Aula 10 OS DELTAS - quando os rios depositam mar-adentro
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- Raphaella Fragoso Martini
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1 Aula 10 OS DELTAS - quando os rios depositam mar-adentro
2 Há vários tipos de Leques deltaicos, continentais e marinhos. Vamos tratar apenas dos Deltas s s., fluviais, costeiros.
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4 Os Deltas costeiros traduzem a inter-acção dos acarreios fluviais, difusores de água e sedimento, com os processos dissipativos e redistributivos das ondas e marés, numa bacia marinha. Dependendo da intensidade relativa desses processos, uma nova área sub-aérea emersa (mas geralmente encharcada) é adicionada à área costeira. Ao mesmo tempo, na plataforma submersa são edificados espessos corpos deposicionais.
5 TAL COMO NOS ESTUÁRIOS, A ENTRADA DE ÁGUA DOCE NO MAR E CONSEQUENTE DEPOSIÇÃO TERRÍGENA É CONTROLADA PELO CONTRASTE DE DENSIDADES.
6 Em função das densidades relativas da água doce (com material em suspensão) e da água salgada, assim o influxo fluvial se irá espraiar de modo distinto, condicionando a deposição da carga de fundo e em suspensão. d RIO = d MAR d RIO > d MAR d RIO < d MAR
7 Terminologia fisiográfica antiga : 1 - Topset (camadas de topo) 2 - Foreset (camadas frontais) 3 - Bottomset (camadas basais) OS ELEMENTOS CONSTITUINTES DE UM DELTA Terminologia morfológica equivalente: 1 - Plataforma Deltaica (sub-horiz., sub-aérea e subaquosa); 2 - Talude deltaico (inclinado); 3 - Prodelta (profundo e sub-horizontal); Terminologia de processos: 1 - Planície Deltaica : zona sub-aérea dominada por processos fluviais; 2 - Frente Deltaica : zona de inter-acção de processos fluviais e marinhos; 3 - Prodelta : zona de sedimentação marinha, por decantação do material em suspensão.
8 UM DELTA TEM VÁRIOS SUB-AMBIENTES, EMERSOS E IMERSOS Planície Deltaica Frente Deltaica Topset ProDelta Foreset Bottomset ProDelta Plataforma off-shore
9 Planície Deltaica (PD) Áreas aplanadas com canais distributários activos ou não, e levees, separados por suaves elevações emersas ou depressões alagadas. Entre os canais existem planícies de inundação, planícies tidais, marshes/swamps (sapais/ manguezais) ou salinas (f. clima)
10 Na PD podem-se considerar 2 sub-ambientes principais: Canais Distributários (CD) com sequências positivas fluviais normais, emersão e raízes no topo. Áreas Interdistributárias (AI) com i) swamps (pântanos) bem vegetados, que passam para juzante a ii) marshes (sapais) apenas com ervas, etc. (salobros), além de iii) pequenos lagos e lagunas estagnadas, tendo nas margens turfeiras ou calcretos+evaporitos (conforme o clima).
11 A PLANÍCIE DELTAICA OS CANAIS DISTRIBUTÁRIOS
12 Frente Deltaica (FD) É nesta área que o afluxo fluvial vai inter-agir com os processos litorais. O rio entra no mar e expande-se lateral e verticalmente, desacelerando, perdendo competência e depositando a sua carga.
13 Quando a corrente fluvial é forte, deposita areias em barras de desembocadura e levees submersos. Quando a ondulação é forte, desenvolvem-se barras arqueadas na desembocadura, podendo ser assimétricas se a ondulação for oblíqua. Se as marés forem importantes, teremos barras tidais paralelas à enchente e à vazante. Do peso relativo entre ondas, marés e acarreio fluvial, assim a Frente Deltaica desenvolverá morfologias diferentes, gerando a diversidade de deltas conhecidos.
14 FRENTE DELTAICA SUB-AMBIENTES E PROCESSOS A barra de desembocadura é afectada por processo fluviais que a constroem e ondas que retrabalham o material.
15 Prodelta (PR) É a parte não-afectada por ondas e marés, correspopndendo geralmente a uma zona estável com deposição de silte e argila por decantação. São gerados depósitos laminados que traduzem as alternâncias de acarreios em suspensão das épocas de chuvadas. A laminação pode estar preservada (amb. anóxico) ou destruída por bioturbação (amb. aeróbio). Pontualmente podem chegar sedimentos grosseiros de enxurradas hiperpicnais (densas) ou de colapsos gravíticos na FD.
16 Secção longitudinal típica do Delta do Níger e plataforma adjacente, mostrando os tipos de sedimentos, morfologia e distribuição (Allen, 1970)
17 TIPOS DE DEFORMAÇÃO SEDIMENTAR NOS DEPÓSITOS DELTAICOS
18 CLASSIFICAÇÃO MORFOGENÉTICA DOS DELTAS EM FUNÇÃO DOS TRÊS FACTORES PRINCIPAIS -Sedimento - Ondulação - Marés (Galloway, 1975)
19 TIPOLOGIA MORFOLÓGICA DOS DELTAS CÚSPIDE Ondas - Destrutivo LOBADO Fluvial - LOBADO Construtivo Fluvial Construtivo ESTUARINO Marés - Destrutivo ALONGADO Fluvial Construtivo
20 OS DELTAS CONSTRUTIVOS Dominados pela acção fluvial, construtiva, trazendo mais sedimentos que aqueles que o mar consegue distribuír
21 OS DELTAS DESTRUTIVOS O afluxo sedimentar fluvial é retrabalhado pelas ondas e marés, não conseguindo construindo corpos deltaicos progradantes.
22 DELTA LOBADO Bird-Foot (Tipo Mississipi)
23 DELTAS DOMINADO POR ONDAS
24 DELTAS DOMINADO POR MARÉS
25 A CONSTRUÇÃO (PROGRADAÇÃO) DE UM DELTA LOBADO
26 A PROGRADAÇÃO DUM DELTA GERA MACRO-SEQUÊNCIAS NEGATIVAS
27 SEQUÊNCIA VERTICAL RESULTANTE DA PROGRADAÇÃO DE UM DELTA
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