O que são Áreas Contaminadas???
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- Marcelo Mascarenhas Graça
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1 O que são Áreas Contaminadas??? Uma área contaminada pode ser definida como uma área, local ou terreno onde há comprovadamente poluição ou contaminação, causada pela introdução de quaisquer substâncias ou resíduos que nela tenham sido depositados, acumulados, armazenados, enterrados ou infiltrados de forma planejada, acidental ou até mesmo natural. Os poluentes ou contaminantes podem: concentrar-se na sub-superfície (solo, sedimentos, rochas, águas subterrâneas) ou, de uma forma geral, nas zonas não saturada e saturada. ser transportados por diferentes vias: ar, solo, águas subterrâneas e superficiais, alterando as características naturais ou qualidades da área. Principais fontes de poluição de solos/aquíferos 1
2 Padrões de qualidade do solo e águas subterrâneas O problema da poluição de solos/aqüíferos Utilização de listas com valores limite para avaliação de contaminações do solo e da água subterrânea. Quando começou? Na Europa: há cerca de 25 anos No Brasil : em 2002 pela CETESB Padrões de qualidade do solo e águas subterrâneas As vantagens de utilização dessas listas são: rapidez e facilidade na implementação; áreas similares seriam tratadas c/ procedimentos similares; útil para avaliação inicial da gravidade da contaminação; estimula empreendedores a realizar a remediação; facilita auditorias ecológicas de áreas industriais; facilita monitoramento/permissão de operação de indústrias; inclui a proteção de solos na política de controle de poluição; facilita a avaliação da eficiência da remediação. 2
3 Padrões de qualidade do solo e águas subterrâneas As desvantagens de utilização dessas listas são: algumas características específicas do local podem ficar fora de consideração; não foram definidos padrões para muitas substâncias de interesse, muitos valores foram obtidos de outras normas (ex: água potável); falta critérios toxicológicos para muitas substâncias; Os valores uma vez estabelecidos podem dificultar a flexibilização para avaliação de uma área em questão. Padrões de qualidade do solo e águas subterrâneas Os dois valores-limites básicos são: Valores de intervenção (guideline values) são usados para induzir medidas de remediação imediatas. Valores de investigação (screening values) são uma ferramenta de investigação simplificada que indicam a necessidade de uma investigação mais detalhada na área avaliada. 3
4 Padrões de qualidade do solo e águas subterrâneas Brasil Não há uma legislação federal. A CETESB foi o primeiro órgão ambiental brasileiro a publicar e adotar uma lista de valores orientadores para proteção da qualidade de solos e das águas subterrâneas. Esta lista reflete o resultado das discussões técnicas ocorridas em diversos fóruns durante 5 anos. Inicialmente, foram definidos 3 tipos de valores: - valor de referência de qualidade, - valor de alerta e - valor de intervenção. Valor de Referência de Qualidade (R) Indica a concentração natural de uma substância em solos ou águas subterrâneas que não tenham sido impactados antropogênicamente. Tem como principais funções fornecer subsídio para avaliação da qualidade e auxiliar no estabelecimento de valores máximos permitidos. Para definição de R foram considerados dois grupos principais de substâncias: -as naturalmente ausentes o valor estabelecido é o limite de detecção dos métodos analíticos empregando a melhor tecnologia. -as naturalmente presentes no solo o valor estabelecido é função da concentração natural (propriedades do solo). 4
