Fábio de Barros Bruno

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Fábio de Barros Bruno"

Transcrição

1 UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE Fábio de Barros Bruno O DIREITO DE ARREPENDIMENTO NO COMÉRCIO ELETRÔNICO São Paulo 2006

2 2 FÁBIO DE BARROS BRUNO O DIREITO DE ARREPENDIMENTO NO COMÉRCIO ELETRÔNICO Dissertação apresentada à Universidade Presbiteriana Mackenzie, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Direito Político e Econômico. Orientador: Prof. Dr. José Francisco Siqueira Neto São Paulo 2006

3 3 FÁBIO DE BARROS BRUNO O DIREITO DE ARREPENDIMENTO NO COMÉRCIO ELETRÔNICO Dissertação apresentada à Universidade Presbiteriana Mackenzie, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Direito Político e Econômico. Aprovado em de agosto de BANCA EXAMINADORA Prof. Dr. José Francisco Siqueira Neto Universidade Presbiteriana Mackenzie Prof. Dr. Gianpaolo Poggio Smanio Universidade Presbiteriana Mackenzie Prof. Dr. Sergio Seiji Shimura Universidade de São Paulo

4 4 A minha família, por todo amor e apoio.

5 5 AGRADECIMENTOS Ao Prof. Dr. José Francisco Siqueira Neto, pela orientação, pelo voto de confiança, pelos ensinamentos e pela imensa sabedoria, da qual pude compartilhar. A professora Suzana Barbosa, que inúmeras vezes me ajudou com meu projeto de pesquisa. Aos colegas e amigos da turma do mestrado, pelos incentivos, sugestões e contribuições recebidas, em especial, aos mestrandos Aloísio Cristovam e Luciana Caplan, grandes amigos, com os quais tive o prazer de desfrutar inúmeros e agradáveis momentos de convívio. Aos meus professores do mestrado: Alysson Mascaro, Ari Sólon, Gabriel Chalita, Gilberto Bercovici, Marcelo Fortes, Márcia Alvim e Milton Paulo de Carvalho, que direta ou indiretamente contribuíram para o enriquecimento e aprimoramento desta dissertação. A todos os funcionários da Secretaria da Pós-Graduação do Mackenzie, sobretudo ao Renato, por toda a atenção dispensada desde o primeiro dia de aula.

6 6 RESUMO O direito de arrependimento é a prerrogativa instituída pelo art. 49 do Código de Defesa do Consumidor mediante a qual é facultado ao consumidor desistir, no prazo de sete dias e sem qualquer ônus, do contrato que tenha efetuado fora do estabelecimento comercial do fornecedor. Esta prerrogativa do consumidor tem por objetivo básico garantir a conveniência e oportunidade no ato de consumo, tanto suprindo a falta de contato prévio do consumidor com o produto ou serviço que adquire fora do estabelecimento do fornecedor, como coibindo as práticas comerciais eivadas de marketing agressivo. De acordo com uma interpretação gramatical desse artigo, em um primeiro momento, salvo o lugar onde se firmou o contrato e o prazo de reflexão, aparentemente pouco tem sido dito pela doutrina em relação a qualquer outro limite para que o consumidor exerça o direito em foco. Em suma, basta que o produto ou serviço tenha sido contratado fora do estabelecimento comercial e que a manifestação da desistência ocorra dentro no prazo de reflexão, para que ele seja exercido. Tal fato leva alguns doutrinadores a buscar interpretações que negam quase que totalmente a aplicação do direito de arrependimento ao comércio eletrônico, uma vez que sua aplicação irrestrita pode ser bastante prejudicial, sobretudo, ao empresário. O caminho no comércio eletrônico, no entanto, não é negar esse direito ao consumidor, mas sim, despertá-lo para a sua existência. Os limites de sua aplicabilidade, todavia, devem ser traçados a fim de se estabelecerem regras claras para os participantes da relação de consumo. Logo, uma interpretação mais adequada desse instituto se faz necessária à luz do comércio eletrônico; interpretação que possibilite não só um ponto de equilíbrio na aplicabilidade do direito de arrependimento fundamentado no próprio

7 7 sistema jurídico, mas que também desperte a atenção dos consumidores para o seu exercício. É necessário o equilíbrio. Isto é, não negá-lo, mas acordar a sociedade para o seu uso; não para seu emprego desregrado e ilimitado, mas para o seu uso dentro dos princípios que regem o sistema, como meio de harmonização das relações de consumo no comércio eletrônico e, por conseqüência, como instrumento para a ampliação do número de pessoas incluídas na rede mundial de computadores. Palavras-chave: Direito de arrependimento. Comércio eletrônico. Consumidor e Internet. Prazo de reflexão. Artigo 49 do CDC. Contratos eletrônicos.

