PROJEÇÕES DOS IMPACTOS ECONÔMICOS DECORRENTES DAS MUDANÇAS DEMOGRÁFICAS NO BRASIL PARA O PERÍODO DE 2010 A 2050

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS CENTRO DE DESENVOLVIMENTO E PLANEJAMENTO REGIONAL FLAVIANE SOUZA SANTIAGO PROJEÇÕES DOS IMPACTOS ECONÔMICOS DECORRENTES DAS MUDANÇAS DEMOGRÁFICAS NO BRASIL PARA O PERÍODO DE 2010 A 2050 Belo Horzonte 2014

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3 FLAVIANE SOUZA SANTIAGO PROJEÇÕES DOS IMPACTOS ECONÔMICOS DECORRENTES DAS MUDANÇAS DEMOGRÁFICAS NO BRASIL PARA O PERÍODO DE 2010 A 2050 Tese apresentada ao curso de Doutorado em Economa do Centro de Desenvolvmento e Planejamento Regonal da Faculdade de Cêncas Econômcas da Unversdade Federal de Mnas Geras, como requsto parcal à obtenção do título de Doutor em Economa. Orentador: Prof. Edson Paulo Domngues Coorentador: Profª. Mônca Vegas Andrade Belo Horzonte 2014

4 Fcha Catalográfca S235p 2014 Santago, Flavane Souza. Projeções dos mpactos econômcos decorrentes das mudanças demográfcas no Brasl para o período de 2010 a 2050 [manuscrto] / Flavane Souza Santago f. : l., gráfs. e tabs. Orentador: Edson Paulo Domngues. Coorentadora: Mônca Vegas Andrade. Tese (doutorado) - Unversdade Federal de Mnas Geras, Centro de Desenvolvmento e Planejamento Regonal. Inclu bblografa (f ) e apêndces. 1. Economa Prevsão Brasl Teses. 2. Demografa Brasl Aspectos econômcos Teses. 3. Brasl População Teses. I. Domngues, Edson Paulo. II. Vegas, Mônca Andrade. III. Unversdade Federal de Mnas Geras. Centro de Desenvolvmento e Planejamento Regonal. IV. Título. CDD: Elaborada pela Bbloteca da FACE/UFMG NMM045/2014

5 FOLHA DE APROVAÇÃO v

6 v Dedco este trabalho Ao meu mardo, Rafael, pelo amor, carnho e ncentvo; Aos meus pas, Ronaldo e Lecy, pelo amor ncondconal e por não medrem esforços para que eu pudesse atngr meus objetvos; Ao Tadeu, à Dadá e à Gna, pelo ncentvo, apoo e entusasmo para com mnhas conqustas; Aos meus rmãos, Farley e Fába, pelo carnho.

7 v AGRADECIMENTOS A Deus, por sua nfnta bondade e msercórda, o qual tem compreenddo meus momentos de dfculdade, concedendo-me força e coragem para fnalzar este trabalho; À mnha famíla, que suportou a falta de assstênca, ausênca e, mesmo assm, sempre me acolheu com muto amor, cada vez que retornava a ela; Ao Rafael, pelo amor, ajuda, ncentvo, pacênca e compreensão em todos os momentos bem como à sua famíla que me recebeu com muto carnho; Aos professores Mônca Vegas Andrade e Edson Paulo Domngues, não somente pela excelente orentação deste trabalho, mas, sobretudo, pelas valosas lções que deles receb durante os quatro anos de convvênca; Ao professor Geoffrey Hewngs, pela oportundade que me proporconou de partcpar das atvdades acadêmcas no Regonal Economc Applcatons Laboratory (REAL), durante o meu período de doutorado sanduíche; Aos professores Rogéro Slva de Mattos e Fernando Salguero Perobell, orentadores de mestrado, pelo apoo, ncentvo, ajuda e conselho na contnudade da mnha vda acadêmca; À Larssa e à Kêna, pela amzade e pelas mportantes contrbuções e ajudas na fase de realzação deste trabalho; Aos novos amgos, Cyntha, Rafael, Emerson (Deco), Fernanda e Mauríco, pela companha, ajudas, conselhos, compras e almoços compartlhados em Urbana (EUA), quando frmamos laços verdaderos de amzade; À mnha amga Tercane, com quem tve o prvlégo de morar, estudar, dvertr-me e compartlhar sonhos e anseos durante todo o doutorado; À Rosa Líva, pela amzade de sempre; Aos ntegrantes do Núcleo de Estudos em Modelagem Econômca Aplcada (NEMEA), por consttuírem um ótmo ambente de estudo e pesqusa; Aos colegas do REAL, pela acolhda e atenção dspensadas; Aos professores do CEDEPLAR/UFMG, pelos ensnamentos recebdos; A todos os funconáros do CEDEPLAR/UFMG, pelo respeto, esclarecmentos e ajuda durante o doutorado; Á CAPES e ao CNPQ, pelo apoo nsttuconal e fnancero em todas as etapas deste estudo; Por fm, reconheço com carnho e admração, a partcpação de todos aqueles que dreta ou ndretamente colaboraram para que este momento tão especal de mnha vda pudesse se concretzar.

8 v RESUMO Uma das possíves consequêncas do processo de transção demográfca e epdemológca que a população braslera tem vvencado é a mudança no padrão de consumo das famílas. Emprcamente, observa-se que estas despesas se alteram sgnfcatvamente ao longo do cclo da vda. Logo, a compreensão das modfcações nos padrões de consumo, assocados ao envelhecmento da população é essencal, devdo aos seus mpactos sobre a estrutura produtva do país. Neste contexto, o objetvo desta tese é analsar as mudanças de longo prazo na estrutura produtva e na composção setoral no Brasl, decorrentes da mudança do padrão de consumo. Para analsar esses efetos, o presente trabalho propõe uma metodologa para desagregar o gasto em bens e servços (dsponíves na Pesqusa de Orçamento Famlar POF2002/2003) por grupos etáros: adultos (entre e anos), cranças (entre 0-4, 5-9 e anos) e dosos (entre e de 70 anos ou mas). Assm, em prmero lugar, estmou-se o efeto da dade sobre o gasto para 15 bens e servços provenentes da POF. Para sso, utlzou-se o método semparamétrco Censored Least Absolute Devaton. Em seguda, as semelastcdades das tpologas domclares foram usadas para transformar o vetor de consumo das famílas provenentes da matrz nsumo-produto, em vetores desagregados por grupos etáros. Posterormente, a partr dessa desagregação, fo possível trabalhar com cenáros demográfcos, através de um modelo de equlíbro geral computável. Este modelo permte evdencar todos os efetos de encadeamentos setoras que as modfcações no vetor de consumo decorrentes das mudanças demográfcas vão acarretar na economa braslera, até Os resultados das projeções ndcaram um aumento na demanda por alguns produtos e servços, sobretudo por servços de saúde (medcamentos, atendmento hosptalar e planos de saúde), além de servços prestados às famílas e consumo de energa; e uma redução em outros, prncpalmente nos setores de almentação e educação. Palavras chave: Mudanças Demográfcas, Grupo Etáro, Comportamento do Consumo, Modelo CLAD, Equlíbro Geral Computável.

9 v ABSTRACT One of the possble consequences of the demographc and epdemologcal transton that Brazlan populaton has experenced s the change n the consumpton pattern of households. Emprcally, t can be observed that consumer spent sgnfcantly change over the lfe cycle, then, the understandng of changes n consumpton patterns assocated wth agng s essental due to ts mpacts on the productve structure of the country. In ths context, the man am of ths thess s to analyze the long-term changes n the producton structure and n sectoral composton from Brazl resultng from the change n consumpton patterns. To analyze these effects, ths work proposes a methodology to dsaggregate the spent on goods and servces (that are avalable n the Consumer Expendture Survey of Brazl POF 2002/2003) by age groups: adults (between and years old), chldren (aged 0-4, 5-9 and years old) and elderles (aged and 70 or older). Frstly, the effect of age on the spent for 15 goods and servces from POF s estmated. Ths was done through the sem-parametrc method named Censored Least Absolute Devaton. Then, the semelastctes of household typologes were used to transform the vector of household consumpton, from the nputoutput matrx, nto dsaggregated vectors by age group. From ths dsaggregaton, t was possble to work wth demographc scenaros usng a Computable General Equlbrum model. Ths model allows hghlghtng all sectoral lnkage effects that changes n the vector of consumpton - resultng from demographc changes - wll affect n Brazlan economy untl The projected results ndcated an ncrease n demand for some goods and servces, especally for health servces (medcnes, hosptal care and health nsurance), besdes servces provded to famles and energy consumpton; and a decrease n others, especally n food and educaton sectors. Key words: Demographc Changes, Consumpton Behavor, Age Group, CLAD Model, Computable General Equlbrum.

10 x Lsta de Fguras Fgura 1 - Vsão geral da metodologa da tese Fgura 2 Partcpação relatva dos grupos etáros na população braslera: 1950/2050 (em %) Fgura 3 Dstrbução dos gastos com medcamentos, de acordo com a tpologa domclar Fgura 4 Dstrbução dos gastos com plano de saúde, de acordo com a tpologa domclar Fgura 5 Dstrbução dos gastos com atendmento hosptalar, de acordo com a tpologa domclar Fgura 6 Dstrbução dos gastos com educação, de acordo com a tpologa domclar Fgura 7 - Desenvolvmento hstórco do modelo BRIDGE-POP Fgura 8 - Estrutura da produção Fgura 9 - Estrutura do consumo das famílas Fgura 10 Estrutura herárquca da demanda por nvestmento Fgura 11 Estrutura da base de dados do modelo BRIDGE-POP Fgura 12 Relação entre os dos cenáros sobre consumo, ao longo do tempo Fgura 13 Partcpação dos grupos etáros na população braslera, em 2005 e 2050 (em %) Fgura 14 - Impactos no consumo e no preço de medcamentos afetados pela mudança das preferêncas de consumo decorrentes das mudanças demográfcas (desvo percentual acumulado em relação ao cenáro base) Fgura 15- Impactos setoras das mudanças demográfcas no nível de atvdade (desvo percentual acumulado em relação ao cenáro base) Fgura 16 - Impactos no nvestmento dos setores mas afetados pela mudança das preferêncas dadas as mudanças demográfcas (desvo percentual acumulado em relação ao cenáro base) Fgura 17- Impactos das mudanças demográfcas sobre o nível de produção setoral (desvo percentual acumulado em relação ao cenáro base) Fgura 18 Trajetóras da varação acumulada do PIB, consumo e nvestmento, afetadas pelo choque de preferêncas, dadas as mudanças demográfcas no Brasl (desvo percentual acumulado em relação ao cenáro base)

11 x Fgura 19 Varação acumulada das exportações e mportações afetadas pelas mudanças demográfcas (desvo percentual acumulado em relação ao cenáro base)

12 x Lsta de Tabelas e Quadros Tabela 1 Tpologas domclares Tabela 2 - Dstrbução dos gastos das famílas segundo tpos de domcílo no Brasl, agregada para 13 produtos (em %) Tabela 3 - Característcas demográfcas, socoeconômcas e teste de méda segundo tpos de domcílo no Brasl Tabela 4 Resultados dos testes de momentos condconas para homocedastcdade e normaldade do modelo Tobt Tabela 5 - Varáves dependentes e ndependentes, utlzadas nos modelos Tabela 6 - Efeto margnal da presença da crança e do doso classfcada em grupos etáros, segundo 13 produtos e tpologas domclares, utlzando as estmatvas do modelo CLAD. 57 Tabela 7 - Parâmetros e elastcdades no modelo BRIDGE-POP Tabela 8 - Composção do consumo por grupo etáro (em % do consumo total de cada produto) no Brasl, em Tabela 9 - Composção por produtos por grupos etáros (em R$ mlhões de 2005) no Brasl, em Tabela 10 - Cenáro de referênca para a economa braslera, 2005 a 2050 (var. % acumulada no qunquêno) Tabela 11 - Cenáro demográfco: taxa de crescmento da população por qunquêno no Brasl, 2005 a 2050 (var. %) Tabela 12 - Varação percentual do consumo total em cada qunquêno e o acumulado em 2050, decorrente da mudança etára da população (em percentual) Tabela 13 - Impactos no consumo e nos preços dos produtos em 2050, decorrentes das mudanças demográfcas (desvo percentual acumulado em relação ao cenáro base) Tabela 14 - Resultados Setoras para a Produção, Emprego, Investmento e Preço do Trabalho e Captal em 2050, Decorrentes das Mudanças Demográfcas (desvo % acumulado em relação ao cenáro base) Tabela 15 Impactos macroeconômcos decorrentes das mudanças demográfcas (varação percentual acumulada em 2050) Quadro 1- Resumo da lteratura empírca sobre mudanças demográfcas e estrutura de consumo Quadro 2 Agregados de consumo... 36

13 x Quadro 3 - Detalhamento dos fechamentos para varáves agregadas Quadro 4 - Resumo das smulações... 94

14 x Sumáro 1. TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA E ENVELHECIMENTO POPULACIONAL Transção demográfca e envelhecmento populaconal no Brasl Relação entre mudanças demográfcas e estrutura de consumo Efetos das mudanças demográfcas nos gastos com saúde por grupos etáros ESTIMAÇÃO DO CONSUMO DAS FAMÍLIAS, CONSIDERANDO OS GRUPOS ETÁRIOS NO BRASIL Base de dados Compatblzação da pesqusa de orçamento famlar com a matrz de nsumoproduto Tpologa domclar Método de estmação Estmador Censored Least Absolute Devatons (CLAD) Especfcação do modelo Resultados dos modelos Tobt CLAD para as despesas com bens e servços METODOLOGIA DE EQUILÍBRIO GERAL COMPUTÁVEL Modelos de Equlíbro Geral Computável e Estudos Demográfcos Modelo BRIDGE-POP Estrutura teórca do modelo BRIDGE-POP Tecnologa de produção setoral Especfcação da demanda das famílas Demanda por nvestmento e estoque de captal Mercado de trabalho Demanda por exportações e demanda do governo Outras especfcações do modelo Base de dados e parâmetros-chave Desagregação do vetor de consumo em grupos etáros SIMULAÇÕES E RESULTADOS... 86

15 xv 4.1 Fechamento do Modelo Cenáro base Choques decorrentes das mudanças demográfcas Resumo das smulações Resultados setoras e macroeconômcos CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS APÊNDICES Apêndce A Compatblzação dos 117 produtos em Apêndce C Apêndce C 1 - Resultados do modelo Tobt para os gastos com têxtes e vestuáro Brasl, Apêndce C 2 - Resultados do modelo Tobt para os gastos com combustíves e transportes Brasl, Apêndce C 4 - Resultados do modelo Tobt para os gastos com plano de saúde Brasl, Apêndce C 5 - Resultados do modelo Tobt para os gastos com atendmento hosptalar Brasl, Apêndce C 6 - Resultados do modelo Tobt para os gastos com bens duráves Brasl, Apêndce C 7 - Resultados do modelo Tobt para os gastos com outras ndústras Brasl, Apêndce C 8 - Resultados do modelo Tobt para os gastos com energa Brasl, Apêndce C 9 - Resultados do modelo Tobt para os gastos com educação Brasl, Apêndce C 10 - Resultados do modelo Tobt para os gastos com ntermedação fnancera e seguros Brasl, Apêndce C 11 - Resultados do modelo Tobt para os gastos com comérco e servços Brasl, Apêndce C 12 - Resultados do modelo Tobt para os gastos com servços prestados às famílas Brasl,

16 xv Apêndce C 13 - Resultados do modelo Tobt para os gastos com servços de alojamento e almentação famílas Brasl, Apêndce D Apêndce D 1 - Resultados do modelo CLAD para os gastos com vestuáro Brasl, Apêndce D 2 - Resultados do modelo CLAD para os gastos com combustíves e transportes Brasl, Apêndce D 3 - Resultados do modelo CLAD para os gastos com medcamentos Brasl, Apêndce D 4 - Resultados do modelo CLAD para os gastos com plano de saúde Brasl, Apêndce D 5 - Resultados do modelo CLAD para os gastos com atendmento hosptalar Brasl, Apêndce D 6 - Resultados do modelo CLAD para os gastos com bens duráves Brasl, Apêndce D 7 - Resultados do modelo CLAD para os gastos com outras ndústras Brasl, Apêndce D 8 - Resultados do modelo CLAD para os gastos com energa Brasl, Apêndce D 9 - Resultados do modelo CLAD para os gastos com educação Brasl, Apêndce D 10 - Resultados do modelo CLAD para os gastos com ntermedação fnancera e seguros Brasl, Apêndce D 11 - Resultados do modelo CLAD para os gastos com comérco e servços Brasl, Apêndce D 12 - Resultados do modelo CLAD para os gastos com servços prestados às famílas Brasl, Apêndce D 13 - Resultados do modelo CLAD para os gastos com servços de alojamento e almentação famílas Brasl, Apêndce F - Partcpações dos setores no total das exportações e mportações do Brasl, em

17 16 INTRODUÇÃO Observa-se a transção demográfca em países desenvolvdos e naqueles em desenvolvmento. De modo geral, ela começa com a queda das taxas de mortaldade e depos de um tempo, prossegue com a queda das taxas de fecunddade (Alves, 2008). Entretanto, segundo Carvalho e Garca (2003), a redução na taxa de fecunddade é a prncpal responsável pela desestablzação da estrutura etára, com o encurtamento da base da prâmde etára e aumento relatvo dos grupos com dades mas avançadas no conjunto da população, que dá orgem ao denomnado envelhecmento populaconal. Uma possível consequênca do envelhecmento é a mudança na composção de consumo das famílas. Em alguns setores, como é o caso da saúde, esse fenômeno ocorre de forma mas clara e medata (Saad, 2006). No entanto, por seus hábtos de consumo dferencados, a redução da partcpação dos jovens e a amplação na partcpação dos dosos podem desencadear alterações não só especfcamente no setor de saúde, mas também em toda estrutura produtva do país. Um dos mecansmos pelo qual o envelhecmento populaconal pode afetar a estrutura produtva é o consumo famlar, va mudança da composção. A demanda famlar é o prncpal componente da demanda fnal no Brasl responsável por 60% do PIB em 2012, segundo dados do IBGE e, consequentemente, prncpal fator que mpulsona a produção. Além das alterações ocasonadas pelo lado da demanda das famílas, a transção demográfca nduz mudanças sgnfcatvas mpulsonadas por outros mecansmos como, por exemplo, alterações na oferta de trabalho, na prevdênca, no nível de produtvdade, no provmento de servços de saúde e nos gastos (Börsch-Supan, 2002; Fertg e Schmdt, 2003; Wong e Carvalho, 2006; Yoon e Hewngs, 2006; Rodrgues, 2010). Neste trabalho, a análse será feta consderando apenas a mudança na estrutura produtva decorrente do consumo. Todos os demas mecansmos não são consderados. Como o consumo das famílas é um dos prncpas componentes da demanda, uma abordagem possível é a de equlíbro geral, uma vez que este modelo ncorpora todas as mudanças nos dversos setores no vetor de consumo. Essa metodologa é capaz de evdencar os efetos de encadeamentos setoras decorrentes de mudanças no vetor de consumo, em sua totaldade. Assm, o objetvo prncpal desta tese é analsar as mudanças de longo prazo na estrutura produtva e na composção setoral, decorrentes do envelhecmento populaconal, através de um modelo de equlíbro geral aplcado. Na especfcação usual, os modelos de

18 17 equlíbro geral são fundamentados por uma matrz de nsumo-produto. Os coefcentes desta matrz, por sua vez, são utlzados na parametrzação dos efetos de encadeamentos entre os setores. Para analsar essa mudança na composção de consumo decorrente do envelhecmento populaconal, é necessáro ter a composção do vetor de consumo, consderando dferentes grupos etáros. Assm, uma contrbução desta tese é a desagregação do vetor de consumo da matrz de nsumo-produto por grupos etáros. Com sso, torna-se possível trabalhar com cenáros demográfcos de envelhecmento populaconal. De forma esquemátca, a Fgura 1 descreve o exercíco empírco a ser desenvolvdo. Dado que o prncpal objetvo é analsar a estrutura produtva e o encadeamento setoral por meo das mudanças na composção do consumo para o caso braslero, esta análse será feta usando a pesqusa de orçamento famlar que é a pesqusa mas relevante que exste para entender os gastos do setor famíla no Brasl. Agregação da POF (cerca de 7.000,00 despesas) em 15 depesas (MIP); Cração de 7 tpologas domclares a partr dos dados da POF, consderando grupos etáros Cração de tpologas domclares a partr dos dados da POF Modelo econométrco Estmação das depesas da POF para cada tpologa domclar; Desagregação do vetor de consumo das famílas da MIP em 7 categoras de acordo com as tpologas domclares cranda na POF. Vetor de consumo desagregado por grupos etáro; Utlzação de cenáro demográfco e macroeconomco até 2050; Resultados setoras e agregados na economa decorrentes das mudanças demografcas no Brasl. Modelo de EGC Fonte: Elaboração própra. Fgura 1 - Vsão geral da metodologa da tese Na prmera etapa do trabalho (Fgura 1), a partr da pesqusa de orçamento famlar, serão defndas tpologas de domcílos que levam em consderação os grupos etáros, com o objetvo de mapear as mudanças no padrão de consumo decorrentes da presença de grupos de dades específcas no domclo. Como os produtos da matrz de nsumo-produto devem estar em consonânca com os dados da POF, nesta etapa, uma compatblzação entre as duas bases de dados deve ser realzada.

