CEPAL Tema: "Os desafios para o desenvolvimento do subcontinente latino-americano."

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2 CEPAL Tema: "Os desafios para o desenvolvimento do subcontinente latino-americano." Lucas Castro Luís Vendramin Louise Thomé Pietro Reinoso CEPAL 1 PoliONU 2015

3 Sumário Carta aos Delegados... 3 Introdução... 4 I. Períodos de sessões... 4 II. Economia Mundo A Consolidação da Antiga Divisão Internacional do Trabalho A Nova Divisão Internacional do Trabalho... 6 III. Teorias do Desenvolvimento e do Subdesenvolvimento O Desenvolvimento Periférico IV. A Década Perdida e o Consenso de Washington V. O Cenário Atual da América Latina Infraestrutura Dívida Pública Desemprego e Subemprego Desigualdade VI. Políticas Sociais VII. A Atual Crise VIII. As Diferentes Economias do Continente América Central Caribe Países Exportadores de Hidrocarbonetos Brasil, México e Argentina Agroindústria IX. Exportadores de Metais e Minerais X. Considerações finais XI. Referências Bibliografica CEPAL 2 PoliONU 2015

4 Carta aos Delegados Caros Delegados, É com muita satisfação que nós, Diretores da Comissão Econômica para América Latina e Caribe, damos boas-vindas aos senhores participantes do décimo PoliONU. Esperemos que esses quatro dias de evento sejam enriquecedores de uma forma geral. Que os senhores possam ter a experiência de fugir das aulas expositivas do colégio e adentrem em uma realidade onde vocês serão os maestros do conhecimento. Nessa edição traremos a discussão sobre Os Desafios para o Desenvolvimento do Continente Latino-Americano. Será pertinente a discussão de todos os principais entraves que impedem o avanço socioeconômico do subcontinente. A título de exemplo, são problemas relacionados principalmente à infraestrutura, desigualdade e subemprego. A América Latina está submetida a um contexto delicado. Fatores históricos incumbiram o continente a uma realidade de submissão ao centro da economia mundial, algo que dificulta a independência e a prosperidade da região. Caberá aos senhores discutir sobre os tópicos abordados no Guia de Estudos e buscar, por meio de acordos diplomáticos, medidas que amenizem a atual situação da região e que promovam a integração entre os países locais. Além da leitura do Guia, que tem como objetivo contextualizar o tema a ser debatido, servirá, também, de estudos aos participantes da CEPAL realizar um aprofundamento de acordo com a representação escolhida pelo delegado. Desejamos a todos uma ótima simulação! Atenciosamente, Lucas Castro Luís Vendramin Louise Thomé Pietro Reinoso CEPAL 3 PoliONU 2015

5 Introdução A Comissão Econômica para América Latina e Caribe surge no conflitante contexto pós Segunda Guerra Mundial. Pela primeira vez na história, os países do primeiro mundo estavam preocupados com a situação dos subdesenvolvidos. Em 24 de junho de 1949, o presidente do Congresso norte-americano realiza um pronunciamento tangenciando a realidade das nações periféricas: Fazendo-os incapazes de realizar suas aspirações razoáveis, sua miséria torna-os solo fértil para qualquer ideologia que lhes ofereça promessa, ainda que falsa, de caminhos que levem a uma vida melhor. Em outras palavras, no contexto da Guerra Fria, a situação precária do terceiro mundo tornou-se uma ameaça à hegemonia das nações desenvolvidas capitalistas, haja vista a ameaça comunista. Tal momento foi fundamental para que, em 1948, fosse criada, pela ONU, a CEPAL. Orgão o qual possuía o objetivo de definir uma política frente ao subdesenvolvimento na região latina. Seguindo a tendência desenvolvimentista da época (afloramento das políticas keynesianas do Estado forte e interventor), surge dentro da comissão grandes pensadores que formarão as bases ideológicas desse comitê e formularão importantes debates para a busca do desenvolvimento no continente latinoamericano. É interessante notar que essa nova ideia, na época, foi um dos fatores que deram origem aos governos desenvolvimentistas na América Latina, principalmente nas décadas de 1950 a I. Períodos de sessões Criou-se então um órgão totalmente dedicado ao desenvolvimento da região, possuindo 44 países membros desse comitê e doze associados. As reuniões de chefes de Estados da CEPAL são chamadas de períodos de sessões e ocorrem bienalmente, cada vez em um país diferente. No período de sessões os representantes das nações membras se encontram para discutir a criação de novos documentos que visam o crescimento e desenvolvimento econômico e social da América Latina, e também analisam o progresso e a execução das atitudes propostas em documentos redigidos nas reuniões anteriores. CEPAL 4 PoliONU 2015

