Segunda-Feira, 14 de novembro de 2016

Transcrição

1 Segunda-Feira, 14 de novembro de 2016 Bom dia, Mercado piora cenário para o PIB, mas continua prevendo a inflação ceder segundo o Boletim Focus. Tanto para este ano (6,84%) quanto para 2017 (4,93%) o Boletim Focus mostrou melhora na percepção do mercado quanto ao quadro inflacionário, sendo a segunda semana consecutiva de queda das projeções para Já para a SELIC, o mercado voltou atrás e agora espera um corte de 0,25% na taxa este ano, com previsão para o fim do período de 13,75%, ante 13,50% na semana anterior. A SELIC para o fim de 2017 permaneceu inalterada em 10,75%. Já quanto ao PIB, o mercado prevê queda maior do que a última divulgação do Boletim Focus, indo para uma contração de 3,37% para este ano, sendo a sexta semana consecutiva de queda. Para 2017, também há maior pessimismo com a economia, com previsão de queda de 1,3%, sendo a quarta semana consecutiva de contração.

2 Agenda de indicadores na China no radar. Hoje foram divulgados uma série de indicadores da maior economia asiática. A começar pela Produção Industrial de outubro, que avançou 6,1%, contra uma expectativa média de variação de 6,2% na comparação anual, ficando em linha com o resultado do mês anterior. Também foram divulgados as vendas do varejo também de outubro, a expectativa média era de uma variação de 10,7% e o resultado veio ligeiramente inferior para 10% sob a mesma base comparativa. E sem horário definido teremos os Investimentos em ativos fixos urbanos de outubro, a projeção média de mercado é de um crescimento de 8,2% na comparação anual, ou estabilidade na comparação mensal. Produção Industrial da Zona do Euro cai em setembro, porém menos do que o esperado. A produção industrial medida pela agência de estatística europeia a Eurostat apresentou queda de 0,8% em setembro ante o mês anterior, o resultado veio melhor que a expectativa média de mercado que aguardava queda superior a 1 p.p.. Na comparação anual o resultado foi de uma variação de 1,2%, maior que a expectativa de 0,8%. Dirigentes do Fed falam hoje, mas atenção fica com tom de discurso de Donald Trump nos EUA. Ao longo do dia teremos três discursos de presidentes regionais do banco central americano que ainda devem reforçar as expectativas de aumento no intervalo da taxa de juros no próximo mês, mesmo em meio às incertezas quanto à política fiscal do governo de Donald Trump. Por falar nele, em entrevista à CBS, o republicano voltou a usar o tom mais agressivo, bastante visto no decorrer da campanha eleitoral, e afirmou que manterá a promessa de construir um muro na fronteira com o México quando assumir a Casa Branca. Durante a corrida presidencial, o candidato havia prometido que uma de suas primeiras medidas na presidência seria expulsar pessoas vivendo ilegalmente no país. O mercado seguirá de olho nos próximos passos de Trump, como a composição dos chefes de estado de seu governo e o seu efetivo apoio no congresso norte-americano. Bolsas mundiais em direções distintas nesta segunda-feira. Enquanto as bolsas europeias e os índices futuros dos EUA voltam a ter alta, seguindo o movimento dos últimos dias, os índices de mercados emergentes voltam a ter baixa. Na Ásia, o índice acionário japonês Nikkei registrou alta em meio aos dados do PIB do terceiro trimestre, ao passo que Hang Seng, de Hong Kong, teve queda e Xangai teve leve alta em função de dados mistos da economia chinesa (texto acima). Já o petróleo, por sua vez, tem terceira baixa diária por conta da recente alta na produção do Irã. Nesse contexto atribulado, a bolsa paulista hoje deverá continuar com elevada volatilidade.

3 Números trimestrais da BM&FBovespa (BVMF3) vieram em linha com as estimativas. A receita líquida foi de R$ 559,1 milhões, queda de 6,6% sobre o 3º Trim/15. Enquanto que o lucro líquido ajustado de R$ 602,4 milhões correspondeu à expressiva alta de 31,8% entre os períodos. Diante do desempenho dentro das expectativas, não vislumbramos grande reação de seus ativos em bolsa. Além do resultado, a BM&FBovespa anunciou a distribuição de juros sobre o capital (JCP) próprio no montante de R$ 146,7 milhões, equivalente a R$ 0,082 por ação e a um yield de 0,5%, aproximadamente. Os acionistas posicionados ao fim do pregão de 21/nov/16 terão direito aos proventos, as ações passam a ser negociadas ex-jcp a partir do dia 22/nov e o pagamento será feito em 02/dez/16. Após reestruturação, resultados operacionais da Somos Educação (SEDU3) caminham melhor. Fazendo a comparação com os números ajustados pelas vendas de ativos, a receita líquida subiu 12,9% frente ao 3º Trim/15. O EBITDA nesse trimestre foi de R$ 55,7 milhões, crescimento anual de 48,1%. Entretanto, pelas maiores despesas financeiras, a linha final registrou prejuízo de R$ 86,8 milhões, bem maior que os R$ 26,1 milhões reportado um ano antes. Ainda assim, suas ações podem reagir positivamente no pregão de hoje em função do bom desempenho operacional. Destaques do encontro anual da Locamerica (LCAM3). Em meio ao cenário macroeconômico desfavorável, as

