randon RAUL Entrevista João Alberto Leles Gomide, da Real Moto Peças, fala sobre as principais mudanças no setor de reposição nos últimos anos

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1 Apoio ANO 24 - # 234 Compliance O programa ajuda empresas a estabelecer e seguir políticas adequadas às Leis, evitando multas que podem chegar a 20% do faturamento bruto anual Entrevista João Alberto Leles Gomide, da Real Moto Peças, fala sobre as principais mudanças no setor de reposição nos últimos anos RAUL randon A incrível trajetória de sucesso do empresário que construiu um império

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6 DE NORTE A SUL, UM MERCADO EM EVOLUÇÃO Passado o primeiro semestre, que foi atípico, com a Copa do Mundo, tudo parece voltar ao normal, ainda que num ritmo mais lento até por conta das eleições em outubro. Agora, as expectativas estão voltadas aos resultados deste segundo semestre. Com a participação em feiras regionais, Autopar, no Paraná, e Autop, no Ceará, é possível perceber como o Brasil é extenso e tem vários mercados, cada um com características e necessidades diferentes, o que acaba sendo uma oportunidade. É muito gratificante reunir os representantes da Andap nesses eventos e poder discutir com lideranças regionais as tendências de cada região. Renato Giannini, presidente da Andap Associação Nacional dos Distribuidores de Autopeças Divulgação Falando sobre o mercado regional, o diretor da Real Moto Peças, João Alberto Leles Gomide, fala sobre a atuação da empresa no Nordeste em um segmento que cresce muito a cada ano, principalmente em localidades onde a distribuidora está presente, uma vez que lá a motocicleta se tornou o principal meio de transporte. Saindo do Nordeste e indo para o Sul do País, nesta edição temos a história do visionário e empreendedor Raul Randon, que construiu um conglomerado de empresas que se destaca no setor automotivo. Ele conta como começou toda a trajetória da Randon, que se tornou referência em fabricação de implementos rodoviários e hoje atua em outros segmentos. Já o tema de capa trata de uma questão que vem à tona no Brasil, mas há muito tempo está em discussão em outros países: compliance, uma política que as empresas multinacionais adotam, com regras de comportamento e práticas empresariais. Um assunto que está muito em voga e esperamos que a matéria possa contribuir para elucidar e informar o leitor sobre este tema. Boa leitura! 6

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8 Índice 12 ENTREVISTA Diretor da Real Moto Peças, João Alberto Leles Gomide, aponta oportunidades que surgem no cenário de mudança do setor 16 ESPECIAL Obstinação e coragem são marcas do fundador da Randon, Raul Randon 28 EM DESTAQUE NGK completa 55 anos de atuação no Brasil 20 TECNOLOGIA A demanda de eixos virabrequim no segmento da reposição Índice Agosto de CAPA Lei Anticorrupção, que entrou em vigor neste ano, aumenta a importância dos programas de compliance 30 SINDIREPA Sindirepa-SP há mais de 75 anos a serviço do setor de reparação de veículos 32 GEOMARKETING Geomarketing Automotivo 34 ESTATÍSTICAS O emplacamento de veículos até julho de PESQUISA Tabela da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista do Estado de São Paulo 38 ANDAP NEWS Andap promove palestra gratuita sobre esocial Diretoria da Andap se reúne na Autop 42 EVENTOS AUTPOP Autop comemora sucesso de público e negócios na edição de FLASH 8

9 Respeite a sinalização de trânsito.

10 DIRETORIA Marilda Costa Salles Ávila Jarbas Salles Ávila Filho JORNALISTA RESPONSÁVEL Jarbas Salles Ávila Filho (MTB ) CONSELHO EDITORIAL Renato Giannini, Rodrigo Carneiro, Antonio Carlos de Paula, Ana Paula Cassorla, Majô Gonçalves e Fernando Vasconi REDAÇÃO redacao@photon.com.br Jarbas Salles Ávila Filho, diretor; Cléa Martins, Majô Gonçalves, Sérgio Duque, Thassio Borges e Weslei Nunes, colaboradores; Mariangela Paganini, revisora DEPARTAMENTO DE NEGÓCIOS Marilda Costa Salles Ávila marilda@photon.com.br COMERCIAL Fernanda Soares fernanda@photon.com.br FINANCEIRO Valdirene Fernandes financeiro@photon.com.br FOTOGRAFIA Arquivo Photon, Divulgação ARTE E PRODUÇÃO Elvis Pereira dos Santos arte@photon.com.br MÍDIAS DIGITAIS Agência Bcicleta FALE COM A MERCADO PELA INTERNET POR Para anunciar: comercial@photon.com.br Para assinatura: assinatura@photon.com.br POR TELEFONE 55 (11) NO TWITTER NO FACEBOOK revistamercadoautomotivo1 Apoio 1º SECRETÁRIO Antonio Carlos de Paula 1º TESOUREIRO Guido Maria Luporini PRESIDENTE Renato Giannini VICE-PRESIDENTES Ana Paula Cassorla, Anselmo Dias, José Ângelo Bonarette Esturaro, Rodrigo Francisco Araújo Carneiro 2º SECRETÁRIO Joaquim Alberto da Silva Leal 2º TESOUREIRO Cláudio Gilberto Marques DIRETORES Armando Diniz Filho, Carlos Alberto Pires, Fernando Luiz Pereira Barreto, Gerson Silva Prado, Jayme Scherer, José Carlos Di Sessa, Leda Yazbek Sabbagh e Sandra Cristine Cassorla de Camargo CONSELHO FISCAL EFETIVO Alcides José Acerbi Neto, José Álvaro Sardinha e Nilton Rocha de Oliveira CONSELHO FISCAL SUPLENTES Arnaldo Alberto Pires, Diogo Sturaro, Guido Luporini, Renato Franco Giannini e Walter Pereira Barreto de Schryver CONSELHO CONSULTIVO Carlos Raul Consonni, Frederico dos Ramos, Luiz Cassorla, Luiz Norberto Paschoal, Mario Penhaveres Baptista, Pedro Molina Quaresma, Renato Giannini e Sergio Comolatti DIRETORIA REGIONAL ESPÍRITO SANTO Carlos Raul Consonni GOIÁS/ DISTRITO FEDERAL Neomar Guimarães MINAS GERAIS Rogério Ferreira Gomide FALE COM A PELA INTERNET POR sicap@andap.org.br POR TELEFONE 55 (11) NORDESTE Carlos Eduardo M. de Almeida NORTE Felipe Caldeira Carneiro Martins SANTA CATARINA Jayme Scherer GRUPO PHOTON As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. Reproduções de artigos e matérias estão autorizadas, desde que citada a fonte. Revista MERCADO AUTOMOTIVO é uma publicação mensal do Grupo Photon. Circulação agosto de Avenida do Guacá, 1.067, 1º andar - CEP São Paulo - SP - Brasil