19 18 Construída essa tpologa, a partr da utlzação de modelos econométrcos, serão estmadas semelastcdades, denomnadas semelastcdades de tpologa domclar, para mapear as mudanças no padrão de consumo decorrentes da presença de grupos etáros específcos no domclo. Nesta etapa, será estmado um modelo separado para cada grupo de produtos, obtdo na compatblzação da POF, para cada tpologa domclar. Por fm, vsando a captar esses efetos, a estratéga será utlzar as semelastcdades de tpologa domclar, calculadas por meo dos modelos econométrcos, para desagregar o vetor de consumo da matrz de nsumo-produto. Este vetor será utlzado como smulação de choque para um modelo de equlíbro geral computável, consderando os possíves mpactos sobre os preços relatvos, a partr dos quas a economa poderá atngr um novo equlíbro. Vale ressaltar que foram tratados apenas aspectos relaconados dretamente ao consumo das famílas, consderando as projeções de crescmento da população braslera até 2050, ou seja, assumndo que a mudança na composção de consumo e, consequentemente, no nível de produção econômca, é decorrente apenas da mudança demográfca no Brasl.

20 19 1. TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA E ENVELHECIMENTO POPULACIONAL Este capítulo se nca com um breve hstórco sobre o processo de transção demográfca no Brasl, evdencando as alterações ocorrdas na estrutura etára, pelo aumento da quantdade e da proporção de pessoas dosas na população. Posterormente, na seção 1.2, procura-se apresentar algumas consderações sobre a relação entre mudanças demográfcas e estrutura de consumo. Fnalzando, na seção 1.3, tem-se descrção de alguns estudos sobre os possíves efetos das mudanças demográfcas nos gastos com saúde. 1.1 Transção demográfca e envelhecmento populaconal no Brasl A maora dos países atravessa ou já atravessou um período de transção demográfca em que se passa de um regme de altas taxas de mortaldade e fecunddade para outro, prmeramente, com baxa mortaldade e, a segur, com baxa fecunddade (Saad, 2006; Alves, 2008). Estas transformações demográfcas levam à redução da proporção de jovens, que combnada com o aumento da expectatva de vda, acarreta um envelhecmento populaconal (Saad, 2006). Nas regões mas desenvolvdas, a transção de altas para baxas taxas de mortaldade e de fecunddade já se completou. Nos países em desenvolvmento, observa-se uma redução nas taxas de mortaldade. No entanto, as taxas de fecunddade anda apresentam uma curva em declíno (Alves, 2008). Sgnfcatvo envelhecmento já se encontra em curso em algumas economas desenvolvdas, por exemplo, Europa, Estados Undos e Japão (Rausch, 2009). Em 2000, 23% da população da Europa tnha mas de 60 anos de dade, passando para 25%, em De acordo com projeções das Nações Undas (Unted Natons, 2011), o processo de envelhecmento populaconal no contnente europeu também va se acentuar nos próxmos anos e deve ultrapassar um terço da população em 2050, quando chegará a 39%. Os Estados Undos gualmente convvem há mas tempo com o envelhecmento em relação aos países menos desenvolvdos. Em 2000, 19% da população possuía mas de 60 anos, enquanto nos países da Amérca Latna, apenas 8% eram dosos. As projeções para os próxmos anos ndcam um rtmo mas acelerado no processo de envelhecmento nas nações em desenvolvmento, que terão taxas próxmas às dos países desenvolvdos. Em 2050, a Amérca Latna e o Carbe terão 29% de dosos, enquanto os Estados Undos,32%.

21 20 No Brasl, a transção demográfca tem sdo mas acelerada do que nos países desenvolvdos, não se dferencando, todava, do que vêm passando outros países latnoamercanos e asátcos (Brto, 2007). Pava e Wajnman (2005) dentfcam no Brasl três fases de mudança na dstrbução etára decorrentes da transção demográfca. Na prmera fase, em que ocorre a maor queda na mortaldade nfantl, tem-se um aumento na proporção de jovens e, consequentemente, aumento na taxa de dependênca. Na segunda fase, caracterzada pela queda da fecunddade, a proporção de jovens dmnu, provocando uma redução da taxa de dependênca. Por fm, na tercera fase, esta faxa volta a elevar-se, pos aumenta a proporção da população dosa, enquanto os grupos de menores dades chegam à dade produtva. Segundo esses autores, os países em desenvolvmento, em partcular, países da Amérca Latna como o Brasl, estão na segunda fase de mudança da estrutura etára, em que o crescmento populaconal tem efeto postvo sobre o crescmento econômco. Nessa fase, denomnada de bônus ou dvdendo demográfco, os ndvíduos em dade adulta e economcamente atvos são predomnantes. No Brasl, a transção demográfca ncou-se, a partr de 1940, quando a população expermentou um declíno expressvo dos níves geras de mortaldade (período em que o nível de fecunddade manteve-se elevado e pratcamente constante). Após os anos de 1960, em decorrênca das quedas sgnfcatvas da fecunddade (passou de 6,3 flhos por mulher em 1960 para 1,9 em 2010), o quadro de mudanças aumentou (IBGE, 2011). Dados do Censo 2010, dvulgados pelo IBGE, mostraram que, atualmente, a taxa de fecunddade no país está abaxo do nível de reposção da população, que é de 2,10 flhos por mulher. Se essa taxa for mantda e se não houver nenhuma rede de mgração, a longo prazo, a população braslera deverá dmnur (Carvalho e Rodríguez-Wong, 2008; Banco Mundal, 2011; IBGE, 2011). Além da redução nas taxas de mortaldade e de fecunddade, no mesmo período, a esperança de vda dos brasleros aumentou 25,4 anos ao longo dos 50 anos, passando de 48 anos em 1960 para 73,4 em Esse aumento fo mpulsonado pela melhora do saneamento, avanços médcos, avanços no padrão de vda, dsponbldade de almentos, redução na taxa de mortaldade nfantl e, ao longo das últmas três gerações, pelo aumento da longevdade. O resultado dessas tendêncas de mortaldade e de fecunddade gera uma mudança da estrutura etára populaconal em função do aumento proporconal de dosos e dmnução de cranças. De acordo com o IBGE (2013), a redução dos níves de fecunddade nos últmos 50 anos fo a prncpal razão para a queda do rtmo de crescmento da população, que chegou a aumentar cerca de 3,0% ao ano, na década de Na últma década, este crescmento fo de

22 21 apenas 1,17%. A fecunddade teve nfluênca também na mudança da estrutura etára populaconal, que agora se apresenta bem mas envelhecda. Os dados reportados na Fgura 2 mostram as prncpas mudanças ocorrdas e projetadas, a partr de nformações da ONU (Unted Natons, 2011), para a dstrbução etára da população braslera entre 1950 e 2050, consderando os três grupos etáros (cranças entre 0 a 14 anos; adultos entre 15 a 59 anos e dosos com 60 anos ou mas de dade). Apesar de a população adulta possur a maor proporção na população em todo o período de análse, observa-se que ela se mantém relatvamente estável entre O que mas chama a atenção é a clara nversão entre a população de cranças e dosos em termos de proporção na população total. Quando sso acontece, é possível que se tenha um mpacto muto grande na estrutura de consumo e na produção setoral, pos as preferêncas desses três grupos são dferencadas. Em 1950 (Fgura 2), 42% da população era composta por cranças e a proporção de dosos era de apenas 5%, enquanto em 2010, esses mesmos grupos etáros correspondam a 25% e 10%, respectvamente. A proporção de dosos deverá contnuar a aumentar, gerando a tendênca de alargamento do topo da prâmde etára braslera bem como o estretamento da base, característcas assocadas às prâmdes dos países desenvolvdos, os quas já passaram pelo processo de transção demográfca. Anda por meo da Fgura 2, é possível observar que as projeções demográfcas da ONU (Unted Natons, 2011)para o Brasl ndcam que nos próxmos 40 anos, a proporção de cranças na população total se reduzrá para 15%. O mas expressvo acréscmo demográfco tenderá a ocorrer entre os dosos, uma vez que sua proporção na população chegará a 29% em 2050 (Fgura 2). Essa proporção é muto próxma à do Japão, país com maor parcela de dosos do mundo (35% em 2011) e da Europa, onde a proporção méda de dosos fo de 25% em 2011 (Banco Mundal, 2011).

23 22 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Crança (0-14 anos) Adulto (15-59 anos) Idoso (60 anos ou mas) Fonte: Elaboração própra, com base nos dados da ONU (Unted Natons, 2011). Fgura 2 Partcpação relatva dos grupos etáros na população braslera: 1950/2050 (em %) Além da transção demográfca, o Brasl tem expermentado uma transção epdemológca, com alterações relevantes das causas de mortaldade e morbdade (Omran, 2005; IBGE, 2009). Na transção epdemológca, o peso das doenças nfeccosas e parastáras de caráter agudo transfere-se gradualmente para doenças não transmssíves, de caráter crônco-degeneratvo 1, como causas prncpas de morbdade (Omran, 2005; Brto, 2007; Carvalho e Rodríguez-Wong, 2008). As mudanças na estrutura etára da população terão consequêncas socas, econômcas e polítcas. Numa perspectva macroeconômca, o envelhecmento da população pode afetar o desempenho da economa devdo ao seu mpacto sobre a oferta de trabalho, taxas de poupança e acumulação de captal e também nos mercados de captas. Além dsso, os efetos do envelhecmento sobre a economa também têm uma estreta relação com o consumo, o nvestmento e os padrões de poupança (Rausch, 2009). 1 Doença que acompanha a pessoa por um longo período de tempo, podendo ter fases agudas, momentos de pora ou melhora sensível. São exemplos de doenças crônco-degeneratvas: 1) sequelas do acdente vascular cerebral (AVC); 2) fraturas após quedas e lmtações provocadas pela nsufcênca cardíaca e doença pulmonar obstrutva crônca; 3) amputações e ceguera provocadas pelo dabete; 4) dependênca determnada pela demênca de Alzhemer(Chamowcz, 1997).

24 23 À medda que a transção demográfca reduz o crescmento da população em dade atva, a oferta de trabalho total deve dmnur. Como resultado, a escassez de trabalho nduzda pelo envelhecmento da população leva à substtução de captal, nfluencando o comportamento de poupança e nvestmento e, fnalmente, a taxa de crescmento da economa (Börsch-Supan, 2005). As mplcações para a economa são varadas e dependem de como a oferta e a demanda de trabalho afetam a composção da população atva e sua produtvdade. Segundo Stephenson e Scobe (2002), se exste uma relação negatva entre a dade e a produtvdade, exste um potencal para um declíno na produção por trabalhador. Tal declíno pode afetar dferentes setores de forma dstnta, dependendo da estrutura etára da sua força de trabalho. Como a estrutura global de dade muda, as fontes relatvas de trabalho de dferentes dades e níves de habldade rão mudar, levando a mudanças nos saláros relatvos e, portanto, sobre a dstrbução de renda de uma socedade. Além da escassez relatva de oferta de trabalho, o envelhecmento pode ter um mpacto sgnfcatvo sobre a poupança e a acumulação de captal e, portanto, no potencal de crescmento econômco (Modglan e Brumberg, 2005). Como a capacdade de poupar é passível de dmnução com a dade, sso pode gerar mpacto sobre a geração de poupança na economa, à medda que os ndvíduos envelhecem. Isso, por sua vez, pode ter mplcações para o nível de poupança global e dsponbldade de fnancamentos e nvestmentos, partcularmente devdo ao peso dos países com o envelhecmento da população na economa mundal (Park e Hewngs, 2007). Por outro lado, as mplcações para os mercados fnanceros podem ser mas vsíves, uma vez que, com o envelhecmento, uma parte crescente da poupança das famílas va para os fundos de pensão e outros planos de nvestmentos fnanceros para a aposentadora. No entanto, os nvestdores nsttuconas, em grande parte, operam fora dos mecansmos de regulamentação do mercado fnancero e de supervsão que se aplcam de forma mas geral para o sstema bancáro. Se nada for feto, as operações dos fundos de pensão no mercado fnancero poderam, deste modo, ser uma fonte de nstabldade fnancera e nfluênca da efcáca das polítcas monetáras (Park e Hewngs, 2007). Alterações demográfcas também nteragem com as polítcas públcas por meo de dversos fatores. Para o sstema de saúde, o aumento de dosos contrbu para a elevação dos custos da atenção às doenças crônco-degeneratvas. Além dsso, um aumento dos índces de

25 24 dependênca dos dosos 2 compromete a sustentabldade dos atuas sstemas de segurança socal. A contrbução prevdencára pode não ser sufcente para cobrr a demanda de pensões, que deverá crescer substancalmente, pos as pessoas vvem por mas tempo, logo os benefícos socas tendem a se estender por períodos mas longos. Assm, para fnancar os aumentos desses gastos, os governos tendem a elevar a taxa de contrbução (Abel, 2003; Burtless, 2006; Gumarães, 2006; Saad, 2006; Fougère, Mercener e Mérette, 2007). As alterações na estrutura etára da população também se refletem nos mercados de bens, pos o envelhecmento modfca o consumo das famílas e, consequentemente, a sua composção (Hagemann e Ncolett, 1989). As pessoas mas velhas consomem dferentes bens e servços, em relação aos ndvíduos mas jovens. Por exemplo, os agregados famlares mas velhos utlzam mas servços de saúde (decorrente das doenças crôncas degeneratvas), enquanto as famílas mas jovens consomem mas servços de educação para seus flhos (Almeda, 2002; Zanon, 2011). 1.2 Relação entre mudanças demográfcas e estrutura de consumo A mudança na cesta de consumo pode afetar sgnfcatvamente a composção setoral da produção e, consequentemente, os preços relatvos e os fluxos do mercado de trabalho (Fougère, Mercener e Mérette, 2007). Denton e Spencer (1999) ressaltam que a mudança na estrutura etára atnge tanto o lado da demanda (nclundo os servços públcos) como o da oferta (capacdade produtva, como por exemplo, a oferta de mão de obra). Segundo Hagemann e Ncolett (1989), a dstrbução etára tem efeto sobre a mportânca relatva dos dferentes produtos na estrutura do consumo prvado, uma vez que a dade é um mportante determnante das preferêncas. Itens com maor mportânca relatva no consumo dos dosos são os de saúde, nclundo medcamentos e servços de saúde. Os padrões de consumo das pessoas mudam com a dade. Algumas das mudanças estão relaconadas com as preferêncas e necessdades e outras são dependentes de crcunstâncas. Estas são frequentemente de natureza econômca, como varação da renda segundo a dade. No entanto, é mportante não gnorar a alteração de crcunstâncas nãoeconômcas, como a probabldade de vver com dependentes ou de ser dependente dos outros (Park e Hewngs, 2007). 2 Relação entre a população dosa e a população em dade atva, defnda habtualmente como o quocente entre o número de pessoas com 65 ou mas anos e o número de pessoas com dades compreenddas entre os 15 e os 64 anos (Morera, 1998).

26 25 Consderando o nível macroeconômco, essas mudanças podem ter mplcações para a demanda por bens e servços, nfluencando assm, os padrões de nvestmento e de alocação de trabalho entre os setores. Além dsso, o nível geral de consumo das pessoas com dades mas avançadas pode mudar e gerar um mpacto negatvo sobre o crescmento econômco, caso em que se tem uma redução na demanda (Unted Natons, 2013). Trabalhos realzados para outros países ndcam que as despesas das famílas aumentam progressvamente com a dade (Lührmann, 2005; Dewhurst, 2006; Albuquerque e Lopes, 2010). Em termos geras, algumas regulardades aparecem nos resultados obtdos para dversas nações. A análse de tendêncas de consumo para pessoas dosas ndca que, em longo prazo, a demanda por saúde e despesas com cudados de dosos provavelmente rá aumentar, assm como as despesas com habtação e energa, como resultado de mas tempo gasto em casa pela população aposentada. Por outro lado, as despesas com transporte, almentação e vestuáro deverão dmnur (Unted Natons, 2013). No entanto, uma análse mas atenta às tendêncas exstentes sugere que as mudanças nos padrões de consumo, devdo ao envelhecmento, ocorrem gradualmente e são bastante modestas em magntude para a economa como um todo (Lührmann, 2005; Unted Natons, 2013). Quando se analsa a nfluênca das alterações demográfcas sobre os padrões de consumo, é precso consderar a relação entre dade e renda. A crescente população dosa afetará a estrutura da demanda, devdo não só ao envelhecmento, mas também às mudanças na renda, provocadas pelo envelhecmento. Uma renda menor para um número crescente de pessoas dosas va levar a níves de consumo mas baxos e a alterações no dspêndo de bens báscos. Assm, ao projetar a estrutura de consumo no futuro, também é precso levar em conta as possíves mudanças no poder de compra dos dosos. Em qualquer stuação, a estrutura de demanda muda devdo não só à evolução dos gostos e preferêncas (que podem estar relaconados com a dade), mas também às alterações no nível de rendmento (Park e Hewngs, 2007; Unted Natons, 2013). A abordagem sobre mudanças demográfcas e seus mpactos sobre a estrutura de consumo e o nível de produção setoral é tema recorrente na lteratura nternaconal e naconal, abrangendo tanto a análse empírca como a pesqusa teórca. Em nível nternaconal, Bosworth, Bryant e Burtless (2004) apresentam uma resenha dos estudos sobre envelhecmento e seus mpactos econômcos em dversos países. Segundo essa lnha temátca, Lührmann (2005) verfcou quas seram os efetos do envelhecmento populaconal sobre a demanda de bens e servços, entre 2000 e 2040, para a Alemanha. O autor estmou a demanda das famílas por grupos de dade e, em seguda, projetou cenáros para dferencar os

27 26 efetos dretos da mudança na estrutura etára e na alteração da composção famlar. Os resultados ndcaram um aumento na partcpação dos gastos em saúde e lazer para dosos. Em um trabalho posteror, Lührmann (2008), através de uma abordagem semelhante, analsou os mecansmos por meo dos quas o envelhecmento afeta a demanda agregada do consumdor no Reno Undo. Consderando os gastos nter-geraconas, os resultados apontaram um descolamento em dreção aos grupos mas velhos. Neste caso, a demanda agregada se desloca para maores despesas de bens relaconados à saúde, servços doméstcos, bens de lazer e servços de forma geral. Lefèbvre (2006), através de um pseudo-panel, analsou o efeto do envelhecmento sobre o consumo agregado na Bélgca. Incalmente, para verfcar quas as despesas que aumentam e dmnuem de acordo com a dade, estmou o efeto etáro sobre os gastos de bens e servços. Em seguda, os perfs de consumo foram utlzados para prever a estrutura de consumo agregado até Os prncpas resultados apontaram um aumento nos gastos com habtação, saúde e lazer e redução nas despesas com vestuáros, equpamentos e transportes. Dewhurst (2006) utlzou uma matrz de nsumo-produto (desagregada em grupos de dade dosos e não dosos) e projeções demográfcas para quantfcar os mpactos setoras das mudanças nos padrões de consumo assocados ao envelhecmento na Escóca. Este estudo concluu que, entre 2001 e 2016, a demanda nos setores de servços de utldade públca, socal, de saúde e seguros se expandra. No contexto braslero, Almeda (2002), a partr dos dados da POF 1995/1996, analsou o comportamento de consumo das famílas que possuíam dosos como chefe e de outras que não apresentavam nenhum ndvíduo com mas de 60 anos, nas prncpas áreas metropoltanas brasleras, Dstrto Federal e Goâna. Para comparar o consumo entre as famílas, o autor utlzou um modelo logt. Os prncpas resultados encontrados ndcaram que o aumento da dade eleva a probabldade de consumr produtos farmacêutcos, bens e servços relaconados à saúde, além de despesas pessoas e lazer. Em outro estudo, Ner et al. (2004) examnaram as prncpas dferenças entre os gastos das famílas com dosos (famílas que possuíam pelo menos 50% de dosos) em relação aos gastos das famílas em geral. Entre os tens que apresentaram maor proporção de gastos nas famílas com dosos, destacaram-se despesas com saúde e cudados pessoas, almentação e habtação. Recentemente, Zanon (2011) analsou como o envelhecmento populaconal pode afetar a estrutura produtva braslera. Utlzou-se um modelo de nsumo-produto, ano base Os dados da POF 2008 possbltaram desagregar o vetor de consumo das famílas.