8 8 ABSTRACT Article #49 of the Brazilian Consumer Bill of Rights (CDC Law 8.078/1990) establishes consumers right to return unwanted merchandise to suppliers within a period of 7 days for a full refund in the case of distance contracts. This law is intended to ensure consumers convenience and opportunity at the moment of purchase, compensate for consumers lack of familiarity with the product or service purchased, and protect consumers against particularly aggressive marketing practices. However, although the literal interpretation of this law specifies a 7-day refund period and contracts celebrated at distance for the exercise of this right, jurisprudence and judicial doctrine have not yet determined the exact boundaries under which consumers may return unwanted products. In other words, any product or service purchased from a supplier at distance may be returned within a 7-day period no-questions-asked. In any case, in e-commerce dealings the unrestricted exercise of this right can lead to significant losses on part of the suppliers. But, far from ignoring consumers rights suppliers often underscore them, though the actual scope and applicability of these rights remain to be clearly established. If consumers rights to return unwanted merchandise are exercised within the principles informing the legal system, they will eventually become a means of harmonizing e-commerce relations and, consequently, of encouraging participation in worldwide computer networks. Key words: Right to return unwanted merchandise; e-commerce; consumer and internet; refund period; CDC article 49; distance contracts.

9 9 SUMÁRIO 1 INRODUÇÃO O DIREITO DO CONSUMIDOR E A INTERNET A Internet e o comércio eletrônico O alcance das normas consumeristas no comércio eletrônico OS CONTRATOS ELETRÔNICOS Conceito Requisitos do contrato eletrônico Validade jurídica do contrato eletrônico Da prova do contrato eletrônico Certificados e assinatura digitais Infra-estrutura das chaves públicas brasileira ICP Brasil A formação do contrato eletrônico Classificação do contrato eletrônico A legislação aplicável aos contratos eletrônicos e o alcance espacial das normas consumeristas O DIREITO DE ARREPENDIMENTO NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO E OS LIMITES DE SUA APLICABILIDADE NO COMÉRCIO ELETRÔNICO Conceito Natureza jurídica... 69

10 Casos mais comuns de incidência Limites de aplicabilidade do direito de arrependimento ao comércio eletrônico Limites intrínsecos Limite espacial Limite temporal o prazo de reflexão Limites extrínsecos O limite social o princípio da boa-fé objetiva Limite material - a relação de consumo Despesas decorrentes do exercício do direito de arrependimento ANÁLISE DE CASOS PRÁTICOS DO POSSÍVEL EXERCÍCIO DO DIREITO DE ARREPENDIMENTO PELO CONSUMIDOR NO COMÉRCIO ELETRÔNICO O direito de arrependimento do contrato eletrônico de compra e venda de um veículo pela Internet O direito de arrependimento do contrato eletrônico de compra e venda de software pela Internet O direito de arrependimento do contrato de compra de venda de passagens áreas pela Internet CONCLUSÕES BIBLIOGRAFIA

11 11 1 INTRODUÇÃO Se analisarmos o momento histórico atual, chegaremos facilmente à conclusão de que vivemos certamente no auge da chamada Revolução Tecnológica. Em menos de vinte anos a tecnologia humana produziu avanços jamais pensados. Computadores, Internet, telefones celulares, satélites, todas são brilhantes inovações do engenho humano que, por fazerem parte de nosso cotidiano, passam quase desapercebidas. Hoje já mapeamos o DNA de células e já somos, por mais perigoso que isso seja, até capazes de criar clones de embriões humanos. Uma das maiores invenções do mundo contemporâneo, sem dúvidas, foi a grande rede mundial de computadores, conhecida como Internet. A revolução tecnológica causada pela Internet somente se compara a feitos grandiosos da humanidade, como a descoberta do fogo, a criação da escrita, a invenção da eletricidade, dentre outros. As relações sociais mundo afora, de forma quase imperceptível, são influenciadas diretamente por esse novo mundo. As barreiras para o acesso e difusão da informação, com a exceção dos diversos idiomas, praticamente desapareceram. As aplicações da Internet são quase infinitas, mas, dentre elas, se destacam a comunicação, a pesquisa e, sobretudo o comércio. Impulsionado por milhares de empresas, o chamado comércio eletrônico é uma realidade inquestionável. Comprar e vender bens e serviços pela Internet é uma atividade cada vez mais corriqueira para vários setores da população. Imagine-se uma empresa que funcione vinte quatro horas por dia nos sete dias da semana, capaz de atingir consumidores em quase todo o mundo, mas que, contudo, não passe de um programa abrigado na memória de um computador! As

12 12 vantagens do comércio eletrônico são inúmeras e vão desde a diminuição nos custos operacionais, do aumento do mercado de consumo, até a redução dos preços dos produtos (bens e serviços) aos consumidores. Não só as empresas, todavia, impulsionam o crescimento do comércio eletrônico como forma de aumentar seus lucros. A própria mídia, assim como as empresas de comércio e serviços, encontram na Internet um novo canal de comunicação para atingir o seu público, haja vista que a Internet, como meio de comunicação multimídia interativo, pode veicular vídeos, som e texto para os seus usuários. A tudo isso, soma-se ainda a crescente facilidade do uso da tecnologia e do acesso à Internet. Tomemos, por exemplo, as crianças de dez anos atrás e as crianças de hoje. É lógico que não queremos dizer que todos, em todos os tempos, sempre tiveram livre e fácil acesso à tecnologia. Queremos expressar que o número de crianças que hoje, de certa forma, está familiarizada com o computador é bem maior do que o número de crianças de dez anos atrás. As crianças de hoje, inclusive em algumas escolas públicas, interagem com um computador. Tal fato ocorre, como já demonstrado, por existir um interesse comercial de que haja um crescimento de pessoas com acesso à Internet. Isto é, existe um interesse na inclusão digital que, em última análise, representa um aumento no mercado consumidor e dos lucros para determinadas empresas. Hoje, todavia, apesar do constante crescimento desse novo meio de comunicação, a Internet, sob a óptica jurídica, apresenta alguns problemas relevantes, sobretudo quanto à interpretação e aplicação do ordenamento pátrio vigente às novas situações nascidas em seu ambiente.

