Relatório VER-SUS Bezerros Verão Jadson de Aguiar Arruda. Qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso na loucura.

Transcrição

1 Relatório VER-SUS Bezerros Verão Jadson de Aguiar Arruda Qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso na loucura. Guimarães Rosa

2 1 dia - Eixo: Acolhimento e Impressões do SUS A iniciação do projeto vivência e estágios na realidade do sistema único de saúde (VER-SUS) começaram a partir dá as boas vindas dos facilitadores e viventes presentes no momento do acolhimento. Toda recepção foi concebida pela manhã. Após o almoço, todos se dirigiam a plenária para presenciar a apresentação do VER-SUS, palestra com Anderson Torreão atual Secretário de Saúde de Bezerros e disseminando um pouco sobre a realidade da atuação do SUS no município de Bezerros PE. Depois da palestra com o secretário ouve á produção de envelopes e crachás de cada um no momento presente e em seguida uma dinâmica da teia de aranha que iria se formando a cada apresentação com as seguintes perguntas: curso, período, de que localidade e ultimo filme que assistiu desta maneira quebrando a timidez de cada vivente. A noite foi um momento de muita fragilidade e emoções percorrendo o caminho de nossa origem, relatando a pessoa base e representando com palavras chave a expectativa do projeto VER-SUS, de maneira que individualmente todos percorressem um caminho confeccionado pelos materiais oferecido no projeto até chegar ao pote de ouro, com a finalidade de saber que caminho percorreu para chegar ao VER-SUS. 2 dia - Eixo: Sociedade Pela manhã começamos com a separação dos núcleos de base (NB) que se dividiu em quatro grupos onde cada um ficou responsável por uma determinada tarefa. Logo após começamos com exercício de alongamento e discussões sobre o socialismo com o professor sociólogo Edson, onde se abriu grande pensamento que se foi construindo a cada maneira de pensar dos viventes, isso possibilitou também a desconstrução de opiniões já formada. Em seguida assistimos ao vídeo Se o tubarão fosse homem, onde o autor está criticando

3 a civilização humana, além disso, o autor deixa claro que o ensinamento moral que é passado aos peixinhos, visa evitar que tornem se materialistas, egoísta e marxista. Houve também um segundo vídeo A historia das coisas, que de maneira interativa falar sobre os problemas que os bens materiais trazem para população. Uma autorreflexão é que somos estimulados a consumir, consumir, consumir; desta maneira á uma construção muito importante para todos presente. A tarde cada NB produziu um cartaz, depois discutimos o que ele representa para cada integrante de seu núcleo de base, além do desenho também houve títulos que representaria cada cartaz como: SUSpirados, Navegantes do SUS e Liga das Formigas. A noite os facilitadores construíram no refeitório no horário da janta uma mística muito bem feita, foram verdadeiros atores. A mística foi que a comida estava pouca é o facilitador Raphael iria controlar a quantidade da comida de cada um, de propósito o mesmo colocou grande quantidade de comida para alguns, pequena para outras e nada para quem ficou por ultimo, depois de todos serem servidos, outros atores entrou em cena questionando porque um ganhou mais que os outros, nos viventes ficamos muito constrangidos com a cena de desordem naquele momento, depois de toda discussão os facilitadores explicaram que era uma mística, por fim todos sentiram na pele de como algumas pessoas estão sendo tratadas na sociedade. Também assistimos ao filme Tempos Modernos que enfatiza os maus tratos aos funcionários que era essa a realidade com a implantação das indústrias, enriquecendo mais ainda a mística que foi criada. 3 dia - Eixo: Opressões Ao amanhecer do terceiro dia fomos debater sobre opressões da mulher, negros e homossexuais. Debatemos muito sobre o assunto sempre construindo e desconstruindo opiniões. Foi entregue a cada núcleo de base imagens para serem interpretadas, meu NB ficou com opressão racial; posso dizer que enquanto nós observamos á cor em vez da pessoa não deixara de haver racismo.