28 27 Estas foram dvddas em dosas (domcílos com pelo menos 50% de dosos) e não dosas (domcílos com menos de 50% de dosos). Os prncpas resultados ndcaram que os produtos com maor dferença no consumo em favor das famílas dosas foram ntermedação fnancera e seguros, saúde mercantl, servços doméstcos e produtos farmacêutcos. Com a projeção do consumo das famílas apenas pela taxa de crescmento da população, concluu-se que os setores de produtos farmacêutcos, saúde mercantl, ntermedação fnancera e seguros e outros servços devem aumentar a sua produção para satsfazer o consumo das famílas nos anos de 2005, 2030 e Nesta tese, optou-se por trabalhar com o arcabouço de equlíbro geral, devdo à sua capacdade de ldar com nformações detalhadas sobre os setores e mercados de fatores, juntamente com o processo de decsão de cada agente. A partr desse modelo, torna-se possível verfcar os encadeamentos entre os setores, por meo da análse de bem estar socal assocado à mudança na estrutura produtva do Brasl. O Quadro 1 resume os prncpas resultados na lteratura pesqusada. No tópco subsequente deste trabalho, apresenta-se uma revsão da lteratura, focando especfcamente as possíves mplcações das mudanças demográfcas nos gastos com saúde.

29 28 Quadro 1- Resumo da lteratura empírca sobre mudanças demográfcas e estrutura de consumo Referênca País Método Projeções demográfcas Objetvos Verfcar quas seram os efetos Lührmann (2005) Alemanha Econométrco X do envelhecmento populaconal sobre a demanda de bens e servços, entre 2000 e 2040 Analsar os mecansmos por Lührmann (2008) meo dos quas o Reno Econométrco X envelhecmento afeta a Undo demanda agregada do consumdor no Reno Undo Lefèbvre (2006) Bélgca Pseudo-panel Dewhurst (2006) Escóca Insumo-produto X Albuquerque e Lopes (2010) Portugal Insumo-produto X Analsar o efeto do envelhecmento sobre o consumo agregado na Bélgca Quantfcar os mpactos setoras das mudanças nos padrões de consumo assocados com o envelhecmento na Escóca Analsar o mpacto da evolução dos padrões de consumo assocado com o envelhecmento na mportânca relatva das ndústras em Portugal. Prncpas resultados e conclusões Aumento na partcpação dos gastos em saúde e lazer. A demanda agregada se desloca para maores despesas de bens relaconados à saúde, servços doméstcos, bens de lazer e servços de forma geral. Aumento nos gastos com habtação, saúde e lazer e redução nas despesas com vestuáros, equpamentos e transporte. Aumento na demanda nos setores de servços, utldade públca, socal e de saúde e seguros. Os setores de nstrumentos médcos, produtos químco-farmacêutcos, servços de saúde e eletrcdade, tornam-se mas mportantes em uma socedade envelhecda. Já os setores de admnstração públca, educação etc, apresentaram um declíno relatvo. (Contnua)

30 29 Referênca País Método Almeda (2002) Áreas metropoltanas brasleras, Dstrto Federal e Goâna Logt Projeções demográfcas Ner et al.(2004) Brasl Econométrco X Zanon (2012) Fonte: Elaboração própra Brasl Insumoproduto X Objetvos Analsar o comportamento de consumo das famílas que possuíam dosos como chefe e famílas que não apresentavam nenhum ndvíduo com mas de 60 anos. Examnar as prncpas dferenças entre os gastos das famílas com dosos (famílas que possuíam pelo menos 50% de dosos) em relação aos gastos das famílas em geral Analsar como o envelhecmento populaconal pode afetar a estrutura produtva braslera (Contnuação Quadro1) Prncpas resultados e conclusões O aumento da dade eleva a probabldade de consumr produtos farmacêutcos, bens e servços relaconados à saúde, além de despesas pessoas, roupas e lazer. Entre os tens que apresentaram maor proporção de gastos nas famílas com dosos, destacaram-se despesas com saúde e cudados pessoas, almentação e habtação. Os produtos com maor dferença no consumo em favor das famílas dosas foram ntermedação fnancera e seguros, saúde mercantl, servços doméstcos e produtos farmacêutcos. Com a projeção do consumo das famílas, apenas pela taxa de crescmento da população, concluu-se que os setores produtos farmacêutcos, saúde mercantl, ntermedação fnancera e seguros, e outros servços deverão aumentar a sua produção para satsfazer o consumo das famílas nos anos de 2005, 2030 e 2050.

31 Efetos das mudanças demográfcas nos gastos com saúde por grupos etáros Por seus hábtos de consumo dferencados, a redução da partcpação dos jovens e a amplação na partcpação dos dosos alteram a composção do consumo da população e podem desencadear alterações na estrutura produtva do país, como, por exemplo, no setor de saúde. Rodrgues (2010) ressalta que exste uma relação estreta entre mudança na estrutura etára da população e utlzação de servços de saúde. Em geral, ndependente do país em questão, a estrutura de utlzação é mas elevada nos prmeros anos de vda, declnando até a adolescênca e aumentando, progressvamente, até as dades mas avançadas (Mendoza-Sass e Béra, 2001). No Brasl, estudos mostram que os fatores que estão assocados à utlzação de servços de saúde em nível ndvdual são abordados, dentre outros, em termos de característcas demográfcas como sexo, dade, condções socoeconômcas como renda, escolardade e cobertura de plano de saúde, característcas bológcas e morbdade (Rodrgues, 2010). Em relação à dade, evdêncas mostram que os padrões de utlzação seguem um formato em U, ou seja, é mas concentrada nas dades extremas (Nunes, 2004). O doso consome mas servços de saúde, as nternações hosptalares são mas frequentes e o tempo de ocupação do leto é maor quando comparado a outras faxas etáras. Em geral, as doenças dos dosos são crôncas e múltplas, perduram por város anos e demandam medcamentos, consultas médcas e nternações hosptalares de longa duração e acompanhamento constante (Wong e Carvalho, 2006; Veras, 2009). Essa maor demanda por servços de saúde reflete aumento dos gastos neste campo. Segundo Buchner e Wasem (2006), a elevação dos gastos ocorre como consequênca ndreta do envelhecmento e é causada pelo aumento da nclnação da curva de gastos por dade, que se explca pelo crescmento mas rápdo dos custos entre os grupos mas velhos do que entre os mas jovens. Além dsso, o uso de tecnologa no tratamento de doenças característcas dos dosos, como câncer e doenças cardovasculares, mplca em maor gasto com os grupos etáros mas avançados, já que, de forma geral, quanto maor o emprego de novas tecnologas, maores são os custos (Berensten, 2005). Estmatva dos gastos por faxa etára, no Brasl, fo dscutda, dentre outros, por Alves (2001), Nunes (2004), Berensten (2005), Berensten e Wajnman (2008), Tavares et al. (2008)Andrade, Maa e Rodrgues (2010) e Banco Mundal (2011). Alves (2001) analsa as possíves varações nos gastos com saúde quando a população envelhece. A análse basea-se

32 31 em uma pesqusa domclar sobre consumo para a cdade de São Paulo. Os prncpas resultados ndcaram que a dade é um fator mportante para explcar esses gastos, pos a presença de dosos no domcílo leva a um gasto maor. Além dsso, a exstênca de cranças no domcílo, utlzada como um fator que aumenta os gastos é sustentada pelos seus resultados. Em seu trabalho, Lma-Costa, Barreto e Gatt (2003) verfcaram que a maor parte dos dosos necessta de medcamentos, os quas consomem cerca de ¼ de sua renda. Em relação aos gastos públcos, Tavares et al. (2008) mostraram que os dosos dependem, essencalmente, de servços públcos e que a maor procura ocorre em undades báscas de saúde e em locas com atendmento de urgênca/emergênca. Berensten e Wajnman (2008) destacam que se a taxa de utlzação desses servços e o gasto médo por dade se mantverem constantes no futuro, o envelhecmento da população explcará mas da metade da dferença nos gastos totas com nternação hosptalar. Outros estudos, por exemplo, Klsztajn et al. (2003), Berensten (2005) e Rodrgues (2010) procuraram projetar a demanda por servços de saúde decorrente do envelhecmento.klsztajn et al. (2003), utlzando dados da Pesqusa Naconal por Amostra de Domcílos (PNAD) e do Sstema de Informações Hosptalares e Mnstéro da Saúde, estmaram e projetaram para 2050 a demanda por servços e o gasto com saúde no Brasl, devdo ao envelhecmento e ao nível de renda per capta. Os prncpas resultados mostraram que a demanda por tas servços deverá crescer 59% para consultas médcas, 96% para exames, 122% para tratamentos e 39% para nternações. Para os gastos com saúde, o envelhecmento deverá acarretar um aumento em relação ao PIB de aproxmadamente 30% até 2050, dos atuas 8,2% para 10,7%. Recentemente, o trabalho realzado por Rodrgues (2010) buscou mensurar o efeto do envelhecmento populaconal em conjunto com mudanças nas taxas de nternação e nas característcas da oferta de servços de saúde em Mnas Geras. Os resultados ndcaram que o efeto demográfco tem um mpacto consderável sobre o volume de nternações, porém, quando a tendênca observada das taxas de nternação é ncorporada à análse, o efeto da redução da referda taxa compensa sgnfcatvamente o efeto demográfco. Em termos da necessdade de letos hosptalares da rede públca em Mnas Geras, o método de projeção com taxas fxas apresentou uma necessdade de letos em 2020 superor em 50% ao número de letos observados em 2007 (0.52 letos por 1000 habtantes). Em seguda, a autora utlza também outra técnca que ncorpora não só o efeto demográfco como também o efeto hstórco da tendênca das taxas. Neste caso, os resultados mostram que há uma redução da

33 32 necessdade de letos, ndcando que a oferta exstente em 2007 é capaz de suprr a demanda por letos em Os trabalhos descrtos anterormente que analsaram o envelhecmento estão focados em um mpacto dreto que é a demanda por servços de saúde. No entanto, além da provsão de saúde, o envelhecmento populaconal pode afetar a composção setoral da produção dos demas setores.

34 33 2. ESTIMAÇÃO DO CONSUMO DAS FAMÍLIAS, CONSIDERANDO OS GRUPOS ETÁRIOS NO BRASIL Este capítulo apresenta e dscute as semelastcdades de tpologa domclar, obtdas por meo dos modelos econométrcos e que serão utlzadas para analsar as mudanças no vetor de consumo da economa. Na prmera seção, é realzada uma breve apresentação da base de dados da pesqusa de orçamento famlar. Posterormente, na seção 2.2, apresenta-se o tratamento da base de dados que consste em compatblzar os dados da pesqusa de orçamento famlar com a matrz de nsumo-produto. Em seguda, na seção 2.3, descrevem-se as tpologas domclares construídas a partr da pesqusa de orçamento famlar bem como uma análse descrtva dos dados. Na últma sessão, são apresentadas as defnções metodológcas adotadas e os resultados obtdos. 2.1 Base de dados Neste trabalho, a base de dados utlzada é a pesqusa de orçamento famlar (POF) para o Brasl, referente aos anos de 2002/2003. Esta pesqusa é realzada pelo Insttuto Braslero de Geografa e Estatístca (IBGE) a cada cnco anos, com o objetvo de mensurar as estruturas de consumo, dos gastos e dos rendmentos das famílas bem como a percepção das condções de vda da população, segundo as característcas dos domcílos e pessoas. Além dsso, utlzam-se os dados da POF nas novas estruturas de ponderação para os índces de preços que compõem o Sstema Naconal de Índces de Preços ao Consumdor do IBGE e de outras nsttuções. A pesqusa é realzada por amostragem. Investgam-se domcílos partculares permanentes, com representatvdade por Undade da Federação (UF), tanto para a área urbana quanto para a rural. A POF de abrangeu pessoas em undades domclares e fo realzada no período entre julho de 2002 e junho de No domcílo dentfca-se a undade básca da pesqusa undade de consumo (UC) que compreende um únco morador ou conjunto de moradores que compartlham a mesma fonte de almentação ou as despesas com morada (IBGE, 2004). Os nstrumentos de coleta utlzados na POF estão organzados em dferentes questonáros, segundo o tpo de nformação. Para cada tpo de despesa tem-se um período de referênca: 07 das, 30 das, 90 das e 12 meses, segundo os crtéros de frequênca de aqusção e do nível do valor do gasto. No questonáro são nvestgadas as característcas

35 34 do domcílo e dos seus moradores, ou seja, as condções da habtação e a composção das famílas relação de parentesco (pessoa de referênca chefe do domcílo), gênero, dade e grau de nstrução. No questonáro de caderneta de despesa coletva, são regstradas as aqusções de uso comum do domcílo referentes à almentação, hgene e lmpeza. No questonáro de despesa ndvdual, nvestgam-se as dsponbldades de crédto e plano ou seguro-saúde e todos os tpos de despesas caracterzadas de uso ou fnaldade ndvdual. Nos outros questonáros, são reportadas as despesas e recebmentos ndvduas e nformações sobre uma avalação subjetva das condções de vda das famílas (IBGE, 2004). No presente trabalho, utlzam-se todos os tens de despesas calculados e anualzados pelo própro IBGE 3, que agrega as nformações em quatro categoras: ) despesas de consumo (gastos com almentação, habtação, vestuáro, transporte, hgene e cudados pessoas, assstênca à saúde, educação, recreação e cultura, fumo, servços pessoas e despesas dversas); ) outras despesas correntes (pagamentos de mpostos, contrbuções trabalhstas, servços bancáros, prevdênca prvada, entre outros); ) aumento do atvo (aumento do patrmôno famlar); e v) dmnução do passvo (pagamentos de débtos com empréstmos pessoas e carnê de mercadoras, dívdas judcas e prestação de móvel). Cada uma dessas categoras e suas dvsões nternas pode ser desagregada até o nível dos produtos; assm, para a categora de assstênca à saúde, é possível saber a despesa com cada produto adqurdo (medcamentos, planos de saúde, atendmento hosptalar, etc). 2.2 Compatblzação da pesqusa de orçamento famlar com a matrz de nsumoproduto Nesta tese, o procedmento de desagregação do vetor de consumo, consderando grupos etáros, requer que os produtos e servços dsponíves na POF estejam totalmente em consonânca com a base de dados do modelo de equlíbro geral, que é nstrumentalzada pela matrz de nsumo-produto. Esta matrz consttu uma ferramenta efcaz para a análse das nterações entre os dversos setores de uma determnada economa. Sua prncpal função é avalar os requermentos de produção setoras necessáros para atender à demanda fnal por bens e servços. No modelo de equlíbro geral, a matrz almenta todos os parâmetros de relação entre os setores. 3 Para a correção dos valores monetáros, nclundo despesas e rendmentos, a pesqusa dsponblza algumas varáves ajustadas para o período base de 15 de janero de 2003, corrgdas pelos respectvos fatores de anualzação.

36 35 A matrz utlzada no modelo de equlíbro geral refere-se à matrz de nsumo-produto naconal de 2005, dsponblzada pelo IBGE, composta por 110 produtos e 55 setores econômcos. Para analsar os efetos do envelhecmento, é necessára uma maor desagregação dos setores específcos de saúde. Assm, no modelo desta tese, a base de dados de EGC é uma matrz de nsumo-produto que fo modfcada para contemplar setores e produtos específcos. Cabe ressaltar que essa modfcação altera apenas a composção da matrz, não modfcando a sua estrutura em termos de valor, mantendo a mesma consstênca da matrz orgnal do IBGE. O procedmento adotado na compatblzação das matrzes de nsumo-produto (MIP) para o Brasl, de forma a ncorporar a desagregação das atvdades econômcas do setor saúde para os anos de 2000 e 2005, pode ser vsto, detalhadamente, em Andrade et al. (2011). Para a ncorporação destas atvdades, os autores utlzaram dados do Sstema de Contas Naconas do IBGE ( ). Este sstema desagrega a MIP em 55 setores para o Brasl e também apresenta desagregação para cnco atvdades econômcas no setor saúde, adconas às já exstentes. O Apêndce A apresenta com maor detalhamento os procedmentos adotados na compatblzação, lstando todos os produtos que compõem cada agregado setoral a partr dos dados orgnas da matrz de nsumo-produto. A versão da matrz de nsumo-produto que ncorpora a abertura dos gastos no setor saúde, e que será utlzada nesta tese, apresenta: 60 setores (os 55 setores orgnas e os cnco setores da saúde) e 117 produtos (os 110 produtos orgnas e sete produtos da saúde); 12 componentes da demanda fnal (consumo de 10 famílas representatvas, consumo do governo, nvestmento, exportações e estoques); dos fatores prmáros (captal e trabalho); dos setores de margens (comérco e transporte); mportações por produto para cada um dos 60 setores; um agregado de mpostos ndretos e um agregado de mpostos sobre a produção. Os 117 produtos da matrz de nsumo-produto devem estar em consonânca com os dados da POF. Contornou-se este problema, compatblzando as duas bases de dados. No procedmento de compatblzação, o prmero passo é organzar os cerca de sete ml tens da POF e dstrbuí-los de acordo com a classfcação dos 117 produtos da matrz de nsumoproduto. Para sso, utlzou-se o tradutor 4 elaborado pelo IBGE que assoca cada produto da POF a um produto do Sstema de Contas Naconas (SCN), que consttu a base de dados da matrz de nsumo-produto. O tradutor do IBGE exclu despesas que não são consderadas consumo fnal, como mpostos, transferêncas e formação bruta de captal. 4 Dsponível em: <

37 36 Os bens de consumo dos dados desagregados em 117 produtos e 55 setores foram agregados em 15 categoras de bens e servços, levando-se em consderação o grau de homogenedade das atvdades de cada um, segundo a classfcação do IBGE. Uma vez que o objetvo do trabalho é avalar o consumo fnal das famílas, optou-se por utlzar o agregado de cada produto apresentado no Quadro 2. No entanto, três produtos assocados aos setores saúde: medcamento, plano de saúde e servços de atendmento hosptalar; e o produto de servços prestados às famílas (na sua composção tem-se o servço de cudador de doso) foram mantdos desagregados, pos são setores que, segundo a lteratura, já ndcam um mpacto no envelhecmento. Quadro 2 Agregados de consumo Agregados dos produtos 1 - Almentos 2 - Têxtes e vestuáro 3 - Combustíves e transportes 4 - Medcamentos 5 - Plano de saúde 6 - Servços de atendmento hosptalar 7 - Duráves 8 - Outras ndústras 9 - Energa 10 - Educação 11 - Intermedação fnancera e seguros 12 - Comérco e servços 13 - Servços prestados às famílas 14 - Servços de alojamento e almentação 15 - Servços mobláros e aluguel Fonte: Elaboração própra.