13 13 A doutrina moderna, a seu passo, na falta de leis específicas, aponta os caminhos na interpretação e adequação de institutos que até então eram somente aplicados às relações jurídicas constituídas no mundo físico. Isso quando alguns doutrinadores não tomam o tema com preconceito, barreira natural daqueles que não estão dispostos a conhecer o novo, desmerecendo a real importância do assunto no contexto social. 1 Tomaremos aqui o exemplo do consumo na Internet; e aí repousa o tema a ser explorado pela presente dissertação. O consumidor, assim como o empresário, ainda não tem regras claras que disciplinem a relação de consumo, o que retarda o crescimento da própria Internet e, por conseqüência, do próprio comércio eletrônico. Neste sentido, destaca-se o chamado direito de arrependimento preconizado pelo Código de Defesa do Consumidor, arma importantíssima do consumidor no comércio eletrônico. O direito de arrependimento, expressão atribuída pela doutrina consumerista, constitui prerrogativa instituída pelo art. 49 do Código de Defesa do Consumidor, mediante a qual é facultado ao consumidor desistir, no prazo de sete dias, do contrato que tenha efetuado fora do estabelecimento comercial do empresário. Uma vez aplicado ao comércio eletrônico, o consumidor poderá contratar e, caso o produto ou serviço não atenda as suas conveniências ou expectativas, poderá se arrepender e simplesmente devolvê-lo ao empresário. Notadamente, tal prerrogativa só tende a difundir o comércio eletrônico, uma vez que o direito de 1 Seja por preconceito, seja por desinteresse, seja por mera falta de informação, porém, os temas jurídicos relacionados à Internet e ao comércio eletrônico ainda são desprestigiados por alguns juristas, o que só vem a trazer, em última análise, insegurança para parcela da sociedade. Como bem esclarece Ricardo Luiz Lorenzetti, eminente professor da Universidade de Buenos Aires: o surgimento da era digital tem suscitado a necessidade de repensar importantes aspectos relativos à organização da social, à democracia, à tecnologia, à privacidade, à liberdade e observa-se que muitos enfoques não apresentam sofisticação teórica que semelhantes problemas requerem; esterilizam-se obnubilados pela retórica, pela ideologia e pela ingenuidade. (LORENZETTI, Luiz Ricardo. Informática, cyberlaw, e-commerce. In: LUCCA, Newton de e SIMÃO FILHO, Adalberto (Coord.) e outros. Direito e Internet: aspectos jurídicos relevantes. Bauru, SP: EDIPRO, 2001, p.420.).

14 14 arrependimento supre a falta de contado prévio do consumidor com o produto ou serviço e coíbe as práticas de venda eivadas de marketing agressivo 2. De acordo com uma interpretação gramatical do art. 49 do CDC, no primeiro momento, salvo o lugar onde foi firmado o contrato e o prazo de reflexão, aparentemente não existe qualquer outro limite para que o consumidor exerça o direito nele descrito. Em suma, basta que o produto ou serviço tenha sido adquirido fora do estabelecimento comercial e que o direito de arrependimento seja exercido no prazo de sete dias. Tal fato leva doutrinadores a buscar interpretações que negam quase totalmente a aplicação do direito de arrependimento ao comércio eletrônico. 3 Entendemos que o caminho no comércio eletrônico, no entanto, não é negar esse direito ao consumidor; direito este que, como vimos, só propicia a inclusão digital. O caminho é despertar o consumidor para a existência do direito de arrependimento. As regras, todavia, têm de ser claras para ambos, tanto para empresários quanto para consumidores. O direito, a seu passo, como ferramenta de mudança, comporta diversas interpretações. Tal fato nos motiva a buscar, por meio da presente pesquisa, uma interpretação mais adequada desse instituto; interpretação que possibilite não só um ponto de equilíbrio na aplicabilidade do direito de arrependimento fundamentado no próprio sistema jurídico, mas também despertem os consumidores a se valerem desta prerrogativa, sobretudo no comércio eletrônico. 2 Técnicas de venda utilizadas para induzir o consumidor a consumir independentemente de sua conveniência e necessidade. 3 Fábio Ulhoa Coelho, por exemplo, entende que a compra de produtos ou serviços através da internete realiza-se dentro do estabelecimento (virtual) do fornecedor. Por isso, o consumidor internetenáutico não tem direito de arrependimento, a menos que o empresário tenha utilizado em seu website alguma técnica agressiva de marketing, isto é, tenha-se valido de expediente que inibe a reflexão do consumidor sobre a necessidade e conveniência da compra. (COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial. 6. ed. rev. e atual. de acordo com o novo Código Civil - Lei n , de São Paulo: Saraiva, v. 3, p.50). César Santolim, ao analisar o art. 49 em obra pioneira sobre contratos eletrônicos, também adota uma linha de pensamento contrária à aplicação do direito de arrependimento a tais contratos. (SANTOLIN, César Viterbo Matos. A eficácia probatória dos contratos por computador. São Paulo : Saraiva, 1995, p.39).

