ARTIGO ORIGINAL PERFIL DE FLEXIBILIDADE DAS ATLETAS DE CORRIDA DE RUA DO ESTADO DE SERGIPE

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1 ARTIGO ORIGINAL PERFIL DE FLEXIBILIDADE DAS ATLETAS DE CORRIDA DE RUA DO ESTADO DE SERGIPE Profile of flexibility of the street runners of the state Sergipe MARIA DO CARMO SOARES GUEDES EDNALVA JESUS DE MORAIS JULICY SANTANA BARBOSA SIQUEIRA ANA PAULA DA SILVA SANTOS Pós-graduação em Fisiologia do Exercício e Avaliação Morfo-funcional Resumo Este estudo foi realizado no primeiro semestre de 2002 com atletas de corrida de rua do estado de Sergipe. Foi feita uma pesquisa de campo com o objetivo de traçar o perfil de flexibilidade dessas atletas, utilizando-se o método do flexiteste,para medir o nível de flexibilidade das articulações do joelho e do quadril e relaciona-lo com a classificação no ranking. A pesquisa também mediu a composição corporal pelo IMC e percentual de gordura, envolvendo uma amostra de dez corredoras do sexo feminino, com idade entre 17 e 34 anos (26,9 ± 5,76 ); altura de 1,48 a 1,66 m ( 1,58 ± 0,06 ); peso de 41,5 a 66,3 kg ( 52,63 ± 7,36 ); IMC de 15,48 a 24,10 kg/m2 (20,92 ± 2,24 ); percentual de gordura de 10,0 a 26,5% ( 17,35 ± 4,92 ). Destas atletas, 60% obtiveram resultado igual a excelente para flexão do joelho e 80% igual a médio para extensão do mesmo; para a flexão do quadril o resultado foi 50% igual a bom e 50% igual a excelente para extensão do mesmo. Conclui-se que essas atletas têm o nível de flexibilidade nessas articulações, acima da média de acordo com os parâmetros do flexiteste.. Palavras-chave: flexibilidade; flexiteste; atletas de corrida de rua. Abstract This study was carried out in the first semester of 2002, with the street runners of the state of Sergipe. A field research was done with the objective of drawing the profile of flexibility of these athletes, using the flexitest by measuring the level of flexibility of their knee and hip articulations in relation to their position in the ranking; their BMI (Body Mass Index) and percentage of body fat The research was done with a sample of ten runners of the female sex, whose ages varied from 17 to 34 years of age ( 29,6± 5,76); heights varying from 1,48 to 1,66m (1,58 ± 0,06); weights from 41,5 to 66,3 kg (52,63 ± 7,36); BMI from 15,48 to 24,10kg/m2 ( 20,92 ± 2,24) and percentage of body fat varying from 10,0 to 26,5% (17,35 ± 4,92). Sixty percent of these athletes obtained an excellent result as to the flexibility of the knee ;eighty percent got an average result as to the extension of the knee ; fifty percent got a good result as to the flexibility of the hip and fifty percent obtained an excellent result as to the extension of the hip. To conclude, it is to be said that the level of flexibility of these athletes, in what regards the knee and hip articulations is above average, according to the flexitest. Key words : flexibility; flexitest; athletes of street runnig. Introdução Nos últimos anos tem sido observado o aumento de corredores de rua e de eventos desta modalidade, no estado de Sergipe. Sabendo que as articulações do joelho e do quadril são as mais solicitadas, a flexibilidade destas pode desempenhar um papel importante nessa modalidade. Segundo Hollmann e Hettinger (1989,p.157 ), a definição de flexibilidade é a extensão possível âmbito, de movimentos voluntariamente em uma ou mais articulações. Marins ( 1996,p.95 ), citando Johnson e Nelson: é a habilidade de mover o corpo e suas partes dentro dos seus limites máximos sem causar danos nas articulações e nos músculos envolvidos.