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12 Entrevista Redação Mudanças e oportunidades Nesta entrevista exclusiva à revista Mercado Automotivo, João Alberto Leles Gomide, diretor da Real Moto Peças, fala sobre as principais mudanças enfrentadas pelo setor de reposição brasileiro nos últimos anos. Sem reclamar, no entanto, Gomide também aborda as oportunidades que surgem com este novo cenário. Confira a seguir o bate-papo com o diretor da distribuidora de autopeças: Mercado Automotivo Gostaria que falasse sobre os desafios da logística de atender a todo o País. Em seu site, a Real Moto Peças coloca como um de seus diferenciais a localização estratégica das filiais. Sem as filiais (distribuídas nacionalmente) o senhor considera impossível atender a todo o País partindo somente de uma base? João Alberto Leles Gomide Estando em um país de dimensão continental, o tipo de posicionamento logístico a ser adotado pela empresa dependerá muito do perfil de cliente e do tipo de produto que irá comercializar. Assim, vejo que é possível ter uma base de atendimento para atender clientes de todo o território brasileiro quando o cliente estiver adquirindo um tipo de produto para o qual não tenha necessidade urgente para o recebimento. No setor de autopeças e atuando no mercado B2B, distribuindo para outras empresas (varejos, autocenter, concessionárias etc.), jamais teríamos tido sucesso se tivéssemos somente uma base para atendimento aos nossos clientes. Coloco isto porque atualmente o perfil dos nossos clientes mudou muito. Antigamente era comum encontrar estoques nos varejos de autopeças, já que não se tinha muita eficiência logística e nossos clientes podiam esperar semanas para receber uma mercadoria. No cenário atual, nossos clientes precisam de mercadorias no mesmo dia, já que mudaram o perfil de estocagem, mantendo em suas lojas uma quantidade 12

13 mínima de peças. Assim, sem a presença física com as nossas 16 bases de distribuição, jamais conseguiríamos dar aos nossos clientes um atendimento pautado na rapidez da entrega, alto índice de atendimento de pedidos e a qualidade no atendimento realizado pela nossa equipe comercial. Os maiores custos da empresa atualmente dizem respeito ao estoque ou à logística de entrega? Não vejo o estoque nem a logística como custos do negócio. Pelo contrário, visualizamos o estoque como meio de criar oportunidades de negócios oferendo aos nossos clientes maior capacidade de atendimento de seus pedidos para manterem seus negócios, já que fazemos parte de uma cadeia de distribuição que tem como princípio fundamental deixar o consumidor final satisfeito. Para que isto ocorra, é imprescindível que nós, como distribuidores, proporcionemos aos nossos clientes (varejo, autocenter, concessionária etc.) a maior quantidade possível de peças ao menor tempo de entrega, pois assim eles poderão ter expansão de seus negócios, beneficiando diretamente a nossa atuação comercial. Portanto, o que alguns percebem como custos, nós percebemos como diferenciais competitivos. A empresa afirma, também em seu site, que tem uma política de comercialização coerente com a realidade do mercado atual. Qual é a realidade do segmento de reposição? Considerando os últimos 10 anos, tanto a produção quanto a venda de veículos apresentaram crescimento vertiginoso, fruto do atual cenário econômico brasileiro, sendo que ainda há espaço para expansão tanto da produção quanto do consumo de veículos. Neste cenário, o segmento de reposição ainda é e continuará sendo um elo importante para fazer chegar aos clientes as peças para seus veículos, já que estamos em um país de dimensão continental. A grande diversidade de montadoras e modelos de veículos tem exigido dos distribuidores maior espaço para armazenagem ou especialização em segmentos de atuação, além da regionalização de suas unidades para aumentar a capacidade de atendimento aos clientes no menor tempo possível. Creio que esta é a realidade do segmento de reposição, manter estoques atualizados e de acordo com as necessidades dos clientes. O senhor é otimista em relação à possibilidade de crescimento do setor de reposição? É possível crescer de forma sustentável ou o setor enfrenta dificuldades? Quando vemos o crescimento vertiginoso da produção e venda de veículos nos últimos anos, não há como não ser otimista em relação ao setor de reposição, já que esta grande quantidade de veículos que entraram no mercado em breve espaço de tempo passarão a movimentar o setor de reposição. Quanto ao crescimento há sim possibilidade de ser sustentável, o que na Real Moto Peças constitui-se em um de seus valores fundamentais. Mas, isto somente será possível para os distribuidores que conseguirem acompanhar o dinamismo comercial do setor de reposição e ao mesmo tempo valorizar as pessoas que com eles trabalham. Quando falo em dinamismo, refiro-me à capacidade de exigências fiscais e legais, manutenção de colaboradores altamente comprometidos com o negócio da empresa, estabelecimento de parcerias sólidas com fornecedores e atendimento ágil e de qualidade aos clientes por meio de parcerias sólidas. Quanto às dificuldades, aqueles que não conseguirem viabilizar a equação acima demonstrada, naturalmente as enfrentarão com menores possibilidades de sucesso. Qual é, na sua opinião, o principal desafio do setor de autopeças no País? Os impostos ainda são um grande entrave? Especificamente em relação ao setor de autopeças, há três grandes desafios: gerenciar a capacidade de armazenagem perante a grande variedade de veículos existentes no mercado, a demanda crescente por ágeis atendimentos aos clientes e a formação de equipes comerciais. Já em relação aos impostos, estes ainda travam o crescimento da economia brasileira como um todo, à medida que recaem em grande parcela sobre o setor privado sem a contrapartida governamental. E quando me refiro aos impostos estou falando do Custo Brasil como um todo. Só para se ter um exemplo de algo que deverá afetar o custo de entrega dos distribuidores, a Lei /2014 passa a conceder o adicional de 30% de periculosidade aos motoboys. 13

