Gustavo Ferrari COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS NO SISTEMA DE COLETA SELETIVA SOLIDÁRIA EM SANTA CRUZ DO SUL - RS

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1 0 Gustavo Ferrari COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS NO SISTEMA DE COLETA SELETIVA SOLIDÁRIA EM SANTA CRUZ DO SUL - RS Santa Cruz do Sul 2016

2 1 Gustavo Ferrari COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS NO SISTEMA DE COLETA SELETIVA SOLIDÁRIA EM SANTA CRUZ DO SUL - RS Santa Cruz do Sul 2016

3 2 RESUMO Antes de iniciar qualquer projeto que envolva coleta seletiva e reciclagem de lixo, é importante avaliar qualitativamente e quantitativamente o perfil dos resíduos sólidos gerados em diferentes pontos do município. A falta de ferramentas de apoio e de profissionais capacitados tem sido um obstáculo na conscientização da comunidade quanto a segregação dos materiais recicláveis na fonte geradora. Neste estudo, verificou-se, no município de Santa Cruz do Sul RS, a composição física dos Resíduos Sólidos RS especificamente na área central bairros Centro, Goiás e Higienópolis onde ocorre, desde dezembro de 2012, a Coleta Seletiva Solidária CSS. Para isso, foram realizadas segregações dos resíduos considerados como rejeito pela população desses bairros. Também foram analisados os dados referentes aos materiais recicláveis recolhidos e comercializados no sistema, de janeiro a março deste ano. Dessa forma, o presente trabalho mostra resultados que permitem analisar de forma detalhada o sistema de triagem dos RS, proporcionando a obtenção de dados mais específicos da composição média do lixo, com o propósito de informar às pessoas que dependem da coleta e comercialização dos materiais, assim como às que precisam acondicionar e disponibilizar adequadamente e de forma diferenciada os RS reutilizáveis e recicláveis para coleta. Espera-se com esta análise, contribuir para uma melhor compreensão da viabilidade econômica da triagem e reciclagem do lixo. Palavras chave: resíduos sólidos; composição física; coleta seletiva.

4 3 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Possível classificação dos RS segundo a atividade que os produziu Tabela 2 - Classificação dos RS segundo o grau de biodegradabilidade Tabela 3 - Classificação de RS oriundos do setor sanitário, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) Tabela 4 - Síntese de critérios de classificação de RS Tabela 5 - Composição gravimétrica média dos resíduos sólidos gerados no Brasil Tabela 6 - Evolução do crescimento populacional no município de Santa Cruz do Sul de 1950 a Tabela 7 - Cronograma de atividades do 1 semestre de Tabela 8 - Média das pesagens de resíduos considerados como rejeito pela população da área abrangida pela Coleta Seletiva Solidária Tabela 9 - Porcentagem de materiais recicláveis descartados dentro do rejeito Tabela 10 - Coleta de resíduos realizada pela empresa Conesul Soluções Ambientais (1 trimestre de 2013) Tabela 11 - Concentração de domicílios e habitantes por bairro Tabela 12 - Estimativa de materiais recicláveis descartados como rejeito no bairro Centro Tabela 13 - Estimativa de materiais recicláveis descartados como rejeito no bairro Goiás Tabela 14 - Estimativa de materiais recicláveis descartados como rejeito no bairro Higienópolis Tabela 15 - Coleta de resíduos recicláveis provenientes da coleta seletiva solidária Tabela 16 - Resíduos recicláveis agrupados Tabela 17 - Materiais recicláveis presentes nos resíduos do bairro Centro Tabela 18 - Materiais recicláveis presentes nos resíduos do bairro Goiás Tabela 19 - Materiais recicláveis presentes nos resíduos do bairro... 50

5 4 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Caracterização e classificação de resíduos Figura 2 - Os três elos da coleta seletiva Figura 3 - Imagem do local da usina de triagem e do antigo lixão de Santa Cruz do Sul RS Figura 4 - Imagem do local do aterro sanitário em Minas do Leão RS Figura 5 - Localização do município de Santa Cruz do Sul no mapa do Rio Grande do Sul - RS Figura 6 - Descarga do resíduo Figura 7 - Pá Carregadeira realizando quarteamento Figura 8 - Obtenção de amostra Figura 9 - Separação dos resíduos Figura 10 - Resíduos coletados no município Figura 11 - Percentual da coleta seletiva Figura 12 - Materiais Coletados por Bairro (%) Figura 13 - Quantidade de materiais por grupo (%) Figura 14 - Potencialidade de materiais recicláveis média estimada (t/mês) Figura 15 - Materiais Recicláveis coletados no Sistema de Coleta Seletiva Solidária... 52

6 5 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO Objetivo Geral Objetivos Específicos 11 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Resíduos Sólidos Tipo e classificação de RS Características dos Resíduos Sólidos Características físicas Composição gravimétrica Procedimentos para coleta e análise de dados Características químicas Características biológicas Quanto à quantidade Quanto à qualidade Componentes dos Serviços de Limpeza Urbana Coleta e Transporte Coleta Seletiva Ciclo da Coleta Seletiva (logística reversa) Tratamento e disposição dos RS Gerenciamento de Resíduos Sólidos Municipais (GRSM) Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) Legislação aplicável Gestão dos resíduos no município de Santa Cruz do Sul Catadores de materiais recicláveis Usina de Triagem Disposição final (aterro sanitário) METODOLOGIA Localização e dados gerais do município Dados populacionais Materiais e métodos... 39

7 Cronograma das atividades RESULTADOS E DICUSSÃO Composição gravimétrica dos resíduos sólidos considerados como rejeito no sistema de coleta seletiva Geração de RS no município Estimativa de resíduos recicláveis coletados na área abrangida pelo sistema de coleta seletiva solidária - CSS Coleta de materiais recicláveis Materiais recicláveis CONCLUSÃO REFERÊNCIAS... 55

8 7 1 INTRODUÇÃO Até poucas décadas, mesmos nos grandes centros urbanos, os resíduos sólidos (RS) se constituíam basicamente de restos de alimentos. Com o crescimento acelerado da população e do consumo de produtos industrializados e com o surgimento dos produtos descartáveis, tivemos um aumento e uma diversificação excessiva desses resíduos. O crescimento econômico também levou a intensificação do processo de industrialização com consequente aumento da demanda por recursos naturais e de danos ao meio ambiente. Através dos resíduos deixados por nossos antepassados, de baixa degradabilidade, tomamos conhecimento do tempo que precisam para se decompor. A humanidade, por um longo período, não esteve muito preocupado com esta problemática, visto que, com o conhecimento que adquirimos sobre as consequências negativas da superprodução e da má gestão de RS, falta esforço de modo notável para mudar nosso comportamento. Esta omissão poderá se tornar dramática e irrecuperável. Hoje um dos grandes desafios postos à sociedade brasileira, é o acesso universal ao saneamento básico, com qualidade, equidade e continuidade, considerado uma das questões fundamentais no momento atual das políticas sociais, culturais e ambientais. Considerado um dos setores primordiais do saneamento básico, a gestão dos resíduos sólidos realizada de forma adequada e responsável, é fundamental para a preservação dos recursos naturais e da saúde pública. Quissini (2007) diz que é no gerenciamento que os municípios devem abranger vários aspectos relacionados à sua origem, geração, armazenamento, coleta, tratamento e disposição final. Barros (2012) salienta que a geração excessiva e sua má gestão também podem trazer muitas doenças cujas transmissões precisam de vetores e que se associam aos resíduos, como é o caso da cólera, peste bubônica, dengue e de muitas enterites. Outras doenças cuja transmissão precisa de vetores também estão associadas, buscado por estes animais como fonte de alimento e como abrigo, constituindo parte do ciclo de várias enfermidades. De acordo com Calderoni (2003), a geração de resíduo é inevitável. Pode-se afirmar ainda, que a quantidade gerada seja irracional, pois isto é a consequência do modelo da sociedade atual, sendo a mesma, a decorrência do aumento de consumo, gerando mais resíduo. Nos problemas relacionados com o gerenciamento integrado de resíduos sólidos urbanos, devemos ter como ponto de partida para a busca de soluções, o reconhecimento dos componentes presentes no lixo urbano mediante caracterização de sua composição

9 8 gravimétrica para identificar possíveis categorias de segregação na fonte geradora, quando da implantação de programas de coleta seletiva. Dentro deste enfoque o município de Santa Cruz do Sul está elaborando o PMGIRS - Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, com o objetivo de estabelecer ações integradas e diretrizes quanto aos aspectos ambientais, sociais, econômicos, legais, administrativos e técnicos, referentes à geração e aos geradores de resíduos sólidos (SEMMAS, 2012). 1.1 Objetivo Geral Realizar um diagnóstico da composição física de resíduos sólidos urbanos coletados no sistema de coleta seletiva solidária em santa cruz do sul RS. 1.2 Objetivos Específicos - Diagnosticar através da composição gravimétrica, os resíduos sólidos considerados como rejeito no sistema de coleta seletiva no município; - Caracterizar e quantificar os resíduos sólidos recicláveis coletados na área abrangida pelo sistema de Coleta Seletiva Solidária CSS em Santa Cruz do Sul; - Melhorar o sistema de gerenciamento de resíduos sólidos, de forma a aumentar o aproveitamento dos materiais recicláveis e diminuir a quantidade final dos resíduos que não são plausíveis de aproveitamento pela Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis COOMCAT; - Propor a implantação do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos PMGIRS para o município.