38 Tpologa domclar A partr da agregação dos dados da POF, o passo segunte fo estmar uma semelastcdade de tpologa domclar. Como a atenção neste trabalho é drgda aos efetos das mudanças no consumo resultantes da modfcação da composção demográfca do Brasl, é mportante dstngur as famílas com base na dade de seus membros. Logo, torna-se necessáro desagregar o vetor da demanda fnal das famílas em componentes separados, consderando dferentes grupos etáros. A desagregação da coluna de despesas das famílas é feta em váras etapas. Feta a agregação dos dados da POF, tornou-se necessára uma defnção de tpologa domclar. Essa tpologa consdera o número de adultos, dosos e cranças no domclo. Foram seleconados todos os domcílos que possuíam apenas dos adultos; dos adultos e uma crança; dos adultos e um doso/adulto com anos. Cabe ressaltar que foram testadas dversas agregações, como por exemplo, domcílos com dos adultos, um doso e uma crança; domcílos com um adulto e um doso; um adulto e dos dosos. No entanto, nestes casos, os resultados obtdos apresentaram uma heterogenedade muto grande, pos quando se consdera doso e crança no mesmo domcílo, o efeto fca msturado, e em outras agregações, o número de amostras era nsufcente. Devdo às dfculdades encontradas em trabalhar com o unverso ntero da POF, neste estudo são consderados apenas os domcílos descrtos na Tabela 1. Aqueles com outras composções domclares foram excluídos. A opção por essa tpologa seguu o crtéro de dferencar mas claramente os perfs de gastos entre os grupos etáros, sobretudo nos grupos mas extremos, onde o consumo, prncpalmente relaconado aos bens e servços de saúde, apresenta maor varação, sendo mas elevada nos anos ncas, reduzndo-se até a dade adulta e voltando a aumentar na velhce, como mostram alguns trabalhos na lteratura (Castro, Travassos e Carvalho, 2002). No total de domcílos da POF de 2002/2003, serão utlzados na pesqusa domcílos que correspondem a 20% da amostra total. O número de observações, em cada tpologa adotada, está reportado na Tabela 1. Observa-se que o maor grupo corresponde aos domcílos apenas com dos adultos e observações. Esses domcílos são utlzados como referênca e todos os outros serão comparados a ele.

39 38 Tabela 1 Tpologas domclares Tpologas domclares Número de observações Apenas 2 adultos entre anos (utlzados como referênca) adultos e 1 crança de 0 a 4 anos adultos e 1 crança de 5 a 9 anos adultos e 1 crança de 10 a 14 anos adultos e 1 adulto de anos adultos e 1 doso de anos adultos e 1 doso de 70 anos ou mas de dade 227 Total 9516 Fonte: Pesqusa de Orçamento Famlar - POF 2002/2003. A partr da construção dessa tpologa mostrada na Tabela 1, o efeto margnal da presença de um doso e uma crança no domcílo é obtdo por meo da estmação da semelastcdade de tpologa domclar. Essa semelastcdade capta os dferencas de consumo para cada um dos produtos dentfcados na compatblzação da POF, em cada tpologa domclar. Com sso, torna-se possível dentfcar como a estrutura do consumo va varar devdo à presença de dferentes grupos etáros nos domcílos. Para tanto, este trabalho assume que a maor ou menor demanda por bens e servços é mpulsonada, predomnantemente, pela presença do doso e da crança no domclo. A Tabela 2 mostra a dstrbução das despesas domclares dsponíves na pesqusa de orçamento famlar 2002/2003, segundo 13 produtos e as 07 tpologas domclares apresentadas na seção anteror. Na méda, não foram observadas varações mutos dscrepantes para a maora dos dspêndos entre as estruturas domclares. Um padrão de alocação semelhante pode ser vsto para os gastos com aluguel, servços, almentação e bens duráves que representam os maores dspêndos para ambos os domcílos, com destaque para aluguel, que correspondeu à maor parcela do orçamento doméstco em todas elas, sendo menor para domcílos com doso de 70 anos ou mas e maor, para domcílos com doso entre 60 a 69 anos. No que se refere às despesas com almentação, domcílos com crança de e de revelam padrões de consumo semelhantes. Já os domcílos com adulto de gastam menos com almentação (cerca de 10,08% do orçamento). Os maores gastos com almentação são de domcílos com crança de 0 a 4 anos e domcílos com dosos de anos e acma de 70 anos. Enquanto no prmero, 12,94% dos gastos são destnados à

40 39 almentação, para os últmos, são 13,39% e 15,60%, respectvamente. De acordo com Pnhero (2002), sso pode ser explcado pelas necessdades de almentação de cranças em dades mas jovens e da população mas dosa, o que justfcara, ao menos em parte, este maor peso no orçamento. Tabela 2 - Dstrbução dos gastos das famílas segundo tpos de domcílo no Brasl, agregada para 13 produtos (em %) 2 adultos Produtos 1 crança 1 crança 1 crança 1 adulto 1 doso 1 doso Almentação Têxtes e vestuáro Comb. e transportes Medcamentos Plano de saúde Aten. hosptalar Bens duráves Outras ndústras Energa Educação Inter. fnancera e seguros Comérco e servcos Serv. prestados às famílas Serv. de alojamento e almentação Serv. mobláros e aluguel Total Fonte: Pesqusa de Orçamento Famlar - POF 2002/2003. Por meo da Tabela 2, é possível observar que as tpologas domclares que possuem dosos tendem a alocar uma parte relatvamente grande de sua despesa total em cudados de saúde, enquanto as famílas mas jovens gastam relatvamente mas em despesas com têxtes e vestuáro, combustíves e educação. Para educação, o gasto é maor nos domcílos com crança de 5-9 anos e 10-14, 3,70% e 3,23%, respectvamente; como também para domcílos com adultos entre (3,55%). A últma coluna da Tabela 2 mostra que os domcílos com doso de 70 anos revelam padrões de consumo mas dferencados. Por exemplo, os bens relaconados à saúde, os servços prestados às famílas e energa ganham um peso crescente no gasto total. No entanto, esta observação é mpulsonada prncpalmente pelo consumo de medcamentos (4,92%) e servços prestados às famílas (5,41%). Entre as outras despesas com saúde, plano de saúde e servços de atendmento hosptalar, a parcela de despesas gasta também é maor que nos

41 40 outros domcílos, 2,94% e 1,48%, respectvamente. Isso pode ser explcado pelas necessdades de maores cudados com a saúde, pesando mas no orçamento. Já com relação aos servços prestados às famílas, uma das hpóteses explcatvas é a prestação de servços de cudados com os dosos que pode mplcar em maores gastos. A Tabela 3 apresenta as médas e os desvos-padrão das varáves socoeconômcas: dade méda e escolardade méda do chefe do domcílo e gasto total per capta anualzado, utlzadas para analsar o comportamento dos gastos com bens e servços pelas tpologas domclares usadas no estudo. No que tange à dade, verfca-se que em domcílos com apenas dos adultos, a méda de dade do chefe do domclo é de 33 anos, enquanto domcílos com dos adultos e uma crança de 0 a 4 anos, de 5 a 9 e de 10 a 14 anos, a méda de dade do chefe é de 30, 35 e 39 anos, respectvamente. Em relação aos domcílos com dos adultos e um doso/adulto entre anos, a méda de dade do chefe do domcílo é de 52 anos nos domcílos com um adulto entre anos, 57 anos para os dosos de 60-69, e 65 anos para o grupo mas velho (70 anos ou mas). Nos domcílos com dosos entre e 70+ a escolardade méda do chefe do domcílo apresenta os menores índces, sendo de cnco anos em méda para o prmero e sete anos para o segundo grupo. No caso dos domcílos com dos adultos, esta méda é de dez anos e em domcílos com crança entre 0-4 e 5-9 anos é de nove anos (Tabela 3). De acordo com Almeda (2002),sso decorre, prncpalmente, das baxas taxas de acesso escolar no passado. A últma lnha da Tabela 3 mostra que o gasto total per capta anual no domclo com adultos e um adulto entre é maor do que em domcílos com dos adultos e um doso pertencente aos grupos etáros de e de 70+. Para domcílos com cranças, o gasto é menor quando se tem uma crança de 0-4 anos, aumentando nos domcílos com cranças entre 5-9 e anos. Anda por meo da Tabela 3, é possível observar os resultados dos testes de méda (t de "Student") que comparam as médas amostras entre as varáves quanttatvas: dade méda do chefe do domcílo, escolardade méda do chefe do domcílo e gasto total das dstntas tpologas domclares, com relação ao domcílo com dos adultos (categora de referênca). O teste possu como hpótese nula o valor da dferença entre as médas ser gual a zero, sto é, a hpótese nula consdera a não exstênca de dferença entre a méda de uma varável de uma determnada tpologa domclar com relação à mesma varável da tpologa dos adultos. A 5% de sgnfcânca, apenas não se pode rejetar a hpótese nula de gualdade de médas para o

42 41 gasto total per capta nos domcílos com dos adultos e uma crança de 5-9 e de anos, e dos adultos e um doso de e 70+ quando comparados a domcílos com dos adultos. Tabela 3 - Característcas demográfcas, socoeconômcas e teste de méda segundo tpos de domcílo no Brasl Varáves Apenas 2 adultos 1 crança (0-4) 1 crança (5-9) 2 adultos e 1 crança (10-14) 1 doso (50-59) 1 doso (60-69) 1 doso (70+) Idade Méda 33,00 29,53 34,64 39,00 51,91 56,69 64,64 D-P 8,47 6,29 6,29 5,96 6,38 11,99 16,05 Teste de méda* 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Escolardade Méda 10,18 8,90 8,52 7,79 8,89 5,13 7,47 D-P 12,91 11,17 10,73 8,23 14,76 8,00 18,16 Teste de méda* 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Gasto per** Méda 9695, , , , , , ,84 D-P 16013, , , , , , ,12 Teste de méda* 0,00 0,00 0,58 0,58 0,00 0,51 0,17 Nº observações Fonte: Pesqusa de Orçamento Famlar - POF 2002/2003. Notas: * O teste de méda é calculado comparando-se domcílos com apenas dos adultos e domcílos com dos adultos e cada uma das composções domclares (dos adultos e uma crança de 0-4 anos; dos adultos e uma crança de 5-9 anos; dos adultos e uma crança de anos; dos adultos e um doso de anos; dos adultos e um doso de anos e dos adultos e um doso de 70+ anos). Sendo que: Pr( T > t ) 90% D-P= desvo padrão. ** Gasto total per capta - valores anuas em R$. 2.4 Método de estmação Para avalar os efetos da mudança no padrão de consumo, esta seção apresenta as estmações das semelastcdades de composção domclar. Estas serão estmadas usando um modelo econométrco controlando para outras varáves: dade méda do chefe do domcílo, escolardade méda do chefe do domcílo, renda, dummes de tpologa domclar e dummes de regão. Cabe ressaltar que o objetvo não é explcar gastos e sm, a dferença entre as dversas tpologas domclares. Uma dfculdade de trabalhar com gastos é a natureza de sua dstrbução com uma grande parte de censura, sobretudo quando os dados são desagregados, pos os mesmos não apresentam um comportamento smétrco por produto. Isso sgnfca que há uma fração

43 Densdade Densdade.001 Densdade Densdade Densdade Densdade sgnfcatva de domcílos que não gastam com determnados produtos. As Fguras 3, 4, 5, 6, mostram, respectvamente, as dstrbuções dos gastos para quatro produtos seleconados: medcamentos, plano de saúde, atendmento hosptalar e educação em cada tpologa domclar. Observa-se que no caso específco da saúde, prncpalmente para plano de saúde e atendmento hosptalar e de educação, esses gastos são caracterstcamente eventuas. Para medcamentos, em todas as tpologas domclares, a dstrbução dos gastos torna-se mas smétrca. O Apêndce B sstematza as dstrbuções completas para todos os grupos de produtos para cada tpologa domclar Medcamentos Medcamentos Medcamentos 2 adultos (15-49) e 1 adulto (50-59) 2 adultos (15-49) e 1 doso (60-69) 2 adultos (15-49) e 1 doso (70+) Medcamentos Medcamentos Medcamentos 2 adultos (15-49) e 1 crança (0-4) 2 adultos (15-49) e 1 crança (5-9) 2 adultos (15-49) e 1 crança (10-14) Fonte: Elaboração própra, com base nos dados da POF 2002/2003. Fgura 3 Dstrbução dos gastos com medcamentos, de acordo com a tpologa domclar

44 0 0 0 Densdade Densdade Densdade Densdade Densdade Densdade Densdade Densdade.005 Densdade Densdade Densdade Densdade Plan de saúde Plano de saúde Plano de saúde 2 adultos (15-49) e 1 adulto (50-59) 2 adultos (15-49) e 1 doso (60-69) 2 adultos (15-49) e 1 doso (70+) Plano de saúde Plano de saúde Plano de saúde 2 adultos (15-49) e 1 crança (0-4) 2 adultos (15-49) e 1 crança (5-9) 2 adultos (15-49) e 1 crança (10- Fonte: Elaboração própra, com base nos dados da POF 2002/2003. Fgura 4 Dstrbução dos gastos com plano de saúde, de acordo com a tpologa domclar 14) Atendmento hosptalar Atendmento hosptalar Atendmento hosptalar 2 adultos (15-49) e 1 adulto (50-59) 2 adultos (15-49) e 1 doso (60-69) 2 adultos (15-49) e 1 doso (70+) Atendmento hosptalar Atedmento hosptalar Atendento hosptalar 2 adultos (15-49) e 1 crança (0-4) 2 adultos (15-49) e 1 crança (5-9) 2 adultos (15-49) e 1 crança (10-14) Fonte: Elaboração própra, com base nos dados da POF 2002/2003. Fgura 5 Dstrbução dos gastos com atendmento hosptalar, de acordo com a tpologa domclar

45 Densdade Densdade Densdade Densdade.0015 Densdade Densdade Educação Educação Educação 2 adultos (15-49) e 1 adulto (50-59) 2 adultos (15-49) e 1 doso (60-69) 2 adultos (15-49) e 1 doso (70+) Educação Educação Educação 2 adultos (15-49) e 1 crança (0-4) 2 adultos (15-49) e 1 crança (5-9) 2 adultos (15-49) e 1 crança (10-14) Fonte: Elaboração própra, com base nos dados da POF 2002/2003. Fgura 6 Dstrbução dos gastos com educação, de acordo com a tpologa domclar A análse de regressão censurada é usualmente aplcada em problemas em que a varável dependente é censurada acma ou abaxo de algum valor, sto é, não é observada para parte da população. Essa é uma solução na qual a observação do zero no gasto em determnados bens e servços para alguns domcílos pode ser resultado da escolha de um agente econômco em um problema de otmzação. Para alguns agentes, a escolha deal será uma solução de canto ( ). Neste caso, a varável dependente assume valor zero para um número razoável de observações e é uma varável aleatóra contínua para valores estrtamente postvos (Wooldrdge, 2000). Quando a varável dependente é zero para uma fração sgnfcatva das observações, a utlzação da estmação por Mínmos Quadrados Ordnáros (MQO) não levara em conta a dferença qualtatva entre as observações lmtadas (zero) e observações não lmtadas (contínuas). Logo, esta estmação sera nconsstente. Em uma dstrbução censurada, apenas a parte da dstrbução acma do ponto de censura (gasto = 0) é relevante para a estmatva da varável dependente, sendo assm

46 45 necessára uma restrção de não-negatvdade na estmação dos gastos 5. Na lteratura um modelo clássco de censura é o estudo desenvolvdo por Tobn (1958)sobre despesas doméstcas, em que o autor apresenta o modelo de análse conhecdo atualmente por modelo Tobt. Tpcamente, o modelo Tobt expressa a resposta observada, y, em termos de uma base subjacente de varável latente. A formulação geral desse modelo pode ser representada pela segunte relação 6 : y * x' u (1) Onde * y é uma varável latente não observada, x é um vetor 1 k de varáves condconas, é um vetor k 1 de parâmetros a serem estmados e u é o termo de erro aleatóro. Os erros u são assumdos..d., e neste caso: u x ~ 2 N(0, ) (2) 2 * 2 Ou seja, u tem constante. Isto mplca que y ~ N( x, ), ou seja, a varável latente segue uma dstrbução normal homocedástca. Como a varável latente * y, não é observada em todo o seu domíno, defne-se uma nova varável aleatóra y, que representa a resposta observada apenas para os valores superores a zero. Neste caso, tem-se que: * y max( 0, y ) (3) Isso mplca que y é gual a * y quando * 0 y e y é gual a zero quando y * 0. Formalmente, tem-se que: y quando y y * * 0 * 0 quando y 0 (4) 5 O estmador de mínmos quadrados, usual falha nesse caso, sendo tendencoso mesmo em grandes amostras, quando são conservados os zeros nos dados e os trate como qualquer outra observação, ou quando são retradas todas as observações do zero. Com sso, os estmadores para os coefcentes seram nconsstentes (Wooldrdge, 2000; Cameron e Trved, 2005; 2009). 6 Para essa metodologa, utlzaram-se como base, dentre outros autores, Wooldrdge (2000); Cameron e Trved (2005);Cameron, A. C. and P. K. Trved (2009). Mcroeconometrcs Usng Stata. Texas, Stata Press. Cameron, A. C. and P. K. Trved (2009). Mcroeconometrcs Usng Stata. Texas, Stata Press. Cameron e Trved (2009).

47 46 Para um problema de solução de canto, E y x tem zero como o lmte nferor. Logo, E y x max(0, x ) (5) A esperança condconal de y é sempre não negatva. Pelo fato de que * y é normalmente dstrbuída, y tem uma dstrbução contínua sobre valores estrtamente postvos. Em partcular, a densdade y dado x é o mesmo que a densdade de y dado x por valores postvos. A solução padrão para o problema de uma varável dependente censurada é estmar o modelo Tobt pelo método de máxma verossmlhança. Assm, a log-verossmlhança do modelo é dada por: ln L y 0 2 ' ' 1 2 y x x log 2 ln ln1 (6) 2 2 y1 0 Estmatvas consstentes de e são obtdas pela maxmzação numérca desta função de log-verossmlhança. A prmera parte da função corresponde à regressão clássca para observações não lmtes e a segunda parte, às probabldades relevantes para as observações lmte. A partr da estmação do modelo Tobt, é possível calcular o efeto margnal de cada uma das varáves explcatvas na decsão de gastar. Para as varáves não censuradas, o efeto margnal sobre a varável latente * y é dado por: E y x * ( x) (7) Para a varável observada y, dada a censura (caso padrão com censura em 0 e erros normalmente dstrbuídos), o efeto margnal de uma varação em x no valor esperado de y é: E( y x) x x Para uma varável x contínua e não relaconada aos outros regressores, o efeto margnal sobre o y condconal, ou seja, sobre as respostas postvas que não ncluem os zeros é dado por: (8)

48 47 E( y x, y 0) x ( c) c 1 ( c) c ( c) (9) Onde (c) é a nversa de Mlls representada pela segunte relação: x ( c) ( c) (10) ( c) x Consderando novamente um x contínuo e não relaconado a outros regressores, os efetos margnas sobre a probabldade de que uma observação não seja censurada é dada por meo da ponderação de pela probabldade de se obter uma resposta postva, dado x. x x Pr( y 0 x) 1 (11) Logo, Pr( y 0 x) x x (12) 2 u ~ N 0, O modelo Tobt se basea na varânca homocedástca do termo de erro u. Se normal e homocedástco então o estmador ˆ é consstente e efcente. Caso contráro, ˆ é nconsstente. Pagan e Vella (1989) descrevem o teste de momento condconal que pode ser mplementado após a estmação do modelo Tobt. Se uma das hpóteses nulas de normaldade ou de homocedastcdade dos erros for rejetada, os estmadores dos parâmetros serão nconsstentes para o estmador de máxma verossmlhança. A Tabela 4 reporta os resultados dos testes de momentos condconas para homocedastcdade e normaldade realzados nos resíduos dos modelos Tobt, estmados no Apêndce C. Como pode ser observado (Tabela 4), ambos os testes são rejetados com grandes valores das estatístcas de teste. Com sso, os modelos Tobt estmados apresentam heterocedastcdade e não-normaldade dos erros, o que causa nconsstênca dos parâmetros

49 48 estmados reportados no Apêndce C (Powell, 1984; Wooldrdge, 2000; Cameron e Trved, 2005). Tabela 4 Resultados dos testes de momentos condconas para homocedastcdade e normaldade do modelo Tobt Testes 2 adultos (15-49) 1 crança 2 Adultos (15-49) e 1 adulto/doso Têxtes e vestuáro Homocedastcdade 5402, , , , , ,00 (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) Normaldade 4706, , , , , ,10 (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) Combustíves e transportes Homocedastcdade 5847, , , , , ,80 (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) Normaldade 4399, , , , , ,80 (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) Medcamentos Homocedastcdade 15739, , , , , ,50 (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) Normaldade 5330, , , , , ,50 (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) Plano de Saúde Homocedastcdade 89472, , , , , ,00 (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) Normaldade 309,31 240,09 313,62 213,47 184,36 255,28 (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) Atendmento hosptalar Homocedastcdade , , , , , ,00 (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) Normaldade 386,65 279,81 251,30 241,35 215,53 187,36 (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) Bens duráves Homocedastcdade 14233, , , , , ,70 (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) Normaldade 3392, , , , , ,90 (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) Outros setores Homocedastcdade 10573, , ,60 764, , ,10 (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) Normaldade 4126, , , , , ,80 (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (Contnua)