14 Entrevista Redação Como vários distribuidores utilizam este meio de transporte para entrega aos clientes, pode ser que tenhamos que trabalhar com margens de lucro ainda menores ou até mesmo sermos obrigados a repassar este custo para o restante da cadeia, o que sem dúvida nenhuma onerará ainda mais nossa operação comercial. Assim, os impostos são e continuarão sendo um grande entrave não só para o setor de reposição, mas para o desenvolvimento econômico brasileiro como um todo. Gostaria que falasse do orgulho que tem ao ver a Real Moto Peças, uma empresa nascida no Estado de Minas Gerais, triunfar no restante do País. Para nós é uma satisfação muito grande poder ver a Real Moto Peças como uma das mais importantes distribuidoras de peças e acessórios automotivos do Brasil. Isto é fruto de muita persistência e capacidade empresarial de todas as pessoas que contribuíram e contribuem para o sucesso da Real Moto Peças. Começamos nossa jornada há mais de 52 anos como varejo de autopeças, enfrentamos muitas adversidades no cenário econômico nacional, mas sempre tomamos nossas decisões nos valores que meu pai (João Gomide) e meu tio (Otahyde), fundadores da empresa, nos ensinaram: união, fé, perseverança e garra. Fundamentados nestes valores é que conseguimos alçar a Real Moto Peças ao patamar que hoje se encontra, gerando milhares de empregos diretos e indiretos e contribuindo para o desenvolvimento da economia nacional. Geralmente, muitos setores de negócio no País ficam restritos ao eixo Rio-São Paulo. A que o senhor atribui o sucesso da Real Moto Peças nesta outra localidade do País? Creio que a polarização da economia no eixo Rio-São Paulo não determina o sucesso ou insucesso de uma empresa, mas a persistência e o espírito empreendedor de quem deseja iniciar ou manter um negócio é que se torna determinante para este sucesso. No nosso caso, fincamos o início do nosso empreendimento num Estado promissor, Minas Gerais, que atualmente é o terceiro maior PIB do Brasil, está localizado estrategicamente no sudeste brasileiro e tem a maior malha viária do País. Isto, ao longo dos anos, deu-nos capacidade financeira para nossa expansão tendo como foco a maior proximidade e o melhor atendimento aos nossos clientes. Em 1999, abrimos nossa primeira filial, no Estado de Pernambuco, e estamos atualmente com 16 unidades pelo País. Junto a isto, sempre tratamos nossos clientes como o principal motivo de existência da nossa empresa, disponibilizando a eles qualidade no atendimento e condições comerciais para que também tivessem sucesso em seus negócios. Vejo que este posicionamento da empresa é fruto da nossa capacidade empresarial de transformar em oportunidades as grandes adversidades que surgiram ao longo destes 52 anos de existência da empresa, mantendo a Real Moto Peças sempre atualizada com novas tendências do mercado automotivo para atuar com foco tanto nos nossos clientes quanto em nossos colaboradores. O grupo tem hoje unidades em diversas regiões brasileiras. Qual é a estratégia em relação aos funcionários: explorar as características de cada região ou buscar uma unidade que tem a matriz como base? Trabalhamos nas duas vertentes. Respeitamos as características regionais, mas sempre fundamentadas nos valores do Grupo Real, que são: ética, profissionalismo, valorização humana, transparência e sustentabilidade. Estes são os pilares presentes em cada uma de nossas unidades e que fundamentam as ações regionais realizadas com os colaboradores. É óbvio que mantemos uma série de ações corporativas, mas, mesmo assim, quando há necessidade elas são ajustadas de acordo com as características de cada unidade do Grupo Real. Foi criado no ano passado o Grupo Real, que congrega a Real Moto Peças, a Disape e a Real Acessórios. Qual a importância desta junção? Esta junção para nós foi muito importante, pois por meio dela trabalhamos com melhor competência a ideia de equipe, já que todos os nossos colaboradores trabalham para as três marcas. Assim, nossos colaboradores passaram a perceber não uma empresa dividida em marcas, mas sim uma empresa unida com o propósito de oferecer a melhor solução aos nossos clientes. 14

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16 Especial Majô Gonçalves A gigante Randon Divulgação História de superação e trabalho marcam a trajetória de 65 anos da Randon, que se tornou um dos principais conglomerados de empresas do setor automotivo no País A família Randon construiu um império em Caxias do Sul, RS, começando com a fabricação de reboques e semirreboques, o que a tornou uma marca conhecida em todo o País e com presença em todos os continentes. Início do que, mais tarde, seria um importante conglomerado nacional de empresas (Randon Veículos, Randon Implementos, Suspensys, Master, Jost Brasil, Fundição Castertech Tecnologia, Fras-le, Banco Randon), que atua em várias áreas, como implementos automotivos, caminhões fora-de-estrada, retroescavadeiras, autopeças e serviços financeiros. Com 12 mil funcionários, as empresas Randon mantêm capital aberto e com ações negociadas em Bolsa de Valores e registraram, em 2013, faturamento da ordem de R$ 6,6 bilhões. Raul Anselmo Randon, um dos fundadores, conta como tudo aconteceu, sempre lembrando que foi necessário muito esforço, trabalho e dedicação. Nascido em Tangará, SC, seu pai, Abramo Randon, era ferreiro e tinha uma oficina de ferramentas agrícolas. Aos 14 anos, ainda menino, já o ajudava na oficina. Com 18 anos, após sair do Exército, em 1949, começou a trabalhar com o irmão Hercílio, a quem chama de Nino, na pequena oficina de reforma de motores montada um 16