10 9 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA A revisão bibliográfica aqui apresentada enfoca principalmente à questão dos resíduos sólidos urbanos (lixo). Outros tipos de resíduos, como os perigosos foram unicamente mencionados, pois não é o foco deste estudo. 2.1 Resíduos Sólidos Resíduo ou lixo é qualquer material considerado inútil, supérfluo ou sem valor, gerado pela atividade humana, indesejado e descartado no meio ambiente. Uma vez coletados, os resíduos podem ser destinados a reciclagem, compostagem, incineração e/ou acondicionados em aterros. Os termos lixo, dejeto ou resíduo costumam ser usados confusamente para denominar materiais ou produtos cujos possuidores descartam ou eliminam porque julgam que não mais lhes interessa, ainda que, muitas vezes, sejam suscetíveis de aproveitamento ou valorização. O termo resíduo denota a possibilidade de valorização, enquanto que os termos lixo ou dejeto costumam ser considerados como destinados à disposição final. Se não houver tecnologias para seu aproveitamento integral, de maneira economicamente viável e tecnologicamente factível, o resíduo, mesmo que caracterizado como parcialmente reciclável, acaba sendo disposto em aterros sanitários ou lixões. Barros (2012) reconhece que há valor (em termos de matéria e de energia) nos RS que, deveriam ser aproveitados antes da disposição final, incorporando assim, um aproveitamento ainda como recursos a serem utilizados antes que subprodutos deste processo, antes de serem descartados como rejeitos. A Política Nacional dos Resíduos Sólidos - Lei nº , de 02 de agosto de 2010, define como rejeitos os RS que, depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada (PNRS, art. 3, inciso XV). Nessa Lei, são apresentados os princípios, objetivos, instrumentos, diretrizes, metas e ações adotados pelo Governo Federal, isoladamente ou em regime de cooperação com Estados, Distrito Federal, Municípios e particulares, visando à gestão integrada dos resíduos sólidos e seu gerenciamento ambientalmente correto.

11 10 De acordo com a Norma Brasileira Regulamentadora - NBR 10004, da Associação Brasileira de Normas Técnicas: Resíduos sólidos são todos os resíduos nos estados sólido e semissólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível (ABNT, Pag.1). Enquanto que a Politica Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS (2010) amplia a definição da NBR n /04 incorporando também gases, centrando a preocupação na etapa da disposição final, definindo RS como: municipais. [...] material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviável em face da melhor tecnologia disponível (Lei /2010 PNRS, Art. 3, Inciso XVI). Vale ressaltar que os resíduos perigosos não devem ser dispostos nos aterros sanitários Tipo e classificação de RS Quanto à classificação, os resíduos são determinados de diferentes maneiras, entretanto, algumas são mais utilizadas, pois fornecem importantes informações para o seu gerenciamento adequado. Segundo a PNRS, resíduo sólido é todo material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade. Os resíduos sólidos podem ser classificados, segundo a PNRS (2010), pelos seguintes critérios: Quanto à sua origem: a) Resíduos domiciliares: os originários de atividades domésticas em residências urbanas; b) Resíduos de limpeza urbana: os originários da varrição, limpeza de logradouros e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana; c) Resíduos sólidos urbanos: os englobados nas alíneas a e b ; d) Resíduos de estabelecimento comerciais e prestadores de serviços: os geradores nessas atividades, excetuados os referidos nas alíneas b, e, g, h e j ;

12 11 e) Resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: os geradores nessas atividades, excetuados os referidos na alínea c ; f) Resíduos industriais: os geradores nos processos produtivos e instalações industriais; g) Resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de saúde, conforme definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA e do Sistema Nacional de Vigilância em Saúde - SNVS; h) Resíduos da construção civil: os gerados nas construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação de terrenos para obras civis; i) Resíduos agrossilvopastoris: os gerados nas atividades agropecuárias e silviculturais, incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas atividades; j) Resíduos de serviços de transportes: os originários de portos, aeroportos, terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira; k) Resíduos de mineração: os gerados na atividade de pesquisa, extração ou beneficiamento de minérios. Quanto à sua periculosidade: a) Resíduos perigosos: aqueles que, em razão de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo com lei, regulamento ou norma técnica; b) Resíduos não perigosos: aqueles não enquadrados na alínea a. A classificação dos resíduos sólidos, em função de sua origem é a mais utilizada, pois envolve a identificação da atividade que lhes originou. Este procedimento facilita o estabelecimento das ações que precisam ser desenvolvidas, e auxilia na identificação do responsável pelo gerenciamento desses resíduos. Quanto aos riscos potenciais de contaminação do meio ambiente, segundo a NBR (Figura 1), os resíduos sólidos podem ser classificados em: - Classe I - Resíduos Perigosos: são resíduos que não podem ser dispostos no solo sem a utilização de práticas protetoras para evitarem-se os riscos à saúde pública e ao meio ambiente. São exemplos desses resíduos: borras de tinta, lodo de galvanoplastia, resíduos de serviço de saúde, solventes, substâncias cloradas e contendo metais pesados e outros; - Classe II - resíduos não perigosos: que se subdividem em resíduos classe II A (não inertes) e resíduos classe II B (inertes).

13 12 - Classe II A - Aqueles que não se enquadram nas classificações de resíduos classe I - Perigosos ou de resíduos classe II B - Inertes, nos termos desta Norma. Os resíduos classe II A Não inertes podem ter propriedades, tais como: biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água. - Classe II B - Quaisquer resíduos que, quando amostrados de uma forma representativa, segundo a ABNT NBR 10007, e submetidos a um contato dinâmico e estático com água destilada ou deionizada, à temperatura ambiente, conforme ABNT NBR 10006, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor, conforme anexo G. Figura 1 - Caracterização e classificação de resíduos Fonte: ABNT NBR 10004:2004

14 13 Também há outras classificações menos usuais por serem mais antigas, mas não menos relevantes, como o caso da resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente- CONAMA n 05/1993 (BRASIL, 1993). O mais importante objetivo de se conhecer um resíduo é poder lhe dar um encaminhamento adequado, até sua disposição final viável em termos econômicos e compatíveis em termos ambientais. As classificações das Tabelas a seguir apresentam critérios adotados de modo usual como exemplos. A Tabela 1 mostra a classificação dos resíduos quanto ao local de origem. Tabela 1 - Possível classificação dos RS segundo a atividade que os produziu Tipo de RS Definição RS produzidos nos domicílios, provenientes da cozinha, limpeza, manutenção das - Residencial casas e outros materiais descartados pelos usuários, como papeis, embalagens (de plástico, papelão, polipropileno expandido etc.), restos de alimentos, podas etc. (ou domiciliar) Outros estabelecimentos (industriais ou comerciais) têm parte de seus resíduos do tipo doméstico, variando os percentuais da composição gravimétrica Resíduos provenientes de estabelecimentos comerciais em geral, como escritórios, - Comercial lojas, empresas, restaurantes, bares. São constituídos sobretudo por embalagens (papéis, plásticos, etc.) e podem conter alguma matéria orgânica. RS provenientes de diversas áreas das instituições hospitalares (refeitórios, centros - dos serviços cirúrgicos, ambulatórios, etc.). Fazem parte ainda desta classificação os resíduos de de clinicas médicas, odontológicas e veterinárias, farmácias, instituições de ensino Saúde e estabelecimentos similares. Em virtude de suas características específicas, (hospitalares) demandam cuidados e métodos especiais no seu manuseio (coleta, transporte e disposição final). Podem estar contaminados. Segundo a NBR (2004), são aqueles resíduos em estado em estado sólido - Industrial e semissólido que resultam das atividades industriais (...). Vários destes resíduos podem ser perigosos, exigindo cuidados especiais no manuseio e na disposição final. Resíduos provenientes de varrição regular de logradouros públicos, conservação e - Público limpeza de zonas residenciais e comerciais, limpeza de feiras livres, etc. Constituídos de embalagens (papéis, plásticos etc.), cigarros, restos de capina e de alimentos, areia e terra, materiais de poda etc. Muitas vezes chamados de RS especiais: aqueles cuja geração diária exceda o peso ou volume fixados por regulamentos locais para a coleta regular ou que, por sua - Outros composição qualitativa e/ou quantitativa, requeiram cuidados especiais em pelo menos uma das fases de seu gerenciamento, cuja responsabilidade cabe ao próprio gerador. Fonte: Adaptado de BARROS, 2012 O enquadramento dos RS em classes ou categorias é importante para o seu gerenciamento, de forma a minimizar os danos ambientais ou á saúde pública devido à disposição inadequada dos mesmos. O problema da coleta e disposição do lixo é mundial,

15 14 entretanto, a situação se agrava muito em países onde os serviços de coleta e disposição adequados desses resíduos não atingem toda a população, como é o caso do Brasil (NETO et al., 1999). Segundo o Instituto de Pesquisas Tecnológicas Compromisso Empresarial para Reciclagem IPT/CEMPRE (2000), ao se considerar a caracterização do resíduo domiciliar de um município, é importante lembrar que as suas características variam ao longo de seu percurso pelas unidades gerenciadoras de resíduos, desde a geração até o destino final, bem como ao longo do tempo. Na fase inicial da caracterização devem-se estudar as condições da zona urbana, visando identificar a metodologia adequada a ser aplicada. Além disso, deve ser muito bem definido o objetivo da caracterização, pois para cada necessidade variam as análises de amostragem. De acordo com Lima (2004), muitos são os fatores que influenciam a origem e formação dos RS no meio urbano, tornando a distinção destes em uma tarefa de difícil realização. As classificações podem mudar com o tempo, sendo empregadas segundo a conveniência de cada finalidade. A Tabela 2 representa a potencialidade de degradação dos principais RS. Tabela 2 - Classificação dos RS segundo o grau de biodegradabilidade Tipo Degradabilidade Fonte: BARROS, 2012 Fácil Moderada Difícil Não degradável Definição (principal constituição) matérias orgânicas que se decompõe rapidamente papel, papelão e outros produtos celulósicos trapos, couro, borracha e madeira, degradam muito lentamente e se acumulam no meio ambiente entulhos, principalmente restos de argamassa, areia, vidros, metal, plástico, pedras, terra etc, também chamados recalcitrantes. Sob o ponto de vista ambiental, todo o material é degradável, ainda que alguns possam demorar tempos de escala geológica, sendo considerados com não degradáveis. Assim mais do que a degradabilidade em si, há também, a velocidade da degradação e os impactos deste processo. Maystre (1994) salienta que há controvérsias sobre as classificações inerentes aos RS, sobre as formas e a própria nomenclatura, aumentando a complexidade dos inúmeros termos