2 Já Fox ( 1983, p.118 ), define dois tipos de flexibilidade: a estática e a dinâmica a amplitude de movimento ao redor de uma articulação; e a oposição ou a resistência de uma articulação ao movimento, respectivamente. Definimos flexibilidade como uma qualidade física na qual é utilizada a amplitude máxima de movimentos voluntários conseguida nas articulações, sem causar danos. A flexibilidade geral é um fator importante para a qualidade de vida e para a prática de todos os desportos. O sexo, a idade e a raça são fatores que influenciam o nível da flexibilidade dos músculos e tecidos conectivos existentes na articulação (ligamentos, tendões e cápsulas), esses tecidos são ao mesmo tempo fatores limitantes da flexibilidade. É através do sistema sensorial que os proprioceptores funcionam contraindo e relaxando voluntariamente os músculos, que são os fusos musculares e o órgão tendinoso de Golgi, respectivamente. Existem métodos de alongamento para aumentar o nível de flexibilidade que são: os estáticos ou passivos, balísticos ou ativos e a facilitação neuromuscular proprioceptiva (PNF). Escolheu-se para avaliar o nível de flexibilidade o flexiteste, o qual utiliza o método passivo. Esta pesquisa de campo, teve como objetivo traçar o perfil de flexibilidade das melhores corredoras de rua do estado de Sergipe, relacionando-o com os seus desempenhos. Metodologia Local e Amostra O presente experimento foi realizado na sala de avaliação física e sala de ginástica da Academia Carlos Smith, a qual ofereceu as condições necessárias para a realização do Teste de Flexibilidade ( flexiteste do joelho e quadril ) e composição corporal ( IMC e % gordura ). A amostra desta pesquisa foi composta por dez atletas do sexo feminino especialistas em corrida de rua, obedecendo o critério de classificação entre as dez primeiras do ranking do Estado de Sergipe. Equipamentos Utilizados: - 01 Balança Antropométrica da marca Filizolla Balança de Bioimpedância da marca Tanita. - Mapa de Flexiteste - Colchonetes Parâmetros Avaliados: - Nível de Flexibilidade Foi aplicado o flexiteste para as articulações do joelho e do quadril, - Composição Corporal A estimativa da composição corporal foi obtida através do IMC e do percentual de gordura das atletas. Procedimentos Foram testadas dez atletas do sexo feminino com média de idade de 26,9 anos, estatura média 1,58m e peso médio 52,63 kg. O flexiteste (Araújo,1987) foi aplicado sem aquecimento prévio das atletas, ele constitui um método de avaliação passiva máxima dos movimentos articulares corporais. Utilizou-se esse método para avaliar os movimentos de flexão e extensão do joelho e quadril. Cada um dos movimentos é medido em uma escala crescente de números inteiros que varia de 0 a 4. Sendo 0 igual a deficiente, 1 igual a fraco, 2 igual a médio, 3 igual a bom e 4 igual a excelente. A medida é feita através de comparação entre os mapas de avaliação e a amplitude do movimento articular obtido pelo avaliador e, dos