17 ano antes, aproveitando o pavilhão da oficina do pai. Ele tinha mais três irmãs, Isolda, Zilá e Beatriz. Nessa altura, a família morava em Caxias do Sul, RS, sede da empresa até hoje. Após sua primeira experiência com o irmão, na reforma de motores, entrou na área de máquinas impressoras. Em 1951, um incêndio destruiu a oficina. Ele lembra como se fosse hoje. Foi no dia 26 de maio, dia de Nossa Senhora do Caravaggio. Estávamos na missa e o pároco informou que a nossa casa estava pegando fogo. Na época, trabalhávamos com a produção de máquinas tipográficas, em parceria com nosso amigo Ítalo Rossi. Chegamos a fabricar 12 máquinas até o incêndio. O prejuízo foi grande e a nossa sociedade com o Rossi foi desfeita. Depois, constituímos a Mecânica Randon, conta o fundador. Segundo Randon, como a família era devota de Nossa Senhora do Caravaggio, acredita que a santa tenha os abençoado. Depois do incêndio que atingiu a fábrica, começamos a construir um pavilhão para sediar a nossa própria oficina. O recomeço O empresário afirma que após o incêndio continuaram reformando motores na oficina de manutenção da fábrica de tecidos Matteo Gianella e na empresa Evaristo de Antoni. Em 1953, um amigo, Cláudio Corso, os apresentou a um italiano chamado Antonio Primo Fontebasso, que deu a ideia de fabricar freios a ar para reboques. Ali tudo começou. Aceitamos fazer a sociedade e constituímos a Mecânica Randon Ltda. Um ano depois, Fontebasso adoeceu e se retirou da sociedade. Os irmãos começaram a fabricar o 3º eixo para caminhões e semirreboques de um e dois eixos. Mais tarde, firmaram outras parcerias, criaram novas empresas e os negócios aumentaram. Ele explica que a superação veio do trabalho, revelando que foi isso que os fez enfrentar todas as dificuldades da época. Cada um fazia o que sabia fazer e também tínhamos grandes parceiros ao nosso lado. O grande salto foi após visitar algumas feiras em Milão e na Alemanha, em 1970, e viu que existia um grande mercado no Brasil a ser atendido. Depois disso, ele e Nino estabeleceram uma meta: fabricar semirreboques por mês. Na época, fabricavam apenas 700 ao ano e, hoje, chegam a fabricar mais de semirreboques por mês. Crise econômica no meio do caminho A economia do País no final da década de 70 e início dos anos 80 fez com que a Randon, que vinha em ritmo acelerado de expansão, experimentasse alguns períodos difíceis. Com a recessão mundial, o Brasil sofreu fortemente em decorrência da crise do petróleo. Em 1982, com a queda nas vendas, crédito escasso e juros altos, tivemos que pedir concordata. Essa penso que tenha sido a maior dificuldade, mas acreditávamos que iríamos reverter a situação mais tarde, com muito trabalho. Apesar das dificuldades, era melhor pedir concordata do que abrir falência. Mas, depois, fechamos um contrato de exportação de 713 carretas para a Argélia. Foi quando vimos um sinal de recuperação. E isso se confirmou e logo em seguida reafirmamos nossa intenção de continuarmos com o capital aberto, relata. O processo sucessório Em 1992, foi criada a holding familiar DRAMD (que ganhou as iniciais dos nomes dos filhos de Raul Randon: David, Roseli, Alexandre, Maurien e Daniel). Foi constituída com regras próprias, de acordo com o que precisa ser feito nos negócios, na visão da família. O empresário diz que o processo de transição foi feito de forma bem tranquila, bem resolvida, sem traumas. Solicitei à holding da família que indicasse o novo presidente. Reuni todos os filhos e, em consenso, ficou decidido que David assumiria. É bom salientar que o controle é familiar, mas nossa gestão é profissional. Contamos com profissionais preparados, temos uma organização bem estruturada, explica. Desafios do mercado Na visão de Randon, existem boas empresas que atuam no segmento automotivo brasileiro, mas a alta carga de impostos interfere na eficiência. A mão de obra brasileira no segmento automotivo é especializada, as tecnologias estão aí, os engenheiros se atualizando. Mas as nossas principais matérias-primas, considerando o Custo Brasil, torna o produto muito caro ante o produto importado. A luta pela competitividade, 17

18 Especial Majô Gonçalves diante de alguns produtos importados, passa a ser a qualidade, a eficiência, o fazer bem feito aquilo que produzimos, complementa. Além disso, ele ressalta outro ponto, como carência de infraestrutura em geral, como em portos e aeroportos. Se o governo brasileiro investisse mais nessas questões, a logística em geral melhoraria bastante. Participação ativa em associações e entidades Randon integra várias entidades. Atualmente, é membro integrante do Conselho Superior (Vitalício) da Parceiros Voluntários de Caxias do Sul; membro do Conselho Superior da Câmara de Indústria e Comércio de Caxias do Sul; Presidente de Honra do Movimento de Combate à Violência (Mocovi); diretor-presidente do Instituto Elizabetha Randon; membro honorário do Instituto do Empreendedor (Inemp); membro integrante do Grupo de Líderes Empresariais (Lide) e membro do Conselho de Administração da Fundação Bienal do Mercosul. Ações sociais garantem capacitação profissional A empresa desenvolve alguns trabalhos na área de responsabilidade social, como o Programa Florescer, que está ativo há 12 anos, com diversas franquias consolidadas. A iniciativa permite preparar crianças e adolescentes, de 6 a 14 anos, para o mundo. No turno inverso ao da escola, os beneficiários têm aulas de inglês, informática, reforço escolar, robótica, música e outras atividades. Neste ano, são atendidos 425 beneficiários, em dois núcleos (Randon e Fras-le). Além dessas unidades, existem seis franquias estabelecidas nos Estados de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo que reúnem 645 crianças e jovens. Há também o Florescer Iniciação Profissional para preparação de jovens de 14 a 16 anos para o mercado de trabalho, e o Qualificar, que oferece cursos de aprendizagem industrial para jovens de 16 a 18 anos, em parceria com o Senai. Muitos deles já saem do curso empregados nas Empresas Randon. Temos aqui uma gurizada boa. No Florescer Iniciação Profissional, são atendidos 76 jovens e, no Programa Qualificar, temos 160 aprendizes em 2014, destaca. Pequenos prazeres O empresário gosta de acordar cedo, vai para a natação e depois segue para Randon ou para Vacaria. Entre suas distrações, umas das preferidas é sentar ao redor de uma mesa com os amigos, saborear uma boa comida, um bom vinho e jogar um bom carteado, além, é claro, de ficar com a família, rodeado pelos netos. A paixão pelo campo Ele conta que sempre gostou das coisas da terra e acha que herdou isso do avô. Já trabalhou na agricultura, foi até premiado com uma medalha de ouro como plantador de trigo. Produz uva e fazia vinho também. Ele revela que entrou no agronegócio pensando em aliar duas paixões: agricultura e transporte, duas coisas que nunca vão deixar de existir, porque todo mundo precisa se alimentar e o alimento precisa ser transportado. Em Vacaria, planta trigo, milho, cultiva uvas, produz os vinhos da marca RAR em parceria com a Miolo, tem o leite, o queijo Gran Formaggio, o azeite de oliva e novos produtos que estão sendo integrados. Com uma vida repleta de realizações, às vésperas dos 85 anos, que completa no dia 6 de agosto, Randon revela que o segredo do sucesso vem de muito trabalho e faz questão de enfatizar que sempre procurou se cercar de bons profissionais e parceiros, desde o início até hoje. Máquinas e tecnologia é possível comprar, mas as pessoas, é preciso prepará-las, é o que faz a diferença, aponta. Prefere não citar nomes sobre pessoas importantes que marcaram de alguma forma sua trajetória, mas menciona seus pais, Abramo e Elisabetha Randon, como exemplos e referências para sua vida. Divulgação 18