50 49 Testes (Contnuação Tabela 4) 2 adultos (15-49) 1 crança 2 Adultos (15-49) e 1 adulto/doso Energa Homocedastcdade 61660, , , , , ,00 (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) Normaldade 5206, , , , , ,20 (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) Educação Homocedastcdade , , , , , ,00 (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) Normaldade 318,91 258,65 222,76 233,01 234,91 202,33 (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) Intermedação fnancera e seguros Homocedastcdade 32361, , , , ,90 (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) Normaldade 302,47 272,81 256,18 235,00 200,05 203,33 (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) Comérco e servços Homocedastcdade 5662, , , , , ,40 (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) Normaldade 1753, , , , , ,90 (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) Servços prestados às famílas Homocedastcdade 6751, , , , , ,20 (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) Normaldade 2639, , , , , ,20 (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) Servços de alojamento e almentação Homocedastcdade 9877, , , , , ,10 (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) Normaldade 3542, , , , , ,80 (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) Fonte: Elaboração própra, com base nos resultados dos modelos. Nota: p-valores entre parênteses. Os resultados dos testes ndcaram que os estmadores dos parâmetros são nconsstentes. Uma alternatva proposta na lteratura é a utlzação do estmador Least Absolute Devatons (LAD) (Powell, 1984) que é consstente, desde que a medana u Z 0. Segundo Wlhelm (2008), quando a heterocedastcdade ou a não normaldade causar vés no estmador Tobt, o modelo CLAD proposto por Powell (1984) é a melhor

51 50 alternatva para a regressão censurada. A próxma seção dscute o estmador proposto por Powell como uma alternatva ao modelo Tobt, quando há a presença de heterocedastcdade Estmador Censored Least Absolute Devatons (CLAD) 7 O estmador CLAD é uma generalzação do estmador semparamétrco Least Absolute Devatons (LAD), proposto por Powell (1984)como alternatva ao modelo Tobt, quando há a presença de heterocedastcdade. Ao contráro do estmador padrão do modelo de regressão censurada como Tobt ou outras abordagens por máxma verossmlhança, o estmador CLAD é robusto para heterocedastcdade e é consstente e assntotcamente normal para uma ampla classe de dstrbuções de erro 8.As propredades do estmador LAD são apresentadas em Koenker e Bassett (1978). Partndo da equação (01) e consderando que a medana de u, dado x é gual a zero: u x 0 * y x u Med (13) A equação (13) mplca que Med y x x de forma que a medana de * em x.pelo fato de que y max( 0, y ) é uma função não decrescente, tem-se que: * y x max 0, Med y x max 0 x * y é lnear Med, (14) Como mostrado na equação (14), a y x dado x. Ao passo que E y x e y x, y 0 Med não depende da dstrbução de u, E dependem. Além dsso, as funções de medana e méda possuem dferentes formas. A medana condconal de y é zero para x 0 e é lnear em x para 0 x. Em contrapartda, a esperança condconal y x E nunca é gual a zero e está em toda parte como uma função não-lnear de x. Cabe ressaltar que a equação (14) possu como hpótese apenas o que está apresentado na equação (13). Nenhuma outra hpótese sobre a dstrbução dos erros é necessára. Assm, pela hpótese em (14) o estmador CLAD ˆ pode ser estmado pelo segunte problema de mnmzação: 7 Para essa metodologa, utlzaram-se como base, dentre outros autores,powell (1984), Chay e Powell (2001),Wlhelm (2008), Wooldrdge (2000). 8 Para exemplos empírcos sobre o modelo Tobt na presença de dstrbuções de erros não-normas, ver Arabmazar e Schmdt (1981) e Arabmazar e Schmdt (1982).

52 51 mn N 1 y max 0, x (15) Para o modelo lnear, o método de CLAD obtém estmatvas dos coefcentes da regressão pela mnmzação da soma dos resíduos absolutos. Trata-se de uma generalzação da medana da amostra para o contexto de regressão, assm como o MQO é uma generalzação da méda de amostras para o modelo lnear. Se a varável dependente * y é observada, então sua medana é a função de regressão x ' sob a condção de que os erros têm uma medana gual a zero. Assm, o estmado CLAD pode ser utlzado para estmar os coefcentes desconhecdos (Chay e Powell, 2001). Powell mostra que a consstênca desse estmador não depende de nenhuma outra hpótese sobre dstrbução do erro. Portanto, u é robusto para heteroscedastcdade e é consstente e assntotcamente normal para uma ampla classe de dstrbuções de erro, uma vez que consdera apenas que a medana é zero (ver Deaton, 1997; Powell, 1984 e Buchnsky, 1994). O procedmento de estmação do CLAD é tornado operaconal por um algortmo nteratvo proposto por Buchnsky (1994) 9. Como lmtação do modelo, o estmador necessta que, pelo menos, 50% das observações sejam não censuradas. Em alguns casos, dependendo do contexto analsado, outro quantl que não seja a medana pode ser utlzado nas estmatvas, e os parâmetros são obtdos a partr de um modelo de regressão quantílca censurada (para maores detalhes, ver Wooldrdge (2000) e Buchnsky (1994) Especfcação do modelo O modelo econométrco CLAD estma as semelastcdades de composção domclar, utlzado posterormente para analsar a estrutura da mudança no padrão de consumo decorrente do envelhecmento populaconal. Na estmação do CLAD, será utlzado o procedmento de bootstrap para se obter uma estmação consstente dos erros-padrão. São utlzados os dados da POF realzada em 2002/2003, em que os domcílos tornam-se undades de referênca. Será estmado um modelo separado para cada produto em todas as tpologas domclares, tomando sempre como categora de referênca os domcílos com apenas dos adultos. 9 Para maores detalhes, ver Buchnsky (1994).

53 52 Na estmação dos modelos econométrcos, foram necessáras duas modfcações. Prmero, na compatblzação entre os dados da POF com a matrz de nsumo produtos, fo defndo um conjunto de 15 agregados de produtos. No modelo econométrco, cada produto corresponde a uma varável dependente a ser estmada. No entanto, neste trabalho, não serão estmados modelos econométrcos para as despesas com almentação e servços mobláros e aluguel, uma vez que o dspêndo dos domcílos com esses produtos é sempre postvo, o que nvablzara a utlzação desse modelo para dados censurados propostos. Neste caso, para obter o efeto margnal de cada grupo etáro, sera necessára a utlzação de outra abordagem econométrca, o que foge ao escopo desta tese. Segundo, como reportado no Apêndce, a dstrbução dos gastos com plano de saúde, atendmento hosptalar e educação, em todas as tpologas domclares, apenas 25% dos domcílos gastam com esses bens. Como destacado anterormente, uma lmtação do modelo CLAD está no fato de que o estmador necessta que, pelo menos, 50% das observações sejam não censuradas. Com sso, não é possível estmar o parâmetro para esses três produtos, utlzando a medana. Uma solução adotada neste trabalho é a utlzação de outros quants no modelo aplcado à versão do estmador semparamétrco Least Absolute Devatons (LAD). A especfcação geral do modelo pode ser representada pela segunte equação: GASTO (ln gastotp ) ( escolardade ) ( dade ), k 1 2 k 3 k 4 k ( dregao ) ( ddomclo ) 5 k 7 k k (16) GASTO, k é o gasto com o bem pela composção domclar ; ln gastotpk é o log do gasto total domclar per capta pela composção domclar ; escolardade do chefe do domcílo; escolarda dek corresponde à dade k é a dade do chefe do domcílo; dregao k é a dummy para regões brasleras; ddomcílo k corresponde à dummy para composção domclar; e k é o termo de erro aleatóro. O subscrto modelo para cada tpologa domclar e para os 13 agregados de consumo., k sgnfca que será estmado um A Tabela 5 descreve as varáves dependentes e ndependentes utlzadas na estmação. A escolha dessas varáves teve como objetvo contemplar característcas socoeconômcas e demográfcas dos domcílos. As varáves dependentes são os gastos anuas com os grupos de produtos para cada tpologa domclar. Para crar essas tpologas, sete varáves bnáras denomnadas domcílo são cradas. Elas classfcam os domcílos, consderando o número de

54 53 adultos, dosos e cranças. Essas varáves vsam a captar possíves dferenças margnas que afetam as decsões domclares quanto ao consumo de bens e servços, dada a presença de uma crança e um doso no domcílo. No total, sete tpologas domclares são cradas: domcílos com dos adultos (categora de referênca); dos adultos e uma crança de 0-4 anos; dos adultos e uma crança de 5-9 anos; dos adultos e uma crança de 10-14; dos adultos e um adulto de 50-59; dos adultos e um doso de 60-69, dos adultos e um doso de 70 anos ou mas. A varável de gasto total per capta anualzado (qunta lnha da Tabela 5) é utlzada em substtução à renda anual, pos ela é mas próxma da renda permanente da famíla, sendo melhor apurada e menos sujeta a erros de medda no caso da POF. A escolardade e a dade do chefe do domclo serão utlzadas como ndcadores socoeconômcos no modelo. Os domcílos são classfcados segundo a regão. Eles estão classfcados em resdentes nas regões Sudeste, Nordeste, Norte, Sul e Centro Oeste. Cnco varáves bnáras serão utlzadas para captar as dferenças regonas, sendo que os domcílos do Sudeste servem de referênca (Tabela 5).

55 54 Tabela 5 - Varáves dependentes e ndependentes, utlzadas nos modelos Varáves dependentes Gastos Varáves ndependentes Domcílo Descrção Gasto com os seguntes bens e servços: Têxtes e vestuáro, Combustíves e transportes, Medcamentos, Plano de saúde, Servços de atendmento hosptalar, Duráves, Outras ndústras, Energa, Educação, Intermedação fnancera e seguros, Comérco e servços, Servços prestados às famílas e Servços de alojamento e almentação. Descrção Conjunto de dummes que dentfca o número e os tpos de ndvíduos no domclo (uma dummy por modelo): - 2 adultos de anos (categora de referênca: dummy =0); - 2 adultos e 1 crança de 0-4 anos; - 2 adultos e 1 crança de 5-9 anos; - 2 adultos e 1 crança de anos; - 2 adultos e 1 doso de anos; - 2 adultos e 1 doso de anos; - 2 adultos e 1 doso de 70+ anos. ln gastop k Gasto total per capta logartmzada - utlzada como proxy da renda. escolarda de Escolardade do chefe do domcílo dade regão Fonte: Elaboração própra. Idade do chefe do domcílo Dummes dentfcando as seguntes regões: - Norte; - Nordeste - Sudeste (categora de referênca: dummy =0); - Centro Oeste; - Sul; Resultados dos modelos Tobt CLAD para as despesas com bens e servços Neste trabalho, optou-se por utlzar a abordagem CLAD. A varável dependente em cada caso é o logartmo natural dos gastos anuas com cada produto em cada tpo de domclo. As varáves explcatvas são: gasto total anual (log), dade e dade ao quadrado do chefe do domclo, nível de escolardade, dummes para cada tpologa domclar e dummy de regão. Dado o elevado número de equações (resultando em 78 modelos dstntos), este texto rá se concentrar nos resultados dos coefcentes das dummes, pos são mas relevantes para a análse realzada nesta tese, tecendo apenas algumas consderações geras sobre as demas varáves explcatvas do modelo. Os resultados completos estão reportados no Apêndce D 10. As estmatvas do modelo CLAD estão reportadas no Apêndce D. De um modo geral, os modelos possuem um bom ajuste aos dados. A maor parte dos coefcentes estmados é 10 Todas as equações foram ponderadas pelo fator de expansão da amostra.

56 55 sgnfcatva, ndcando que as característcas demográfcas e as condções socoeconômcas das famílas são determnantes na quantdade gasta com bens e servços. Os resultados obtdos corroboram as evdêncas exstentes na lteratura (Alves, 2001; Andrade, Noronha e Olvera, 2006). Prmero, pode-se observar que, para todos os dspêndos analsados, o coefcente de gasto per capta fo sgnfcatvo e postvo, ndcando que se a renda do domcílo cresce, o gasto também aumenta. Os parâmetros estmados para a escolardade foram postvos e sgnfcatvos para quase todos os produtos analsados. Os parâmetros das varáves regonas tveram snas negatvos e sgnfcatvos a 10%, para a maora das estmações, ndcando que o fato de uma famíla não resdr no Sudeste mplcara gastar menos com quase todos os bens e servços, evdencando as dspardades exstentes entre as regões do país. Em relação à dade, os resultados mostram uma relação dstnta entre os gastos com bens e servços e a dade do chefe do domcílo. Para o consumo de bens relaconados à saúde, em famílas com a presença de doso, a dade do chefe produz um coefcente sgnfcatvo, mostrando que quanto maor a dade, maor o gasto com medcamentos, plano de saúde e atendmento hosptalar (ver Apêndce D). Os efetos margnas para as varáves dummes para a presença do doso e da crança no domclo, utlzando o estmador CLAD sobre a varável observável estão reportados na Tabela 6. O resultado para a dummy pode ser nterpretado como uma semelastcdade e capta o efeto margnal da presença do doso ou da crança no domcílo sobre o gasto com os 13 produtos analsados. Como já ressaltado, neste caso, a hpótese é que o aumento no gasto domclar se dá pelo aumento de um membro adconal no domclo, o qual, no presente estudo, corresponde à presença do adulto de anos, do doso ou da crança. Analsando os coefcentes das dummes. verfca-se que os resultados encontrados corroboram a hpótese testada: os domcílos com dosos ou cranças mostram dferentes padrões de consumo se comparados aos domcílos que possuem apenas adultos. Os maores efetos margnas, para ambos os domcílos, se concentram nas categoras de bens relaconados à saúde. No caso de medcamentos (tercera lnha da Tabela 6), observa-se que os valores dos coefcentes para a varável dummy fornecem evdêncas de que a presença de ndvíduos com dades extremas (cranças entre 0 a 4 anos e dosos de 70 anos ou mas) resulta em um maor gasto para o domcílo. O resultado obtdo corrobora as evdêncas exstentes na lteratura (Alves, 2001; Mendoza-Sass e Béra, 2001). Nos domcílos com dos adultos e um doso de 70 anos ou mas, o valor do coefcente para a varável dummy é de 1,87, o que sgnfca que ter um doso com essa dade no domclo aumenta os gastos com medcamentos 187%, em méda, em relação ao domclo que possu apenas dos adultos. Para domcílos com adultos e

57 56 cranças, o coefcente é mas elevado, se comparado ao domcílo base. Na presença de crança de 0-4 anos, este coefcente é de 0,94, e va dmnundo até a adolescênca (0,72 para cranças de 5-9 e 0,49 para cranças de 10-14). Com relação ao plano de saúde (Tabela 6), os gastos nos domcílos com cranças reduzem progressvamente até as dades mas avançadas, sendo que para o grupo etáro de até 4 anos, o gasto é, em méda, 319%, maor que o domcílo de referênca. Já nos domcílos com dosos, o coefcente aumenta, progressvamente, até as dades mas avançadas, sendo que para famílas com um adulto de anos, o aumento é de 128%, doso de 60-69, 155% e doso de 70+ o gasto é em méda 208% maor se comparados a domcílos com apenas dos adultos. Esse resultado está em acordo com as evdêncas do padrão de utlzação desses servços de saúde nestes grupos etáros. No que dz respeto ao servço de atendmento hosptalar (Tabela 6), a presença de doso determna um gasto maor. Os resultados mostram que o gasto aumenta com a dade, sendo que a faxa etára relevante para explcar esses dspêndos é a de acma de 70 anos. Neste caso, o fato do domclo possur um doso de 70+ de dade aumenta o gasto com esse servço em 217% se comparado com domcílos compostos por apenas dos adultos. Essa maor desgualdade se deve à natureza da utlzação desses cudados, que é determnada pelo dagnóstco médco e, em geral, ocorre em stuações de emergênca ou quando a saúde do ndvíduo está mas debltada. Segundo Andrade, Noronha e Olvera (2006), esse resultado reflete a maor vulnerabldade dos dosos, determnando assm um maor gasto com esses servços de saúde. Já para as cranças, o efeto é semelhante para os grupos mas jovens, mostrando que domcílos com cranças têm gastos mas elevados com atendmento hosptalar, se comparados com domcílos com apenas dos adultos.

58 57 Tabela 6 - Efeto margnal da presença da crança e do doso classfcada em grupos etáros, segundo 13 produtos e tpologas domclares, utlzando as estmatvas do modelo CLAD 11 Produtos 2 adultos (15-49) e 1 crança 2 adultos (15-49) e 1 adulto/ doso Têxtes e vestuáro 0.34 *** 0.35 *** 0.52 *** 0.45 *** 0.29 ** 0.34 ** Comb. e transportes 0.42 *** 0.60 *** 0.49 *** 0.96 *** 0.64 *** 0.15 Medcamentos 0.94 *** 0.72 *** 0.49 *** 1.27 *** 1.50 *** 1.87 *** Plano de saúde 3.19 *** 1.93 *** 1.58 *** 1.28 ** 1.55 ** 2.08 ** Atendmento hosptalar 1.35 *** 1.70 *** 1.31 *** 1.87 *** 1.61 ** 2.17 ** Bens duráves 0.67 *** 0.64 *** 0.65 *** 0.79 *** 0.84 *** 0.87 *** Outras ndústras 0.44 *** 0.41 *** 0.54 *** 0.46 *** 0.56 *** 0.49 *** Energa 0.25 *** 0.33 *** 0.37 *** 0.37 *** 0.26 ** 0.45 *** Educação 0.72 *** 2.53 *** 2.22 *** 1.97 *** Inter. fnancera e seguros 1.34 *** 1.33 *** 0.94 *** 1.46 *** 1.88 ** 0.99 Comérco e servços 0.91 *** 1.13 *** 1.23 *** 1.20 *** 1.01 ** 0.82 * Serv. prestados às famílas 0.46 ** 0.53 *** 0.52 *** 0.82 *** 0.69 *** 0.44 ** Serv. alojamento e almentação 0.21 ** 0.74 *** 0.94 *** 0.96 *** 0.78 ** 0.58 Fonte: Elaboração própra, com base nos resultados dos modelos. ***Sgnfcatvo ao nível de 1%, **sgnfcatvo ao nível de 5% e *sgnfcatvo ao nível de 10%. Anda por meo da Tabela 6, dentre os demas gastos, destacam-se os gastos com vestuáro, energa, educação, servços prestados às famílas e servços de alojamento e almentação, que, segundo a lteratura, também se alteram por grupos etáros. Para vestuáro, as semelastcdades são de 0,34 no grupo etáro de 0-4 anos, aumentando para 0,52 para o grupo entre anos, e sendo de 0,34 no grupo mas velho (acma de 70 anos de dade). Em relação à energa, as dferenças nas estmatvas são menores, sendo maor para o grupo acma de 70 anos (45%, em méda, se comparados a domcílos apenas com dos adultos), corroborando as evdêncas exstentes na lteratura sobre utlzação de energa por dosos (Lührmann, 2005; Dewhurst, 2006; Albuquerque e Lopes, 2010).No caso da educação, o efeto margnal da presença de uma crança no domclo sobre o gasto com educação é maor para os grupos etáros entre 5-9 anos e entre anos (2,53 e 2,22, respectvamente). Para domclo com adultos e dosos, o coefcente reduz-se progressvamente, até as dades mas avançadas, não sendo sgnfcatvo para domcílos com doso acma de As estmatvas completas do modelo CLAD estão reportadas no Apêndce C.