6 No período de sessões de 2015, o qual os senhores simularão, que ocorrerá na cede da CEPAL (Santiago, Chile), os senhores representarão líderes políticos e econômicos de cada respectiva nação, com o intuito de chegar a acordos diplomáticos que tenham em vista o desenvolvimento conjunto da América Latina para a superação dos desafios atuais em relação à evolução econômica estrutural da região. Nessa reunião, caberá aos senhores tecer um debate com a finalidade de buscar novas ideias e acordos internacionais que visam dinamizar e desenvolver socioeconomicamente a América Latina, visando amenizar os principais gargalos que se apresentam como obstáculos ao desenvolvimento pleno da região. II. Economia Mundo Para compreendermos o subdesenvolvimento na América Latina devemos entender, primeiramente, os processos históricos pelos quais foi submetida. Analisar os desafios que a região enfrentou em relação ao desenvolvimento é de suma importância para a compreensão dos fatores que levaram à formação atual latino-americana perante o cenário econômico mundial. Portanto, teceremos aqui uma análise sobre como o capitalismo se instalou na América Latina. Elucidaremos a lógica com que o continente se relacionava e se relaciona com o resto do planeta e a forma com que essa relação culminou nas disparidades econômicas e sociais entre os mundos subdesenvolvido e desenvolvido. 1. A Consolidação da Antiga Divisão Internacional do Trabalho A forma como a colonização na América Latina pela Europa se deu foi um fator diferencial para o posicionamento atual da região perante a economia mundo. As potências ibéricas, com o intuito de atingir os objetivos mercantilistas (busca por ouro e prata e balança comercial favorável), colonizaram a região sempre de forma brutal, impedindo qualquer tipo de desenvolvimento autônomo. As metrópoles obrigavam as colônias a venderem matéria-prima e metais preciosos por preços insignificantes e, além disso, as obrigavam a comprar os produtos manufaturados produzidos na Europa por preços absurdos. Assim, começou uma relação de dependência das colônias com suas metrópoles em que, por não terem a tecnologia e serem proibidos de produzir CEPAL 5 PoliONU 2015

7 manufaturados, as colônias necessitavam dos países centrais para adquirirem certos produtos. Com a decadência de Portugal e da Espanha, os principais governos que colonizaram as américas, as colônias latino-americanas obtiveram uma oportunidade para se tornarem independentes de suas metrópoles. Contudo, a independência não significou autonomia econômica por dois motivos. Primeiro, os países europeus (e depois Estados Unidos e Japão) continuavam controlando o mercado mundial, já que esses possuíam o monopólio da infraestrutura e tecnologia necessária para produzir produtos com maior valor agregado, logo, o abismo produtivo e tecnológico entre o centro da economia mundial e sua periferia só aumentava com o tempo. Segundo, era formidável para as elites locais manterem essa relação de dominância, pois seria uma garantia da manutenção de seus privilégios. Sendo assim, a América Latina carecia de empresários dispostos a realizar altos investimentos. Nesse contexto, o primeiro mundo se industrializava (Capitalismo Industrial), começando a expandir seu mercado ao resto do mundo. Em meio a isso, a Divisão Internacional do Trabalho (DIT) se consolidava. A Antiga DIT estabelece a repartição e a especialização de serviços e atividades entre os países do mundo. Naquela época, como já dito, os países mais desenvolvidos eram os responsáveis pela produção de produtos manufaturados, futuramente sendo complementados pelos industrializados, e os países menos desenvolvidos forneciam as matérias-primas para a produção de tais produtos. 2. A Nova Divisão Internacional do Trabalho Somente após a crise de 1929, que devastou a economia mundial, os países latinoamericanos viriam a se industrializar de fato. Com o cenário econômico mundial abalado, ficou mais difícil exportar produtos agrícolas e matérias-primas para a Europa e EUA. Tal situação fomentou o começo da industrialização em alguns países da América do Sul que possuíam infraestrutura, mão de obra e mercado consumidor suficientes para começar a produção industrial. CEPAL 6 PoliONU 2015

8 O processo de industrialização tardio desses países foi feito, em um primeiro momento, por substituição de importações, método que será comentado por esse Guia de Estudos. Tal processo acarretou na acumulação de dívidas, que mais tarde se tornou um grande empecilho para o desenvolvimento da economia dos respectivos países que assim fizeram. Futuramente, as ex-colônias, almejando ampliar as suas malhas industriais, começaram com uma política de atração de multinacionais para os seus respectivos territórios, já que o custo de produção era menor por causa da mão de obra mais barata, e, muitas vezes, haviam incentivos decretados pelo Estado para a vinda dessas empresas. Desta maneira, a exclusividade da produção industrial de larga escala dos países centrais tinha se dissipado, o que levou ao estabelecimento de uma nova divisão internacional do trabalho. Na nova DIT, os países emergentes eram responsáveis pela produção de produtos primários, alimentos e produtos industriais simples, cabendo aos países centrais a produção dos produtos de alta tecnologia e o financiamento da produção industrial na periferia. Esse sistema, presente até os dias atuais, como já dito, continua a reprimir o desenvolvimento dos países emergentes, visto que é uma das causas da dependência latino-americana em relação aos países centrais. Todavia, há uma novidade nesse novo modelo: a maior vinculação que os Estados têm com o mercado financeiro, algo que foi incrementado devido a desregulamentação financeira pela política neoliberal a partir de A dependência anteriormente citada ocorre da seguinte forma: quando um governo não detém dinheiro suficiente para arcar com as contas públicas, ele emite títulos da dívida e as vende no mercado, arrecadando assim uma quantia X de dinheiro desejada. Quando um banco, uma associação, uma empresa etc., compra esses papéis, eles esperam receber o seu dinheiro de volta acrescido de juros, tudo pago pelo próprio governo que imprimiu esses títulos. Os juros a ser pago estão relacionados com a confiabilidade com que os investidores (a grande maioria representantes do capital internacional) tem com tal governo. Por exemplo, caso os investidores considerem que tal governo tem um risco maior de dar CEPAL 7 PoliONU 2015