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20 Tecnologia Sérgio Duque A demanda de eixos virabrequim no segmento da reposição Estima-se que serão consumidas 510 mil unidades novas neste ano Virabrequim, girabrequim ou árvore de manivelas é o eixo central do motor, que recebe a força dos pistões e a inversão do sentido de movimento da biela, sendo responsável por gerar e enviar ao sistema de transmissão torque, força e rotação. A retífica do eixo virabrequim é executada quando se constata partes desgastadas ou ovalizadas em sua superfície. Normalmente as constatações de imperfeições por desgaste ou trincas no eixo são identificadas com maior precisão após diagnóstico em máquinas especiais com uso de soluções líquidas e magnéticas aplicadas nas peças. O eixo virabrequim, que sai de fábrica na medida STD, pode ser retificado nas medidas 0,25, 0,50, 0,75, 1,00 e 1,50, sendo o processo de retífica feito na parte de mancal e biela passando para a medida posterior e depois sendo polido. Portanto, sua durabilidade geral pode variar acima de 500 mil quilômetros em veículos da linha leve e até 1,5 milhão de quilômetros em veículos comerciais pesados antes de ser substituído por uma unidade nova. Corretamente retificado, balanceado, realinhado e polido, volta a ter praticamente o mesmo desempenho de uma unidade nova, o que o caracteriza como um dos itens do motor mais reaproveitado e com vida útil longa, se comparado a outros componentes não menos importantes. Considerando que há variações sobre formas de manutenção de motores nos segmentos da frota, o ciclo de substituição do produto também resulta em volumes demandantes distintos, isto é, o FST (Fator de Substituição e Troca) da linha tem critérios de medição diferenciado por segmento. O sistema de cálculo considerado pela Audamec Marketing estima a demanda de eixos virabrequins para o segmento de reposição nos seguintes volumes anuais: MERCADO DEMANDANTE DE EIXOS VIRABREQUINS Reposição Nacional Unidades Novas Segmento Automóveis Comerciais leves Caminhões Ônibus Tratores Total da demanda Variação % a.a. + 5,8 + 6,8 + 8,0 A Audamec Marketing realiza pesquisas de mercado e estudos de produtos por encomenda de seus clientes, avaliando todas as características determinantes que explicam a demanda como: comportamento de uso, marcas oferecidas no mercado, market-share dos principais fabricantes e localização da demanda regional, podendo oferecer relatórios com volume de demanda estimada até por item da lista do cliente. Para mais informações visite o site com.br, ou telefone para (11)

21 Cinto de segurança salva vidas.

22 Capa Cléa Martins Fotolia.com LEGAL É... Com aprovação da Lei Anticorrupção, que entrou em vigor no final de janeiro deste ano, as empresas, que já podem ser responsabilizadas por crimes de corrupção, devem recorrer aos programas de compliance para prevenir e tentar corrigir problemas internos, além de evitar multas pesadas Para as empresas, depois que a chamada Lei Anticorrupção (Lei /2013) entrou em vigor, no dia 29 de janeiro deste ano, ser legal é ter um bom programa de ética empresarial funcionando. Isto porque a Lei inaugurou a responsabilidade das empresas nessa área. Até então, elas não eram implicadas em casos de corrupção. Conhecido no mercado como compliance, esses programas estão para a área de governança da companhia mais ou menos como os programas de melhoria contínua Sigma, por exemplo para a área de manufatura de uma fábrica. Isso significa que a companhia que mantém o programa estabeleceu regras e padrões que garantem uma maneira ética de atuar no mercado, coibindo práticas ilegais, como as de corrupção. Com o programa de compliance funcionando, a própria empresa ainda é capaz de monitorar e corrigir falhas. Para o advogado Ricardo Inglez de Souza, sócio da De Vivo, Whitaker e Castro Advogados, a prevenção é o objetivo primeiro do compliance: A sua função é a de estabelecer rotinas e procedimentos para o bom funcionamento da empresa, sem que ela viole leis ou suas políticas internas. Além de tentar evitar as más condutas, o programa também serve como um importante instrumento de fiscalização. 22