59 58 3. METODOLOGIA DE EQUILÍBRIO GERAL COMPUTÁVEL O presente capítulo tem como objetvo descrever a metodologa de equlíbro geral utlzada neste trabalho. Incalmente, apresenta-se uma dscussão sobre os aspectos geras de modelos EGC, além de uma descrção de alguns trabalhos teórcos e empírcos que utlzaram essa modelagem em estudos demográfcos. Posterormente, faz-se uma breve apresentação da estrutura teórca do modelo, com ênfase na especfcação da demanda das famílas. Em seguda, tem-se uma descrção da base de dados e dos parâmetros chave do modelo. Por fm, os procedmentos adotados na desagregação do vetor de consumo em grupos etáros são apresentados. 3.1 Modelos de Equlíbro Geral Computável e Estudos Demográfcos Em equlíbro geral, a economa é vsta como um sstema de mercados nterrelaconados no qual o equlíbro em todas as relações tem que ser obtdo smultaneamente. Essa característca metodológca da análse de equlíbro geral atrau mutos pesqusadores para desenvolver versões aplcadas do mesmo. O ntuto de converter essa teora em ferramentas prátcas, para estmar os mpactos de polítcas econômcas, por exemplo, motvou a construção de algortmos para mplementar soluções numércas nos modelos de equlíbro geral. A abordagem de equlíbro geral apresenta algumas vantagens em relação aos métodos tradconas, como de nsumo-produto, uma vez que trabalha com a hpótese de preços flexíves, determnados endogenamente. O modelo walrasano de equlíbro geral parte da teora neoclássca (elastcdades de oferta mperfetas) em que o equlíbro entre demanda e oferta é atngdo num ambente de preços flexíves. Assm sendo, movmentos de realocação de recursos, que respondem a varações nos preços relatvos (decorrentes de choques exógenos, por exemplo), podem ser avalados. Preços flexíves e realocação de recursos endógenos (característcas de modelos EGC) são partcularmente mportantes na modelagem de mpactos, dada a mobldade de recursos que caracterza o funconamento das economas (Domngues, 2002). Além da flexbldade dos preços, Fochezatto (2005) destaca alguns motvos pelos quas os modelos de EGC são nstrumentos adequados para analsar mudanças de polítcas econômcas: 1) os modelos de EGC são construídos sobre bases mcroeconômcas, com a defnção de agentes (consumdores, produtores, governo e restante do mundo) por meo de

60 59 equações comportamentas; 2) apresentam consstênca nterna entre todas as varáves, uma vez que dervam de uma base de dados necessaramente consstente e coerente, como por exemplo, o sstema de contas naconas e a matrz de nsumo-produto; 3) fornecem soluções numércas para todas as varáves endógenas, possbltando analsar os efetos de mudanças orundas de polítcas econômcas, 4) são multsetoras e consderam as nter-relações entre todas as varáves em estudo, permtndo capturar os efetos dretos e ndretos, em termos quanttatvos, das prncpas nterações entre os agentes e mercados do sstema econômco. Os modelos EGC apresentam uma versatldade muto grande, podendo, faclmente, ser adaptados para dferentes contextos econômcos, sejam eles naconas ou regonas. O prérequsto básco para que seja possível essa adaptação é a exstênca de dados sufcentes para a elaboração de uma matrz de nsumo-produto da economa em estudo. Neste sentdo, modelos de EGC têm sdo aplcados numa ampla gama de tópcos e para dferentes espaços econômcos (global, nter-regonal ou naconal). Por exemplo, alguns trabalhos na lteratura buscam avalar, por meo de modelo de EGC, questões relatvas a mudanças demográfcas e envelhecmento populaconal, tas como Park e Hewngs (2007), Fougère, Mercener e Mérette (2007), Rausch (2009) e Km e Hewngs (2011). No trabalho de Park e Hewngs (2007), a partr da modelagem de EGC com gerações sobrepostas, fo feta uma especfcação do comportamento das famílas por grupo etáro ao longo do tempo. O objetvo era analsar o efeto dnâmco da mudança demográfca sobre a economa de Chcago e condções de bem-estar econômco e ntergeraconal. Segundo essa lnha temátca e metodológca, Fougère, Mercener e Mérette (2007) além de analsarem os mpactos setoras da transção demográfca no Canadá, também estudaram os seus possíves efetos sobre o mercado de trabalho. Dos fenômenos foram analsados. O prmero é um choque negatvo de oferta de trabalho que surgra com o crescmento mas lento da força de trabalho. O segundo é uma mudança na composção das demandas de consumo devdo ao aumento na proporção de dosos. Os prncpas resultados mostraram que a oferta de trabalho rá se reduzr ao longo do tempo. Além dsso, também haverá algumas mudanças sgnfcatvas de composção setoral, devdo às alterações na demanda fnal. Em partcular, a partcpação setoral dos servços de saúde no PIB total tende a aumentar, passando de 4,8% do PIB em 2000 para 7% em Estma-se também que os saláros reas aumentaram duas vezes mas rápdo nas profssões de saúde em comparação com o resto da economa. Já o trabalho de Rausch (2009) utlza a abordagem de equlíbro geral dnâmco com gerações sobrepostas para estudar as possíves consequêncas dos processos de transção

61 60 demográfca na economa da Alemanha. Os prncpas resultados encontrados ndcam que durante o período de projeção ( ), a transção demográfca na Alemanha levará a uma redução de 7% na produção per capta. Isso ocorrerá em grande parte em decorrênca da redução de 17% da oferta de trabalho. Em termos setoras, aqueles em expansão são caracterzados por maores taxas de crescmento setoral do captal e trabalho em relação às taxas de crescmento em toda a economa. Recentemente, Km e Hewngs (2011) desenvolveram um modelo nter-regonal de EGC para estmar os efetos do envelhecmento populaconal sobre as regões da Corea. O modelo fo desenvolvdo para sete setores ndustras e duas regões, a Área Metropoltana de Seul (SMA) e o resto da Corea. Os prncpas resultados mostraram que o envelhecmento da população tem um efeto comparatvamente negatvo no crescmento da economa doméstca, mas a dspardade regonal fca dmnuída devdo a séras reduções nos grupos de população da Área Metropoltana de Seul. Esta tese pretende adentrar nesse debate e desenvolver métodos e análses destes fenômenos no caso braslero. O prncpal objetvo é ncorporar ao arcabouço dos modelos de equlíbro geral as mudanças demográfcas decorrentes do envelhecmento. Cabe ressaltar que, até o momento, não fo encontrado nenhum trabalho, para o Brasl, que utlze um modelo EGC com dnâmca recursva, e que estude especfcamente as consequêncas motvadas pelo envelhecmento populaconal. A próxma seção apresenta o modelo de equlíbro geral computável que será utlzado neste trabalho. 3.2 Modelo BRIDGE-POP O BRIDGE-POP é um modelo de Equlíbro Geral Computável (EGC) com dnâmca recursva, desenvolvdo para a economa braslera, com o objetvo de analsar as possíves consequêncas econômcas do processo de envelhecmento da população. Este modelo apresenta uma estrutura teórca que parte do modelo Brazlan Recursve Dynamc General Equlbrum Model- BRIDGE(Domngues et al., 2010a) que, por sua vez, segue a lnha dos modelos MONASH (Dxon e Rmmer, 2002)e ORANI (Dxon et al., 1982). Ambos os modelos são do tpo Johansen, em que a estrutura matemátca é representada por um conjunto de equações lnearzadas e as soluções são apresentadas como taxas de crescmento (elastcdades) e varados tpos de fechamento são permtdos. Além dsso, assumem pressupostos neoclásscos: frmas mnmzadoras de custos, famílas maxmzadoras de

62 61 utldade e market clearng. A Fgura 9 apresenta o desenvolvmento hstórco do modelo BRIDGE-POP. Modelo ORANI-G (Horrdge, 2003) Modelo ORANI (Dxonet al., 1982) Modelo MONASH (Dxone Rmmer, 2002) Modelo ORANIG-BR (Domngues et al., 2009) Modelo BRIDGE (Domngues et al., 2010a) Modelo BRIDGE-POP Fonte: Elaboração própra, com base na revsão da lteratura empírca. Fgura 7 - Desenvolvmento hstórco do modelo BRIDGE-POP O modelo ORANI-G fo desenvolvdo a partr do modelo ORANI (Dxon et al., 1982), sendo este desenvolvdo no fnal da década de 1970, através de um grupo de pesqusadores fnancados pelo governo australano, envolvdos com a construção de um sstema de análse de polítcas econômcas. O ORANI, desenvolvdo sob nspração do modelo de Johansen (1960) 12, compõe-se, bascamente, de três estágos: () a presença de atrbutos de projeção para dferentes agregados naconas; () a mposção de partcpações regonas constantes para alocar a produção naconal entre as regões; e () o mperatvo de gualdade entre as produções regonas e as demandas regonas de bens. Do desenvolvmento e aprmoramento do própro ORANI fo gerado o modelo dnâmco de equlíbro geral, MONASH (Dxon e 12 O modelo de Johansen (1960), formulado como um estudo multsetoral da economa norueguesa e mplementado a partr de uma estrutura de equlíbro geral, fundamenta-se na resolução de sstemas walrasanos essencalmente compostos por equações lnearzadas. Destacam-se partcularmente nessa estrutura, como premssas essencas de modelagem, a presença de frmas mnmzadoras de custos e de famílas maxmzadoras de utldade; a determnação, de forma resdual, do consumo prvado e o ajustamento da poupança ao nvestmento, sendo este últmo fxado exogenamente.

63 62 Rmmer, 2002), projetado para prevsão e análse polítca. Como seu antecessor, ORANI, o MONASH possu um alto nível de detalhes mcroeconômcos. Nesta mesma tradção dos modelos australanos, fo desenvolvdo no Brasl o modelo ORANIG-BR (Domngues, Magalhães e Fara, 2009), possbltando smulações de estátca comparatva. O ORANIG-BR está desagregado para 55 setores, 110 produtos e uma famíla representatva, calbrado para os dados mas recentes das contas naconas e da matrz de nsumo-produto (2005). O modelo BRIDGE (Domngues et al., 2010a) apresenta uma estrutura teórca smlar ao modelo ORANIG-BR, entretanto, ncorpora elementos de dnâmca recursva como o modelo MONASH. O BRIDGE tem sdo adaptado para dversos estudos desenvolvdos no Centro de Desenvolvmento e Planejamento Regonal (CEDEPLAR) da Unversdade Federal de Mnas Geras (UFMG). Dentre eles, tem-se o estudo sobre a crse econômca e trbutos, mercado de energa e carbono, retorno de escala e saúde. Para o estudo da saúde, fo especfcado um refnamento em subsetores e subprodutos da saúde, com uma composção de 60 setores e 117 produtos, de acordo com a classfcação setoral e de produtos da matrz nsumo-produto e nformações das contas naconas de saúde, também referentes ao ano de O modelo possu uma abertura da demanda das famílas, composta por 10 famílas representatvas, classfcadas por decl de renda. Para atender os objetvos propostos pela tese, o BRIDGE-POP ncorpora três avanços mportantes: ) parametrzação específca do vetor de consumo da economa, ) utlzação de varáves demográfcas no modelo, e ) uma estrutura de dnâmca recursva e temporaldade 14. Com a nserção dos dos prmeros elementos no modelo, é possível decompor o vetor de consumo em termos de varáves demográfcas representadas por grupos etáros, para explorar a relação entre a mudança na estrutura demográfca do Brasl e a estrutura de consumo, consderando dferentes cenáros macroeconômcos e demográfcos ao longo do tempo. O tercero elemento nserdo no modelo é a estrutura de dnâmca recursva. Por tratarse de uma questão a longo prazo, as mplcações das mudanças demográfcas na economa dependem de projeções para város anos de um cenáro base que contenha taxas de crescmento de varáves determnantes como o PIB, consumo, nvestmento, exportações e 13 O procedmento adotado na compatblzação da MIP, de forma a ncorporar a desagregação das atvdades econômcas do setor saúde, está desenvolvdo em Andrade et al. (2011). 14 Por meo de mecansmos de acumulação de captal e ajuste no mercado de trabalho. Modelos EGC com dnâmca recursva não são novos na lteratura braslera. Ver, por exemplo, Domngues et al. (2010a)eHaddad e Domngues (2001).

64 63 mportações e de um cenáro demográfco de crescmento da população desagregado por grupos etáros cujo crescmento é pré-determnado sobre a economa. Além dsso, o modelo possu mecansmos de dnâmca recursva de acumulação de captal e ajuste no mercado de trabalho. Estes são pontos mportantes nos estudos de efetos econômcos ao longo do tempo, como o do envelhecmento e são relatvamente novos na lteratura braslera. Geralmente, os modelos EGC naconas construídos para a economa braslera têm como base uma análse de estátca comparatva. Dentre eles, pode-se destacar: ) o modelo PAPA(Gulhoto, 1995), desenvolvdo para a economa naconal, utlzado para análse de polítcas agrícolas; ) o modelo TERM-BR (Ferrera-Flho, 1997), utlzado para análse do desenvolvmento agrícola; ) o modelo B-MARIA (Haddad, 1999), calbrado para três regões (Norte, Nordeste e Centro-Sul), mplementado para dscutr aspectos da desgualdade regonal e de mudança estrutural na economa braslera; v) o modelo SPARTA (Domngues, 2002), aplcado para análse da dmensão regonal e setoral da ntegração braslera na Área de Lvre Comérco das Amércas; v) o modelo MINAS-SPACE (Almeda, 2003), modelo EGC espacal, utlzado no planejamento e análse de polítcas de transporte; v) o modelo B- MARIA-IT (Perobell, 2004), elaborado para analsar as nterações entre as undades federatvas e suas relações mercants com o restante do mundo; e v) o modelo IMAGEM-B (Domngues, Magalhães e Fara, 2009), modelo multrregonal, aplcado à avalação de mpactos de nvestmentos em nfraestrutura, transportes e comérco nter-regonal. Consderando as característcas recursvas, alguns modelos que foram aplcados para a economa braslera merecem destaque. O modelo de Fochezatto e Souza (2000), calbrado para o ano base de 1994, utlza a estrutura de dnâmca recursva para projetar mpactos de polítcas de establzação e reformas estruturas da economa braslera. O modelo MIBRA (Hasegawa, 2003), por sua vez, ao ncorporar endogenamente os nvestmentos numa estrutura recursva, examnou as propostas efetvas do governo federal dante de uma combnação entre aumento de nvestmentos, gastos públcos e produtvdade dos fatores de produção. Já o modelo EFES (Haddad e Domngues, 2001) projeta cenáros macroeconômcos va análse de projeção. Recentemente, o modelo BeGreen (Magalhães, 2013)ncorporou elementos de dnâmca recursva para a análse de polítcas de redução de Gases do Efeto Estufa (GEE) na economa braslera. O modelo possu um detalhamento do setor energétco, uso de combustíves, além de um módulo ambental. O prncpal objetvo é analsar o mpacto de dferentes metas de redução de emssões e o papel do aumento da efcênca energétca no Brasl. Assm, estes são mportantes referêncas para esta tese, dado a

65 64 análse de projeção desenvolvda, tratando explctamente de componentes de dnâmca recursva na acumulação de captal. 3.3 Estrutura teórca do modelo BRIDGE-POP O modelo de Equlíbro Geral Computável (EGC), construído para este trabalho, possu dversos elementos que o tornam adequado para analsar questões relatvas à transção demográfca, como o fenômeno do envelhecmento populaconal, explctado anterormente. Entre as especfcdades do modelo destacam-se a nteração entre um modelo de mcrossmulação com um modelo de EGC, além da nserção de varáves demográfcas e da dnâmca recursva na acumulação de captal, confgurando-se como um dos prmeros modelos EGC para a economa braslera, capactado para análse de envelhecmento populaconal e mpactos sobre a economa. A especfcação teórca do modelo segue o padrão em modelos EGC naconas. Sua estrutura central é composta por blocos de equações que determnam relações de oferta e demanda, dervadas de hpóteses de otmzação e condções de equlíbro de mercado. Nesses blocos, são defndos também alguns agregados naconas como nível de emprego, saldo comercal e índces de preços. Os setores produtvos mnmzam custos de produção sujetos a uma tecnologa de retornos constantes de escala, em que a combnação de nsumos ntermedáros e fator prmáro (agregado) é determnada por coefcentes fxos (Leontef). Na composção dos nsumos há substtução va preços entre produto doméstco e mportado, por meo de funções de elastcdade de substtução constante (CES). Na composção do fator prmáro também há substtução va preço entre captal e trabalho por funções CES. Embora todos os setores apresentem a mesma especfcação teórca, os efetos substtução va preços se dferencam de acordo com a composção doméstca/mportada dos nsumos utlzados. A demanda das famílas é especfcada a partr de uma função de utldade nãohomotétca de Stone-Geary (Peter et al., 1996), na qual a composção do consumo por produto entre doméstco e mportado é controlada por meo de funções de elastcdade de substtução constante (CES). As exportações setoras respondem a curvas de demanda negatvamente assocadas aos custos doméstcos de produção e postvamente afetadas pela expansão exógena da renda nternaconal, adotando-se a hpótese de país pequeno no comérco nternaconal. O consumo do governo é tpcamente endógeno, podendo estar

66 65 assocado ou não ao consumo das famílas ou à arrecadação de mpostos. Os estoques se acumulam de acordo com a varação da produção. A dnâmca recursva no modelo é especfcada por meo da modelagem do comportamento ntertemporal e em resultados de períodos anterores (backward-lookng). As condções econômcas como a dsponbldade de captal são endogenamente dependentes dos períodos posterores. No entanto, não são afetadas por expectatvas de forward-lookng (Magalhães, 2013). Assm sendo, o nvestmento e o estoque de captal seguem mecansmos de acumulação e de deslocamento nter-setoral a partr de regras pré-estabelecdas, assocadas à taxa de deprecação e retorno. O mercado de trabalho também apresenta um elemento de ajuste ntertemporal, que envolve varáves como o saláro real, emprego atual e emprego tendencal. As subseções seguntes descrevem as prncpas característcas do modelo, especfcando a estrutura de produção, a demanda das famílas e as outras especfcações de forma resumda: demanda por exportação, governo, nvestmento, estoque de captal e mercado de trabalho. O Apêndce D. 1 apresenta com maor rqueza de detalhes a formalzação matemátca do modelo Tecnologa de produção setoral A Fgura 8 lustra a tecnologa de produção adotada no modelo BRIDGE-POP, que defne dos níves de otmzação no processo produtvo das frmas. No prmero nível é adotada a hpótese de combnação em proporções fxas no uso dos nsumos ntermedáros e fatores prmáros, por meo de uma especfcação de Leontef. No segundo nível, uma função de elastcdade de substtução constante (CES) é utlzada na combnação dos nsumos doméstcos e mportados, e também de fatores prmáros. Logo, exste a possbldade de substtução entre os nsumos doméstcos e mportados e também entre os fatores prmáros. A utlzação de uma função do tpo CES na tecnologa de produção mplca na adoção da hpótese de Armngton (Armngton, 1969), a qual afrma que bens de dferentes orgens são substtutos mperfetos.