9 calote, esse, para atrair a venda de seus títulos, aumenta os juros como uma forma de garantia e vice-versa. O problema é que, atualmente, os Estados dependem muito dos mercados financeiros, sendo que grandes partes das decisões dos governos são influenciadas pelas exigências desses mercados. Essa realidade é ainda mais acentuada na periferia, onde os governos precisam atrair altos investimentos e, para isso, eles aumentam as taxas de juros com o objetivo de atrair mais investidores. Sendo assim, é comum os países em desenvolvimento possuírem essas taxas elevadas. Com isso, cria-se um entrave: quanto maior os juros, maior a dívida a ser paga e, a longo prazo, menos sobrará para se aplicar nos setores produtivos. III. Teorias do Desenvolvimento e do Subdesenvolvimento Um dos principais feitos dos intelectuais cepalinos foi a concepção sobre a bipolaridade do sistema econômico vigente, composto por centro e periferia, defendendo que: os países periféricos não estariam em um estágio para o desenvolvimento, mas sim em uma condição permanente, em que o centro e a periferia coexistem e se determinam mutuamente. Assim sendo, podemos dizer que o subdesenvolvimento é uma parte necessária de um ciclo vicioso muito bem consolidado. A teoria centro-periferia tem suas raízes na ideia de que em muitos momentos, o progresso de alguns se baseia no atraso de outros, e numa relação de dominância fundamental para o exercício da economia mundo. CEPAL 8 PoliONU 2015

10 Segundo o pensamento liberal clássico de Adam Smith, todo o progresso técnico e científico produzido pelo capitalismo seria igualmente distribuído entre todos. Todavia, Raul Prebisch, importantíssimo pensador argentino da CEPAL, discorda dessa premissa. Segundo Prebisch, existe uma defasagem significativa entre essas remunerações, e é nessa diferença que mora a principal pendência entre a dualidade centro-periferia. As grandes vantagens do desenvolvimento da produtividade não chegaram à periferia em medida comparável com que lograram desfrutar as populações dos grandes países. Daí as diferenças tão acentuadas entre os níveis de vida das massas nestes e naquela, e as notórias discrepâncias entre suas respectivas forças de capitalização (produtividade) Prebisch Portanto, o que caracteriza o desenvolvimento nessa lógica é o progresso técnico, a forma como esse eleva os níveis de produtividade da força do trabalho e o que isso resulta, como elevação da renda e das condições de vida da população. Em outras palavras, o que torna grande uma nação não é seu estoque de valores em determinado momento, mas sua capacidade de produzir valores. Essa diferença de produtividade se dá pelo que chamavam de desenvolvimento para fora dos países periféricos. Essas nações, devida a Divisão Internacional do Trabalho, ficam subjugadas às necessidades do centro, ou seja, todo o progresso só se manifesta naqueles setores produtores de alimentos, matérias-primas e produtos industrializados de baixa tecnologia cujo destino são os países centrais, restringindo o desenvolvimento de outros campos da economia. Logo, essas nações são o que os economistas chamam de especializadas. Essa situação origina dois problemas imediatos. Um, a periferia ficará à mercê das necessidades do centro, consequentemente, é extremamente dependente das decisões dele (teoria da dependência). A título de exemplo segue o caso da Venezuela, país o qual depende quase que 96% da venda de petróleo bruto, sendo portanto extremamente vulnerável às oscilações do preço desse produto no mercado internacional. Dois, como as nações especializadas em exportações de produtos primários e de baixa tecnologia possuem uma produtividade reduzida, é necessário explorar intensamente a mão de obra, sendo a flexibilização das leis trabalhistas e arrochos salariais fundamentais para que esse processo ocorra. Isso ocorre diferentemente das nações exportadoras de bens de maior tecnologia e alto valor agregado, que podem explorar menos a força de trabalho para produzir CEPAL 9 PoliONU 2015

11 a mesma quantia de capital que os primeiros. Essa diferença na velocidade de capitalização culmina em uma divergência substancial na balança de pagamentos, os países periféricos precisam dispor de mais esforços para pagar o que importam dos países centrais do que os centrais quando importam dos periféricos (sem contar que os produtos que demandam maior tecnologia possuem maior valor real no mercado). Atualmente, devido as mudanças no meio técnico-científico-informacional, além desse intercâmbio de mercadorias, a dependência do terceiro mundo com o primeiro mundo é catalisada por mais dois fatores: pela dependência do mercado financeiro, o que tangencia a dívida que os governos possuem com os seus credores por meio dos empréstimos e com a venda dos títulos da dívida, e pelo fator que gira entorno da propriedade e uso das tecnologias, que se trata pela constância cada vez maior de tecnologias patenteadas pelos países mais ricos, os quais cobram royalties (taxa de remuneração ao produtor devido aos gastos com o desenvolvimento) pelo uso dela. Esses dois tópicos foram fundamentais para a limitação da industrialização que ocorreu na América Latina a partir da década de 1950, tanto que esse fenômeno ficou conhecido como desenvolvimento periférico, o qual será explicado por esse Guia de Estudos. O resultado é evidente: salários reduzidos, instabilidade nos preços dos produtos, aumento da desigualdade de renda e o subemprego são frutos mais recorrentes no universo subdesenvolvido do que nos desenvolvidos. Resumindo, a situação compõe um círculo vicioso, os países menores possuem um mercado reduzido devido à baixa capacidade de capitalização, o que gera menores salários e que, novamente, incrementa a redução do mercado. Todavia, cabe uma ressalva. Muitas das vezes é comum medir o retrocesso ou o avanço de um Estado apenas com a ideia de crescimento econômico. Por exemplo: países emergentes como a Índia e a China, atualmente, apresentam uma produção e um Produto Interno Bruto (PIB) comparável (ou até mesmo superior) a países do primeiro mundo, mas a questão é: apenas isso sugere o desenvolvimento? Para muitos autores se trata de uma visão limitada. Seria pertinente relevar também outros pontos como a diminuição da desigualdade social, a ampliação pautada em um crescimento social e ecologicamente sustentável e a redução dos problemas urbanos para falar de um desenvolvimento propriamente dito. CEPAL 10 PoliONU 2015