23 Na prática, o compliance ajuda a detectar prematuramente os problemas e pode, assim, evitar diversos inconvenientes, além de permitir que os erros sejam corrigidos a um custo mais baixo e sem a exposição da marca. Souza dá um exemplo: A multa por prática de cartel é de até 20% do faturamento bruto anual da empresa ou grupo. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aplicou multa de mais de R$ 1 bilhão a uma empresa em um caso julgado recentemente. O programa de compliance teria evitado a prática de cartel ou permitido que essa empresa detectasse o problema e tentasse fazer um acordo com o Cade, que poderia até isentá-la da multa. Nesse cenário, a empresa teria economizado mais de R$ 1 bilhão, além dos danos à sua imagem, com investimento imensamente menor na implementação de um bom programa de compliance, explica Souza. Mas, apesar de ajudar a minimizar os prejuízos de quem pelo menos tenta evitar práticas ilegais, o programa não garante que a empresa não terá problemas no futuro. Assim como o seguro não garante que você não baterá o carro, o programa de compliance não impede a má conduta dos colaboradores de uma empresa. Mas, assim como o seguro, ele evita ou reduz enormemente a dor de cabeça que a empresa pode ter caso esteja envolvida em uma investigação ou processo, diz o advogado. COMPLIANCE? Claudio Peixoto explica que o termo compliance tem origem no verbo em inglês to comply, que significa cumprir com os requerimentos regulatórios, em associação com as políticas internas: Observamos que a partir da década de 1990, como consequência das mudanças no ambiente regulatório, as organizações passaram a adotar o compliance como uma de suas regras mais primárias e fundamentais para a transparência de suas atividades, conta. Ainda segundo o sócio-diretor da área de Serviços Forenses da KPMG no Brasil, que recentemente participou de um seminário sobre o assunto em São Paulo, a estrutura de um programa de compliance inclui: os meios pelos quais a organização compreende os impactos da regulamentação sobre o seu negócio e determina sua disposição para os riscos regulatórios relacionados; o modelo de governança a ser utilizado para gerenciar, monitorar e avaliar a conformidade da organização aos requerimentos regulatórios; os papéis e a responsabilidade das pessoas responsáveis por implementar, monitorar e testar a conformidade e os treinamentos fornecidos a essas pessoas; os controles estabelecidos para atingir a conformidade, incluindo políticas, processos e procedimentos; e, por fim, o monitoramento e o teste dos controles, para determinar se estão operando com efetividade. Ricardo Inglez de Souza explica que o programa de compliance pode cobrir praticamente qualquer área da empresa, desde a área de compras, passando pelas rotinas trabalhistas e fiscais, até as que atualmente estão mais na moda: defesa da concorrência e combate à corrupção. No entanto, sua implantação exige, antes de tudo, o compromisso absoluto do gestor da empresa. Se não houver esse compromisso, dificilmente o programa será observado pelos colaboradores. Depois, a empresa precisará desenvolver e incorporar o programa em sua rotina. Claro que sua implementação exige um investimento, diz o advogado, que completa: Muitas empresas implementaram programas de compliance nos últimos anos, inclusive no setor automotivo. Empresas como Ford, Volks, Continental, entre outras, têm programas de compliance de altíssimo nível e muito rigorosos. IMPLANTAÇÃO Claudio Peixoto, da KPMG no Brasil, destacou alguns grupos de processos e atividades envolvidos com a implantação de um programa de compliance, a saber: Governança e Cultura de Compliance Estabelecimento de mecanismos eficazes de governança corporativa com responsabilidades delimitadas, uma estratégia regulatória e uma cultura positiva de compliance; Monitoramento, Testes e Reporte Controles para fornecer insights para os pontos fortes e fracos do programa. Auxilia na determinação de Key Performance Indicators (KPIs) e estabelece linhas de Reporte que suportam executivos na compreensão dos riscos regulatórios e das ações tomadas para análise e mitigação; Pessoas Determina as competências do staff e estabelece planos para seu alcance através da descrição de papéis, treinamentos, mensuração de performance e avaliação; Políticas, Processos e Procedimentos Determina políticas em assuntos regulatórios-chave e cria um ambiente de controle no qual essas políticas podem ser implementadas nos processos e procedimentos do staff. 23

24 Capa Cléa Martins Para o País e o mercado local, a Lei Anticorrupção ajudará a evitar práticas de corrupção e fraude às licitações públicas, assim como a Lei de Defesa da Concorrência tem ajudado a afastar do mercado práticas de acordos entre concorrentes para ajustar preços. Como a Lei de Defesa da Concorrência está em vigor há mais tempo, podemos citar alguns exemplos no mercado automotivo. Há, atualmente, mais de 30 casos de cartel envolvendo o setor em análise perante autoridades de Defesa da Concorrência no Brasil e no exterior. Os produtos afetados incluem alternadores, motores de janela, rolamentos, compressores, condensadores, produtos de borracha para redução de vibração, entre outros, contabiliza o sócio da De Vivo, Whitaker e Castro Advogados. PENALIDADES Além das multas, que podem chegar a até 20% do faturamento bruto anual da empresa, a Lei Anticorrupção ainda prevê outras penas para as companhias envolvidas em crimes éticos, como a publicação da punição em jornais e a venda de parte de seus ativos. Em alguns casos, segundo a Lei, a Justiça pode determinar inclusive o fechamento da companhia, sem falar no prejuízo dos custos processuais de defesa da empresa, que são altíssimos, e no risco das ações de indenização. Em um caso de cartel, por exemplo, os clientes supostamente pagam um sobrepreço. É possível, e tem se tornado comum, a cobrança de um ressarcimento por esse pagamento adicional indevido. Mas é importante Ricardo Inglez de Souza, sócio da De Vivo, Whitaker e Castro Advogados Divulgação destacar que há responsabilidade para as pessoas físicas envolvidas nessas práticas também. Multas milionárias têm sido aplicadas e há centenas de processos criminais O EXEMPLO DA ROBERT BOSCH Companhia centenária, a Robert Bosch estabeleceu desde 2008 um comitê corporativo de compliance e mantém um departamento específico sobre o assunto em cada uma de suas regionais. O trabalho reforça os valores mantidos pela empresa de Confiabilidade, credibilidade e legalidade. As principais regulamentações legais e corporativas da empresa estão no Código de Conduta nos Negócios, que pode inclusive ser acessado pela internet. Ele serve como guia para colaboradores e parceiros comerciais da empresa na forma de conduzir suas atividades diárias, incluindo os Princípios básicos de responsabilidade social na Bosch, aprovado em O Código de Conduta nos Negócios foi criado para nortear o comportamento dos nossos colaboradores, porém sua aplicação também atinge fornecedores e clientes, além de outros stakeholders. Temos regras comerciais que já preveem muitas situações não aceitas pela Bosch. Nosso lema é: melhor perder um negócio do que fazê-lo a qualquer preço. As consequências virão com grande chance de certeza e isso nós não queremos, afirma Harold Bouillon, diretor de compliance da Robert Bosch América Latina. Além do código, a empresa ainda monitora todas as suas atividades. Segundo o executivo da Bosch, qualquer denúncia feita ao Compliance Officer é investigada. Havendo comprovação de fatos que violam as leis ou nossas regras internas, medidas serão tomadas. Tais medidas vão desde as sanções administrativas até a correção de processos e regulamentos internos, tudo objetivando a eliminação do problema em sua causa raiz, explica. Sobre a Lei brasileira, Bouillon diz que ela representa um avanço significativo nas relações com órgãos governamentais. No entanto, ainda aguarda sua regulamentação, que estava prevista para o início de 2014, mas que até agora não aconteceu. Sobre o compliance, o executivo é categórico: A principal contribuição que uma área de compliance pode trazer para as organizações é sua atuação preventiva, evitando situações que possam colocar qualquer empresa em situação bastante desfavorável. A imagem e a reputação são os principais bens de qualquer organização um patrimônio que precisa ser preservado. 24