4 Em seguida preparamos uma dinâmica no qual ficamos de olhos fechados e batemos palmas quando ouvimos frases que presenciamos de maneira que seja o opressor ou oprimido. Frases: Lugar de mulher é na cozinha, Inveja branca, Volta para o mar oferenda, Só podia ser negro. A tarde ocorreu uma visita ao terreiro do pai Val em Bezerros, ele contou um pouco de sua religião de origem africana. Construímos uma roda de diálogo para conhecer o dia-a-dia dele e como é a relação do pai Val com os vizinhos, tivemos a informação que a harmonia havia entre eles e os vizinhos, segundo Val não havia uma opressão naquela comunidade, mas ao ir para centro da cidade sempre observou olhares talvez curiosos, mas para ele de opressões. Uma das perguntas feita foi como ele se tornou pai de santo? Logo respondeu: foi algo herdado de família tinha muito medo dessa religião, mas ao se torna mais maduro aceitou o dom que tinha em seu interior e poder com esse dom ajudar pessoas de forma espiritual. Após foi feita outra pergunta com um olhar bem curioso sobre um pequeno retângulo que estava no terreiro. Respondeu pai Val: Esse é o segredo da casa que veio da minha mãe e foi repassado para mim. Falou também que mulheres não podiam pisar em cima por que ali se concentrar energia de origem masculina. Observamos também o local que era feita a consulta com o mesmo e de que maneira ele comemorava as datas comemorativa, que é ofertando oferendas para o santos que a religião crer, foi algo de novo para muito viventes, momentos de reflexão e sabedoria. Visita ao terreiro do Pai Val Bezerros PE 4 dia - Eixo: Determinação Social da Saúde Na parte da manhã tínhamos a finalidade de visitar um bairro mais carente de Bezerros, conhecido como Irmã Júlia e Santo Amaro II, percorrendo

5 as ruas observamos várias irregularidades como esgoto aberto, crianças em contato direto com lixo que no local se encontrava, acredito um pouco de receito por parte dos moradores em falar com desconhecido por medo talvez. Analisando o local observei que ficar próximo ao lixão da cidade, segundo relatos dos moradores a fumaça que se criar com a queima de dejetos no lixão chegar ao centro de Bezerros ficar nítido que naquele bairro a poluição respiratória está presente. A tarde deste dia presenciou palestra com Lívia professora da UFPE do Centro Acadêmico da Vitória de Santo Antão, sanitarista formada em fonoaudiologia. A palestra iniciou com a seguinte pergunta: Saúde é ausência de doença? Essa pergunta foi bem discutida, cheguei à conclusão que saúde está diretamente ligada a qualidade de vida incluindo emocional e social. A saúde também depende da paz interior de equilíbrio entre pessoa e o seu ambiente de convívio. A palestrante disponibilizou algumas folhas que com dados relativos á saúde de determinados municípios, para temos um ponto de referência dentre essas folhas havia dados com relação ao Brasil, algo surpreendente quando comparamos, pensamos até que os dados estavam incorretos, mas a professora Lívia explicou que era correto. Essa foi uma das discussões mais proveitosa do projeto. Na parte da noite se encontramos todos na plenária para assistir dois vídeos, O Ciclo do Caranguejo e Ilha das Flores. Todos os dois trazem ensinamento significante para os viventes e facilitadores, uma verdadeira lição de vida. Logo após podemos discutir sobre os vídeos de forma simples e objetiva englobando todo um contexto social. Ainda nesta noite formamos oficinas de serigrafia, para depois de pronta poder debater o que essa confecção representaria para cada NB. 5 dia Eixo: Promoção da Saúde e Atenção Básica Iniciamos esse dia com a separação dos GV (Grupo de Vivência) que se constitui com quatro grupos, fui contemplado em ficar no GV 2 que foi visita ao ESF (Estratégia Saúde da Família) que se localiza no Sitio dos Remédios Bezerros PE, local de difícil acesso por estradas de terraplanagem um pouco deserto, segundo informações estrada de fuga por fazer conexão com outras

6 localidades. Chegando ao ESF fomos bem recebidos pela simpática enfermeira Lourdinha Vasconcelos, junto com a equipe que no momento se encontrava presente todos se apresentaram a parti desse ponto começou uma roda de conversa, falamos sobre as dificuldades que se encontrava no ESF e de que frequência às pessoas procurava a unidade, observamos que a preocupação da profissional com a comunidade é grande. Ficou muito claro que a estrutura não é boa mais a profissional junto com a equipe tornou aquele local muito mais receptível por amar sua carreira. Saímos daquele local com uma perspectiva de que o profissional é quem constrói seu local de trabalho. A tarde foi apresentado uma mística com relação em pronto atendimento podemos dizer que foi algo bastante reflexível, onde uma filha pedia socorro porque estava sentindo muita dor e não se sabia o local exato, que médico procura? Um cardiologista, neurologista etc. Terminou com as seguintes palavras E agora o que fazer?. Nesta mesma tarde temos uma roda de diálogo com o seguinte tema: Promoção à Saúde e Atenção primária com a sanitarista Gilcele Maria, a mesma logo perguntou como foi à visita de cada GV pela manhã e cada um falou o que obsevou e discutiu sobre as dificuldades que no local apresentava. Gilcele fez uma dinâmica bastante interativa entregando pedaços de folhas para que nós escrevêssemos uma palavra que para si representaria promoção à saúde e outra que representaria Atenção Primaria, desta maneira as palavras complementaram se formando núcleos, um diálogo que envolveu todos. No período da noite ficamos para debater sobre as camisas que foram confeccionadas no quarto dia de vivência de cada NB, posso falar no qual participei, desenhamos a bandeira do Brasil e de propósito pitamos de cores diferentes, no lugar da cor verde trocamos por marrom, o amarelo por vermelho o azul por cinza e assim por diante tivemos como objetivo mostra que nosso Brasil está perdendo o que há de melhor, foi uma maneira de mostrar que precisamos mudar nossas atitudes.