67 66 Nível de atvdade CES Fatores prmáros Insumos ntermedá ros CES Leontef Trabalho Captal Bem 1 Bem 15 CES CES Doméstco Importado Doméstco Importado Fonte: Adaptado a partr de Domngues (2002). Fgura 8 - Estrutura da produção Especfcação da demanda das famílas A demanda das famílas (composta por uma famíla, representada por grupos de dade crança, adulto e doso) é especfcada a partr de funções de utldade não-homotétcas Stone- Geary (Peter et al., 1996), dvdndo o consumo dos bens e servços em parcelas de luxo e subsstênca, de tal forma, que uma parcela fxa do gasto é reservada ao consumo de subsstênca e à parcela resdual, em gastos de luxo, o que permte que modfcações na renda causem modfcações dferencadas no consumo dos produtos. Daí seu caráter nãohomotétco. Ao mesmo tempo, a composção entre doméstcos e mportados é estabelecda por meo de funções de elastcdade de substtução constante (CES). No modelo BRIDGE-POP, a demanda das famílas é especfcada de acordo com uma função de utldade não-homotétca Stone-Geary ou Klen-Rubn (Peter et al., 1996). Como na produção e no nvestmento, pressupostos de comportamento otmzador são assumdos. A dferença consste nas composções das commodtes, as quas são agregadas pela função

68 67 Klen-Rubn, em vez de uma Leontef, ou CES, o que leva ao Sstema Lnear de Gastos (Lnear Expendture System - LES). A função de utldade de Stone-Geary ou Klen-Rubn é dada por: U Com c 1 ln B 0, N n 1, B N 0 (17) Em que é o consumo das famílas pelo bem ( ), é um parâmetro que representa a quantdade de subsstênca. A famíla está sujeta à segunte restrção orçamentára: c 1 P B (18) Onde é o gasto total das famílas, são os preços de mercado. A condção de maxmzação mplca que a quantdade demandada do bem pelas famílas é representada pela segunte equação: B P N P c 1 P N j j (19) dada por: A equação (19) mplca que a parcela da renda gasta com cada bem ( ) será E P N c Pj N j (20) 1 Deste modo, se a parcela gasta com subsstênca é sempre postva e a renda é maor do que a parcela gasta com subsstênca ( ), o ndvíduo comprará as quantdades necessáras de város bens, e depos rá dvdr o restante da sua renda entre os demas bens, em proporções fxas e guas a. O sstema de demanda resultante mplca que a quantdade gasta acma da subsstênca é uma partcpação constante do total gasto, representada pela equação: B P N (21) P B N

69 68 Agregando a equação (21), obtém-se: D P D (22) Em que e. Em forma de varação percentual, tem-se que: d p d (23) Logo, a demanda total para cada bem,, é dada por: X QB D QN (24) Em que representa o consumo total das famílas com o bem, é a população, corresponde à quantdade total acma da subsstênca na famíla com o bem e é a quantdade de subsstênca per capta das famílas com o bem. Na forma de varação, a equação (24) pode ser apresentada da segunte manera: x d ( 1 q (25) ) Reescrevendo, tem-se que: x ( d p ) (1 q (26) ) Em que, representa a partcpação acma da subsstênca de todos os gastos das famílas com o bem. O problema com a forma da LES é que os parâmetros são mensurados em undades físcas. Logo, se fossem utlzados para parametrzar o sstema, o nível de preço assumdo afetara os valores dos coefcentes. Uma estratéga que pode ser utlzada para contornar esse problema é dvdr os fluxos de consumo de nsumo-produto em parte de subsstênca e acma do nível de subsstênca ou seja, e e atualzar cada vetor de fluxo separadamente. Os são então, proporções smples de dos vetores. Assm, os valores ncas para cada podem ser deduzdos a partr das estmatvas do parâmetro de Frsch,, e da elastcdade de gasto, : (27) Em que é a partcpação do gasto com bens de luxo em relação ao gasto total das famílas com bem, corresponde à elastcdade de despesa básca da famíla com o bem e

70 69 é o parâmetro de Frsch para a famíla. No LES a partcpação do gasto total com subsstênca sobre o gasto total é dado por. Logo, as equações de demanda por bens pelas famílas são dervadas a partr de um problema de maxmzação de utldade, cuja solução segue passos herarquzados, conforme apresentado na Fgura 9. Desta forma, os consumdores após decdrem a proporção que será gasta com bens de luxo e de subsstênca, decdem, no nível nferor, entre o composto doméstco e mportado. No prmero nível da herarqua (Fgura 9), a utldade dervada do consumo composto de bens doméstcos é maxmzada, através de um sstema lnear de gastos por funções de utldade do tpo Stone Geary ou Klen-Rubn. Essas funções não homotétcas possuem a vantagem de modelar a proporção gasta com os bens ao varar a renda. Essa especfcação anda assume que a partcpação do gasto acma do nível de subsstênca, para cada bem, representa uma proporção constante do gasto total de subsstênca de cada famíla. Utldade das famílas Klen- Rubn Bem 1 Bem 15 CES CES Doméstco Importado Doméstco Importado Fonte: Adaptado a partr de Domngues (2002). Fgura 9 - Estrutura do consumo das famílas

71 Demanda por nvestmento e estoque de captal No demanda fnal, a categora de nvestdores escolhe os nsumos utlzados no processo de cração de captal por meo de mnmzação de custos, sujeto a uma estrutura de tecnologa herarquzada. Como mostrado na Fgura 10, no prmero nível, a combnação de bens de orgens doméstcos e mportados é feta utlzando uma função CES. Já no segundo nível, um agregado do conjunto dos nsumos ntermedáros compostos é formado pela combnação em proporções fxas (Leontef) que, por sua vez, defne o nível de produção do captal do setor. Nenhum fator prmáro é utlzado dretamente como nsumo na formação de captal. Novo captal no setor Leontef Bem 1 Bem 15 CES CES Doméstco Importado Doméstco Importado Fonte: Adaptado a partr de Magalhães (2013). Fgura 10 Estrutura herárquca da demanda por nvestmento Na especfcação de dnâmca recursva, o nvestmento e o estoque de captal seguem mecansmos de acumulação e de deslocamento nter-setoras, a partr de regras préestabelecdas, assocadas à taxa de deprecação e retorno. De acordo com Dxon e Rmmer (1998), para cada ano de smulação, assume-se que as taxas de crescmento do captal numa

72 71 ndústra (e dessa forma, os níves de nvestmento) são determnadas pela dsposção dos nvestdores em fornecer fundos a essa ndústra, frente aos aumentos lmtados em sua taxa de retorno esperada. Os desvos da taxa de retorno são elmnados gradualmente. Desta forma, a taxa de crescmento do captal na ndústra no ano é lmtada pelas percepções de rsco do nvestdor.só será maor que sua taxa normal (estado estaconáro do crescmento de captal) à medda que a taxa de retorno esperada pelos nvestdores for superor à taxa de retorno normal (Dxon e Rmmer, 1998). O custo de uma undade extra de captal nstalado na ndústra no ano é uma função crescente do nvestmento da ndústra durante o ano, permtndo o amortecmento das respostas do nvestmento ao longo dos anos. Assm, a acumulação de captal físco pode ser formalzada matematcamente da segunte equação (Dxon e Rmmer, 2002): D j I j t K j, t 1 K j, t 1, (28) Em que é a quantdade de captal dsponível na ndústra durante o ano ; é a taxa de deprecação (tratada como um parâmetro conhecdo), e é nvestmento da ndústra j durante o ano t. Como o estoque de captal ncal,, e o mecansmo de trajetóra do nvestmento, que determna, a equação 28 pode ser utlzada para traçar a trajetóra do estoque de captal da ndústra. A regra para o comportamento do nvestmento,neste trabalho, segue a maora das aplcações de modelos dnâmcos de EGC, representada pelas seguntes equações: E t t Et Q j, t1 1 Et C j, t1 1 ROR j, t 1 1 D j (29) C 1 r C 1 r j, t K E (30) j, t1 ROR f 1 j, t j, t K j, t Na qual representa a expectatva no ano ; corresponde a taxa de retorno do nvestmento na ndústra realzado no ano ; é o retorno sobre o captal no ano ; é a taxa de juros; é o custo de uma undade extra de captal nstalado na ndústra no ano ; e é uma função não decrescente. A equação 30 defne a taxa de retorno esperada da ndústra no ano como o valor presente de um real extra de nvestmento, sto é, um real de nvestmento compra j, t

73 72 undades de captal no ano, gerando uma expectatva de renda no ano de ( ) e uma redução na necessdade nvestmento de( ) ( ). Já a equação (30) defne uma curva de oferta-nvestmento e mostra que a taxa de retorno exgda pelos nvestdores quando eles gastam um real extra na ndústra depende da taxa de crescmento de seu estoque de captal. Essa equação tem por hpótese a redução da dsponbldade de fundos de nvestmento de tal modo que, dante da nclnação postva da função, a ndústra atra fundos de nvestmento dada uma alta taxa de crescmento do captal, e, com sso, provoca a alta na taxa esperada de retorno para atrar o nvestdor margnal. Cabe notar que é usual assumr que a oferta de fundos de nvestmento é nfntamente elástca em relação à taxa de juros Mercado de trabalho O mercado de trabalho também apresenta um elemento de ajuste ntertemporal, que envolve varáves como o saláro real, emprego atual e emprego tendencal. Assm, no seu mecansmo de ajuste, quando o nível de emprego em t 1 exceder x% em relação ao emprego tendencal da economa, o saláro real aumenta em x%. Desse modo, vsto que exste uma relação negatva entre emprego e saláro real no mercado de trabalho, o aumento de x% ajustará o nível de emprego em períodos posterores, até convergr para o nível tendencal. O equlíbro no mercado de trabalho pode ser defndo como: w L 0 L 1 w0 T0 T (31) Em que, é o nível de emprego atual; representa o nível de emprego tendencal; e refere-se ao saláro real e à varação Demanda por exportações e demanda do governo Demanda por exportações - As exportações setoras respondem a curvas de demanda negatvamente assocadas aos custos doméstcos de produção e postvamente afetadas pela expansão exógena da renda nternaconal, adotando-se a hpótese de país

74 73 pequeno no comérco nternaconal. Termos de deslocamentos no preço e na demanda por exportações possbltam choques nas curvas de demanda. Demanda do governo - O consumo do governo é tpcamente exógeno, podendo estar assocado ou não ao consumo das famílas ou à arrecadação de mpostos. Os estoques se acumulam de acordo com a varação da produção Outras especfcações do modelo Varação de estoque - A demanda por estoque é vnculada ao nível de produção do bem. Assm sendo, o volume de estoque doméstco ou mportado, de cada bem, vara de acordo com a produção doméstca do mesmo. Outra alternatva que podera ser utlzada na modelagem é tornar a varação de estoques fxa. Isso é feto por meo de uma escolha aproprada do fechamento do modelo. Demandas por margens - Traduzem-se na própra demanda por servços de comérco e de transporte pelos setores e usuáros fnas (exceto estoque). Elas são proporconas aos fluxos de bens aos quas as margens estão assocadas. Os termos de deslocamento permtem ntroduzr mudanças técncas (exógenas) no uso de margens. Equações de preços - Os preços de compra para cada um dos grupos de uso (produtores, nvestdores, famílas, exportadores e governo) são guas à soma de seus valores báscos, mpostos (dretos e ndretos) sobre vendas e margens. Impostos sobre vendas são tratados como taxas ad-valorem sobre os fluxos báscos. Equlíbro no mercado - As equações de equlíbro de mercado, ou market-clearng, gualam a oferta de produtos à demanda. Além dsso, mpõem a condção de equlíbro no mercado de bens margens, no mercado de bens não margens e bens mportados. As equações de preço mpõem a condção de lucro zero na produção para os dferentes usuáros. Outras equações - No modelo, tem-se a especfcação de algumas equações que são utlzadas para o cálculo de agregados macroeconômcos e ndcadores do banco de dados, como por exemplo: ) PIB (lado do dspêndo e da renda), ) saldo comercal, ) índces de preço do consumo das famílas, do nvestmento, das mportações, das exportações e do PIB (deflator mplícto), v) agregações de fatores prmáros (captal e trabalho), v) decomposções das vendas (uso ntermedáro e fnal), v) decomposções do PIB. Cabe ressaltar que estes ndcadores são mportantes no entendmento e na explcação dos resultados das smulações.

75 Base de dados e parâmetros-chave A operaconalzação de um modelo EGC é composta por duas partes. A prmera é a especfcação, que consste em determnar as formas funconas, baseadas na teora mcroeconômca tradconal consoldada. A segunda parte é denomnada de calbragem dos seus coefcentes (determnação de valores para coefcentes e parâmetros) que orgnam uma solução ncal do modelo, dependente apenas de matrzes de nsumo-produto para uma economa a nível naconal. Para a execução dessas duas etapas, são necessáros dos tpos de dados: os provenentes da matrz de absorção (núcleo da base de dados do modelo), os quas retratam os fluxos da economa braslera para um determnado ano, e anda os parâmetros comportamentas relatvos às formas funconas adotadas (como por exemplo, as elastcdades de exportação, elastcdades de substtução), que são geralmente extraídas da lteratura, o que é justfcado pela escassez de dados para a estmação. A estrutura básca do modelo BRIDGE-POP segue a estrutura do modelo BRIDGE. A base de dados do BRIDGE fo calbrada a partr da matrz de nsumo-produto das contas naconas dsponível no Insttuto Braslero de Geografa e Estatístca (IBGE), sendo ela composta por 110 produtos e 55 setores econômcos para o ano de Com o ntuto de analsar as mplcações do envelhecmento sobre a economa, uma maor desagregação do setor saúde torna-se necessára. Assm, o modelo BRIDGE-POP utlza uma matrz de nsumo-produto que dentfca os gastos nos setores de saúde. Para tanto, utlzaram-se as nformações das Contas Naconas de Saúde, referentes ao ano de 2005 e dsponblzadas pelo IBGE. O procedmento adotado na compatblzação da MIP está detalhado em Andrade et al. (2011). A versão da MIP que ncorpora a abertura dos gastos no setor saúde apresenta 60 setores (os 55 setores orgnas e os cnco setores da saúde), e 117 produtos (os 110 orgnas e sete da saúde). A partr dessa MIP desagregada para os setores e produtos de saúde, os 117 produtos e 60 setores foram agregados em 15 produtos e 15 setores, respectvamente, levando-se em consderação o grau de homogenedade das atvdades de cada um. Essa agregação fo necessára para que a base de dados do modelo de equlíbro geral fosse compatível com as 15 categoras de gastos utlzadas no modelo de mcrossmulação. A agregação adotada é mostrada no Apêndce A e teve como objetvo preservar, tanto quanto possível, as nformações fornecdas pela matrz (base de dados do modelo EGC) e pela POF (base de dados do modelo de mcrossmulação).

76 75 Assm, o BRIDGE-POP reconhece 15 setores produtvos, 15 produtos, cnco componentes da demanda fnal (consumo das famílas, consumo do governo, nvestmento, exportações e estoques), três elementos de fatores prmáros (terra, captal e trabalho), 2 setores de margens (comérco e transporte de carga), mportações por produto para cada um dos 15 setores e cnco componentes da demanda fnal, além de uma desagregação por tpos de trbutos ncdndo sobre fluxos de compras (IPI, ICMS e outros), remuneração do trabalho (INSS e FGTS) e produção (COFINS e outros). A desagregação dos mpostos, contda na base de dados e da estrutura teórca do modelo permte projetar polítcas de desoneração de mpostos por trbuto, setor e até tpo de trabalho por ocupação. A Fgura 11 lustra a estrutura da base de dados do modelo de forma que as matrzes são dmensonadas por índces (c, s,, m e o) que correspondem aos conjuntos defndos no modelo. Nas colunas da matrz de absorção são dentfcados os seguntes agentes: produtores doméstcos dvddos em setores; os nvestdores decompostos em setores; uma únca famíla representatva; um agregado de compradores estrangeros de exportação; uma categora de demanda correspondente ao governo e as mudanças de estoques dos bens produzdos domestcamente. As lnhas mostram a estrutura de compras fetas por cada um dos usuáros dentfcados nas colunas. No modelo, cada commodty c pode ser adqurda no mercado doméstco ou no exteror (mportação). As commodtes são usadas pelos setores () como nsumo para a produção corrente e formação de captal, consumdas pelas famílas e governo, exportadas, ou adconadas ou subtraídas de estoques.

77 76 MATRIZ DE ABSORÇÃO Produtores Investdores Famílas Exportações Governo Estoques Dmensões Fluxos Báscos c x s V1BAS V2BAS V3BAS V4BAS V5BAS V6BAS Margens c x s x m V1MAR V2MAR V3MAR V4MAR V5MAR n/a Impostos c x s V1TAX V2TAX V3TAX V4TAX V5TAX n/a Trabalho o V1LAB Captal 1 V1CAP Terra 1 V1LND Impostos sobre a Produção 1 V1PTX Outros Custos 1 V1OCT Matrz de Tarfas de Produção Importação Dmensão 1 c MAKE V0TAR Índce Conjunto Descrção IND Indústras c COM Commodtes s SRC Orgem doméstca ou mportada m MAR Margens (transporte e comérco) o OCC Tpos de Ocupação Fonte: Adaptado de Horrdge (2006). Fgura 11 Estrutura da base de dados do modelo BRIDGE-POP Na coluna de exportação, aparecem somente as commodtes produzdas domestcamente, desconsderando, dessa manera, uma eventual exportação dreta de bens mportados. De modo geral, o fluxo básco, V1BAS,..., V6BAS, mostra o nível de demanda a preços báscos 15 do setor ou dos usuáros fnas por um bem c de orgem doméstca ou mportada (s) no ano t. As matrzes de margens, V1MAR,, V6MAR, apresentam os valores de m commodtes que produzem margens, as quas são requerdas para facltar o fluxo dos bens de uma fonte de produção s até o destno dos usuáros. Assm, concetualmente as margens podem ser entenddas como custo de transferênca. V1MAR e V2MAR, por exemplo, são valores da margem m requerdos para facltar o fluxo do bem c, da orgem s até o setor, com o propósto de atender a produção corrente e a formação de captal. Admte-se que o governo não é demandante de margens. Neste modelo, exstem dos tpos de margens: servços de comérco e de transporte. Tal como acontece com as matrzes BAS, todos os fluxos nas matrzes MAR são valorzados a preço básco. 15 Deve-se notar que os valores a preços báscos mas margem e mpostos líqudos correspondem valores a preço de mercado.

78 77 As matrzes de mpostos ndretos (V1TAX,, V6TAX), por sua vez, são valores desagregados (IPI, ICMS e outros mpostos menos subsídos) para todos os usuáros (exceto Governo e varação de estoque). De modo geral, as matrzes TAX representam os mpostos ndretos do fluxo do bem c, de orgem s, sobre os respectvos usuáros. Apesar de ser possível tratar a ncdênca dos mpostos sobre o fluxo das exportações, para o caso braslero, tas exportações estão desoneradas por le (artgo 153, IV e 3, III e artgo 155, II e 2, X, a). Assm sendo, neste modelo, a matrz V4TAX apresenta valores nulos. Tão bem quanto os nsumos ntermedáros, a produção corrente requer fatores prmáros. Neste modelo, exstem três categoras de fatores prmáros: trabalho (WAGE), captal (V1CAP) e terra (V1LND). O modelo BRIDGE - POP trata cnco tpos de ocupação de trabalho: engenheros, técncos, gerentes, dretores e uma com todos os demas trabalhadores. Assm, a demanda das ndústras por trabalho passou a contemplar uma combnação entre trabalhadores com dferentes qualfcações. O coefcente WAGE compreende os valores das remunerações pagas aos trabalhadores, deduzdos dos encargos da folha de pagamento. Estes encargos estão representados e especfcados pelo coefcente VLTAX, levando em conta INSS e FGTS. Os mpostos sobre produção (V1PTX) são tratados como mpostos líqudos, uma vez que esta matrz consdera, além dos mpostos sobre produção, eventuas subsídos não especfcados por usuáros. Nesse coefcente, são dferencados dos tpos de mpostos: COFINS e outros mpostos. Por fm, V1OCT regstra outros custos ncorrdos por setor, como por exemplo, custo da permanênca de estoque, pagamentos muncpas, entre outros. Por fm, na Fgura 11, exstem também as matrzes MAKE e V0TAR. V0TAR representa as recetas das tarfas de bens mportados (mposto de mportação), cujas tarfas sobre mportações são assumdas para serem cobradas em taxas que varam por commodty e não por usuáro. A matrz MAKE, por sua vez, mostra a produção de cada commodty por cada setor. Todava, esta matrz classfca os setores e os produtos de manera dferente. A multprodução é confnada para maora dos setores, mas anda exstem aqueles que produzem um bem únco. As matrzes de absorção e de produção, juntas, satsfazem duas condções de equlíbro. Prmera, os totas de cada coluna da MAKE, valores da produção dos setores são dêntcos ao valor do custo total dos respectvos setores (.e. soma das lnhas por setor de V1BAS, V1MAR, V1TAX_T, WAGE_O, VLTAX_OE, V1CAP, V1LND, V1OCT e V1PTX_X). Segunda, os totas de cada lnha da MAKE, denotando os valores báscos de produção das commodtes doméstcas, são guas aos valores báscos de demandas das

79 78 respectvas commodtes (.e. soma das colunas de V1BAS e V2BAS, mas V3BAS, V4BAS, V5BAS e V6BAS). Tem-se, portanto, que a produção doméstca é gual à demanda por produto doméstco. Os coefcentes apresentados na Fgura 11 sugerem a especfcação teórca requerda pelo módulo central do modelo BRIDGE. Esta estrutura teórca, típca de um modelo de equlíbro geral, será tratada em uma versão estlzada do modelo econômco. Maores detalhes da estrutura do núcleo teórco do modelo podem ser encontrados em Horrdge (2006) e uma estrutura smplfcada estlzada, no Apêndce E desta tese. Para calbrar os coefcentes dos fatores de produção no modelo, fo necessáro recalcular a estrutura do valor adconado bruto com base nos valores dos últmos anos, uma vez que dos setores apresentaram valores negatvos na sua composção. Tas valores precsaram ser corrgdos porque a sua estrutura fo utlzada para a dstrbução dos valores báscos de nvestmento (V2BAS). Com base no IBGE, V1LAB(,o) corresponde aos saláros e contrbuções efetvas; V1CAP() refere-se ao excedente operaconal bruto (EOB); V1PTX() representa Outros mpostos sobre a produção e V1OCT() denota outros custos calculados de forma resdual. Vale salentar que, em vrtude da ausênca de nformações nas tabelas utlzadas, os elementos do coefcente V1LND (remunerações fundáras) mantveram-se com valores nulos. A especfcação de dnâmca recursva requer dados de estoque de captal da economa braslera de O Insttuto de Pesqusa Econômca Aplcada (IPEA) fornece os valores do estoque de captal líqudo a preços constantes de 2000, estmados por Morand e Res (2004). Com esses valores, estma-se o estoque de captal setoral [CAPSTOK()] já nflaconado para 2005 com base no deflator mplícto do captal fxo. A dstrbução entre ndústra do estoque de captal seguu o procedmento de Haddad e Domngues (2001). O valor do estoque de captal é dstrbuído a partr da composção do valor básco de nvestmentos (V2BAS()). Com esses valores especfcados, calcula-se a razão entre o valor a preço de mercado do nvestmento e o estoque captal, homogêneo por setor. Esta razão computada é de 6,42% e defne a taxa bruta de nvestmento [GROSSGRO()]: GROSSGRO ( ) V 2TOT ( )/ CAPSTOK ( ) (32) Ou V 2TOT( ) GROSSGRO ( )* CAPSTOK ( ) (33)