16 15 técnicos usados, gerando diferentes conceitos, exigindo dos gestores pela área, muita familiaridade com a questão pela própria natureza apresentando um caráter bastante dinâmico. Barros (2012) concorda e diz que Resíduos Sólidos - RS são a nomenclatura mais recente no que se refere ao lixo, sendo esta, uma denominação antiga e hoje inadequada, embora de uso consagrado. Independente das discussões interessa saber como lidar com estes materiais porque precisam ser convenientemente geridos. Sua disposição final é tarefa de responsabilidade do poder público, embora nas demais etapas da gestão, em especial na segregação e no tratamento, haja formação de outras áreas envolvidas. Na Tabela 3, é mostrado um caso particular, onde se descrevem os RS oriundos do setor sanitário. Embora, muitas vezes, constituam menos de 1 a 2 % do total de RS municipais, a probabilidade de estarem contaminados obriga a uma gestão mais cuidadosa, protegendo a saúde das pessoas e protegendo o meio ambiente. Tabela 3 - Classificação de RS oriundos do setor sanitário, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) Categorias Descrição Resíduos do tipo domiciliar, tais como materiais de embalagem, cama de animais Ordinários não infecciosos, água servida de lavanderia, não apresentando risco particular à saúde humana. Tecidos, órgãos, partes do corpo, fetos, cadáveres de animais, produtos de Anatômicos sangue, líquidos fisiológicos. RS, líquidos e gasosos contaminados por radionucleídeos (análises, localização Radioativos de tumores, terapias) Substâncias químicas sólidas, líquidas ou gasosas provenientes de operações experimentais e diagnóstico, das atividades de limpeza (desinfecção); resíduos químicos perigosos, inflamáveis ou reativos (substâncias explosivas, reagentes à Químicos água ou a choques), genotóxicos (substâncias cancerígenas, mutagênicas, teratogênicas ou suscetíveis de terem outros efeitos genéticos), corrosivos (ph 2 ou ph 12); resíduos químicos não perigosos: sacarídeos ácidos aminados, certos sais orgânicos ou inorgânicos Contêm patogênicos em concentração ou qualidade suficiente para causarem Infecciosos doenças Pontiagudos ou Agulha, seringa, bisturis, lâminas de serrotes ou facas, fragmentos de vidro, cortantes pregos ou outros objetos que possam causar furos ou cortes Produtos farmacêuticos, medicamentos ou produtos químicos vencidos ou não Farmacêuticos utilizados Embalagens sob Embalagens contendo gases inofensivos ou inertes, frascos de aerossóis que pressão podem explodir se expostos a uma chama ou perfurados acidentalmente Fonte: Maystre (1994)

17 16 A Tabela 4 sintetiza outras classificações dos resíduos, percebendo-se nele dois grandes critérios: o primeiro relativo a o que é lixo, e o segundo relativo a como tratar o lixo. O que fazer com o lixo constitui-se num problema cada vez mais complexo, cuja solução, ainda que simplificada e barata, adotada no Brasil, na maioria dos casos é aquela mais inadequada possível. A Tabela demonstra a possibilidade da pertinência simultânea de vários materiais a muitas das classes. Tabela 4 - Síntese de critérios de classificação de RS Critérios de classificação Quanto à possibilidade de produção de composto Quanto à origem, fonte ou local de produção Quanto à tratabilidade Quanto à economia Quanto ao grau de biodegradabilidade (velocidade/condições de degradação) Quanto ao padrão econômico da fonte de produção Quanto à possibilidade de reagir Quanto à possibilidade de incineração Quanto à possibilidade de recuperação energética Quanto ao ponto de vista sanitário Fonte: BARROS, 2012 Classes matéria orgânica; matéria inorgânica doméstico, residencial, domiciliar; comercial; hospitalar (contaminado ou não); serviços de saúde; especial; radioativo; industrial, industrial não perigoso; público; urbano / rural biodegradável; descartável; reciclável; aproveitável; inaproveitável; recuperável; aproveitável para produção de composto facilmente degradável; moderadamente degradável; dificilmente degradável; não degradável alto; médio; baixo inerte; reativo; orgânico combustível; incombustível alta (materiais de reutilização direta); média (*materiais de reutilização indireta); sem interesse contaminado; não contaminado 2.2 Características dos Resíduos Sólidos Conforme Barros (2012), a caracterização dos RS pode ser feita de maneiras distintas, variando as necessidades de análise, as metodologias de amostragem, os parâmetros e sua periodicidade de acordo com os objetivos de qualquer estudo, como as atividades de classificação. O levantamento de dados parte do conhecimento das condições da zona a ser

18 17 servida e passa pelo sistema de limpeza pública, garantindo-se a representatividade das amostras. Barros também destaca que a análise dos RS produzidos em um município ou região, serve para conhecer suas características e quantidades, como também as condições sob as quais são produzidos. Pode-se assim, orientar a escolha de alternativas técnicas e estratégias operacionais para as atividades relacionadas à sua coleta, transporte, tratamento e disposição. A determinação das características dos RS domésticos deve ser atualizada periodicamente, visto que sua composição se modifica consoante as mudanças que ocorrem nas sociedades Características físicas As principais características físicas dos RS, que devem ser conhecidas e acompanhadas com certa frequência para garantir a correta execução dos serviços de limpeza urbana, são a composição gravimétrica e o peso específico, especificando a produção per capita, compressibilidade e teor de umidade. Suas determinações são importantes para definir estratégias, e do ponto de vista operacional, o dimensionamento de equipamentos e instalações. Essas características são parâmetros que refletem o grau de industrialização e o nível socioeconômico e cultural de uma região. - Composição gravimétrica: traduz o percentual de cada componente em relação ao peso total dos RS. Os materiais recicláveis com a maior participação na composição gravimétrica dos RS são plásticos e papéis, por sua natureza (embalagens) terem grande volume. - Peso específico: representa o peso dos resíduos em função do volume por eles ocupados nas condições normais em que se apresentam para a coleta. De modo geral, quanto mais pobre o país (ou a comunidade produtora de resíduos), tanto mais denso é o lixo, pelo fato de terem grande percentual de matéria orgânica. O resultado para os RS de uma determinada comunidade será uma media de seus vários constituintes Composição gravimétrica Ao se considerar a caracterização dos RS, é importante lembrar que suas características variam ao longo de seu percurso pelas unidades de gerenciamento deste, desde a sua geração até o seu destino final, bem como ao longo do tempo.

19 18 Iniciando-se a caracterização, deve-se estudar as condições da zona urbana, visando identificar a metodologia a ser aplicada. Além disso, deve-se definir o objetivo da caracterização, pois para cada necessidade, variam as análises a realizar e, consequentemente, a metodologia de amostragem (IPT/CEMPRE, 2000). Na hora de se coletarem estas amostras, devem ser consideradas as diferentes áreas de coleta (bairros ricos e pobres, zonas residenciais e comerciais), os dias da semana e épocas (Natal, feriados, etc.), e os veículos de coleta anotando quaisquer outras circunstâncias extraordinárias. Barros (2012) também salienta que além de todos os arranjos organizacionais cabíveis, análises técnicas são necessárias para orientar decisões. Por simples que sejam algumas das metodologias para a geração dos dados necessários, um rigor mínimo nos procedimentos de campo ajuda a garantir a confiabilidade dos resultados e a possibilidade de compará-los ao longo do tempo. Quando não há como realizar as análises sugeridas em todo o volume do resíduo, procedimentos mínimos fornecem elementos básicos com os quais começa a gestão profissional do problema. Para isso, é usada a técnica do quarteamento. Nucase (2007) relata que as características qualitativas e quantitativas dos resíduos sólidos podem variar em função de vários aspectos, tais como: sociais, econômicos, culturais, geográficos e climáticos, concordando que, os mesmos fatores que também diferenciam as comunidades entre si, dependendo, portanto, do poder aquisitivo, dos hábitos e do nível educacional da população, podendo sofrer variações dentro de um mesmo município. Segundo Guadagnin et al (2001), a identificação e caracterização dos constituintes de cada localidade são fundamentais na determinação da alternativa tecnológica mais adequada, desde a etapa de coleta até a destinação final dos rejeitos em aterros sanitários ou controlados. No Brasil, alguns trabalhos de determinação da composição gravimétrica dos resíduos sólidos domiciliares são continuamente realizados, todavia, até o presente momento, tem-se considerado as categorias de matéria orgânica putrescível, papel/papelão, plástico, vidro e metais em geral, como as mais relevantes para esta determinação que em programas de gerenciamento integrado de resíduos sólidos de origem domiciliar, no espaço urbano, podem ser categorizadas como: Potencialmente recicláveis; Rejeitos e Compostáveis. Monteiro (2001) também concorda com a importância de que a composição gravimétrica identifica o percentual de cada componente em relação ao peso total da amostra analisada, se tornando possível identificar o aproveitamento tanto das frações recicláveis para comercialização quanto da matéria orgânica para a produção de composto.

