mdic.empauta.com Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior Clipping da imprensa Brasília, 27 de maio de 2008 às 16h19

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1 Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior Clipping da imprensa Brasília, 27 de maio de 2008 às 16h19

2 Gazeta do Povo PR Vitórias na Justiça mostram força da lei do consumidor CONSUMIDOR ESTELITA HASS CARAZZAI

3 DIREITOS Vitórias na Justiça mostram força da lei do consumidor CONSUMIDOR trombone. Consumidores insatisfeitos têm ganhado cada vez mais ações contra fornecedores e prestadores de serviço, numa atitude que torna realidade a legislação brasileira Estelita Hass Carazzai Quase cinco anos se passaram entre apetição inicial e a decisão da Justiça - mas, para o analista de sistemas Ricardo Von Jelita, valeu a pena esperar. Em 2006, ele ganhour$ 6 mil como indenizaçãopor danos morais da operadora de cartões de crédito Credicard, que, em 2001, não liberou o pagamento de uma compra do consumidor. "Dava uns R$ 400", lembra ele - um valor 15 vezes menor do que o fixado pela Justiça. Assim como Jelita, outras centenas de consumidores, insatisfeitos com determinados serviços ou produtos, recorrem ao poder judiciário para fazer valer seus direitos - atitude que é apontada como fundamental para tornar realidade o Código de Defesa do Consumidor. "Quem vai à Justiça mostra que tem conhecimento de seus direitos e exerce sua cidadania", comenta o advogado e professor de Direito Civil das Faculdades Integradas do Brasil ( Unibrasil), Frederico Glitz. Para o professor de Direito da Universidade Federal do Paraná ( UFPR), CarlosJoaquim deoliveirafranco,iràjustiça passa aser autilização dalei naprática, a aplicação da lei. "Isso vai inclusive moldar o comportamento dos fornecedores, que vão corrigir seus contratos, vão se adequar à legislação. Há um caráter educativo nisso tudo", diz Franco. Passo-a-passo Confira a quem recorrer para botar a boca no 1 Fornecedor: a primeira tentativa de acordo é sempre com ele. Caso a empresa possua ouvidoriaou um serviço de atendimento ao consumidor, é bom formalizar a reclamação nesses órgãos. 2 Órgãos reguladores: agências como a Anatel ( telefonia e TV por assinatura), a Anac ( aviação) e a ANS ( planos e seguros de saúde) registram reclamações de consumidores e cobram soluções das empresas. Também é possível recorrer ao Banco Central ( serviços financeiros), à Anvisa ( medicamentos e alimentos) e ao Inmetro ( produtos em geral). 3 Procon: órgão estadual e administrativo, o Procon auxilia o consumidor no ressarcimento de prejuízos e em possíveis acordos, mas não tem caráter judiciário - ou seja, não cabe a ele definir quem está ou não com a razão. Pode aplicar multas, revertidas para o Estado, mas nunca indenizações ( leia texto ao lado). 4 Juizado Especial: é a primeira instância judiciária, a quem se faz o pedido de indenização por danos morais ou materiais. Atende causas com valoresdeaté 40 salários mínimos. Não énecessário advogado para ações de até 20 salários mínimos. O primeiro passo é a audiência de conciliação, em que pode se fazer um acordo indenizatório com o fornecedor. Caso não haja acordo, há a audiência de instrução e julgamento, em que o juiz irá julgar a causa. 5 Justiça Comum: para causas de mais de 40 salários mínimos. O processo corre em qualquer vara cível da cidade. Cabe recurso para o Tribunal de Justiça do estado. Interatividade pg.3