15 15 Em suma, buscamos o equilíbrio na interpretação do direito de arrependimento, isto é, não negá-lo, mas despertar a sociedade para o seu uso. Não para um uso desregrado e ilimitado, mas para o seu uso dentro dos princípios que regem o sistema, como meio de harmonização das relações de consumo no comércio eletrônico e, por conseqüência, como meio para o aumento do número de pessoas incluídas na rede mundial de computadores. A interpretação majoritária da doutrina ao artigo 49 do CDC não exige que o consumidor, ao exercer o direito em questão, exponha os motivos de seu arrependimento 4, não levando em conta possíveis prejuízos gerados ao fornecedor, resultantes da desvalorização do produto devolvido, ou ocasionadas pela desistência do serviço. Em outras palavras, é suficiente que o consumidor tenha contratado fora do estabelecimento comercial e observe o prazo de sete dias para que possa se arrepender. Ocorre que tal interpretação extrema não é justa, sobretudo para o pequeno empresário, que encontra na Internet a possibilidade de concorrer com os grandes empresários de uma forma menos desigual. Entendemos assim que, se por um lado a negação do instituto não nos parece algo justo, a interpretação que vem sendo dada, por outro lado, também não o é. Perceba-se que nosso tema abordará uma restrição de uma limitação ao poder econômico, ou seja, as limitações ao exercício do direito de arrependimento preconizado pelo art. 49 do CDC, buscando, por meio de análise deste instituto e do ordenamento, além de despertar a sociedade para a sua existência, determinar um ponto de equilíbrio, mormente quais são os justos limites de sua aplicabilidade aos casos concretos, sobretudo, no comércio eletrônico. 4 Neste sentido é a lição de Sérgio Ricardo Marques Gonçalves, para quem, no exercício do direito de arrependimento, o motivo não é relevante, basta que o comprador entenda que o produto não correspondia àquilo que se esperava ou ofertava. GONÇALVES, Sérgio Ricardo Marques. O comércio eletrônico e suas implicações jurídicas: a defesa do consumidor. In: BLUM, Renato M. S. Opice (Coord.). Direito Eletrônico: a Internet e os tribunais. Bauru: EDIPRO, 2001, p. 238.

16 16 Inicialmente vemos que não se pode apenas interpretar o direito de arrependimento, diante de uma nova realidade, apenas com o banal objetivo de tolhê-lo do consumidor, simplesmente porque esse é mal aplicado. Por outro lado, todavia, também não se pode permitir que essa situação de indiferença perdure, o que prejudica a inclusão digital; não dos grandes empresários, que podem distribuir as perdas nos preços dos seus produtos, mas, sobretudo, a inclusão digital dos pequenos. A solução? O equilíbrio. Na verdade, esse é o maior desafio da sociedade contemporânea, e, por que não dizer, também do próprio Direito, sobretudo do Direito Político e Econômico que visa a conciliar economia e cidadania; equilíbrio entre direito e atividade econômica, equilíbrio entre capital e trabalho, equilíbrio entre contratante e contratado, entre empresa, geradora de empregos, tributos e riqueza; e o governo, equilíbrio entre fornecedor e consumidor; um ponto de equilíbrio que propicie o exercício de uma prerrogativa ímpar do consumidor, isto é, o direito de arrependimento, e não a sua negação, um equilíbrio que possibilite que um número cada vez maior de pessoas tenha pelo menos acesso ao mínimo necessário a sua subsistência, aos bens de consumo, a uma vida digna, por mais contraditório e utópico que isso possa parecer aos auspícios de um sistema de produção calcado no egocentrismo e na falta de solidariedade.