12 Não é à toa que o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da ONU releva três assuntos a Renda Nacional Bruta per capita, um índice que mostra o poder de consumo dos habitantes, a média do tempo de estudos da população e a expectativa de vida dela. Tudo isso com o intuito de formular um dado estatístico que apresente mais fielmente o grau de desenvolvimento de um país. Resumindo, segundo a teoria centro-periferia, existem quatro entraves fundamentais que mitigam o desenvolvimento dos Estados periféricos: a) Baixa capacidade de inovação e produção; b) O atraso técnico e científico; c) A restrição externa ao crescimento, dada a grande especialização produtiva; d) Elevada desigualdade de renda. (ANAMORFOSE) EXPORTAÇÃO DE PRODUTOS DE ALTA TECNOLOGIA 2002 (Mapa elaborado pela diretoria da CEPAL) 1. O Desenvolvimento Periférico O intuito principal da CEPAL sempre foi, invariavelmente, trazer o debate acerca do subdesenvolvimento da América Latina e como proceder para superá-lo. Nos primórdios da comissão, no pós-guerra, havia a cultura de que a industrialização seria a grande responsável por semear o desenvolvimento na região, defendendo a velha tese de que as indústrias trariam a modernização, tendo em vista que incrementaria o conhecimento técnico e cientifico, e propiciaria assim uma possibilidade de iniciar a independência econômica da periferia em relação ao centro. CEPAL 11 PoliONU 2015

13 A mecanização no continente latino foi iniciada pelo que ficou conhecido como substituição de importações. Em sua maioria, os grandes proprietários de terras que exportavam bens primários para suas antigas metrópoles viram o seu mercado consumidor desaparecer. A Grande Recessão da década de 1930 e as duas Grandes Guerras Mundiais (1914/1918 e 1939/1945) impossibilitaram o poder de importações que os países centrais haviam mantendo, logo, os países periféricos, que dependiam quase que exclusivamente do comércio com as nações ricas, se viram dentro de uma crise. Sem vender os seus produtos primários não havia receita para adquirir os bens industrializados. Temendo a situação difícil da economia mundial, os detentores de capital das nações com condições internas favoráveis (como infraestrutura energética e de transporte e um mínimo de mercado consumidor) da América Latina, optaram pela industrialização. Todavia, o processo é conhecido como substituição de importação, ou seja, os países produziriam, devida a baixa tecnologia e a impossibilidade de competir no mercado externo, apenas produtos industrializados mais simples e de primeira necessidade, por exemplo: tecidos, calçados e móveis. O interessante a se notar é que a forte intenção das nações periféricas em se industrializarem para buscarem sua independência produtiva trouxe exatamente o contrário, a intensificação dessa dependência. Principalmente em países como o Brasil, o México, a Argentina, o Chile e a Venezuela a saída para trazer, de fato, a industrialização se deu pela via de empréstimos de capital internacional (agora, com o Fundo Monetário Internacional atuando no cenário geopolítico) e atração de multinacionais. As grandes corporações começaram a notar que, nas sociedades em que haviam leis trabalhistas muito bem consolidadas, alto valor de salários básicos e com um mercado saturado estavam começando a limitar o potencial de crescimento. Logo, o capital internacional viu na América Latina uma grande oportunidade para expandir os seus lucros, haja vista a redução do preço da produção no Novo Mundo, culminada pelo barateamento da mão de obra e da matéria-prima. Tal vantagem ainda coincidiu com a política desenvolvimentista do continente latino, que fornecia uma série de incentivos fiscais dados pelos governos locais para a vinda dessas multinacionais. Vale a pena analisar. A vinda dessas empresas, apesar de estarem ligadas aos interesses do centro, geram emprego e industrializam as regiões por elas instaladas. Tendo CEPAL 12 PoliONU 2015

14 em vista que há uma troca de tecnologia, empresas estrangeiras enviam máquinas e equipamentos que ainda não estão disponíveis na indústria do país em que estão instaladas. Isso também se estende às habilidades humanas, como inovações de técnicas administrativas e de produção, melhorando a mão de obra do país onde estão. Outra consequência, é a necessidade de encontrar fornecedores locais para que essas empresas possam reduzir os gastos com as importações, o que gera lucro para empresas nacionais ao mesmo tempo que pode melhorar a tecnologia dessas. Todavia, três fatores roubaram o sonho do desenvolvimento. Primeiro, como o capital internacional tinha a função de gerar excedente apenas para a sua origem, o lucro produzido por uma filial dentro do território latino era consideravelmente enviado para a sua respectiva matriz. Segundo, a tecnologia estrangeira empregada nos países era patenteada majoritariamente pelo centro da economia mundial, sendo assim, para que terceiros pudessem fazer uso dela, havia a necessidade do pagamento de royalties (taxa paga a quem investiu na produção dessa tecnologia). Por último, agravando ainda mais a situação, para que houvesse o processo da industrialização, os Estados tiveram que investir fortemente em infraestrutura de base, principalmente produção e distribuição de energia elétrica, transporte e telecomunicações. Porém, todo o dinheiro para esses empreendimentos só foi viável por causa dos empréstimos internacionais feitos, o que levou a um endividamento externo significativo dos países recém modernizados. Assim sendo, a indústria não trouxe o desenvolvimento prometido, as nações periféricas continuaram sendo periféricas, e, portanto, elas são o que chamamos de nações subdesenvolvidas-industrializadas. Os ganhos foram superestimados. IV. A Década Perdida e o Consenso de Washington A decadência do desenvolvimentismo (Estado interventor) se deve a vários fatores, os quais não serão abordados aqui. Contudo, todos esses motivos levaram a Economia Mundo a uma crise de estagnação violenta (contexto da década de 80 ou chamada de década perdida) que marcou o fim dos governos desenvolvimentistas e trouxe o afloramento de uma nova política econômica, o neoliberalismo. CEPAL 13 PoliONU 2015