20 19 Nesse sentido, gerenciar os resíduos sólidos urbanos de forma integrada é um conjunto articulado de ações normativas, operacionais, financeiras e de planejamento, que uma administração municipal, empresa privada ou uma cooperativa desenvolve, baseado em critérios sanitários, ambientais e econômicos para coletar, tratar, aproveitar e dispor adequadamente os resíduos sólidos de um município. A Tabela 5 identifica a composição média do lixo domiciliar brasileiro, segundo Pereira Neto (1991) apud Guadagnin et al (2001). Tabela 5 - Composição gravimétrica média dos resíduos sólidos gerados no Brasil Composição Percentual em peso (%) Papel 8,50 Papelão 5,00 Plástico rígido 2,00 Plástico maleável 2,70 Vidro 1,50 Metais 1,50 Matéria orgânica 64,00 Outros 14,80 Total 100 Fonte: Adaptado de Pereira Neto (2007) A realização da caracterização quantitativa e qualitativa servirá como base para constatar o potencial de aproveitamento dos resíduos sólidos gerados pela unidade de estudo. No que concerne à geração per capita de resíduos pelos habitantes da unidade de estudo, farse-á o cálculo com a população estimada na última contagem populacional registrada pelo IBGE (2010). A composição gravimétrica de resíduos sólidos (RS) é uma informação básica para o monitoramento e avaliação de projetos ambientais. Desta forma, a caracterização dos resíduos sólidos domiciliares, através da determinação da composição gravimétrica, permite identificar a quantidade e principalmente a qualidade do resíduo gerado num município, sendo a etapa inicial de qualquer definição posterior de gerenciamento Procedimentos para coleta e análise de dados - Levantamento preliminar de dados: inicialmente, são pesquisados dados referentes ao sistema de limpeza pública, tais como número de áreas de coleta, frequência de coleta, características dos veículos, distancia aos locais de tratamento e disposição final e quantidade de resíduos gerada (IPT/CEMPRE, 2000).

21 20 - Técnica do quarteamento: é um processo de mistura no qual uma amostra bruta homogeneizada de resíduos é dividida sucessivamente em quatro partes iguais. A cada divisão, destas quatro partes se aproveitam dois dos quartis, diametralmente opostos entre si, para formarem nova amostra, também homogeneizada, sendo o restante descartado. O processo é repetido até que se tenha uma quantidade remanescente de aproximadamente 400 kg. Vale a pena lembrar a necessidade de equipamentos de proteção individual para as pessoas envolvidas na execução deste processo (luvas, óculos, máscaras, aventais, botas). - Geração per capita: o cálculo da geração per capita de resíduos requer informações básicas como a quantidade de resíduos produzidos na unidade de estudo e o número de pessoas que a habitam, com esses dados, será possível calcular a geração média mensal de resíduos no município. Quanto ao número de habitantes, utilizar-se-á o dado da última contagem populacional realizada pelo IBGE Características químicas As considerações acerca da importância do conhecimento sobre as características químicas, em relação a proporção de elementos, relação C:N, poder calorífico e ph, em função dos tipos de resíduos, são bastante variadas. Particular importância tem a determinação dos teores de sólidos voláteis e de cinzas quando se pensa na incineração como tratamento. Da mesma forma, havendo grande concentração de matéria orgânica, a compostagem aparece como uma solução mais atraente Características biológicas A fração orgânica dos RS é fundamentalmente formada por constituintes solúveis em água, celulose, gorduras, óleos, lignina e proteínas. A característica biológica mais importante dos RS é a possibilidade que sua fração orgânica tem de ser convertida biologicamente em um composto orgânico, contendo nutrientes e umidade que, associadas a outras condições ambientais, favorecem várias espécies de microrganismos. De outro ponto de vista, a geração de odores e o aparecimento de moscas e de outros animais estão associados à putrescibilidade da matéria orgânica.

22 Quanto à quantidade De acordo com Barros (2012), no Brasil a falta de estudos e a baixa confiabilidade dos poucos dados existentes ainda dificultam uma avaliação mais precisa no panorama de geração, coleta, tratamento e disposição final de RS. A realidade recomenda prudência na mera aceitação de indicadores advindos de avaliações feitas sob condições desconhecidas, sendo assim, cada caso precisa ser avaliado de forma isolada, dependendo dos objetivos a que se propõem tais estudos. A medida que tais dados são gerados, a variabilidade diminui, proporcionando conclusões mais seguras e dados com maior alcance Quanto à qualidade Barros (2012) também diz que as características qualitativas dos RS são extremamente variadas, tendo como principais fatores que influenciam esta diversidade: a localização geográfica e as características da área considerada (ex: bairros pobres e bairros ricos; bairros comerciais e bairros residenciais); o clima e variações temporais (dia da semana, meses do ano, ex. época de Natal); os hábitos e os costumes, o padrão de desenvolvimento e o nível de vida da população (ex: comportamento consumista ou comportamento que expressa preocupações ambientais); as atividades econômicas dominantes (região industrial, turística, administrativa, agrícola); o estágio tecnológico da sociedade (ex: uma sociedade muito industrializada); e flutuações na população e na economia. Além destes, outros fatores também importantes são as eficiências da coleta, a existência de leis e regulamentos, com fiscalização, e eventuais tratamentos domiciliares. 2.3 Componentes dos Serviços de Limpeza Urbana Coleta e Transporte A coleta de RS é basicamente realizada segundo um dos quatro sistemas diferenciados citados a seguir: - coleta regular - a coleta regular (ou convencional) consiste na coleta executada em intervalos determinados, correspondendo na remoção de RS de tipo domiciliar, comercial e industrial de pequeno porte. Entende-se por coleta domiciliar e comercial o conjunto de atividades concernentes ao recolhimento dos RS produzidos em edifícios residenciais e/ou

23 22 comerciais, com as características qualitativas e dentro dos limites quantitativos definidos pelo regulamento local de limpeza pública, bem como o seu transporte de forma adequada para as instalações de tratamento e/ou destinação final. - coleta especial - a coleta especial contempla os resíduos não recolhidos pela coleta regular, tais como pequenas quantidades de entulhos, animais mortos, restos de limpeza de cemitérios, festas especiais, dejetos de feiras livres e podas de jardins. Pode ser regular ou programada para onde ou quando houver resíduos a serem removidos. - coleta realizada pelo próprio produtor são resíduos de indústrias, de obras de engenharias (entulho) etc. Os geradores devem se responsabilizar pelo seu eventual tratamento, remoção, transporte e disposição em locais indicados pelo poder municipal ou pela entidade local encarregada do serviço. - coleta seletiva consiste no recolhimento dos materiais previamente segregados na fonte (residências, estabelecimentos comerciais, escritórios, escolas etc.), dentro dos quais destacam-se como de maior interesse comercial o papel, papelão, plástico, metais e em alguns casos, o vidro. Estes materiais devem ser coletados de forma separada dos outros constituintes do lixo que se decompõe de modo mais rápido (restos de comida, podas de árvores, material orgânico em geral). Em primeiro momento, pode haver uma divisão do tipo secos e molhados, e a medida que o sistema evolui, pode se ir sofisticando as condições da coleta, aumentandose o número de categorias separadas, visando facilitar ainda mais a separação e portanto incrementar o potencial de reaproveitamento. O acondicionamento adequado do resíduo, o sistema de coleta e transporte planejado e os diversos serviços de limpeza complementares devem ser feitos com qualidade e produtividade, a mínimo custo. Novaes (1994) relata que o planejamento de coleta e transporte se faz inicialmente rota por rota. É necessário determinar as condições de operação e os custos para a situação atual, de forma a se ter uma referência básica de comparação ao analisar posteriormente outras alternativas. Comenta ainda, que é necessário conhecer os seguintes elementos para o planejamento do transporte: fluxo nas diversas ligações de rede; nível de serviço atual; nível de serviço desejado; características ou parâmetros sobre a carga; e tipos de equipamentos disponíveis e suas características (capacidade, fabricante etc.). E no que se refere às características ou parâmetros de carga, os principais elementos a considerar são: peso e volume; densidade média; dimensões da carga; dimensões do veículo; nível de periculosidade; estado físico e compatibilidade das cargas.

24 23 Diz ainda, que para o planejamento do serviço de coleta e transporte, é importante também se definir os custos. Estes podem ser divididos em diretos e indiretos. Os custos diretos abrangem depreciação da frota, remuneração do capital, salário e gratificações dos motoristas e ajudantes, cobertura de risco, combustível, lubrificação, pneus e licenciamento. Os custos indiretos são as despesas que não se relacionam diretamente com a operação, como a contabilidade da empresa, a administração de pessoal e geral. Cerca de 85% do custo operacional do transporte rodoviário de carga corresponde aos custos diretos, relata. As dificuldades de um gerenciamento eficiente deste sistema podem levar a custos elevados. Finalmente as questões ambientais devem ser consideradas para o planejamento do sistema de coleta dos resíduos sólidos, já que a tendência mundial é procurar estimular programas e procedimentos que visem atender a meta, como desenvolvimento econômico, uso adequado de recursos, melhoria social e bem-estar das comunidades. Um bom gerenciamento desses serviços, que estão entre os de maior visibilidade, apresenta boa aceitação da administração municipal por parte da população. Adicionalmente, a sua otimização leva a uma economia significativa dos recursos públicos. A responsabilidade da coleta dos resíduos domiciliares e o seu transporte para áreas de tratamento e destinação final são ações do serviço público municipal, de grande visibilidade para a população, impedindo o desenvolvimento de vetores transmissores de doenças que ali encontram alimento e abrigo Coleta Seletiva A Lei Estadual nº /1993 no Artigo 1, dispõe que, a segregação dos resíduos sólidos na origem, visando seu reaproveitamento otimizado, com vistas à preservação dos recursos naturais, é responsabilidade de toda a sociedade e deve ser implantada gradativamente nos municípios e a Lei Federal nº /2010 fomenta o incentivo à criação e ao desenvolvimento de cooperativas ou de outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis. A coleta seletiva é definida como uma etapa entre a separação do resíduo e a sua destinação final, aplicando-se, portanto, ao recolhimento diferenciado dos resíduos, após sua separação na fonte geradora, seja por catadores, programas ou por outros agentes do processo. Os programas brasileiros de coleta seletiva têm como alvo básico os materiais recicláveis como papel, plásticos, vidro e metais. Juntos estes compõem cerca de 38% do peso do lixo, mas representam uma parcela significativamente maior em volume, ocupando menos