3 resultados entre dois valores, considera-se o menor. O IMC foi obtido através da fórmula peso em quilo dividido pela altura2 em metro que foram medidos na balança antropométrica. O percentual de gordura foi encontrado através da balança de bioimpedância onde o resultado é obtido através da condução elétrica passando pela planta dos pés, percorrendo o corpo e retornando, com o atleta trajando o mínimo de roupa possível. Níveis GRÁFICO DOS VALORES DE EXTENSÃO E FLEXÃO DE JOELHO Flexão Atletas Extensão Resultados e Discussão Os dados da tabela 1, indicam que os resultados encontrado pelo flexiteste para a articulação do joelho foram de 60% para flexão, considerado excelente e para extensão de 80%, como médio. O nível de flexibilidade na flexão do joelho oscilou entre excelente e bom, e na extensão predominou como médio. Já para a articulação do quadril, observou-se resultados de 50% para a flexão, que é considerado bom e 50% da extensão do quadril foi excelente. Esses resultados mostram variações entre bom e excelente. Podemos dizer que o nível de flexibilidade dessas atletas constituiu um fator importante para o seu desempenho. Apesar de constatarmos que no ranking, encontram-se atletas com classificação inferior e com o nível de flexibilidade maior do que as primeiras colocadas. Tabela 1- Flexiteste do Joelho e Quadril ANEXO Níveis GRÁFICO DOS VALORES DE EXTENSÃO E FLEXÃO DE QUADRIL Seqüência1 Atletas Seqüência2 Outro parâmetro importante a ser levado em consideração é a composição corporal, já que o percentual de gordura é um fator importante na qualidade de vida e, conseqüentemente, para a prática de corrida. O resultado da pesquisa, de acordo com a tabela 2, mostra que as cinco primeiras, com exceção da terceira, estão com valores menores do que a média encontrada, comprovando essa importância. Tabela 2 - Composição Corporal ANEXO

4 Conclusão Sabe-se que atletas que mantém um nível de flexibilidade satisfatório, ficam menos suscetíveis a lesões e reduzem as tensões musculares, pois os movimentos tornam-se soltos e fáceis aumentando a amplitude do movimento da passada. Recomenda-se que essas atletas dispensem a atenção devida para esse fator, a fim de melhorarem ainda mais seus níveis de flexibilidade, que são um fator importante para a corrida. Constatou-se que, apesar das atletas da pesquisa não desenvolverem nenhum programa específico de flexibilidade, seus resultados mostram a importância de um bom nível de flexibilidade, apesar de haver outros fatores de igual ou maior importância no desempenho final das atletas. Bibliografia ALBUQUERQUE, M.A.S. de. Alongamento:Faça sempre e faça certo. Revista Contra Relógio (71):52-53,1999. CARNAVAL, P.E..Medidas e avaliações, ed.sprint. Rio de Janeiro,1995. DANTAS, E.. A prática de preparação física. 4ª ed.ed.shape, Rio de Janeiro,1998. FERNANDES, J.F.A prática de avaliação física. ed. Vermelhinho, Ribeirão Preto,1997. FOSS. M.L; Ketuyian,Steven J..Bases fisiológicas do Exercício e do Esporte.6ª ed., Ed.Guanabara,1998. FOX, E.L; Matheus,D.K.Bases fisiológicas da Educação Física.2ª ed.ed.interamericana, Rio de Janeiro,1983. FRONTEIRA, W.R.; Dawson, D.M & Slovik, D.M Exercício Físico e Reabilitação.Ed.Artmed. Porto Alegre,2001. HOLLMANN, W. e Hettinger I.Medicina do Esporte. Ed.Manole.São Paulo,1989. MARINS, J.C.B. e Giannichi,R.S..Avaliação e Prescrição de Atividade Física. Ed.Shape. Rio de Janeiro, MATSUDO, V.K..Testes em Ciências do Esporte.4ª ed. São Caetano do Sul - SP,1987. MORAES, L.C..Alongado ou Flexível?. Revista Contra Relógio (72):48-50,1999. TUBINO, M.J.G..Metodologia Científica do Treinamento Desportivo. 3ª ed. São Paulo,1984. BAPTISTA, Rafael R.. Tipos de medidas de flexibilidade. < m>. Aracaju. 14/03/02 GARCIA, Maurício.Alongamento muscular. Instituto Cohen.br/alongamento.html. Aracaju. 04/06/02.

5 ANEXO Tabela 1- Flexiteste do Joelho e Quadril ATLETAS FLEXÃO EXTENSÃO FLEXÃO EXTENSÃO JOELHO JOELHO QUADRIL QUADRIL Tabela 2 - Composição Corporal ATLETA IDADE ALTURA PESO IMC G (dias) (m) (Kg) (Kg/m²) , , , x s 5,76 0,06 7,36 2,24 4,92