7 6 dia - Eixo: Programa Mais Médicos Pela manhã iniciamos com discussão sobre o projeto mais médicos, neste momento podemos ouvir a opinião que se tinha sobre o projeto foi algo muito proveitoso, o programa visa à melhoria do sistema, trazendo profissionais para lugares que não tem atendimento médico. A tarde foi um encontro de todos os viventes da edição VER-SUS verão na UFPE CAV onde iniciou uma mesa de abertura para falar do programa mais médicos, nesta mesa tínhamos convidados como o professor Paulo Santana, um médico brasileiro e quatro médicos cubanos; onde se discutiu a experiência no Brasil no sistema único de saúde. Logo em seguida tivemos a oportunidade de fazer perguntas, lembro que foi perguntado o que passou na cabeça deles quando decidiu vir para o Brasil? Respondeu: Vir atender um chamado, eu sabia que tinham pessoas precisando de mim como profissional. Foi uma resposta bem espontânea que confirmou que estavam no Brasil com propósito de ajudar quem necessita de cuidados. Outra pergunta que foi feita, em que local do Brasil eles queriam ficar logo responderam no local onde se encontrar pessoas precisando do meu atendimento. À noite voltamos para Bezerros e se reunimos na plenária para uma palestra com médicos cubanos que atua em Bezerros, mais perguntas foram feita essa oportunidade foi única e muito proveitosa onde podemos conhecer a principal diferença do sistema de saúde de cuba com a do Brasil. Encontro dos viventes UFPE CAV Médicos Cubanos que atuar em Bezerros

8 7 dia - Eixo: Saúde Pública x Privada Todos se dirigiam para plenária nesta manhã para assistir uma palestra sobre o eixo em questão. Iniciou a palestra com a pergunta para podemos discutir, o que é público e privado no sistema de saúde do Brasil? Cada vivente pode expressar sua opinião. Foi falado também na palestra sobre o setor público complementa o privado na prática, através desse contexto gerou dúvidas o setor privado deveria complementar o setor público. Também tivemos oportunidade de saber um pouco mais sobre instituições filantrópicas, organização social, organização da sociedade civil de interesse público. Esse conhecimento adquirido é de extrema importância para nós viventes. A tarde tivemos uma conversa sobre convivência reforçando sobre a união que estávamos formando nesse projeto que está convivência servisse para transmitir conhecimentos adquiridos no meio acadêmico e fosse transferido para o próximo de maneira simples e espontânea. A noite todos se encontraram no dormitório para assistir um filme Que Horas Ela Volta onde podemos criar pensamentos críticos de maneira que o filme passava. História interessante onde uma mulher deixou sua filha no interior de Pernambuco e foi ser babá em São Paulo, em busca de estabilidade financeira. 8 dia Eixo: Integralidade e Saúde Mental Pela manhã se reunimos na plenária para uma dinâmica do corredor do cuidado, foi muito bom poder cuidar um do outro. Em seguida saímos para visitar ao CAPS de Bezerros, chegando ao local toda equipe presente foi apresentada, discutimos um pouco sobre o centro de atenção psicossocial de como é a atuação dos profissionais, de que maneira os pacientes são abordados e quais dificuldades tinham com o município de Bezerros. Conhecendo a estrutura podíamos ver que estava bem limpo e bem organizado nas paredes encontramos cartazes com mensagem que os usuários tinham feitos. Essas mensagens foi o que mais me surpreendeu, porque são criativas e reflexíveis.