25 24 espaço nos aterros. Uma separação minuciosa de todos os resíduos sólidos urbanos permitiria um reaproveitamento da sua maior parte, até 94% dos materiais, segundo o programa de coleta seletiva de São José dos Campos, SP. Observa-se também, que a composição do resíduo doméstico varia conforme o consumo local de cada população, sendo distinta entre cidades de diversos países ou regiões, de portes diferentes ou até mesmo entre bairros de uma mesma cidade. Do mesmo modo, há que se levar em conta, que grande parte das experiências da coleta seletiva e reciclagem nos municípios brasileiros não podem ser consideradas ainda como autossustentáveis, nem desviam dos aterros parte considerável de resíduos com potencial de reciclabilidade. Quando os custos dos serviços municipais não são adequadamente planejados e gerenciados, constituem um dos obstáculos de ampliação dos programas de coleta seletiva de resíduos domiciliares (RUBERG; AGUIAR; PHILIPPI JUNIOR, 2000). Conforme a Secretaria Municipal de Meio ambiente e Saneamento (SEMMAS), a ausência de uma política de inclusão social aliada à coleta seletiva resulta na realização por catadores, de uma pré-triagem realizada muitas vezes em locais públicos, acumulando o material descartado nas vias públicas, o que ocasiona diversos focos de sujeira e um conflito com a população, que acaba por cobrar da prefeitura uma atuação mais eficiente quanto à limpeza destes locais. Além disso, a separação de materiais recicláveis surge como uma importante ocupação por parte do contingente de trabalhadores de baixa renda e de pouca qualificação, que, produzindo cada vez maiores quantidades de matéria prima para reuso e/ou reciclagem, em substituição aos materiais de primeiro uso extraídos da natureza, diminuem esta necessidade e contribuem positivamente para o equilíbrio ecológico do planeta. A coleta seletiva é uma das ferramentas primárias de fomento às políticas de reutilização dos RS. No entanto, para que um município estabeleça um programa de coleta seletiva é necessário ter uma estimativa da composição gravimétrica do RS gerado. Apenas a partir desse conhecimento é que se pode planejar uma estratégia adequada para o seu gerenciamento, incluindo quando for viável social e economicamente, a criação de usinas de reciclagem e de compostagem. A adequada participação da população é fundamental. A coleta seletiva solidária, iniciada em dezembro de 2012 em Santa Cruz do Sul, é um sistema de conscientização ambiental, participação comunitária e inserção social no recolhimento de materiais recicláveis nas residências, empresas, escolas e demais instituições, onde os catadores organizados são protagonistas no processo. A Coomcat, que opera a Usina Municipal de Triagem desde setembro de 2010, é responsável pelo recolhimento dos resíduos

26 25 recicláveis. No momento, os bairros atendidos pelo sistema são o Centro, Goiás e Higienópolis. Verifica-se que há apenas três meses entre ao início da gestão da Usina de Triagem e o início da coleta seletiva solidária Ciclo da Coleta Seletiva (logística reversa) O processo de implantação da coleta seletiva começa com a análise do mercado reciclador para os resíduos gerados e após este estudo, é feita a logística, ou seja, o planejamento do fluxo dos resíduos. Porém, estas ações não são eficientes se não houver a existência de atividades permanentes de educação ambiental. Os três elos da coleta seletiva apresentado na Figura 2, são a base para esse método. Figura 2 - Os três elos da coleta seletiva Fonte: Delevatti (2006). O acompanhamento e a observação sistemática da situação, elaborando ações de educação ambiental devem ser realizadas visando sua melhoria e proposição de novas ações. Todas as ações do projeto devem integrar um sistema, propiciando uma redução na quantidade de lixo destinada ao aterro Tratamento e disposição dos RS O tratamento e a destinação de resíduos sólidos nas cidades brasileiras é um dos principais problemas enfrentados pelo poder público municipal, consumindo boa parte de seu orçamento. A magnitude do problema, que afeta diretamente a saúde pública e compromete o ambiente, pode ser estimada se considerarmos que apenas 63% dos domicílios brasileiros contam com coleta regular de lixo (IBGE, 2010). Em 1998, por exemplo, esse serviço atingia 80% do total de moradias e do lixo que era coletado no país, deste, 76% era disposto a céu

27 26 aberto, o restante destinado a aterros (controlados ou sanitários), usinas de compostagem e, uma parcela ínfima, a centrais de triagem/beneficiamento para reciclagem (GRIMBERG; BLAUTH,1998). Desde então, as iniciativas brasileiras de coleta seletiva ainda são poucas, porém, com as iniciativas particulares de alguns municípios e a posterior introdução da Política Nacional de Resíduos Sólidos PNRS vem crescendo a participação dos municípios neste sistema. De acordo com o levantamento do IBGE cada brasileiro gera, em média, 500 gramas de lixo por dia, podendo chegar até a mais de 1 kg dependendo do poder aquisitivo e local em que mora. Estudos de Nascimento (2011), também apontam que, no estilo de vida atual, cada pessoa produz uma quantidade próxima a 1kg de resíduos sólidos diariamente, sendo a coleta e destinação destes, um dos principais problemas enfrentados pelo poder público municipal. Esse padrão de desenvolvimento caracteriza-se centralmente pela exploração excessiva e constante dos recursos naturais da Terra, pela geração maciça de resíduos, pela crescente exclusão social. Constata-se ainda, a existência de uma crise na relação entre meio ambiente e desenvolvimento, ao não se estabelecerem patamares sustentáveis de produção e consumo e ao não enfrentar-se o dilema da desigualdade de acesso a condições básicas de vida. Uma alternativa para amenizar a poluição e recuperar materiais é a reciclagem. Porém, para que os resíduos possam ser reciclados é necessário que não estejam misturados, por exemplo, com material orgânico. O ideal é que os materiais sejam separados no momento do descarte pelo seu gerador, de acordo com a sua composição. E para atender essa premissa, precisa-se de um sistema de Coleta Seletiva a disposição do gerador. 2.4 Gerenciamento de Resíduos Sólidos Municipais (GRSM) O gerenciamento adequado dos resíduos gerados diariamente ainda é um desafio para a maioria dos municípios brasileiros. O planejamento da implementação desse sistema, como qualquer atividade de planejamento, exige cuidados para que os objetivos definidos no plano possam ser transformados em ações reais (MESQUITA JUNIOR, 2007). Na opinião de Consoni et al (2000), o gerenciamento integrado deve começar pelo conhecimento dos resíduos gerados pelo município, uma vez que, vários fatores que influenciam na sua composição são: sazonalidade, aspectos climáticos, regionais, temporais e possíveis flutuações na economia. Portanto, as amostragens devem ser realizadas sistematicamente.

28 27 Caracterizar os diversos componentes dos resíduos sólidos subsidia a elaboração de planos de gestão que abrangem a expansão dos serviços de coleta regular, a viabilidade de implantação de coleta seletiva e compostagem, além da especificação de equipamentos e definição de sistemas de eliminação. (COMCAP, 2002, p. 31). A articulação de esforços dos diferentes órgãos da administração pública e da sociedade civil com propósito de limpeza urbana, levando em consideração as características da fonte de geração, o volume e o tipo de resíduo gerado é uma ação que vai além do exercício da cidadania, significando qualidade de vida e ambiental. O conjunto de ações para o gerenciamento do lixo deve ir ao encontro das metas estabelecidas para se atingir os objetivos maiores traçados pelo município. A experiência tem demonstrado que o caminho para mudanças nos sistemas de gerenciamento de resíduos nos municípios se faz por meio de pequenas melhorias, consistentemente mantidas por vários anos seguidos, sendo mais provável de conduzir ao sucesso que tentativas de obtê-lo em um único grande salto tecnológico. De acordo com a PNRS (Lei /10), gerenciamento de resíduos sólidos [...] é o conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos (BRASIL, 2010). Segundo a PNRS (2010), o gerenciamento de resíduos sólidos deve possuir o seguinte conteúdo mínimo: Diagnóstico dos resíduos sólidos gerados ou administrados, contendo a origem, o volume e a caracterização dos resíduos, incluindo os passivos ambientais a eles relacionados; Levantamento da legislação específica, federal, estadual e municipal; Identificação das soluções consorciadas ou compartilhadas com outros geradores; Ações preventivas e corretivas a serem executadas em situações de gerenciamento incorreto ou acidentes; Metas e procedimentos relacionados à minimização da geração de resíduos sólidos, à reutilização e reciclagem; Medidas saneadoras dos passivos ambientais relacionados aos resíduos sólidos e, Periodicidade de sua revisão, observado o prazo de vigência da respectiva licença de operação. No Brasil, de acordo com Mesquita Júnior (2007), a situação do manejo de RS ainda é preocupante, principalmente no que diz respeito a sua disposição final. Dados do Instituto