25 em andamento, ressalta Ricardo Inglez de Souza. Por outro lado, a Lei Anticorrupção é expressa ao garantir que a existência de mecanismos que reforcem a integridade das empresas, tais como controles internos, canais de denúncia e a efetiva aplicação de códigos de conduta, serão considerados positivamente na aplicação das sanções previstas, ressalta Claudio Peixoto, advogado sócio-diretor da área de Serviços Forenses da KPMG no Brasil. Assim, a instauração de mecanismos de compliance que promovam os processos e procedimentos de controles internos e auditoria, além dos mecanismos de denúncia, são maneiras de a companhia se resguardar perante qualquer irregularidade por parte de seu quadro funcional ou até mesmo de seus fornecedores. Ainda segundo Peixoto, a Lei não prevê processos de fiscalização sobre os controles internos adotados pelas empresas. No entanto, as denúncias de irregularidades que chegarem ao conhecimento das autoridades serão investigadas e as sanções aplicadas. E não importa o tamanho da empresa, a lei se aplica a todas. É como passar em um sinal vermelho. Não importa se você está em um modelo popular ou em um carro superluxo, você vai receber a mesma multa e os mesmos pontos na carteira. Portanto, o compliance não é coisa de empresa de grande porte. Costumo falar que o compliance é para empresas de grande visão. O programa não precisa ser caro, Claudio Peixoto, advogado sócio-diretor da área de Serviços Forenses da KPMG no Brasil Divulgação nem implicar em grandes mobilizações na companhia, mas precisa ser efetivo. Há ferramentas básicas que podem ser adotadas e que ajudam empresas de qualquer tamanho, exemplifica Souza. Respeite a sinalização de trânsito. 25

26 Respeite a sinalização de trânsito.

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28 Em Destaque Redação Divulgação Mais de meio século de Brasil NGK completa 55 anos de atuação no País e exalta conquistas e desafios superados A NGK completa em agosto 55 anos de atuação no Brasil e busca exaltar tanto as conquistas quanto os desafios superados neste processo. A fábrica da marca está localizada em Mogi das Cruzes, cidade do interior de São Paulo, mas a apenas 50 quilômetros da capital. Trata-se da primeira planta da NGK a ser instalada fora do Japão. Fundada em 1936, em Nagoya, no Japão, a NGK enfrentou períodos difíceis no próprio país de origem. Atravessou a Segunda Guerra Mundial e a posterior desaceleração econômica, que enfraqueceu muitas empresas nacionais. A ideia de cruzar o Oceano Pacífico e aportar no interior paulista já no final da década de 1950 era arriscada, mas mostrou-se certeira. Atualmente a planta ocupa uma área de 625 mil metros quadrados e é composta por 17 edifícios, que diariamente produzem mais de 270 mil velas de ignição. Ou seja, todos 28

29 os meses, cerca de 7 milhões de unidades do produto são fabricadas no local e o montante é redistribuído posteriormente nos mercados brasileiro e sul-americano. Para garantir números tão expressivos, a empresa frisa que utiliza padrões de qualidade idênticos aos da matriz japonesa, garantindo que seus produtos cheguem com as mesmas características aos mais diversos mercados do continente. Para que cada uma dessas velas possa carregar o mesmo DNA, são necessários aproximadamente 150 processos, todos intercalados por diversas checagens eletrônicas e visuais, informa a NGK em comunicado enviado à revista Mercado Automotivo. Atualmente, a planta brasileira da NGK produz velas de ignição para montadoras instaladas no País e atende também o mercado de reposição, no qual lidera as vendas. Além disso, a unidade desenvolve cabos de ignição para diversos modelos de veículos que circulam pelas ruas brasileiras. Em todos os casos, a empresa prima por oferecer um produto que atenda rigorosamente aos mesmos padrões da matriz no Japão, sustenta novamente a companhia. No Brasil, a NGK detém ainda as marcas NTK (Sensores e Cerâmicas Técnicas) e Super NGK (Revestimentos Porcelanizados). No total, funcionários compõem o quadro de colaboradores do grupo. AÇÕES SOCIAIS O fato de ter permanecido 55 anos no mesmo local fez com que a NGK passasse a desenvolver ações com foco na própria população de Mogi Antiga fachada da fábrica da NGK, em Mogi das Cruzes; empresa estabeleceu-se na cidade há 55 anos e lá permanece até hoje Divulgação das Cruzes. A lógica é simples: fortalecer a cidade e sua comunidade significa fortalecer o próprio entorno da empresa, seus fornecedores e funcionários, o que, consequentemente, se reflete no crescimento da NGK em si. Ao longo de sua história no País, a NKG afirma sempre ter reconhecido o acolhimento da região do Alto Tietê e, justamente por isso, procura entregar contrapartidas à comunidade local. Além de promover medidas sustentáveis em suas atividades industriais, como tratamento e reutilização de água e aproveitamento de água da chuva, a empresa realiza periodicamente ações de Responsabilidade Social com foco em Educação, como o incentivo à leitura, à prática esportiva, programas de estímulo ao aprendizado de matérias essenciais, como matemática e ciências, sempre envolvendo alunos da rede pública, informa a empresa. Além disso, a companhia realiza anualmente uma ação conhecida como Papai Noel da NGK, quando doa cestas de alimentos e brinquedos para instituições assistenciais da região de Mogi das Cruzes. As boas ações da empresa não refletem apenas na população da cidade, mas também entre seus colaboradores. A média de retenção do quadro de funcionário é hoje superior a 10 anos, segundo informações da própria companhia. No que diz respeito ao meio ambiente, a NGK realizou em junho importante ação de instalação de ecopontos, tanto dentro quanto fora da fábrica. A iniciativa foi realizada durante a Semana Internacional do Meio Ambiente com o objetivo de recolher resíduos de difícil destinação. Graças a essa e outras iniciativas da marca, a NGK do Brasil é certificada atualmente pela ISO/TS e pela ISO As normas, reconhecidas internacionalmente, permitem à empresa fornecer para montadoras do mundo todo, e definem os requisitos durante a manufatura, para estabelecer um sistema de gestão ambiental efetivo. Fortalecida no Brasil e reconhecida como importante personagem tanto entre as montadoras quanto entre o aftermarket, a NGK segue sua história no País. Com padrões genuinamente japoneses, mas com jeitinho cada vez mais brasileiro. 29

