analista, Freud (1912, vol. XII) ressalta que é imperioso permitir que no início do tratamento o paciente fale quase o tempo todo só o interrompendo em ocasiões muito necessárias e a fim de se compreender melhor o que está sendo dito. Outra questão abordada é a da ambição terapêutica, em que o analista, na ânsia de mostrar as suas competências, pode atuar, causando inclusive ruídos na escuta. No mesmo sentido, existe também a ambição educativa, em que de certa forma, o analista passa a desejar coisas para a vida do paciente, ou faz intervenções de cunho social. Para Freud (1912, vol. XII), outra recomendação ao analista é a de que, ao se conhecer um paciente é prudente aceitá-lo apenas de forma provisória. Isto ocorre num período descrito por Freud (1912) como tratamento de ensaio, e em termos lacanianos como entrevistas preliminares, período em que se busca fazer um diagnóstico diferencial das estruturas clínicas, sendo possível verificar também, se é caso para a análise, ou outra demanda (QUINET, 1991). Este período apresenta três funções, abordadas a seguir. A primeira função é a sintomal (sinto-mal), que tem uma relação com a demanda do paciente que é trazida à terapia. A este respeito Quinet (1991) ressalta que a demanda de análise não deve ser aceita em seu estado bruto, mas sim ser lapidada pelo terapeuta. A análise em si deve iniciar transformando o sintoma do qual o sujeito se queixa em sintoma analítico (QUINET, 1991, p. 16). Para o mesmo autor supracitado, a demanda de análise pode ser percebida como o resultado da oferta do analista. Isto se refere à reflexão de que cabe ao analista, com suas 3 Lembrando que não há contrato formal como na Psicologia.

23 intervenções, transformar o sintoma num enigma, num questionamento, que tem como ponto de partida a própria participação do sujeito no mal do qual se queixa. É importante ressaltar que a constituição do sintoma analítico é correlata ao estabelecimento da transferência que faz emergir o sujeito suposto saber, pivô da transferência (QUINET, 1991p., 17). Assim, com o estabelecimento da transferência o analisando se dirige ao analista, com questionamentos como: O que isso quer dizer? O que eu tenho? Isto ocorre porque neste momento o analista ocupa o lugar de suposto saber, ou seja, aquele que detém a verdade, o saber, e que sabe de mim, do que padeço (QUINET, 1991). Na verdade, o saber do analista é insabido, mas esse engodo do analisando para com o analista é muito importante, pois será mediado por isso que o terapeuta se apropriará deste lugar para interrogar o paciente, pois é bem verdade também, que o saber sobre o mal do qual padece está no próprio paciente. A Segunda função abordada por Quinet (1991) é a do diagnóstico diferencial das estruturas clínicas, que é buscar compreender a qual estrutura clínica o paciente pertence, trata-se de um caso de é neurose, perversão ou psicose. Cabe ressaltar que, em primeiro lugar, as estruturas clínicas não são patologias, mas modos de posicionamento subjetivo perante a castração (falta) (QUINET, 1991). Sua definição ocorre na mais tenra infância. Pelo fato das estruturas clínicas serem um posicionamento subjetivo, cada modo de negação do Édipo retorna concomitante como uma forma do que foi negado. Vejamos como se dá isto no quadro ilustrativo de Quinet (1991, p.19): Estrutura Clínica Forma de Negação Local de Retorno Fenômeno Neurose Recalque Simbólico Sintoma Perversão Desmentido Simbólico Fetiche Psicose Foraclusão Real Alucinação O diagnóstico se dá através do discurso do paciente e não de seu comportamento. Dito isso, falaremos então sobre as três estruturas clínicas. Em primeiro lugar ser abordado a neurose, esta, conforme já especificado, não é uma patologia, mas um posicionamento

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