29 28 Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2008) evidenciaram que a partir de 2008 todos os municípios brasileiros passaram a ter o manejo dos resíduos sólidos. Em oito anos ( ), o percentual de municípios que começaram a utilizar os aterros sanitários cresceu de 17,3% para 27,7% e 32,4% dos municípios informaram ter coleta seletiva em todos os distritos. Ferreira (2006) argumenta que os municípios brasileiros enfrentam muitos problemas no tratamento e na destinação final dos resíduos sólidos urbanos, situação muitas vezes provocada pela falta de consciência das autoridades municipais em relação à problemática do lixo urbano, ou em decorrência das dificuldades financeiras que impedem a aquisição de equipamentos necessários para a coleta, compactação, transporte e destinação dos resíduos sólidos. Mesmo os municípios mais prósperos e financeiramente autossuficientes não procedem à coleta de resíduos sólidos urbanos de forma correta, pois, quando dispõem de terreno apropriado, não possuem equipamentos adequados e pessoas qualificadas para a coleta, assim como a falta de conscientização da população com relação à disposição correta do lixo. Outro aspecto a ser considerado no que diz respeito ao gerenciamento de resíduos sólidos, é o fator social. A participação de catadores na segregação informal dos resíduos sólidos seja nas ruas ou nos lixões e aterros, é o ponto mais crítico e visível da relação dos resíduos sólidos com a questão social. Trata-se do elo perfeito entre o inservível e a população marginalizada da sociedade que, no lixo, identifica o objeto a ser trabalhado na condução de sua estratégia de sobrevivência. A inserção e capacitação desses trabalhadores na gestão dos resíduos sólidos urbanos são obrigatórias e estão regulamentadas na PNRS. Desse modo, a gestão dos resíduos deve trabalhar integralmente os aspectos sociais com o planejamento das ações técnicas e operacionais do sistema de limpeza urbana Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) O encargo de gerenciar os resíduos tornou-se uma tarefa que demanda ações diferenciadas e articuladas, as quais devem ser incluídas entre as prioridades de todas as municipalidades. Nessa relação, as comunidades atualmente enfrentam grandes desafios, como encontrar soluções ambientalmente seguras para os problemas decorrentes da geração do resíduo em grandes quantidades. Portanto, a urgência da adoção de ações vem somar-se aos esforços atualmente desenvolvidos em muitas localidades brasileiras, também, no sentido de preservar a qualidade

30 29 de seus recursos hídricos. Esses esforços têm conseguido suporte na Política Nacional de Recursos Hídricos (lei Federal n 9.433, 1997). Essa política e suas ações foram e ainda estão sendo muitos importantes no reconhecimento da necessidade de preservação e proteção dos recursos hídricos, e possibilitaram com isso, a criação de uma nova perspectiva de aporte de recursos para auxiliar os municípios na resolução de seus problemas com o lixo, instituindo a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Com base nessa Política, e na Lei Estadual nº , estão sendo elaborados diversos Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS) nos município do Rio Grande do Sul. Regulamentada pelo Decreto Estadual nº , a Lei Estadual, de abril de 1998, estabelece que as atividades geradoras de resíduos sólidos, de qualquer natureza, são responsáveis pelo seu gerenciamento (desde o acondicionamento, armazenamento, coleta, transporte, tratamento, disposição final), pelo passivo ambiental oriundo da desativação de sua fonte geradora, bem como pela recuperação de áreas degradadas (2012, < O PGRS é um documento que aponta e descreve as ações relativas ao seu manejo, contemplando os aspectos referentes à geração, segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, tratamento e disposição final, bem como proteção ao meio ambiente e à saúde pública (D ALMEIDA; VILLHENA, 2000). 2.5 Legislação aplicável A Lei Federal n , que estabelece a Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS), sancionada em 02 de agosto de 2010, dispõe sobre seus princípios, regula a reciclagem e disciplina o manejo dos resíduos, contêm instrumentos importantes que ajudarão o país a enfrentar os problemas ambientais, sociais e econômicos decorrentes do manejo inadequado dos resíduos sólidos, acarretando uma série de mudanças para consumidores, empresas e poder público, tais como: - Prevenção e redução da geração dos resíduos (aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos). - Responsabilidade compartilhada dos geradores de resíduos (desde os fabricantes até o pósconsumo). - Criação de metas para eliminação dos lixões e instrumentos para planejamento nacional, estadual e microrregional.

31 30 Essa nova lei estabelecerá regras para a gestão de mais de 57 milhões de toneladas de lixo geradas anualmente, a fim de evidenciar as práticas adotadas e as possíveis adequações para atender às suas exigências (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2010). Além disso, outra mudança dessa nova Lei para o poder público reside no fato de que a União, os Estados e os Municípios terão um prazo de quatro anos para elaborar um plano de manejo dos resíduos sólidos, respeitando algumas diretrizes, tais como: - Todas as entidades estão proibidas de manter ou criar lixões. - As prefeituras deverão construir aterros sanitários adequados ambientalmente, nos quais só poderão ser depositados os resíduos, sem qualquer possibilidade de reaproveitamento ou compostagem. - A União, os Estados e os Municípios são obrigados a elaborar planos para tratar dos resíduos sólidos, estabelecendo metas e programas de reciclagem. - Os municípios somente receberão dinheiro do Governo Federal para projetos de limpeza pública e manejo de resíduos sólidos depois da aprovação de planos de gestão. - Os consórcios intermunicipais relacionados ao lixo terão prioridade no financiamento federal. Além dessas metas, os instrumentos da PNRS ajudarão o Brasil a atingir uma das metas do Plano Nacional sobre Mudança do Clima, que é de alcançar o índice de reciclagem de resíduos de 20% em 2015 (MMA, 2012). De acordo com a nova Lei Federal, a Lei Municipal nº 6.026, de 31 de agosto de 2010, autoriza o Poder Executivo a ceder imóvel e firmar Termo de Cooperação com a Cooperativa de Catadores e Recicladores de Santa Cruz do Sul, e dá outras providências; 2.6 Gestão dos resíduos no município de Santa Cruz do Sul As atividades básicas do sistema de gestão de resíduos sólidos no município de Santa Cruz do Sul são regulamentadas pelo código de posturas do município, Lei Ordinária nº 1145 de 14/04/1965, a qual necessita de atualizações. A execução dos serviços de limpeza urbana é de responsabilidade da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Saneamento e da Secretaria Municipal de Governo Divisão Central de Serviços. Os resíduos dos serviços de saúde ficam a cargo da Secretaria Municipal de Saúde.

32 Catadores de materiais recicláveis Do conjunto de trabalhadores, uma das categorias mais aviltadas, realizando trabalho em condições precárias, muitas vezes sem direitos trabalhistas básicos, imersos em um histórico de vulnerabilidade social e em um ciclo econômico que, além da diminuta geração de renda, estava ameaçado de extinção pela aplicação de políticas de correção ambiental. Segundo tese de Streit (2006), o catador, considerado como trabalhador autônomo por alguns, discriminado por quase todos, é o responsável por desenvolver uma atividade essencial fundamental na sociedade urbana de hoje a reciclagem de materiais. Nesta profissão, distinguem-se dois tipos de catadores: o autônomo e o pertencente às associações e cooperativas de reciclagem de lixo. Também ressalta que a economia solidária vem se afirmando como uma alternativa importante principalmente para grupos de trabalhadores urbanos atingidos pelo desemprego, não apenas no Brasil, mas em grande parte do mundo. No setor de triagem e reciclagem de resíduos sólidos, atividade que vem ganhando peso na economia dos países em desenvolvimento, inclusive pela sua importância ecológica, os empreendimentos econômicos solidários voltados para a coleta, separação e, em alguns casos, transformação desses materiais estão assumindo cada vez mais representatividade. No Brasil, nesta última década, verificou-se um crescimento quantitativo e qualitativo nesta atividade. O aumento do desemprego, dos vínculos formais de trabalho e o incremento na geração de resíduos favoreceram o surgimento de um número grande de catadores, pessoas que descobriram na catação de materiais recicláveis a oportunidade de sobrevivência sua e de suas famílias. Ao mesmo tempo verifica-se o aumento da organização destes trabalhadores, com a fundação de grupos, associações, cooperativas, empenhando-se juntamente com o Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis - MNCR, discutindo aspectos de organização política e econômica desta categoria. No Estado do Rio Grande do Sul este quadro não é diferente. Ainda encontram-se catadores e catadoras trabalhando nas ruas e sobre lixões, separando os materiais recicláveis de resíduos descartados pela sociedade cada vez mais consumista. Conforme o cadastro de trabalhadores da Coomcat (2011), os cooperados são oriundos das comunidades periféricas da cidade de Santa Cruz do Sul, tendo históricos de vida ligados ao trabalho informal, baixa remuneração, baixa escolaridade e situação de habitação precarizadas, entre outras carências socioeconômicas. A baixíssima remuneração dos catadores e a precariedade de suas condições sociais ensejaram a organização dos mesmos em torno da Associação Ecológica de Catadores de Materiais Recicláveis - ASSECMAR em

33 , com apenas 8 associados. Em 30 de fevereiro de 2010 fundaram a cooperativa COOMCAT, trazendo um avanço significativo no trabalho do grupo e na proteção do meio ambiente, objetivando a organização dos trabalhadores coletores e triadores de materiais recicláveis de Santa Cruz do Sul. Com isso, além da busca de reivindicações a Administração Municipal, ganharam força e se consolidaram em algumas conquistas, como de uma estrutura adequada para abrigar a triagem de lixo do município, a Usina de Triagem. Os conhecimentos práticos adquiridos por longa trajetória no trabalho e a organização já em cursos, através da ASSECMAR e hoje da COOMCAT, anunciam grandes possibilidades de superação de precariedades socioeconômicas e garantia de renda para dezenas de trabalhadores diretamente e indiretamente para centenas de pessoas. Além da gestão, eles são responsáveis pela triagem, classificação e separação dos resíduos, recebendo um repasse mensal de R$ ,29 para o pagamento de despesas referentes a coleta e triagem, melhorando as condições de vida e de trabalho desses cooperados. Além disso, são instrumentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, art. 8º, inciso IV o incentivo à criação e ao desenvolvimento de cooperativas ou de outras formas de associações de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis (BRASIL, 2010) Usina de Triagem Denomina-se triagem a separação de materiais do lixo domiciliar, tais como papéis, plásticos, vidros e metais, com a finalidade de trazê-los de volta à indústria para serem beneficiados. Esses materiais são novamente transformados em produtos comercializáveis no mercado de consumo (MONTEIRO et al., 2001). Conforme estudo de Reis (1998), a usina de triagem de Santa Cruz do Sul (Figura 3) foi ativada em dezembro de 1989, ocasião em que o inicio da triagem do lixo coletado e compostado (que existia na época), determinava também o fim do lixão, o que na verdade, era o principal objetivo da administração municipal. A licença de operação foi emitida somente em 1992, realizando as atividades até esta data, apenas com licença prévia e provisórias. Embora toda a esquematização fosse elaborada pela administração municipal, todos os estágios de implantação deste projeto tiveram o acompanhamento dos técnicos da Secretaria da Saúde e do Meio Ambiente do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, garantindo também, que a implantação da usina fosse realizada dentro das Normas e padrões de alta preservação ambiental e isenta de riscos de contaminação para a população. Com o fim do