15 Em 1989, os EUA, como uma tentativa de tentar expandir os ideais neoliberais, promoveram um encontro envolvendo instituições e economistas que ficou conhecido como o Consenso de Washington. Nesse encontro, foram propostas aos países latinoamericanos, e ao mundo de uma forma geral, medidas de caráter neoliberal, como a privatização das estatais, redução dos gastos públicos, abertura comercial, afrouxamento das leis trabalhistas e econômicas, com o intuito de acabar com a crise econômica da região. Em outras palavras, ir contrário à toda cultura desenvolvimentista que estava sendo empregado até a década de Todas essas medidas trouxeram grandes consequências aos países que as adotaram, visto que a maioria das nações as aplicou de forma rápida e brusca, o que levou grande parte das indústrias nacionais dos respectivos países a falência, uma vez que não conseguiram competir com o capital internacional, que agora transitava livremente dentro dos países e pelo mundo. Por causa da flexibilização das leis trabalhistas, feita para adequar a nação aos custos de produção externos, houve uma terceirização do trabalho, o que ampliou o subemprego, problema presente na região até os dias de hoje. O que é possível ver hoje no continente latino-americano, são problemas de infraestrutura, falta de investimento, dívida externa, subemprego, tópicos que precisam ser estudados e compreendidos com cautela, para que um dia a América Latina deixe de ser dependente dos países centrais e possa usar o potencial que tem de forma justa. V. O Cenário Atual da América Latina Todos os países do mundo visam, de alguma forma ou de outra, o desenvolvimento. Porém, em países periféricos, como é o caso da América Latina, há alguns problemas a serem enfrentados para que a obtenção da tão desejada prosperidade seja possível. É responsabilidade da Cepal, entender quais são esses problemas, como eles surgiram e como a União Internacional pode agir para superar o subdesenvolvimento. Dentre muitos entraves, nós só nos ateremos a aqueles de vital importância para a discussão. 1. Infraestrutura A infraestrutura é definida como as condições para que a produção de bens e serviços possa existir, dessa forma outras atividades serão aptas a se desenvolver. Em virtude do CEPAL 14 PoliONU 2015

16 desenvolvimento tardio da América Latina, os problemas em relação a infraestrutura são inúmeros. O pouco desenvolvimento estrutural que ocorreu, foi feito após a independência, na época da guerra fria, onde os países capitalistas investiam em países subdesenvolvidos como uma forma de desencorajar a propagação do socialismo na região. Sendo assim, tal condição de atraso tecnológico em relação as potências econômicas levaram os Estados a investirem em infraestrutura, com o intuito de gerar empregos para atrair o capital estrangeiro. Entretanto, esses investimentos muitas vezes foram ineficientes e ainda que o crescimento da iniciativa privada a partir da década de 1990 tenha aumentado, isso não tem se mostrado suficiente. Embora tenha passado por reformas, o crescimento da infraestrutura na América Latina ainda encontra obstáculos como a regulamentação dos setores de cada país e questões políticas que desestimulam o investimento privado, tornando-se um grande entrave para o desenvolvimento da região 2. Dívida Pública Dívidas Públicas são as dívidas contraídas de empréstimos pelos Estados, juntamente com instituições financeiras públicas ou privadas. Nessas também, são incluídas as dívidas internas, que são contraídas por um indivíduo ou entidades financeiras dentro do próprio país e fora. CEPAL 15 PoliONU 2015

17 Fonte: CEPAL Para que o país possa receber investimento estrangeiro é necessário que a infraestrutura e indústria de base estejam bem estabelecidas (vide 4.1), e para que essas se desenvolvam é preciso de investimentos, seja do Estado ou de instituições privadas. No primeiro caso, o Estado realiza empréstimos externos para estruturar o país, e depois que recebe o investimento, procura sanar a dívida obtida. Muitos países latino-americanos passaram por esta situação, mas no caso dessas nações não foi possível pagar os empréstimos em parte por causa dos juros que foram se acumulando, criando dívidas externas enormes para os países que assim fizeram. No segundo caso, o Estado utiliza o auxílio de entidades financeiras internas do país (por exemplo o Tesouro Nacional) para investir na infraestrutura e indústrias de base ou em serviços públicos. Contudo, isso leva a contração de dívidas internas, que acarretam a aplicação de políticas de aumento de impostos e taxas de juros, ou seja, a população terá de pagar para tentar honrar essas dívidas. Essa situação foi vivida no Brasil na década de 2000, época em que o Estado contraiu uma enorme dívida interna, que subiu CEPAL 16 PoliONU 2015