17 17 2 O DIREITO DO CONSUMIDOR E A INTERNET 2.1 A Internet e o comércio eletrônico Não é de hoje que a humanidade utiliza os meios de comunicação para o comércio. Correio, telégrafo, jornal, telefone, rádio e televisão já foram ou ainda são utilizados por empresários para oferecer os seus produtos e serviços aos consumidores. Agora nos deparamos com o comércio realizado por meio da grande rede mundial de computadores chamada Internet, ou seja, com o comércio eletrônico. Como já expressamos, a revolução tecnológica causada pela Internet somente se compara a feitos grandiosos da humanidade, sendo certo que as relações econômicas estão sendo redefinidas em virtude da influência desse novo mundo 5. Mas, como surgiu a grande rede mundial de computadores conhecida hoje como Internet? Criada por militares e pesquisadores americanos no auge da Guerra Fria em resposta ao lançamento do Sputnik, primeiro satélite espacial soviético, a Internet surgiu em meados de A rede, em princípio com objetivo militar (ARPANET Advanced Research Projects Agency Network), visava a manter a comunicação entre pontos estratégicos, como centros de pesquisas e tecnologia, no caso de um ataque nuclear. Assim, as informações que eram fracionadas em pacotes e depois remontadas no computador de destino deveriam trafegar de forma que se um 5 A indústria fonográfica, só para citar um exemplo, em razão da Internet e das novas tecnologias como o MP3, que vêm permitindo a troca e o fácil armazenamento de músicas através da grande rede mundial de computares provavelmente, terá que redefinir os rumos de sua atividade econômica, sob pena de extinguir-se com o passar dos anos e a crescente inclusão digital. 6 PEREIRA, Ricardo Alcântara. Breve Introdução ao Mundo Digital. In: BLUM, Renato M. S. Opice (Coord.). Direito Eletrônico: a Internet e os tribunais. Bauru: EDIPRO, 2001, p

18 18 ponto da rede fosse atingido, chegariam ao destino por meio de outra rota alternativa. 7 Com o tempo, a rede expandiu-se consideravelmente, abrangendo não só instituições de ensino de vários países, dentre elas instituições brasileiras, como também grande número de empresas privadas. Como a invenção da WWW 8 (World Wide Web), em 1990, pelo engenheiro britânico Tim Bernes-Lee, a rede passou a ter conteúdo gráfico e interativo, facilitando consideravelmente seu uso. Com a WWW, a Internet ultrapassou as fronteiras do mundo acadêmico e atingiu o público em geral. Tal fato consolidou a rede mundial de computadores como veículo de informação e, conseqüentemente, transformou-a em instrumento de práticas empresariais. No Brasil, o marco jurídico inicial de utilização da Internet para atividades empresariais pode ser considerado a própria permissão ao provimento, pela iniciativa privada, de serviços comerciais de acesso à Internet ao público em geral. Tal permissão foi concedida por meio da portaria n. 148, de 31 de maio de 1995, do Ministério das Telecomunicações, que aprovou a norma n. 004/95. Essa norma, por sua vez, trata do uso dos meios da rede pública de telecomunicações para acesso à Internet. Desde então, como um reflexo lógico do próprio crescimento da Internet, o comércio eletrônico ou e-commerce floresceu. Dentre as razões para tanto, destacamos as seguintes: I - com a Internet os empecilhos para o acesso e propagação da informação praticamente desapareceram. 7 Ibidem, p A World Wide Web, mais conhecida como Web, é um conjunto de protocolos que permite a criação, na Internet, de documentos e páginas hipermídia, home pages, com texto, som, imagens, animadas ou não, e vídeos, cuja leitura é feita em camadas, por meio de vínculos eletrônicos, chamados hiperlinks (ibidem. p.30).

19 19 Basta um computador e um ponto de acesso à rede para que qualquer pessoa se conecte com o mundo a um custo baixíssimo. Tanto é verdade que hoje utilizamos, sem barreiras de tempo e espaço, o correio eletrônico ( ), abandonando, quase por completo, o envio de cartas pelo correio tradicional. Lemos livros e artigos eletrônicos. Assistimos à televisão e ouvimos rádio em qualquer lugar do mundo. E, nesse mesmo compasso, compramos bens e contratamos serviços em estabelecimentos empresariais virtuais espalhados pelo globo. II - o comércio pela Internet diminui os custos da atividade empresarial, aumenta a possível clientela, possibilita a redução dos preços dos produtos (bens e serviços) aos consumidores e aumenta a comodidade do consumo. O empresário, como já exposto, com o comércio eletrônico, conta com a possibilidade de um estabelecimento comercial que funcione vinte e quatro horas por dia nos sete dias da semana com a utilização mínima de funcionários. Além disso, a clientela desse estabelecimento não se restringirá a um bairro ou a uma cidade. O mercado de consumidores sujeitos à atividade econômica desenvolvida pelo empresário será uma gama quase infinita de consumidores espalhados pelo Globo e que estejam conectados a Internet. O consumidor, a seu passo, também desfruta de vantagens, pois a redução dos custos do empresário poderá se refletir nos preços dos bens e serviços que adquire. Soma-se a isso ainda o fato de o consumidor internauta fazer uma compra muito mais cômoda. Pela Internet, ele não enfrenta filas ou as multidões dos shoppings centers, tampouco se depara com os homéricos congestionamentos das grandes capitais. O consumidor, por meio seu computador, visita tranqüilamente