34 33 lixão, a prefeitura dirigiu de imediato as suas atenções aos catadores daquela área, proporcionando a eles colocação no complexo, na forma de servidores municipais com todos direitos sociais e trabalhistas devidamente assegurados. A figura 3 representa a área onde se localizava o lixão em Santa Cruz do Sul, hoje usada como Usina de Triagem deste município. Figura 3 - Imagem do local da usina de triagem e do antigo lixão de Santa Cruz do Sul RS Fonte: Google Earth, 2012 Como o início da operação da usina por parte da COOMCAT é recente, ocorrida em setembro de 2010, vinda de uma conquista dos trabalhadores organizados, há uma série de desafios para consolidar o controle fundamental na cadeia da coleta, reciclagem e destinação do lixo no município. Conforme dados da COOMCAT, a usina de triagem conta com 33 operários (16 na produção, 2 secretarias administrativas, 4 guardas, 1 balanceiro, 1 borracheiro, 1 operador de máquinas, 3 motoristas, 3 prenseiros, 1 mecânico, e 1 articulador político) e mais 20 cooperados que atuam na coleta seletiva. Recebem cerca de 80 toneladas de lixo diários, sendo que, atualmente, apenas 12,5% destes resíduos são encaminhados à triagem. Segundo a COOMCAT, há possibilidade, através da organização do trabalho, de se chegar a 54% de aproveitamento, implicando, além de aprimoramentos na usina, a efetivação integral da Coleta Seletiva Solidária. Colocar isso em prática também é um dos objetivos da Cooperativa, já que reciclagem e coleta seletiva não podem andar dissociadas. A usina municipal de triagem estava, há duas décadas, sob a administração da Empresa Conesul Soluções Ambientais Ltda., responsável pelo transporte e destinação final

35 34 de resíduos sólidos do município. A coleta e a destinação final continuam sendo realizadas pela Empresa (SEMMAS, 2012) Disposição final (aterro sanitário) Aterro sanitário é a maneira mais prática, barata e utilizada para eliminar o resíduo doméstico, utilizando grandes áreas de terra, onde o resíduo é depositado. Porém, inutilizam vários materiais que poderiam ser reciclados, além de ser potencialmente poluidor, quando mal administrados. Os resíduos sólidos não aproveitados (rejeito) do município de Santa Cruz do Sul, após a triagem, são destinados ao aterro da SIL Soluções Ambientais Ltda., localizado no município de Minas do Leão (RS), BR 290, Km 181 (Figura 4). Figura 4 - Imagem do local do aterro sanitário em Minas do Leão RS Fonte: Google Earth, 2012 Nesse local está situada a Central de Resíduos do Recreio (CRR), em uma área total de 500 hectares, dos quais cerca de 73 hectares são utilizados para receber resíduos, com uma capacidade total para abrigar cerca de 25 milhões de toneladas de resíduos, tendo um prazo de operação estimado em 23 anos. O tratamento do chorume gerado é realizado em uma Estação de Tratamento de Lixiviado (ETL), composta por filtros biológicos, lagoa aerada e lagoas facultativas, além de banhados construídos com área de m 2 que utiliza plantas emergentes no processo (2012, <

36 35 3 METODOLOGIA 3.1 Localização e dados gerais do município Localizado no centro das Regiões dos Vales do Rio Pardo e Taquari é a cidade polo dentre os 47 municípios integrantes destas regiões. Segundo dados da Secretaria Municipal de Planejamento e Coordenação do Município de Santa Cruz do Sul, a área total do município é de 794,49 km², destes 156,96 km² de área urbana e 637,53 km² de área rural. O município está a 73 m de altitude em relação ao nível do mar e localiza-se na latitude Sul e longitude Oeste, estando inserido nas bacias hidrográficas do Rio Pardo e Taquari-Antas. O município de Santa Cruz do Sul encontra-se no centro-leste do Estado do Rio Grande do Sul (Figura 5), na encosta inferior do nordeste, a 155 km de Porto Alegre. Os principais acessos são pelas rodovias RSC 287 e BR 471. Figura 5 - Localização do município de Santa Cruz do Sul no mapa do Rio Grande do Sul Fonte: O principal estímulo econômico da cidade vem das plantações de tabaco que trouxeram para a cidade inúmeros fabricantes de cigarro e distribuidoras de fumo, possuindo o maior complexo beneficiador de fumo em folha no seu Distrito Industrial. Com isto, o segmento comercial é hoje representado por muitos estabelecimentos e empresas de prestação de serviços, formando uma rede bem estruturada.

37 Dados populacionais Quanto à população, segundo dados da Fundação de Economia e Estatística - F.E.E. (2010), o município possui habitantes, sendo habitantes da área urbana, o que corresponde a 88,9% da população total e habitantes da área rural, correspondendo a 11,08% da população total do município. A taxa de urbanização é de 89,4% e a densidade demográfica é 161,3 hab./km² (IBGE, 2010). No período compreendido entre 1950 e 2010, a população do município de Santa Cruz do Sul apresentou um crescimento populacional constante até a década de 90. Entretanto, entre 1991 e 1996, a população diminuiu em razão de emancipações e pelo fato de que o Município não acrescentou novas áreas aos seus limites. Por consequência, os habitantes dos núcleos que foram subtraídos da superfície de Santa Cruz do Sul não foram contabilizados nos dois últimos censos do IBGE (1996 e 2000). A Tabela 6 mostra a flutuação da população no Município de Santa Cruz do Sul nos anos compreendidos entre 1950 e Tabela 6 - Evolução do crescimento populacional no município de Santa Cruz do Sul de 1950 a ANO POPULAÇÃO Var.% - 10,41 12,92 14,82 18,19-15,32 7,93 9,98 Fonte: IBGE, Materiais e métodos Para o desenvolvimento deste estudo, realizado junto à Usina de Triagem de Santa Cruz do Sul RS avaliou-se o cenário atual do gerenciamento de resíduos, considerando as etapas de segregação na fonte e triagem, assim como foi realizada a separação física dos materiais conceituados como rejeito por parte da população deste município. O trabalho foi realizado durante o 1 semestre de 2013 (ver item 3.2.1), dispondo a prática caracterização física nos meses entre março e maio. Para avaliar o potencial da triagem, foram coletados dados referentes à Coleta Seletiva Solidária, entre os meses de janeiro e março, para a realização da caracterização qualiquantitativa dos RS gerados no município, levando em conta a quantidade gerada, coletada e triada e a quantificação da presença de materiais recicláveis entre os resíduos. Para a

38 37 caracterização física, amostras representativas dos resíduos gerados foram coletadas e encaminhadas a uma separação de seus componentes. Quanto à prática, foi aplicada a técnica do quarteamento, de acordo com a NBR /2004. O processo teve início com amostragens compostas, afim de que a soma de parcelas individuais do resíduo obtidas em pontos e profundidades diferentes fossem misturadas de forma a se obter um resíduo homogêneo. As etapas que compuseram a técnica de quarteamento, foram: - Identificação do processo a partir da descarga dos resíduos (Figura 6), selecionando uma carga do Bairro Centro, uma do Goiás e uma do Higienópolis. Cada etapa foi repetida nas duas semanas subsequentes. - O revolvimento da pilha para sua máxima homogeneização e o primeiro quarteamento, separando o montante em quatro partes aparentemente iguais, tomando-se duas partes opostas em diagonal, descartando as duas restantes. Essa etapa foi realizada com o auxílio de uma pá carregadeira (Figura 7). - Na amostra resultante, repetiu - se a técnica até a obtenção de aproximadamente 2 m 3 (Figura 8). - A etapa seguinte se baseia na separação dos resíduos em 6 grupos, para o preenchimento dos recipientes plásticos com capacidade de 200 litros (Figura 9). De acordo com a definição dos componentes das embalagens: PAPEL (papel/papelão/embalagens-tetrapak); PLÁSTICO (plástico duro e plástico mole); metal (ferrosos e não - ferrosos); vidro; matéria orgânica; e rejeito. Após o registro de volume de cada material, os resíduos foram pesados separadamente e acondicionados em sacos plásticos com capacidades de 200 litros; - Após a realização de todo o processo de segregação e pesagem de cada componente fez-se a tabulação dos dados.

39 38 Figura 6 - Descarga do resíduo Figura 7 - Pá Carregadeira realizando quarteamento Figura 8 - Obtenção de amostra Figura 9 - Separação dos resíduos Foram realizadas análises das características quantitativas e qualitativas dos principais resíduos gerados, a fim de mapear os materiais potencialmente recicláveis e locais de sua geração. Nesta parte do trabalho foi considerado cada bairro da área da coleta seletiva, de modo a analisar a potencialidade de separação, separadamente, de materiais valiosos contidos nos resíduos. Planilhas e gráficos de acompanhamento da quantidade e características dos resíduos sólidos gerados, contendo dados da pesagem e volume, foram elaborados nesta etapa. Das análises feitas apresentou-se a quantidade média dos resíduos gerados em cada bairro, bem como a evolução dos resultados. Quanto aos equipamentos, foi usada uma balança com capacidade de 300 kg, bombonas plásticas com capacidade de 200 litros e sacos plásticos com capacidade de 200 litros. A metodologia utilizada para avaliar a coleta seletiva implantada no município desde dezembro de 2012 se limitou em levantamento de dados arquivados pela COOMCAT na usina de triagem.