18 de 640 bilhões de reais em 2002, para trilhão de reais em 2007 devido à uma tentativa do Poder Público de sanar a dívida externa do país. 3. Desemprego e Subemprego Outro grave problema para o desenvolvimento da região são os altos índices de desemprego em diversos países da América do Sul, Central e do Caribe, causados por quatro principais fatores: a baixa qualificação do trabalhador, a substituição de mão de obra por máquinas, o custo elevado (impostos e outros encargos) para as empresas contratarem com carteira assinada e por fatores climáticos. Segundo a CEPAL, a média de desemprego na América Latina foi de 11% em 2003, e atualmente é de 6%. Apesar da queda considerável de 5%, o desemprego ainda se apresenta como um problema para a região. Uma situação comum nesses países é a grande oferta de emprego para a população, entretanto os trabalhadores não possuem a formação necessária para realizar as funções demandadas, uma vez que o acesso a cursos superiores públicos e a educação pública de qualidade não se apresenta como uma realidade na maior parte desses países e não seria viável para a grande parte da população bancar um curso privado de qualidade. Outro fator que contribuiu para o desemprego foram as milhares de empresas que passaram a utilizar máquinas nas linhas de produção, assim substituindo os empregados pela tecnologia. Dado o alto número de desempregados, muitas pessoas veem como única alternativa viver entre o emprego e o desemprego, ou seja, sem um trabalho fixo. Essa condição de subemprego, leva essas pessoas a aceitarem empregos informais, sem carteira assinada, que não garantem ao trabalhador os seus respectivos diretos. Infelizmente, esse número na América Latina é de 60%, e já foi atestado pela OIT (Organização Internacional do Trabalho), que nessa região, as condições de trabalho devem melhorar. 4. Desigualdade Na América Latina, é comum a maioria dos países apresentarem uma diferença brusca de renda entre os habitantes, ou seja, muitas vezes uma parcela mínima da população que detém de muita renda concentrada nas mãos, e a maior parte das pessoas vive na miséria ou na pobreza. Essa diferença tem como causa vários fatores, um deles sendo o difícil acesso da maior CEPAL 17 PoliONU 2015

19 parte da população à educação pública de qualidade, quando não se educa os cidadãos, conseguir empregos que oferecem um salário razoável se torna muito difícil. Os baixos salários também são uma causa para tal realidade, ou seja, desvalorização de alguns cargos devido a busca pelo lucro causa esse abismo entre a renda da população de uma mesma nação. A CEPAL luta contra a desigualdade, não por se apresentar um problema econômico, mas sim um problema social grave, que querendo ou não prejudica o desenvolvimento de um país, visto que a maior parte da população não se apresenta satisfeita na condição em que vive. VI. Políticas Sociais As Políticas Sociais são ações do governo, geralmente feitas por meio de programas assistencialistas, que tem como objetivo garantir a todos cidadãos direitos e condições de vida dignas. Os governos atuais têm as usado frequentemente com o intuito de reduzir a miséria e a pobreza em seus respectivos países. Alguns exemplos de programas usados no Brasil, são: o Bolsa Escola, o Auxílio Gás, do governo do Fernando Henrique Cardoso, o Fome Zero, e o Bolsa Família, do governo Lula, que obtiveram resultados positivos, ao reduzir em 27,7% a miséria no país. Um exemplo que vale ser ressaltado é a questão do bolivarianismo na região. Esse termo é utilizado para nomear os governos de esquerda na América Latina que vão contra os ideais do neoliberalismo e questionam o Consenso de Washington (Vide tópico 3.5). Na América Latina os presidentes Hugo Chávez, da Venezuela, Evo Morales, da Bolívia, e Rafael Correa, do Equador, declaram seus países como Repúblicas Bolivarianas. CEPAL 18 PoliONU 2015

20 O termo é amplamente dito na mídia como sendo um sinônimo de socialismo, no entanto, são bastante distintos. Diferente dos países socialistas, os países bolivarianos possuem meios de produção que não estão nas mãos do Estado, além de apresentarem liberdade política, liberdade de imprensa e de oposição ao governo. No caso da Venezuela, o então presidente Hugo Chávez fez uma série de reformas quando assumiu o poder em Dentre elas, mudanças políticas, econômicas e sociais como por exemplo a nacionalização de indústrias e serviços e a universalização dos sistemas de educação e saúde, respectivamente. As Políticas Sociais têm mostrado um grande resultado na redução da miséria e da pobreza ao redor do mundo, porém, acabam algumas vezes gerando certas dependência e comodismo de algumas pessoas em relação ao governo, problema que deve ser resolvido. Além disso, muitas vezes significa a contração de dividas internas devido ao capital que sai do Estado para sustentar tais políticas (vide tópico 4.2.). VII. A atual crise Atualmente, os países da América Latina que apresentam uma maior competitividade no mercado internacional estão enfrentando um grave problema: a queda dos preços das commodities. Entendemos por commodities todo o produto primário produzido em escala global, como por exemplo: o alumínio, o petróleo, o minério de ferro, a soja e entre outros. Grande parte da economia de muitos países latino-americanos é baseada na exportação desses produtos, portanto uma oscilação do preço dessas mercadorias acarreta consequências desastrosas para muitas nações, que diretamente ou indiretamente afetam no cenário econômico mundial como um todo. São muitos os motivos que podem levar a variação dos preços dessas mercadorias (guerras, adversidades ambientais, crises financeiras ou políticas etc.), todavia a queda atual é gerada principalmente por dois fatores: o desaquecimento do mercado chinês e a queda do preço do petróleo devido ao aumento da produção interna norte-americana a partir do gás de xisto. O crescimento dos grandes países da América Latina na última década deve-se, por parte, à alta dos preços das commodities no mercado internacional. Agora, com o setor enfraquecido, é esperado que esses países passem por dificuldades financeiras. CEPAL 19 PoliONU 2015