80 79 Consderando que este valor representa uma tendênca comportamental ao longo dos anos para todas as ndústras, fo possível usá-lo na calbragem do respectvo coefcente tendencal [GROTREND()]. Assm, por hpótese, estabelece-se que a razão entre nvestmento e captal segue uma tendênca secular, portanto, um estado estaconáro de longo-prazo. O lmte máxmo [GROMAX()] desse coefcente tendencal fo calbrado para ser três vezes [QRATIO(] maor que o valor tendencal. Consderando essa especfcação, assume-se que o crescmento econômco no estado estaconáro da economa braslera é de 3%. Assm, o estoque de captal adconado [CAPADD()] no prmero período cresce nessa taxa. Com sso, tem-se que: CAPADD ( ) V 2TOT ( ) DPRC ( )* CAPSTOK ( ) (34) Substtundo (33) em (34): CAPADD ( ) GROSSGRO ( ) DPRC ( )* CAPSTOK ( ) (35) Ou CAPADD ( )/ CAPSTOK ( ) GROSSGRO ( ) DPRC ( ) (36) Se o estoque do captal adconado cresce por hpótese 3% [CAPADD()/ CAPSTOK()] e se a razão entre nvestmento e captal é de 6,42% [GROSSGRO()], então a taxa de deprecação [DPRC()] calbrada no modelo resulta em 3,42%. Resumdamente, o modelo fo calbrado com um estado estaconáro de 3%, sustentado por uma taxa de deprecação do captal na ordem de 3,42%. Este percentual está muto próxmo à taxa de 3,5%, usada em Orero et al. (2005). Esses autores se basearam na estmatva de Romer (2001) de uma taxa de deprecação do estoque de captal para a economa amercana entre 3 a 4%. Haddad e Domngues (2001), aplcando o modelo de equlíbro geral EFES (Economc Forecastng Equlbrum System), usaram uma taxa mplícta de 3,7%. Portanto, os trabalhos evdencados ratfcam a taxa de deprecação calculada endogenamente no modelo. A taxa normal bruta de retorno do nvestmento (RNORMAL) fo calbrada com base na relação entre rentabldade do captal (V1CAP) e estoque do captal meddo a preço corrente (CAPSTOCK). Portanto, a taxa normal bruta de retorno do nvestmento computada fo de 14,3%. Por hpótese, admte-se que essa taxa seja a esperada no mecansmo de acumulação de captal, ou seja, a taxa esperada de retorno do nvestmento [GRETEXP()] não dfere do seu estado normal, quando avalada no estado estaconáro da economa.

81 80 O ajuste nter-temporal do mercado de trabalho fo calbrado de forma que no estado estaconáro não há dvergênca entre o nível de emprego atual e o tendencal, sendo, portanto, a varação do saláro real gual à taxa de crescmento econômco. Assm, a razão entre o nível de emprego atual e tendencal fo calbrada no período ncal como 1 (EMPRAT=1). A elastcdade saláro-emprego fo calbrada com um valor de 0,5 (ELASTWAGE), que se aproxma da calbrada por Carnero e Duarte (2001), que empregaram 0,58 para a elastcdade da desutldade margnal do trabalho em relação à sua oferta. Como descrto nos parágrafos anterores, além de dados provenentes das matrzes nsumo-produto, os modelos de EGC usam em sua calbragem estmatvas de elastcdades e parâmetros, denomnadas parâmetros comportamentas. Tas valores são geralmente extraídos da lteratura, o que é justfcado pela escassez de dados para a estmação. Neste trabalho, foram utlzadas estmatvas econométrcas de parâmetros encontradas na lteratura, sobretudo para a calbragem dos parâmetros relatvos a elastcdades de substtução entre fatores prmáros, elastcdades de substtução do tpo Armngton (entre as varedades doméstcas e mportadas dos bens) e elastcdade-gasto consumo das famílas. Em sua maora, as estmatvas dos parâmetros e elastcdades foram obtdas a partr das estmatvas econométrcas contdas no Modelo de Equlíbro Geral Computável Mult- Regonal TERM-CEDEPLAR (Domngues, Magalhães e Fara, 2009), como por exemplo, a elastcdade de substtução entre fatores prmáros (SIGMA1PRIM) e a elastcdade de substtução entre bens doméstcos e mportados (EXP ELAST) 16. A elastcdade de Armngton é defnda por produto e é dêntca tanto para bens ntermedáros (SIGMA1) quanto para bens de nvestmento (SIGMA2) e para a demanda das famílas (SIGMA3). Tas parâmetros foram retrados de Tournho, Kume e Pedroso (2007). Para medr a sensbldade da utldade margnal da renda, a estrutura de demanda das famílas utlza o Parâmetro de Frsch (Frsch, 1959). Ele é estmado com um valor negatvo e é maor, em módulo, quanto mas pobre for a população em análse. Em outras palavras, quanto maor este parâmetro, em módulo, menor o grau de consumo de luxo e maor o grau de consumo de subsstênca. O BRIDGE-POP utlza o valor -2,48, estmado para a economa braslera no modelo multrregonal TERM-CEDEPLAR (Domngues, Magalhães e Fara, 2009). Complementando a estrutura de demanda das famílas, utlza-se um parâmetro que mede a 16 Para maores detalhes do modelo TERM-CEDEPLAR, consultar Domngues, Magalhães e Fara (2009).

82 81 elastcdade de dspêndo das mesmas (EPS). Esses valores foram obtdos em Pntos-Payeras (2009) 17. A Tabela 7 lsta os prncpas parâmetros e elastcdades do modelo. Tabela 7 - Parâmetros e elastcdades no modelo BRIDGE-POP Parâmetro Dmensão Descrção Valor especfcado EPS COM Elastcdade dos gastos das famílas 0,78 a 1,54 EXP_ELAST COM Elastcdades da demanda por exportações 0,73 a 8,33 FRISCH HOU Parâmetro de Frsch -2,48 DPRC IND Taxa de deprecação 0,05 QRATIO IND Razão nvestmento/captal (máxma/tendênca) 4,00 RNORMAL IND Taxa de retorno bruta normal 0,09 GRETEXP IND Taxa de retorno bruta esperada 0,08 a 0,13 GROTREND IND Razão nvestmento/captal (tendênca) 0,08 ALPHA IND Elastcdade do nvestmento 3,00 ELASTWAGE IND Elastcdade do saláro em relação ao emprego 0,50 SIGMA1 COM Elastcdade Armngton de substtução: uso ntermedáro 0,40 a 2,10 SIGMA1LAB IND Elastcdade de substtução por ocupações 1,00 SIGMA1OUT IND Elastcdades de transformação CET 0,50 SIGMA1PRIM IND Elastcdade de substtução CES para fatores prmáros 0,42 a 0,77 SIGMA2 COM Elastcdades Armngton para nvestmentos 0,40 a 2,10 SIGMA3 COM Elastcdade de Armngton das famílas 0,40 a 2,10 Fonte: Elaboração própra, com base em estmatvas da lteratura Desagregação do vetor de consumo em grupos etáros As semelastcdades de tpologas domclares obtdas nos modelos econométrcos são utlzadas para desagregar o vetor de consumo da base de dados do modelo BRIDGE-POP em grupos etáros: cranças (0-4, 5-9, anos); adultos (15-49, anos) e dosos (60-69, 70 anos ou mas). Essa desagregação fo realzada a partr dos coefcentes obtdos nas estmatvas econométrcas do capítulo 4, para os 13 produtos do modelo 18. Para os grupos de produtos que são consderados como gastos ndvduas, ncalmente calculou-se o gasto médo de cada produto, representado como: 17 Pntos-Payeras (2009) calcula a elastcdade-dspêndo para 27 grupos de produtos a partr dos mcrodados da POF de Para tanto, o autor usa a versão não-lnear do sstema quase deal de demanda (NL-AIDS). 18 A desagregação do vetor de consumo para os produtos de Almentos e Servços mobláros e aluguel fo feta utlzando a partcpação de cada grupo etáro na população total. O procedmento descrto fo realzado para os outros 13 produtos..

83 82 gt gm (37) pop 2005 Onde: é o gasto médo com o produto, corresponde ao gasto total com o produto e representa a população braslera no ano de Assm, o gasto estmado com o produto pode ser representado pela equação: G * ( (1549) (04) (59) (1014) NA gm ) NC gm (1 ) NC gm (1 ) NC gm (1 ) (5059) (6069) (70) NA gm (1 ) NI gm (1 ) NI gm (1 ) (38), e Em que: NA corresponde ao número de adultos, NC ao de cranças e NI ao de dosos. com o produto correspondem aos efetos margnas, meddos em termos percentuas, dos gastos em domcílos com cranças de 0-4 anos, 5-9 anos e anos, respectvamente;, e em domcílos com adultos de anos, dosos de e 70 anos ou mas. O coefcente que capta o efeto margnal do gasto do adulto entre anos é gual a zero, uma vez que esse grupo é utlzado como referênca, sendo assm, o gasto estmado será gual ao gasto médo. Os respectvos pesos no consumo dos grupos etáros são calculados como: (1549) A( 1549) ( NA gm ) * G P (04) C( 04) ( NC gm )(1 ) * G P (59) C( 59) ( NC gm )(1 ) * G P (1014) C( 1014) ( ND gm )(1 ) * G P P P P (5059) A( 5059) ( NA gm )(1 ) * G (5059) A( 5059) ( NA gm )(1 ) * G (6069) I ( 6069) ( NI gm )(1 ) * G (70) I ( 70) ( NI gm )(1 ) * G P (39) (40) (41) (42) (43) (44) (45) (46)

84 83 Sendo que 0 4) P ; P c(, A( 15 49) P, c( 5 9) P ; c( 10 14) P, A( 50 59) P e I ( 60 69) I P ( 70) A P, c P e I P correspondem aos pesos dos grupos adultos, das cranças e dosos, respectvamente, no consumo do bem ou servço. Por construção, P A(1549) P c(04) P c(59) P c(1014) P A(5059) P I (6069) P I (70) Assm, a dstrbução do gasto estmado com o produto, ponderado pelo peso de cada grupo etáro, é expressa como: 1 gt A(1549) c(04) c(59) c(1014) gt. P gt. P gt. P gt. P A(1549) c(04) c (59) c (1014) G G G G A(5059) I (6069) I (70) gt. P gt. P gt. P I (5059) I (6069) I (70 ) G G G (47) Em que A G corresponde ao consumo dos adultos com o produto, cranças, e G o consumo dos dosos, para os grupos de dade em cada um. I C G o consumo das A Tabela 8 apresenta os pesos ponderados de cada grupo etáro em termos de percentual e o vetor de consumo desagregado. A últma lnha da tabela apresenta a dstrbução da população em 2005, por grupo etáro. Quando os pesos estmados são utlzados, têm-se pesos dferentes para cada produto. Embora não se observe uma grande varação entre estes pesos, esta dferença mostra mpacto na composção do consumo em cada grupo etáro, sobretudo para os bens relaconados com a saúde. A Tabela 8 apresenta dados nédtos na lteratura naconal. Os resultados ndcam a heterogenedade do consumo por grupo etáro. Podem-se destacar:. Maor partcpação dos dosos e cranças em bens de saúde (medcamentos,.. plano de saúde e atendmento hosptalar); Os gastos com educação e ntermedação fnancera e seguros se concentram em cranças e jovens adultos; Os adultos concentram o consumo de energa, aluguel e almentação.

85 84 Tabela 8 - Composção do consumo por grupo etáro (em % do consumo total de cada produto) no Brasl, em 2005 Grupo de produtos Composção por produtos (%) Crança Adultos Adulto/doso Total Almentação 9,29 9,31 8,91 55,07 8,39 5,04 4,00 100,00 Têxtes e vestuáro 10,55 10,70 11,54 46,83 10,31 5,53 4,54 100,00 Combustíves e transportes 10,56 11,89 10,61 44,00 13,16 6,59 3,19 100,00 Medcamentos 12,36 11,04 9,11 37,86 13,08 8,67 7,87 100,00 Plano de saúde 20,63 14,48 12,18 29,22 10,15 6,81 6,53 100,00 Atendmento hosptalar 12,65 14,57 11,92 31,95 13,94 7,63 7,34 100,00 Bens duráves 11,71 11,55 11,11 41,63 11,37 6,99 5,64 100,00 Outras ndústras 11,00 10,84 11,28 45,37 10,11 6,49 4,92 100,00 Energa 10,14 10,79 10,59 47,92 10,01 5,50 5,05 100,00 Educação 9,60 19,74 17,21 33,05 14,98 3,02 2,40 100,00 Inter. fnancera e seguros 14,03 14,00 11,14 35,55 13,34 9,35 2,58 100,00 Comérco e servços 11,95 13,40 13,39 37,12 12,44 6,81 4,89 100,00 Serv. prestados às famílas 10,76 11,33 10,74 43,72 12,10 6,78 4,56 100,00 Serv. alojamento e almentação 8,70 12,53 13,37 42,64 12,72 6,96 3,09 100,00 Serv. mobláros e aluguel 9,29 9,31 8,91 55,07 8,39 5,04 4,00 100,00 Total 9,29 9,31 8,91 55,07 8,39 5,04 4,00 100,00 Fonte: Resultados da pesqusa. Na Tabela 9, estão dspostos os vetores de consumo desagregados por grupos etáros. A soma na lnha de cada produto corresponde ao total consumdo pelas famílas em Com esses novos vetores e com a utlzação de projeções demográfcas, será possível estmar a produção necessára para atender à demanda desses grupos etáros. Isso permte conectar o consumo das famílas a cenáros demográfcos.

86 85 Tabela 9 - Composção por produtos por grupos etáros (em R$ mlhões de 2005) no Brasl, em 2005 Produtos Composção por produtos (em R$ mlhões de 2005) Cranças Adultos Adultos/dosos Total Almentação Têxtes e vestuáro Combustíves e transportes Medcamentos Plano de saúde Atendmento hosptalar Bens duráves Outras ndústras Energa Educação Inter. fnancera e seguros Comérco e servços Serv. Prestados às famílas Transporte de cargas Serv. alojamento e almentação Serv. mobláros e aluguel Fonte: Resultados da pesqusa.

87 86 4. SIMULAÇÕES E RESULTADOS Este capítulo apresenta as smulações com o modelo BRIDGE-POP. Dvde-se em quatro seções. A prmera seção descreve o fechamento do modelo. A segunda apresenta o cenáro base do modelo, composto por um cenáro macroeconômco e demográfco. A tercera descreve como fo desenhado o expermento das smulações de mudança demográfca. E por fm, a últma seção analsa e dscute os resultados obtdos. 4.1 Fechamento do Modelo A operaconalzação de modelos EGC exge que sejam estabelecdas hpóteses de smulação, ou o conjunto de varáves exógenas e endógenas, que defnem o chamado fechamento do modelo. Os mecansmos de dnâmca recursva utlzados no BRIDGE-POP permtem sua utlzação explctamente temporal, em que as varáves endógenas se ajustam ao longo do período de análse, após um choque ncal, ou choques consecutvos. Além dsso, dos problemas usuas de fechamento - oferta de trabalho e de captal - são resolvdos por meo das especfcações de ajuste no mercado de trabalho e de acumulação de captal (vde capítulo 5). Sendo assm, smulações e análses podem ser efetuadas a partr de dos fechamentos: base e de polítca. O fechamento base ou baselne nsttu um conjunto de choques e varáves endógenas de forma a reproduzr um cenáro de referênca para a análse (neste caso, o cenáro macroeconômco observado no período e projetado para períodos qunquenas de ), delmtando a trajetóra da economa na ausênca de quasquer outras mudanças externas. Incalmente, estas projeções entraram como choques nas smulações que calculam endogenamente o cenáro completo (varáves endógenas) para a economa braslera até Nesta smulação, as varáves de mudança tecnológca/produtvdade (Quadro 3) respondem endogenamente de forma a garantr que o cenáro acompanhe a projeção. Os valores obtdos para estas varáves mostram uma estmatva de quanto deve ser a modfcação da tecnologa e/preferêncas ao longo do período. Em seguda, é feta novamente uma smulação do cenáro base, utlzando os valores encontrados para as varáves tecnológcas e de deslocamento, que se tornam exógenas, obtendo endogenamente o PIB e as demas varáves macroeconômcas. Esta etapa é chamada de baselne-rerun.

88 87 Quadro 3 - Detalhamento dos Fechamentos para Varáves Agregadas 19 Fechamento Varáves macroeconômcas e demográfcas* Exógenas Endógenas Baselne PIB Produtvdade Consumo Famílas Propensão a consumr Investmento Deslocamento nvestmento Consumo Governo Deslocamento governo Exportações Deslocamento mercado externo População "unforme" - BaselneReRun Produtvdade PIB Consumo Famílas Propensão a consumr Deslocamento nvestmento Investmento Deslocamento governo Consumo Governo Deslocamento mercado externo Exportações População "unforme" - Nota:*São apresentadas apenas as varáves que mudam de status entre os fechamentos e de nteresse Fonte: Elaboração própra. O fechamento de polítca estabelece choques específcos para determnadas varáves e períodos que são foco da análse e repercutem sobre o cenáro base construído. Os choques demográfcos por dade são aplcados no fechamento de polítca 20. No caso deste trabalho, é o mesmo do Baselne-Rerun, mas que agora va levar em consderação os desvos de crescmento demográfco por grupos etáros. O fechamento de polítca possu uma confguração semelhante à do cenáro base. Mas detalhadamente, o fechamento de polítca adota as seguntes hpóteses (também presentes no fechamento base): ) consumo real das famílas é endógeno e segue a projeção do PIB; ) consumo real do governo é endógeno e segue o consumo das famílas; ) o nvestmento agregado é endógeno; e v) saldo comercal externo é endógeno. O preço em moeda estrangera das mportações é fxo e o das exportações depende dos custos de produção doméstca. Os resultados representam as alterações no mercado de bens e fatores a partr de mudanças exógenas. Nesta tese, varações na composção (vetor) de consumo decorrentes das mudanças demográfcas (grupos etáros) observadas e projetadas para o Brasl, no período compreenddo entre 2005 a No cenáro de poltca, a economa se ajusta às novas 19 Foram seleconadas apenas as varáves que recebem o choque no cenáro de referênca. As demas exógenas possuem choques nulos e são, portanto, mantdas fxas, como termos de mudança tecnológca, alíquotas de mpostos e trbutos. 20 Apesar da alteração demográfca não ser uma polítca, manteve-se a denomnação por ser padrão na lteratura de EGC.

89 88 condções mpostas pelo choque. As smulações encadeadas, qunquêno a qunquêno, permtem analsar os resultados até 2050, a partr de desvos acumulados em relação ao cenáro base. A Fgura 12 lustra esta nterpretação dos resultados, com a trajetóra hpotétca do consumo. O cenáro base desenha a trajetóra de referênca da economa no período de análse; os choques de consumo por produto (decorrentes da mudança demográfca) estabelecem um desvo em relação à trajetóra predta. A área I da Fgura 12 representa o cenáro base até 2050, enquanto a área II mostra a alteração na trajetóra e decorrentes desvos provocados pelo choque de polítca até Fonte: Adaptado a partr de Horrdge (2011). Fgura 12 Relação entre os dos cenáros sobre consumo, ao longo do tempo Cenáro base A especfcação teórca e empírca do modelo BRIDGE-POP permte projetar consstentemente os mpactos agregados e setoras decorrentes do envelhecmento populaconal a partr de cenáros demográfcos e macroeconômcos já dsponíves para o Brasl. A Tabela 10 resume os prncpas ndcadores macroeconômcos do cenáro entre 2005 e 2050, que são utlzados nas smulações com o modelo BRIDGE-POP para a economa

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