40 Cronograma das atividades As atividades de desenvolvimento e práticas foram executadas, conforme Tabela 7, durante 6 meses. O acompanhamento dos processos envolvendo o balanço no sistema de coleta dos RS e das atividades desenvolvidas no processo de segregação e pesagem dos componentes para caracterização física foi realizado com trabalho prático na Usina de Triagem de resíduos de Santa Cruz do Sul, caracterizando-os devido à sua composição gravimétrica. Tabela 7 - Cronograma de atividades do 1 semestre de 2013 Atividades/Mese Jan Fev Mar Abr Mai Jun Atualização bibliográfica X X X X X X Inventários das etapas do processo X X X Caracterização física X X X Avaliação e interpretações dos dados X X X Elaboração do trabalho de conclusão X X X X X X As avaliações foram repetidas três vezes para cada bairro, sendo realizada uma a cada mês. A partir desse ponto, as alternativas para o estudo visam conhecer suas densidades, o percentual de cada tipo de material presente no resíduo, bem como o percentual de materiais recicláveis presentes no resíduo descartado como rejeito pela população da área da Coleta Seletiva Solidária deste município.

41 40 4 RESULTADOS E DICUSSÃO A coleta dos RS recicláveis na área de abrangência da coleta seletiva foi determinada para os prováveis volumes que são gerados entre os bairros. Realizada diariamente somente no bairro Centro, onde o veículo (Caminhão VW ) percorre cerca de 17,4 Km para cada coleta. Quanto aos bairros Goiás e Higienópolis, as coletas são realizadas nas segundas e sextas-feiras, mantendo-se a média de 40,25 Km para cada coleta, ressaltando que estas são realizadas de forma associada. O veículo, conseguido através de um projeto da Fundação do Banco do Brasil, tem como consumo de combustível calculado, a média de 4,2 Km/L. Percorrendo-se, nas 28 coletas mensais (20-Centro; 8-Goiás/Higienópolis), a média de 670 Km, pode-se estimar que são aproximadamente 160 litros de combustível (diesel S10) consumidos à R$ 2,45 p/l, constatando que o gasto fica em torno de R$ 392, Composição gravimétrica dos resíduos sólidos considerados como rejeito no sistema de coleta seletiva Os resultados da análise da composição física dos resíduos considerados rejeitos da coleta seletiva estão apresentados na Tabela 8 para os três bairros analisados. Os resultados mostram que ainda há quantidades elevadas de resíduos recicláveis entre os considerados como rejeito pela população da área central da cidade. Tabela 8 - Média das pesagens de resíduos considerados como rejeito pela população da área abrangida pela Coleta Seletiva Solidária Bairros Centro Goiás Higienópolis Tipo de Material Volume (m 3 ) Peso (Kg) Densidade (Kg/m 3 ) Volume (m 3 ) Peso (Kg) Densidade (Kg/m 3 ) Volume (m 3 ) Peso (Kg) Densidade (Kg/m 3 ) Papelão 0, ,67 0,175 30,5 174,28 0,12 22,7 189,17 Papel 0,05 11, ,12 27,5 229,17 0,18 40,3 223,89 Plástico 0,08 8,5 106,25 0, ,85 0,4 34,5 86,25 PET 0,21 7,6 36,19 0,28 8,3 29,64 0,33 10,0 30,30 Vidro 0,15 47,8 318,67 0, ,81 0,065 24,8 381,54 Metal 0,035 3,9 111,42 0,13 14,5 111,54 0,065 6,5 100 Orgânico 1,25 421,6 337,28 0, ,57 0,6 262,3 437,16 Rejeito 0,44 58,8 133,64 0,25 43, ,175 36,45 208,29 TOTAL 2, ,46 2, ,3 240,8 1, ,55 226,12 Como uma referência rápida para comparação, tem-se que a densidade média dos RS domésticos soltos (RS de vários tipos e misturados) no Brasil pode apresentar uma faixa de variação entre 120 e 250 Kg/m 3. À medida que a produção de RS vai se sofisticando, sua

42 41 densidade média diminui, dado o aumento na quantidade de embalagens e de objetos volumosos. Mencionando os dados da Tabela 8, o caso de os RS terem a sua densidade média próxima a máxima da citada anteriormente, se deve ao fato de que os materiais recicláveis já coletados dentre esses, serem na sua grande maioria, os de maior volume. Segundo a COOMCAT, para garantir o aproveitamento dos materiais recicláveis, através da sua retirada dos demais resíduos misturados, com posterior destinação às indústrias de reciclagem, os resíduos sólidos atualmente coletados nestes três bairros passam por uma seleção antes de serem encaminhados à Usina de Triagem, trabalho realizado pelos catadores que atuam nestas áreas. A Tabela 9 mostra a caracterização física com porcentagens de cada grupo de materiais dentre os recicláveis. Os valores são específicos de uma área onde está implantada a coleta seletiva em Santa Cruz do Sul. Tabela 9 - Porcentagem de materiais recicláveis descartados dentro do rejeito Tipo de Material Centro Goiás Higienópolis Volume (%) Peso (%) Volume (%) Peso (%) Volume (%) Peso (%) Papelão 3,9 2,61 8,27 5,99 6,2 5,19 Papel 2,17 2,05 5,67 5,4 9,3 9,21 Plástico 3,47 1,48 16,55 5,69 20,67 7,88 PET 9,11 1,32 13,24 1,63 17,06 2,29 Vidro 6,51 8,31 5,2 8,25 3,36 5,67 Metal 1,52 0,68 6,15 2,85 3,36 1,48 Total de reciclável 26,68 16,45 55,08 29,81 59,95 31,72 Orgânico 54,23 73,32 33,1 61, ,95 Rejeito 19,09 10,23 11,82 8,54 9,05 8,33 TOTAL (%) Conforme pode-se observar nos percentuais apontados na Tabela 9, muitos dos materiais aproveitáveis acabam sendo aterrados sem posterior reaproveitamento, por estarem dispostos de forma inadequada, inclusos no rejeito. Com base nos dados, constata-se que a participação da região central da cidade ainda está aquém do desejado no que diz respeito à segregação de materiais na fonte geradora. Isso demonstra que há uma falha no trabalho de educação ambiental nesta região. Comparando os resultados, pode se evidenciar que a maior quantidade desses materiais está presente no bairro Higienópolis, 31,72%, motivado pela falta de catadores cooperados atuando naquela área. Já no centro a média de 16,45% de recicláveis presentes no rejeito, pode ser atribuída a melhor conscientização e maior execução dos trabalhadores naquele bairro.

43 42 A percepção de um percentual mais significativo de resíduos orgânicos no bairro centro, também remete à um trabalho mais adequado dos catadores naquela área. É importante salientar que a comparação entre estes valores deve ter caráter meramente especulativo e ser feita com bastante cautela, uma vez que podem ocorrer alterações significativas entre distintos momentos Geração de RS no município Na Tabela 10 estão atribuídas informações da quantidade real de resíduos provenientes de cada bairro da região central do município, bem como a somatória das demais áreas de coleta, inclusive da zona rural (interior). As informações foram levantadas entre os meses de Janeiro à Março de 2013 junto à usina de triagem. Tabela 10 - Coleta de resíduos realizada pela empresa Conesul Soluções Ambientais (1 trimestre de 2013). Mês Janeiro Fevereiro Março Média Quantidade (%) Quantidade (%) Quantidade (%) Mensal Bairros (t) (t) (t) (t) Centro 396,62 16,08 384,63 16,2 489,85 18,99 423,70 Goiás 145,69 5,9 161,93 6,82 166,52 6,45 158,05 Higienópolis 70 2,84 50,72 2,14 88,85 3,44 69,86 Interior 124,86 5,06 50,45 2,13 120,48 4,67 98,60 Outros bairros 1729,71 70, ,04 72, ,38 66, ,38 TOTAL 2466, , , ,59 Nota se uma ligeira queda na geração de resíduos, entre os meses de janeiro e fevereiro, nos bairros Centro, Goiás e Higienópolis, assim como no total gerado pelo município. Este fato pode estar associado à época de descanso (férias), quando muitas pessoas ausentam-se de suas residências. Dessa forma, foi observado que no mês de março houve um aumento da massa de lixo produzida, somando 24,77% para os três bairros e na totalidade do município um aumento de 8,69%, resultado do regresso da população. Nas figuras 10 e 11 tem-se a quantidade de resíduos coletada exibindo separadamente o percentual coletado nos três bairros da área central, bem como a somatória das demais áreas de coleta.

44 43 Média Mensal de Resíduos Coletados pela Empresa Conesul Coleta Seletiva 26,3% Outros 73,7% Centro 17,12% Goiás 6,39% Higienópolis 2,82% Interior 3,99% Outros 69,68% Figura 10 - Resíduos coletados no município Figura 11 - Percentual da coleta seletiva As Figuras 10 e 11 mostram que as áreas selecionadas, abrangidas pelo sistema de coleta seletiva, geram isoladamente 26,3% do total dos resíduos do município. Além da quantidade de geração de resíduos naquela área, também foi priorizada a implantação do sistema considerando a qualidade dos materiais recicláveis presentes, por ser uma área central que gera elevada quantidade de papelão, papéis e plásticos. Esta região possui habitantes (Tabela 11), que representa 12,1% da população do município inserida naqueles bairros. Este fato presume que há uma ampla população flutuante que deve ser incluída na mesma e que grande parte dos resíduos produzidos está associada às atividades comerciais da área. A Tabela 11 exibe a concentração de habitantes destacando os três bairros da área selecionada pela coleta seletiva e a produção per capita diária de resíduos sólidos no município. Tabela 11 - Concentração de domicílios e habitantes por bairro Macrorregião Microrregião Km 2 Domicílios População Prod. Diária (Kg) 3 Centro 2, ,57 Região Goiás 1, ,14 Central Higienópolis 1, ,80 TOTAL DA ÁREA CENTRAL 5, ,51 TOTAL DO MUNICÍPIO 794, ,70 Os dados referentes a produção diária de resíduos está baseada em dados levantados somente aos meses de abril a junho de 2013, junto a Usina de Triagem (ver tabela 10). Esses

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