20 20 tantas lojas quanto queira, pesquisa os preços dos produtos que tenciona adquirir e faz sua compra, tudo sem sair do conforto de seu lar. Para se ter uma idéia da grandeza e contínuo desenvolvimento dessa nova forma de comércio em nosso País, atualmente existem aproximadamente 12 milhões de internautas no Brasil, sendo que desses 12 milhões aproximadamente 4 milhões fazem compras na rede. 9 O gasto médio do consumidor brasileiro é de R$310,00, duas vezes maior que o dos americanos. 10 Já o comércio eletrônico ocasionou um faturamento de 1,75 bilhão de reais em 2004 no País, 45% a mais do que no ano anterior e, em 2005, a previsão era de que esse valor chegasse a 2,3 bilhões. 11 Nos Estados Unidos, para se ter a dimensão desse desenvolvimento, o comércio eletrônico varejista deve ter fechado o ano de 2005 com receitas num valor aproximado de 142,5 bilhões de dólares, um crescimento de 21% em relação a As estimativas ainda apontam que o e-commerce deve movimentar 169,5 bilhões de dólares em 2006 (crescimento de 19%) e 199,3 bilhões de dólares em Apesar do visível crescimento do comércio eletrônico no Brasil e no mundo, algumas situações nascidas com a Revolução Tecnológica ainda se apresentam como verdadeiros desafios para os estudiosos do Direito. Dentre elas destaca-se a aplicação do direito de arrependimento às relações de consumo no comércio eletrônico. Para enfrentarmos devidamente este tema, entretanto, devemos analisar se existe algum empecilho para que o Código de Defesa do 9 Fonte: Revista Veja de 19 de janeiro de 2005, p Ibid. 11 E-COMMERCE fatura 47% a mais em IDGNow!, 12 janeiro de Disponível em: < # > Acesso em: 30 maio de E-COMMERCE atinge US$ 142,5 bi nos EUA. IDGNow!, 19 abril de Disponível em: < > Acesso em: 30 maio 2005.

21 21 Consumidor, promulgado em 1990, ou seja, antes do surgimento da Internet no Brasil, seja aplicado ao comércio eletrônico. 2.2 O alcance das normas consumeristas no comércio eletrônico Só pelo fato de o comércio eletrônico ocorrer num meio virtual 13, isso não quer dizer que não exista relação de consumo e que as normas do Código de Defesa do Consumidor não tenham aplicação. Pelo contrário, o CDC, como não haveria de ser diferente, incide sim também sobre o comércio realizado por meios eletrônicos. Ora, o e-commerce é apenas um novo meio de comércio a distância, como o são telefone, fac-símile, rádio e televisão. No dizer de Cláudia Lima Marques, o comércio eletrônico é o [...] comércio entre fornecedores e consumidores realizado através de contratações à distância, as quais são conduzidas por meios eletrônicos ( etc.), por Internet (on line) ou por meio de telecomunicações de massa (telemarketing, TV, TV a cabo, etc.), sem a presença física simultânea dos dois contratantes no mesmo lugar (e sim à distância). 14 É importante ressaltar que a definição da autora consumerista, como não haveria de ser diferente, se refere apenas a comércio eletrônico onde exista relação de consumo, pois, como veremos, o comércio eletrônico não se resume apenas aos negócios jurídicos realizados entre fornecedores e consumidores. Não menos importante é destacar o fato de que o comércio eletrônico, como bem assinala a autora, não se restringe ao comércio realizado pela Internet. Ele abrange não só este, mas também o comércio via telemarketing, via TV a cabo, por meio de telefones celulares, dentre outros. Em suma, abrange todo comércio 13 Ronaldo Alves de Andrade, ao comentar a as relações humanas no mundo virtual, assinala que numa relação de negócio feita por computador, as pessoas envolvidas são reais, o objeto do negócio é real e a sua própria realização é real, sendo virtual somente o meio pelo qual o negócio está sendo realizado, e, ainda assim, compreendida a virtualidade pelo fato de não estarem os contratantes na presença física um do outro. (ANDRADE, Ronaldo Alves de. Contrato eletrônico no novo Código Civil e no Código de Defesa do Consumidor. Barueri, SP : Manole, 2004, p. 10). 14 MARQUES, Cláudia Lima. Contratos no Código de Defesa do Consumidor: o novo regime das relações de consumo. 4. ed. rev., atul. e ampl. 2. tir., São Paulo : RT, 2004, p.98.

22 22 efetuado mediante de contratos eletrônicos, que, como veremos, serão todos aqueles contratos em que as vontades das partes são transmitidas e registradas por meio eletrônico. No decorrer desta obra, todavia, muitos dos exemplos citados, especialmente quanto nos referirmos ao comércio eletrônico, estarão relacionados ao comércio realizado pela Internet, por ser esta a modalidade de comércio eletrônico mais comum, sendo certo que não desconhecemos a abrangência do termo. Interessa-nos, entretanto, no presente momento, deixar claras quais relações jurídicas, dentro dessa nova modalidade de comércio, serão alcançadas pelas normas do Direito do Consumidor. Obedecendo à própria nomenclatura comumente utilizada nos meios eletrônicos, o comércio eletrônico pode ser classificado, segundo as partes nele envolvidas, em três tipos distintos, a saber: a) B2B (business-to-business) é o comércio eletrônico que envolve, em ambos os pólos da relação jurídica, empresários. Este é entendido como sendo a pessoa física ou jurídica que desenvolve profissionalmente atividade econômica organizada para produção ou circulação de bens ou de serviços. 15 As relações jurídicas oriundas desse comércio são, via de regra, disciplinadas pelo Código Civil; b) C2C (consumer-to-consumer) é o comércio realizado por meio eletrônico em que todos os sujeitos da relação jurídica são consumidores. As relações oriundas desse comércio também serão regidas pelo Código Civil. Como exemplo dessa modalidade de e-commerce, podemos destacar a compra e venda 15 Art. 966 do Código Civil: Art Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.