4 operações da companhia permanecem resilientes. Nesse sentido, destacaram-se no Locamerica Day as iniciativas de otimização da frota e o programa para contenção de despesas operacionais. Além disso, os executivos da companhia reforçaram a estratégia de fortalecer a venda de seminovos no varejo, após os investimentos realizados na abertura de lojas nos últimos anos. Por fim, as oportunidades de crescimento, tanto orgânico como via aquisições de mercado foram postos em evidência, onde a Locamerica expôs mais profundamente a recente transação de compra envolvendo a Panda de Itu. Saímos da reunião com nossa tese de que a Locamerica trata-se de um case de small cap bastante atrativo em bolsa, reinterando nossa recomendação de compra para seus papéis. Posteriormente, publicaremos um relatório especial dando maior detalhamento sobre as informações apresentadas neste evento. Minério e aço mais caros ajudam CSN (CSNA3). Papéis podem ter reação positiva aos resultados. A siderúrgica apresentou importantes avanços em termos de receita líquida, geração operacional de caixa e margens. Importante lembrar que em boa medida, tais avanços tem relação direta com preços, do minério de ferro e aço. Na siderurgia, que representou 60% da receita líquida e 41,4% da geração de caixa no trimestre, a receita líquida atingiu R$2.867 milhões, (4,7% maior do que no 3º trim/15), mesmo com a redução do volume total de vendas (queda de 2,3% na mesma base). Isso graças ao maior volume de aço comercializado no mercado doméstico (6,4% superior), na maior parte aços planos (93% das vendas) além do aumento de preços observados nesse trimestre. A receita líquida unitária média por tonelada no trimestre em análise foi de R$2.382 (7,1% superior ao 3º trim/15). Na mineração a dinâmica de preços também favoreceu. A atividade representou 27,3% da receita líquida e 45% da geração de caixa. No trimestre, a receita líquida da mineração foi 38% superior àquela do mesmo período de O incremento deu principalmente pelo aumento no volume de vendas totais de minério de ferro, que registrou 10,2 milhões de toneladas (34,2% frente ao 3º trim/15) e incremento no preço realizado. Nesse contexto, houve redução da alavancagem, que medida pela relação dívida líquida/ebitda ficou em 7,36x (estava acima de 8x desde o fim de 2015). Entendemos que a questão pontual dos preços trouxe algum alívio aos números deste trimestre, contudo, a questão da elevada alavancagem anda será assunto. Toda e qualquer novidade referente ao processo de venda de ativos será importante para acompanhamento da redução de alavancagem da siderúrgica. Temos outra preferência dentro do setor. Itens não recorrentes impulsionam resultado da Cemig (CMIG4). A Cemig contabilizou o ganho de R$ 100 milhões na receita de transmissão, devido a portaria n 120, que prevê o método para a indenização dos ativos de transmissão não amortizados até 2000, valor que deve ser recebido a partir do 2 sem/17, e reverteu uma provisão de R$ 167 milhões, em função do novo critério de precificação utilizado para a opção de venda do fundo Parati (sociedade que detém participação no controle da Light). Em termos operacionais, houve pequeno avanço no volume total de venda de energia, sobretudo por mudanças na estratégia de sazonalização da geradora, já que a venda para consumidores finais continuou refletindo o adverso contexto macro, caindo 4,32% ante o 3 trim/15. Todavia, o destaque ficou com a queda no dispêndio com compra de energia e gás para revenda e com insumos para produção térmica. O endividamento da companhia segue preocupante, pois além da alta alavancagem (dívida líquida/ EBITDA em 4,6x) cerca de 25% de sua dívida vence ainda em 2016, o que já tem

5 trazido reflexo para o custo médio dos novos empréstimos. Suas ações podem ser favorecidas pontualmente no pregão de hoje, em razão da expressivo crescimento de EBITDA e margem no período. Contudo, tendo em vista sua delicada situação financeira, por ora, mantemos recomendação de cautela na exposição aos seus ativos. Redução de custos e distribuição de proventos são destaque no resultado da Cesp (CESP6).Com a melhora na hidrologia do período, a produção de energia elétrica da Cesp saltou 38,3% ante a produção registrada doze meses atrás, porém esse aumento de produção não se refletiu em maior faturamento, sobretudo pelo fim da concessão das usinas Ilha Solteira e Jupiá, que passaram para a nova concessionária em julho deste ano. Todavia, a queda na rubrica de custos foi proporcionalmente maior do que a retração na receita, principalmente pelo menor dispêndio com energia comprada para revenda, material, serviços de terceiros, encargos e outros. Assim, mesmo que o EBITDA ajustado tenha caído 22% ante o 3 trim/15, houve aumento de 17,2 pontos percentuais na margem EBITDA ajustada, fato que aliado a reversão da despesa financeira registrada no 3 trim/15 para uma receita financeira neste trimestre propiciou a reversão do prejuízo de R$ 66,8 milhões para um lucro de R$ 80,2 milhões em doze meses. Concomitantemente aos resultados, a Cesp anunciou a distribuição de R$ 140 milhões em JCP, o que equivale a um valor bruto de R$ 1,8245 por ação PNA e a R$ 0,3951 por ação PNB e aos respectivos yields de 9,6% e 2,95%. Papéis ficam ex- proventos no próximo dia 23/11 e o pagamento será efetuado em 30/12. Os números apresentados pela companhia foram melhores do que o estimado pelo mercado, o que aliado a robusta distribuição de proventos pode favorecer o desempenho de seus papéis no pregão de hoje. AGENDA DE DIVIDENDOS AGENDA DE RESULTADOS

6 Bons negócios.