21 Em 1949, Prebisch disse: durante o ciclo, as relações de preços deslocam-se em favor dos produtos primários nas fases crescentes, em geral, nas fases decrescentes, perdem mais do que tinham ganhado durante o curso das primeiras. Assim, ao cair a relação de preços a cada depressão mais do que havia melhorado na prosperidade, desenvolve-se através dos ciclos a tendência contínua ao agravamento dos termos de intercâmbio ou seja, desde aquela época, alertava sobre esse clico que reflete a dependência econômica que essas nações têm relação aos commodities. VIII. As Diferentes Economias do Continente Nesta parte do Guia de Estudos, serão tratadas as diferentes economias presentes nesta discussão perante o tema proposto ( Os Desafios para o Desenvolvimento do Subcontinente Latino-Americano ). Está seção dividirá os países latino-americanos entre: América Central, Caribe, Exportadores de Hidrocarbonetos (petróleo e carvão mineral), Exportadores de metais e minérios, Agroindustriais e Brasil, México e Argentina. Pretenderemos elucidar de forma abrangente a heterogeneidade das economias da região. 1. América Central A América Central abrange 20 países e tem como principal atividade a agricultura de subsistência e a agropecuária. A maioria dos produtos da região são cultivados por CEPAL 20 PoliONU 2015

22 meio de técnicas rudimentares e ultrapassadas, isso explica a baixa produtividade. As principais mercadorias de exportação são o milho, café e algodão. A indústria não é muito bem desenvolvida (Com exceção do México), e o que mais se produz em escala industrial é o tabaco, roupas e medicamentos. O turismo tem um lugar importante na economia desses países, uma vez que apresentam vários destinos procurados. Obviamente, isso movimenta a economia regional, e consequentemente a economia da nação. 2. Caribe O Caribe, é uma área da América composta por 28 pequenas e médias ilhas, onde há países independentes, territórios ultramarinos e países não reconhecidos pela ONU. A região possui porções onde há a exploração de petróleo e gás natural, e tem grande parte da sua economia voltada para o turismo. Segundo os padrões internacionais, os países do Caribe possuem grande riqueza em recursos naturais, tais como: Ferro, Níquel, Bauxita e Madeira e os países com maior concentração desses minerais são Cuba, Jamaica e Trindad e Tobago. Inclusive parte do desenvolvimento econômico de Cuba, que ocorreu no início dos anos 1990, deve-se a exportação de níquel e petróleo. O Caribe também é reconhecido por possuir alguns paraísos fiscais como, por exemplo, as Bahamas. Paraíso fiscal é um estado ou região autônoma que possui leis que permitem a aplicação de capitais estrangeiros de forma mais liberal, por impostos com preços baixos ou inexistentes, algo que facilita a entrada tanto de empresas estrangeiras quanto de capital no território em questão. Outro fator relevante a se analisar é a estreita ligação que essa região possui com os Estados Unidos. São diversos os fatores que intensificaram essa ligação, mas o principal deles é a criação da Diplomacia do dólar, em 1909, que consiste na concessão de uma sequência de empréstimos a países necessitados. Por mais que exista a causa humanitária, é evidente que esta ajuda provoca uma dependência econômica do Caribe com os EUA. Assim, as nações que o fizeram, ficaram endividadas com a nação americana e consequentemente economicamente dependentes dessa, o que foi o caso do Caribe. CEPAL 21 PoliONU 2015

23 Outro fator que engloba essa relação seria o interesse das empresas estadunidenses na matéria-prima barata, principalmente na compra de banana, tabaco e cana-de-açúcar, produtos que na região do Caribe são cultivados em abundância. Sendo assim, as empresas americanas têm representantes no Caribe a fim de aproveitar da matéria-prima barata e dos impostos baixos. 3. Países Exportadores de Hidrocarbonetos Na América Latina, existem diversos países exportadores de Hidrocarbonetos, como o Equador (fez parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo OPEP), a Venezuela (também participante da OPEP), o Brasil, o México, o Peru, a Colômbia, a Argentina e a Bolívia. Na década de 1990, alguns países como Argentina, Bolívia, Equador e Venezuela permitiram que empresas privadas participassem nas atividades de exploração, produção e mudanças nos sistemas de transporte, refino e distribuição do petróleo. Na década de 2000, esses países avançaram para um controle maior do Estado sobre o setor de petróleo e gás natural, o que inclui o controle de preços, a renegociação de contratos e o fortalecimento do papel das estatais na organização desse setor. Brasil, Peru e Colômbia possuem uma política de liberalização de preços, incentivo à geração de concorrência e investimento estrangeiro direto no setor de hidrocarbonetos, que por sua vez, é regulado por um órgão nacional e permitem a participação de empresas tanto estatais quanto privadas nas licitações e concessões de áreas. Tanto os países que controlam os recursos e as reservas como as empresas petrolíferas que têm a tecnologia e o capital interagem com o mercado mundial. Nesse contexto internacional, os governos buscam diferentes objetivos, que vão desde maximizar a sua renda pelo petróleo até atrair investimentos para desenvolver esse setor ou garantir o abastecimento do mercado interno e uma produção eficiente de hidrocarbonetos. 4. Brasil, México e Argentina Brasil, México e Argentina possuem, respectivamente, a primeira, segunda e a terceira maior economia da América Latina, e todas estão entre as 20 maiores economias CEPAL 22 PoliONU 2015