4 Continuação: Vitórias na Justiça mostram força da lei do consumidor Você acredita que ir à Justiça pode trazer resultados para o consumidor? Escreva para leitor@gazetadopovo. com. br As cartas selecionadas serão publicadas na Coluna do Leitor. Trâmites Segundo os advogados, o consumidor entra na Justiça quando não tem um interesse atendido pelo fornecedor. Eles avisam que o primeiro passo sempre é tentar resolver a questão diretamente com a empresa ou prestador de serviço - e, caso não haja entendimento, aí sim recorrer ao judiciário, para pedir o cumprimento do que é devido ou indenizações por danos materiais ou morais. "Isso é poder; não quer dizer que o consumidor vai ganhar ou que ele tem razão", alerta Glitz. O mais comum équeos processos derelaçõesdeconsumo sejam abertos no Juizado Especial Cível ( antigo Juizado de Pequenas Causas), uma instância do judiciário que contempla ações de até 40 salários mínimos. Para os que envolvem valores de até 20 salários mínimos, não é necessário advogado. "É um mecanismo teoricamente rápido, mas hoje ele tem muitas ações", comenta Glitz. "Isso é bom, porque significa que as pessoas estão lutando por seus direitos, mas também ruim, porque a demora é maior. " O designer gráfico Lúcio Barbeiro esperou cinco meses para ter sua audiência marcada no Juizado Especial - o tempo médio de espera, segundo os advogados consultados, é de quatro meses. Barbeiro, queteve sua história relatada pela Gazetado Povo em setembro do ano passado, ganhou uma indenização de R$ 1 mil por ter seu celular bloqueado sob a acusação defaltadepagamento. O acordo foifeito naprimeira audiência, de conciliação, em que não há julgamento - apenas uma tentativa de acordo entre as partes. Caso não houvesse trégua neste primeiro encontro, Barbeiro teria de encarar uma nova audiência, no próprio Juizado Especial, desta vez com juiz, para que houvesse o julgamento do caso. Se o consumidor continuar insatisfeito com o veredicto, é possível entrar com um recurso no próprio Juizado Especial. Há também quem vá direto à Justiça Comum, em qualquer vara cíveldacidade- como fez o analista Ricardo Von Jelita. Nesses casos, cabe recurso ao Tribunal de Justiça do estado. O professor Franco lembra que há elementos jurídicos para facilitar a defesa do consumidor, como a inversão do ônus da prova - ou seja, caso a alegação do consumidor pareça razoável mas haja dificuldades em produzir a prova, quem deve fazê-lo é o fornecedor. "Via de regra, o consumidor é a parte mais fraca. O código de defesa tenta equilibrar a relação de consumo fortalecendo a proteção jurídica ao consumidor", explica ele. Para Franco, o equilíbrio pregado pelo Código de Defesa do Consumidor é muitas vezes conflituoso. "O fornecedor pode achar que a proteção legal coloca o consumidor numa vantagem indevida, mas é por isso que existe a possibilidade de recurso. " Serviço: O Juizado Especial Cível de Curitiba fica na rua Fernando Amaro, nº 60, no Alto da XV. Telefone: ( 41) Procon não tem valor judiciário Embora o Procon seja o órgão mais conhecido para se formalizar reclamações, as decisões tomadas por ele não têm valor judiciário e ele não tem o poder de conferir indenizações. "O Procon é um órgão administrativo: analisa o fato, verifica se há uma infração às regras de consumo para a aplicação de multas e vê se é possível a conciliação entre as partes", explica o advogado e professor de Direito do Consumidor da Universidade Federal do Paraná ( UFPR), Carlos Joaquim de Oliveira Franco. As mul- pg.4

5 Continuação: Vitórias na Justiça mostram força da lei do consumidor tas conferidas pelo Procon são revertidas ao Estado, e não ao consumidor, e têm caráter educativo, já que pretendem impedir a ocorrência de situações semelhantes no futuro. "Não havendo entendimento entre as partes, o Procon não pode obrigar o fornecedor a atender a pretensão do consumidor. É por isso que o consumidor procura o judiciário", explica Franco. processo, pedir perícias, fazer uma avaliação técnica, julgar a causa e conferir indenizações a alguém. "São lógicas diferentes", comenta o professor de Direito Civil das Faculdades Integradas do Brasil ( Unibrasil), Frederico Glitz. "O Procon não resolve; ele fiscaliza aconduta. Quemdiz se o consumidor tem direito ou não a algo é o judiciário. " ( EHC) Somente o poder judiciário tem o poder de abrir um pg.5