23 23 realizada nos chamados leilões virtuais, como o mercado livre 16, ou o comércio resultante dos anúncios efetuados por particulares em mídias eletrônicas. c) B2C (business-to-consumer) é o comércio eletrônico que engloba as relações jurídicas oriundas do fornecimento de produtos e serviços feito por empresários diretamente ao consumidor. Isto é, são os negócios jurídicos realizados por meio eletrônico em que figuram de um lado o empresário (fornecedor) e do outro o consumidor final, configurando a típica relação de consumo. A questão central será avaliar apesar desta tarefa, tendo em vista classificação ora exposta, já não ser das mais difíceis quais modalidades de e- commerce serão regidas pelo Código de Defesa do Consumidor. Como é cediço, aplica-se o Código de Defesa do Consumidor quando existir relação de consumo. Essa relação, a seu passo, só é caracterizada quando os sujeitos do negócio jurídico se enquadrarem respectivamente como fornecedor e consumidor nos termos do que disciplina os artigos 2 e 3, ambos do referido Código. 17 Dessa forma, o fornecedor será qualquer pessoa natural ou jurídica, ou mesmo despersonalizada, nacional ou estrangeira, pública ou privada, que desempenhe atividade empresarial, respeitando-se o alcance dos 1 e 2 do referido artigo, relativamente a definições de produto e serviço Artigos 2 e 3 do Código de Defesa do Consumidor: Art. 2 Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo. Art. 3 Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços 18 1 e 2 do art. 3 Código de Defesa do Consumidor: 1 Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial. 2 Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.

24 24 O consumidor, por sua vez, será toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza o produto ou serviço como destinatário final. 19 Assim, percebe-se claramente que o Código de Defesa do Consumidor está diretamente relacionado ao comércio B2C (business-to-consumer), uma vez que é notória a existência da relação de consumo envolvendo empresário e consumidor final neste caso. Em hipóteses excepcionais, contudo, as normas consumeristas incidirão também sobre o comércio eletrônico B2B (business-to-business). Nestes casos, apesar da relação jurídica ter por sujeitos empresários, um deles se comportará no negócio como consumidor, apesar da sua qualificação oriunda da atividade econômica que desempenha. Nota-se que o art. 2 do Código de Defesa do Consumidor, ao tratar do consumidor, incluiu na sua definição tanto as pessoas físicas como as pessoas jurídicas. Assim, mesmo que o empresário seja pessoa jurídica, toda vez que ele, ao contratar, agir como consumidor final, ou seja, adquirir produto ou serviço não como insumo na produção de outros bens ou serviços, estará amparado pelos dispositivos do Código de Defesa do Consumidor. Dessa maneira, se um empresário do ramo automotivo adquire um televisor para a sala de espera de sua empresa num website de outra, como Submarino 20, por exemplo, estará, sem dúvidas, praticando uma relação de consumo e será tutelado como consumidor. Já em se tratando do comércio eletrônico C2C (consumer-to-consumer), inexistindo a figura do fornecedor (empresário), não há de se falar em relação de 19 Segundo José Geraldo Brito Filomeno, o consumidor será qualquer pessoa física ou jurídica que isolada ou coletivamente, contrate para consumo final, em benefício próprio ou de outrem, a aquisição ou locação de bens, bem como a prestação de um serviço. (GRINOVER, Ada Pellegrini et al. Código Brasileiro de Defesa do Consumidor: comentado pelos autores do anteprojeto. 7. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2001, p. 28). 20

25 25 consumo, devendo as relações jurídicas entre as partes ser regidas pelo Código Civil. Dessa forma, num leilão virtual, como mercado livre 21, por exemplo, entre o anunciante e o comprador, não existirá qualquer relação de consumo, pois ambos em tese são consumidores. Dizemos em tese, porque a análise da existência ou não da relação de consumo sempre dependerá de cada caso concreto, uma vez que existem pessoas físicas ou jurídicas que agem profissionalmente, como verdadeiros empresários, utilizando-se dos leilões virtuais para negociar seus produtos. Neste mesmo compasso, a venda de um carro por meio de um anúncio de um particular em um site de classificados on line especializado não será uma relação de consumo se o anunciante do veículo não for empresário. Cumpre ainda salientar que os prestadores de serviços de Internet Banking, ou seja, as instituições financeiras que atuem no comércio eletrônico, estarão submetidos ao CDC por disposição expressa. 22 Como demonstraremos adiante nesta obra, todavia, muitas de suas operações, em virtude da natureza do produto ou serviço prestado, não estarão sujeitas ao direito de arrependimento do consumidor preconizado pelo art. 49 do referido Código. Outro ponto importante será estabelecer, além do alcance material, o alcance espacial das normas consumeristas no comércio eletrônico. Este ponto, porém, será abordado com maior propriedade no capítulo seguinte, onde teceremos breves comentários acerca dos contratos eletrônicos, principal instrumento jurídico utilizado para a celebração de negócios na Internet do art. 3 do Código de Defesa do Consumidor: 2 Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista. (destaque nosso).