24 mundiais. Apesar de desenvolvidos, chegam a sofrer com a falta de infraestrutura, sem contar, que grande parte de suas indústrias são primárias. Dentre esses três, o que mais tem mostrado um elevado crescimento econômico nos últimos anos é o Brasil. A nação brasileira tem uma indústria principalmente primária, porém de suma importância no comércio, tendo em vista a grande produção de soja e a carne bovina para exportação. Recentemente o país descobriu grandes jazidas de petróleo e gás natural, com o présal, em breve, será possível a autossustentabilidade do brasil em relação ao petróleo. O México tem investindo em ferrovias, telecomunicações, geração de eletricidade, portos e distribuição de gás natural com o objetivo de melhorar a infraestrutura e desenvolver o país. A Argentina, por sua vez, possui metade da economia voltada para a natureza agrícola, e os seus principais setores são produtos de refinaria, biodiesel, produtos químicos e farmacêuticos, aço e alumínio, processamento de bebidas e alimentos, aparelhos eletrônicos e máquinas industriais e agrícolas. A corrupção no Brasil, a dívida pública não paga na Argentina e a violência no México são as causas das crises políticas pela qual cada país enfrenta. A situação ainda é agravada pelo contexto dos baixos preços das commodities, que prejudicam a economia das respectivas nações e a economia regional. 5. Agroindústria O Agronegócio na América Latina é um dos setores de maior importância na economia de vários países. Grande parte do desenvolvimento de algumas nações é creditado à forte presença desse tipo de indústria na região. Quando os países têm como principal atividade a agropecuária. Nesses casos, o país possui pouca ou nenhuma infraestrutura e depende da agricultura e da pecuária para gerar capital. Em países onde a infraestrutura é melhor desenvolvida a agroindústria surge como uma atividade por vezes secundária, mas ainda sendo de vital importância para a economia, é o caso de países como Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai. IX. Exportadores de Metais e Minerais Treze países da América Latina estão entre os 15 maiores produtores de minerais do mundo. Até 2006, o Brasil era o maior produtor de ferro e continua entre os três CEPAL 23 PoliONU 2015

25 principais produtores, atrás da China e da Austrália. O Peru se destaca entre os principais produtores mundiais de prata, cobre, ouro e chumbo. A Bolívia é o quarto maior produtor de minério de estanho e o sexto maior produtor de prata e possui grande importância na extração de outros minerais. A Colômbia, por sua vez, é o sétimo maior produtor de níquel refinado. Cuba é o oitavo maior produtor mundial de minério de níquel; a Jamaica é o sétimo maior produtor de bauxita e o México é o maior produtor de prata e o quinto maior produtor de minério de chumbo. Entre 1990 e 2010, os países da América Latina e do o Caribe como um todo, quase duplicaram a sua participação na produção mundial de ouro, de minério de molibdênio e de minério de cobre. A produção da região é tão significante para o mercado mundial que, quando há a possibilidade de suspensões temporárias das operações de mineração ou quando ocorre algum problema interno em uma grande empresa mineradora latino-americana (greves ou acidentes, por exemplo), a cotação dos minerais é afetada nas principais bolsas dos mercados internacionais. A partir de 2002, ocorreu um auge nunca antes visto nas exportações do setor de mineração da América Latina e do Caribe graças à elevação dos preços internacionais dos metais, que alcançaram picos históricos no ano de Mesmo que a crise financeira de 2008 tenha causado algumas quedas, entre 2009 e 2011 o preço dos metais continuou sendo favorável comparado com os níveis médios dos últimos 30 anos. Lembrando que houve uma queda dos preços desses produtos nas duas décadas anteriores, entre 1989 e X. Considerações Finais Ao longo de todo o Guia de Estudos foram relatados os principais processos que levaram a América Latina a desenvolver as características que apresenta hoje e não foi deixado de lado elucidar a realidade atual por menores. Sendo assim, é aceito pela maioria dos pensadores que a situação de subdesenvolvimento torna o subcontinente vulnerável, a desvantagem tecnológica que a periferia tem em relação ao centro faz com que esse seja incapaz de buscar uma competição igualitária na economia mundial. Logo, como é de responsabilidade da CEPAL buscar alternativas que visem o desenvolvimento, caberá aos senhores discutir, no âmbito regional e internacional, CEPAL 24 PoliONU 2015

26 medidas para vencer os principais desafios do Subcontinente latino-americano. Lembrando que estarão presente nas discussões não só as principais delegações locais mas como representantes das potências mundiais que possuem importantes laços diplomáticos com a América Latina. A mérito didático deixaremos presente aqui pontos extremamente relevante que devem ser debatidos nos dias do evento: A baixa capacidade tecnológica, que culmina em sérios problemas na qualidade da infraestrutura e no potencial produtivo da região. O subemprego e o desemprego, que está estritamente relacionado ao baixo uso da capacidade produtiva da população. A elevada desigualdade de renda. A especialização produtiva, em outras palavras, a dependência que o continente tem na venda de produtos primários. XI. Referências Bibliográficas 1. Livros Livro Didático 2 de Geografia Sistema Poliedro Livro Celso Furtado: o subdesenvolvimento e as ideias da CEPAL de Reginaldo C. Corrêa Moraes Estado desenvolvimentista, nacionalismo e liberalismo Luiz Carlos Bresser- Pereira - Desenvolvimento Periférico de Benedicto Heloiz Nascimento CEPAL 25 PoliONU 2015

27 2. Sites CEPAL 26 PoliONU 2015

28 CEPAL 27 PoliONU 2015

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