9 A tarde na plenária falamos sobre a visita que tinhamos feito pela manhã. Recebemos convidados para transmitir para nós história importante dos cuidados psiquiátricos, nesta mesma tarde os palestrantes falou do movimento contra manicômios, falamos também sobre qual foi a maior loucura cometida por cada vivente, um momento de dinâmica. Nesta mesma tarde criamos cartazes e saímos na praça de São Sebastião de Bezerros com movimento contra Valencius. A noite debatemos sobre drogas, logo de inicio começou com uma mística sobre o assunto, bem executada pelos facilitadores. Depois começamos a discutir essa místicas, de que maneira estamos vendo os usuários de drogas será que estão nesta vida porque querem ou por falta de opção, discutimos também sobre como seria se a maconha fosse legalizada no Brasil, será que resolveria o problema com tráfico, com esse debate encerramos a noite. 9 dia / 10 dia - Eixo: Movimentos Sociais Ao amanhecer deste dia começou com uma dinâmica sobre lutas sociais e também debatemos sobre o assunto, dentro desse debate falamos sobre á consciência leva a organização. Com recotes de papeis criamos um ciclo de vida relacionado com o movimento, que estava escrito as seguintes frases: Fermento social, Animação popular, Organização formal e por ultimo Institucionalização. Depois de formado falamos um pouco de cada, o que representaria cada frase. A tarde se deslocamos para o assentamento Cheguevara junto com os viventes de Vitória de Santo Antão. Este assentamento se localiza em Moreno PE. Formamos um círculo no assentamento para nós apresentar e conhecer o líder do movimento MST senhor Axé, todos expressando alegria em saber que pessoas querem saber como funciona o movimento. E depois fomos provar da comida que nós ofereceram, posso dizer muito delicioso.

10 A noite voltamos formando um roda de diálogo, onde foi apresentado aos viventes mais integrantes do movimento MST. Apesar de muita chuva não atrapalhou nossas atividades, tivemos a oportunidade de dormir no assentamento e sentir na pele o que eles passam nas noites frias. Assentamento Moreno PE Acordamos ás 5 horas do décimo dia e desfrutamos do café da manhã deles, logo em seguida participamos de uma dinâmica. Depois dividimos em grupos para conhecer as plantações que é o meio de renda para os integrantes do movimento. Chegando na plantação de acerola observamos que é bem cuidada com produção máxima segundo o companheiro e todos os produtos que são cultivados são orgânicos. Depois voltamos para o assentamento agradecemos pelo acolhimento de todos os companheiros e por fim cantamos junto o hino do MST. Depois voltamos para Bezerros. 11 dia - Eixo: Papel Social dos Graduandos Neste dia começamos com palestra sobre o eixo com coordenador do curso de saúde coletiva da Faculdade Associação Caruaruense de Ensino Superior, Francisco Santos. De maneira simples foram feitas perguntas para os viventes como Qual o papel do estudante? Qual o papel do universitário? Essas perguntas levaram a uma discussão bem proveitosa logo em seguida cada NB confeccionou símbolos que representasse os estudantes universitários depois falamos para Francisco nosso pensamento em desenhar aquele símbolo. A tarde construímos cartazes sobre o sistema único de saúde após ter vivenciado o VER-SUS foi uma construção e desconstrução enorme para cada

11 vivente, opiniões foram mudando a partir de cada dia de vivência e o resultado surpreendente. Nesta mesma tarde fizemos uma visita a Serra Negra ponto turístico de bezerros, conhecemos o local e um pouco de sua história. Esse momento foi de descontração e lazer para todos os viventes e facilitadores. A noite reservamos para última cultural um momento de saudades muita alegria e diversões algo inesquecível. Cultural Serra Negra 12 dia - Eixo: Avaliação Este dia se resevou para falamos do projeto que superou todas as expectativas que tínhamos do VER-SUS, agradecer aos facilitadores que ajudou a construir cada momento que vivenciamos. Neste momento também criamos nossa bandeira. Em clima de despedida todos se abraçaram com um único sentimento saudades. Construíram-se belas amizades, que vamos levar para vida e sabedorias que só quem vivenciou pode dizer com sentimentos de fraternidade. Outro momento importante deste dia, foi a leitura das cartas que cada um recebeu, tínhamos se conhecido há pouco tempo mais o suficiente para saber a personalidade de cada um vivente. Terminamos esse projeto com uma garantia que vamos lutar por um SUS melhor. Não podia deixar de relatar que corações e mentes foram tocados no VER-SUS verão Bezerros - PE.