5 Valor de Alerta É um instrumento para ser utilizado em caráter preventivo. Indica uma possível alteração da qualidade natural dos solos e águas subterrâneas. Quando este valor é excedido deve ser exigido um monitoramento/controle das fontes de contaminação. Para as substâncias naturalmente presentes no solo (metais) o valor foi estabelecido como sendo a menor concentração que causa alguma fitotoxidade, publicada na literatura nacional. Para as substâncias naturalmente ausentes no solo (orgânicas) optou-se por não estabelecer valores nesta lista, devendo esta questão ser melhor avaliada. Valor de Intervenção p/ solos Indica os níveis de concentração que, quando ultrapassados, caracterizam a existência de risco potencial de efeitos adversos à saúde humana. Os valores são derivados com base em risco, calculados a partir de cenários hipotéticos (conjuntos de parâmetros que definem o comportamento humano). As metodologias disponíveis para avaliação do risco são similares em relação à necessidade de dados sobre exposição da população, mas diferem na definição dos diferentes cenários de uso/ocupação do solo e vias de exposição. Modelo escolhido pela CETESB: C-Soil (Holanda). 5
6 Valor de Intervenção p/águas subterrâneas As águas subterrâneas devem ser preservadas como uma reserva estratégica de abastecimento para as gerações futuras, em função da escassez de oferta de água superficial de boa qualidade. Os valores de intervenção estabelecidos foram os Padrões de Potabilidade da Portaria 36 do Ministério da Saúde, atualizado pela Portaria 1469, independente do uso atual e futuro deste recurso hídrico. Para as substâncias não regulamentadas, os valores foram derivados a partir da concentração máxima aceitável no solo em um cenário agrícola. Nova Lista Dezembro de 2005* 6
7 Definições Água subterrânea água que ocupa a zona saturada do subsolo. Aquífero reservatório de água subterrânea; pode ser definido como toda a formação geológica com capacidade de armazenar e transmitir a água e cuja exploração seja economicamente rentável. O nível da água nos aquíferos não é estático e varia com: a precipitação ocorrida; a extração de água subterrânea; os efeitos de maré nos aquíferos costeiros; a variação súbita da pressão atmosférica, principalmente no Inverno; as alterações do regime de escoamento de rios influentes (que recarregam os aquíferos); a evaporação/transpiração, etc. 7
8 Esquema das águas de subsuperfície É dividida em três zonas: Zona não saturada a água não satura totalmente os poros. É também conhecida como zona vadosa ou de aeração. Na faixa superficial encontra-se o solo úmido (umidade mantida pela força capilar). Zona de franja capilar está localizada na base da zona não saturada. Representa uma pequena camada de solo em que a água é puxada para cima do nível do lençol d água pela força capilar. A sua espessura depende da textura do solo. Zona saturada a água de subsuperfície satura totalmente os espaços porosos da rocha. Nesta zona é que se localiza a água subterrânea. A profundidade varia com as mudanças sazonais e climáticas. Zona não saturada e zona saturada no subsolo 8
9 Tipos de aquíferos Aquífero livre Formação geológica permeável e parcialmente saturada de água. É limitado na base por uma camada impermeável. O nível da água no aquífero está à pressão atmosférica. Aquífero confinado Formação geológica permeável e completamente saturada de água. É limitado no topo e na base por camadas impermeáveis. A pressão da água no aquífero é superior à pressão atmosférica. Classificação dos aquíferos segundo a pressão da água Aquíferos Livres ou Freáticos A pressão da água na superfície da zona saturada está em equilíbrio com a pressão atmosférica, com a qual se comunica livremente. São os aquíferos mais comuns e mais explorados pela população. São também os que apresentam maiores problemas de contaminação. Aquíferos Artesianos nestes aquíferos a camada saturada está confinada entre duas camadas impermeáveis ou semipermeáveis, de forma que a pressão da água no topo da zona saturada é maior do que a pressão atmosférica naquele ponto, o que faz com que a água suba no poço para além da zona aquífera. 9