30 Sindirepa Majô Gonçalves Sindirepa-SP há mais de 75 anos a serviço do setor de reparação de veículos Criado há mais de 75 anos para representar legitimamente o setor de reparação de veículos e atuar no desenvolvimento e fortalecimento da categoria, o Sindirepa-SP realiza diversas parcerias para oferecer capacitação profissional, atualização tecnológica para as empresas, bem como oferece informações sobre as tendências de mercado, legislação e normas técnicas. O Sindirepa-SP Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado de São Paulo tem como objetivo defender os interesses da categoria e promover o desenvolvimento sustentável do setor. Já alcançou inúmeras conquistas desde 1935, quando foi reconhecido pelo governo federal, e passou a ser representante legal da categoria em Representando mais de 15 mil oficinas no Estado de São Paulo, a entidade oferece serviços e busca soluções para tornar as empresas da reparação cada vez mais competitivas no mercado. É constante, por isso, a entidade firmar diversas parcerias com instituições de ensino, consultorias e fornecedores de softwares e equipamentos, oferecendo aperfeiçoamento profissional e tecnológico e também na área jurídica. Na área de capacitação profissional, possui parcerias com várias universidades, como, por exemplo, Senai-SP, Sebrae-SP, entre outras. Criou também o programa Empresa Amiga da Oficina para promover interação e estreitar ainda mais o relacionamento com fabricantes e reparadores. O Sindirepa-SP disponibiliza aos associados informações jurídicas, sobre Normas Técnicas (ABNT), participa de convenções coletivas de trabalho e de feiras do setor, confecciona manuais técnicos e administrativos e organiza debates e fóruns para esclarecer eventuais dúvidas sobre os mais variados temas relacionados à gestão das oficinas. Com a finalidade de manter o setor atualizado, o Sindirepa-SP tem canal de comunicação com os associados por meio de informativo impresso e boletins eletrônicos semanais, enviados por , com notícias sobre as ações da entidade e as novidades do mercado. Os associados contam também com diversas parcerias com empresas de software de gestão e de orçamentação, corretoras de seguro, saúde, cartões-benefícios e na área de lazer. Representação nacional Todo o trabalho desenvolvido em mais de 75 anos em São Paulo e também em outras regiões do País culminou na criação do Sindirepa Nacional, em abril de 2012, que passa a representar os Sindirepas dos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Goiás, Pernambuco, Bahia e Mato Grosso. A iniciativa promove a integração da categoria entre as regiões, fortalece a imagem do segmento junto ao consumidor e concretiza uma antiga reivindicação do setor de reparação de veículos que, agora, conta com representatividade nacional. 30

31 Respeite a sinalização de trânsito.

32 Geomarketing Sérgio Duque Fotolia.com Tendência em 2014 é a cidade de São Paulo manter participação no volume total dos negócios automotivos Mas a variação será mínima A Audamec Marketing, com base em dados de 2013 e primeiro semestre de 2014, desenvolveu estudo qualitativo sobre geomarketing dirigido com exclusividade para o segmento da reposição automotiva. Através da aplicação de vários fatores que interferem no desempenho do setor de reposição, foi possível criar um algoritmo que apresenta como resultado um índice de demanda com padrões de variações e desvios aceitáveis para o segmento alvo do interesse. Entre os fatores que compõem o cálculo desse algoritmo, estão: 1. A frota de veículos que circula em cada município brasileiro; 2. Gastos previstos com peças e mão-de-obra para manutenção de veículos por classe social dentro de cada município; 3. O consumo de combustível por tipo gasolina, etanol e diesel; 4. E a previsão do PIB a preço corrente, que é a produção de riquezas em cada município. Os dados compilados na fórmula, cada um com um peso diferente e proporcional em sua importância, resultam em índice potencial de demanda do município. 32

33 Porém, os desenvolvedores do sistema, que pode ser acessado via web com uso de login e senha, entendem que este índice sofre variações para mais ou para menos, dependendo de uma série de fatores econômicos, sociais e culturais, que agem sobre e os negócios gerais e afetam o segmento da reposição automotiva. Não se pode esperar, por exemplo, o mesmo desempenho estimado de resultados financeiros em um município que sofreu com desastres naturais, como enchentes, secas, ou outras variações climáticas. Mesmo pensamento sofrem atividades industriais comprometidas por crises muitas vezes externas e que impactam diretamente. Por razões como as expostas acima é que o sistema da Audamec Marketing não disponibiliza informações estáticas, mas dinâmicas, já que é permanentemente corrigido em seus dados, com base em monitoramento do desempenho esperado dos municípios. Para entender melhor, a cidade de São Paulo, com cálculo do sistema em seu potencial de demanda de autopeças para 2014, deve responder por 8,65% dos negócios do aftermarket automotivo. Mantida a tendência dos fatores agregados, em 2015 este valor deverá subir pouco ou quase nada, para 8,68%. Entenda-se ainda uma razão indiscutível para consolidar esta informação. Se projeta um crescimento muito pequeno no setor de autopeças para 2014, porém a cidade de São Paulo estará, neste cenário, mantendo sua participação, e não perdendo como em anos anteriores, quando já chegou a representar quase 11,0% da demanda nacional. Para saber mais e obter login e senha para acesso demo ao sistema da Audamec Marketing, consulte ou, se preferir, ligue para (11)