10 Classificação dos aquíferos segundo a geologia do solo Aquíferos porosos a água circula através de poros. Ocorrem em rochas sedimentares consolidadas, sedimentos inconsolidados e solos arenosos. Constituem os mais importantes aquíferos, pelo grande volume de água armazenada e por sua ocorrência em grandes áreas. Aquíferos fraturados ou fissurados a água circula através de fraturas ou pequenas fissuras. Ocorrem em rochas ígneas e metamórficas. A sua capacidade de acumular água depende da quantidade de fraturas, aberturas e intercomunicação. No Brasil a importância destes aquíferos deve-se principalmente a sua localização geográfica, do que na quantidade de água que armazenam. Aquíferos cársticos a água circula através de dutos. São formados em rochas carbonáticas. Constituem um tipo peculiar de aquífero fraturado, onde as fraturas, devido á dissolução do carbonato pela água, podem atingir aberturas muito grandes, criando verdadeiros rios subterrâneos. É comum em regiões com grutas calcáreas. Circulação de água nos aquíferos 10
11 Funções dos Aquíferos Além da função de produção, os aquíferos podem cumprir algumas outras funções, tais como: Função estocagem e regularização: utilização do aquífero para estocar excedentes de água (água de enchentes dos rios, efluente tratado ou reuso de efluentes domésticos e/ou industriais). Esses volumes infiltrados serão bombeados durante as picos sazonais de demanda durante períodos de escassez ou situações de emergência. Função filtro: utilização da capacidade filtrante e de depuração biogeoquímica do maciço natural permeável. Para isso são implantados poços a distâncias adequadas de rios perenes, lagoas, lagos ou reservatórios, para extrair água naturalmente clarificada e purificada. O nível da água nos aquíferos não é estático e varia com: a precipitação ocorrida; a extração de água subterrânea; os efeitos de maré nos aquíferos costeiros; a variação súbita da pressão atmosférica, principalmente no Inverno; as alterações do regime de escoamento de rios influentes (que recarregam os aquíferos); a evaporação/transpiração, etc. 11
12 Aquífero Guarani É a principal reserva subterrânea de água doce da América do Sul e um dos maiores sistemas aquíferos do mundo. Sua maior ocorrência se dá em território brasileiro (2/3 da área total). Sua recarga natural anual (principalmente pelas chuvas) é de 160 Km³/ano (40 Km³/ano constitui o potencial explorável). As águas em geral são de boa qualidade para o abastecimento público e outros usos. Na sua porção confinada, os poços tem cerca de m de profundidade e podem produzir vazões superiores a 700 m³/h. Principais fontes de contaminação da subsuperfície Principais categorias de fontes de contaminação 1 a - Disposição direta de material perigoso 2 a - Disposição indireta de material perigoso 3 a - Fontes não pontuais Fontes de contaminantes Aterros sanitários, lagoas de rejeitos, pilhas de rejeitos, tratamento em solo, injeção no subsolo, aterros ilegais. Vazamentos de: sistemas de estocagem, sistemas de transporte, sistemas de tratamento, unidades de processamento químico. Infiltrações urbanas, atividades agrícolas, atividades de mineração, atividades de exploração de óleo e gás natural. 12
13 Poluição da água subterrânea Atividades humanas como agricultura, indústria e urbanização podem degradar a qualidade das águas subterrâneas. A poluição da água subterrânea pode ficar oculta por muitos anos e atingir áreas muito grandes. Sabe-se que as águas subterrâneas resultam da infiltração das águas das chuvas, portanto é necessário proteger essa ponta do processo. Os aquíferos podem ter maior ou menor grau de vulnerabilidade, dependendo da sua natureza e localização. Nos aquíferos confinados o reabastecimento ocorre somente nos locais onde a formação portadora de água aflora à superfície (zonas de recarga). Estas áreas precisam ser preservadas. Poluição da água subterrânea 13
14 Vazamento acidental de tanques ou linhas de combustíveis: É muito comum em postos de abastecimento. Segundo a EPA os acidentes chegam a por ano nos EUA. No Brasil, estima-se que existam casos de vazamentos. É difícil de ser dectatado o vazamento pode ocorrer durante anos. Os tanques são normalmente enterrados em solos úmidos favorece a corrosão. Tanques de fibra de vidro tb podem vazar (defeito de fabricação, instalações mal feitas ou pertubações geológicas). Áreas Contaminadas Cadastradas na CETESB - Maio de
15 Relatório de Qualidade das Águas Subterrâneas de SP (2001/2003) 90% das amostras c/ qualidade excelente 10% das amostras c/ qualidade aceitável tratamento convencional 15
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