26 26 3 OS CONTRATOS ELETRÔNICOS 3.1 Conceito Não é de hoje que o homem associa o contrato ao meio em que ele é firmado. Durante muito tempo, a expressão e a manifestação da vontade humana se restringiram à transmissão da palavra escrita ou falada por qualquer meio de comunicação, como o telefone, o papel, o vídeo, dentre outros. Com o surgimento dos computadores e da linguagem binária, no entanto, um novo meio de armazenamento e transmissão de informações surgiu; porém, tão comum a impressão em tinta e papel, tão comum a expressão física e palpável do contrato, que nos acostumamos ao fato de pensar que a vontade humana se confundia com o meio onde ela era expressa. Acostumamo-nos ao fato de confundir o contrato com o papel. As cenas do cinema, onde contratos são rasgados, colaboram para essa nossa visão simplista deste instituto jurídico. Também pudera, pois, quem diria que chegaríamos a esse ponto na evolução tecnológica, de um mundo computadores, de um mundo globalizado e interligado pela Internet?! O contrato, no entanto, assim como outros milhares de dados, paulatinamente, rendeu-se à tecnologia e passou a ser armazenado não mais na forma de tinta sobre o papel, mas na forma de bits 23 nos mais diversos tipos de memórias e mídias possíveis. 23 Um bit equivale a uma posição de memória (impulso elétrico) no sistema binário utilizado pelo computador, que funciona basicamente desta maneira: o computador entende o 0, quando não transita energia, e 1, quando transita energia. Uma seqüência de 8 bits corresponde a um byte que corresponde a um carácter. Por exemplo, a letra A na linguagem de máquina corresponde a , já o C a Um byte comporta 256 composições diferentes, desde até Um kilobyte (Kb), outra unidade de informações, equivale a 1024 bytes. Já um megabyte (Mb), por sua vez, equivale a 1024 kilobytes e um 1 gigabyte (Gb) aproximadamente a um bilhão de bytes. Quanto maior a aplicação de um programa armazenado em bits na memória de um computador, maior o seu valor econômico. (GARCIA JUNIOR, Armando Álvares. Contratos via Internet. São Paulo: Aduaneiras, 2001, p.22).

27 27 Com o advento da Informática, como bem salienta a lição de Marco Aurélio Greco 24, a separação entre o meio (papel) e a mensagem (conteúdo) fez surgir a possibilidade de um contrato escrito que não se confunde com o meio em que está expresso. Fez surgir a possibilidade de um contrato eletronicamente transmitido e armazenado. Ao buscarmos um conceito para o contrato eletrônico, devemos nos ater ao fato de que o meio utilizado para se contratar é eletrônico e não o contrato em si. Além disso, deve ficar evidente que não estamos tratando aqui de um novo dispositivo eletrônico futurista, de uma nova invenção, ou muito menos da cópia digitalizada 25 de um contrato já expresso em papel. O contrato eletrônico não é nada disso. O contrato eletrônico é aquele em que a manifestação de vontade das partes é transmitida e registrada por meio eletrônico. 26 Tecnicamente a nomenclatura mais correta para definir tais contratos, com efeito, seria contratos por meio eletrônico e não contratos eletrônicos. Em razão do amplo emprego, pela doutrina, da dicção contrato eletrônico, não há necessidade de criarmos qualquer controvérsia, sendo certo que tais expressões devem ser consideradas como sinônimas. Ainda precisamos, porém, estabelecer com clareza um conceito para o contrato eletrônico. Nas palavras de Fábio Ulhoa Coelho, O contrato eletrônico é aquele celebrado por meio de transmissão eletrônica de dados, onde a manifestação de vontade dos contratantes (oferta e aceitação) não se veicula nem oralmente, nem por documento escrito, mas pelo registro em meio virtual GRECO, Marco Aurélio. Internet e Direito, 2. ed. São Paulo: Dialética, 2000, p A cópia digitalizada de um contrato se refere à cópia do contrato expresso em papel realizada por um dispositivo eletrônico chamado escâner, que, segundo o dicionário Houaiss, significa: equipamento que varre uma imagem com um feixe de luz e codifica suas características sob a forma de dados expressos no sistema binário. (HOUAISS, Antônio. Dicionário Eletrônico Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro : Editora Objetiva, CD-ROM). 26 Como bem ressalta Newton de Lucca, [...] não se trata de um novo tipo de contrato no âmbito da teoria geral dos contratos. O contrato será sempre de uma compra e venda, ou de uma prestação de serviços, ou de uma locação de coisa, ou de um escambo e assim por diante. Mas será celebrado por um meio eletrônico. (LUCCA, Newton de. Títulos e contratos eletrônicos. In: LUCCA, Newton de e SIMÃO FILHO, Adalberto (Coord.) e outros. Direito e Internet: aspectos jurídicos relevantes. Bauru, SP: EDIPRO, 2001, p.46). 27 COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial. 6. ed. rev. e atual. de acordo com o novo Código Civil (Lei n , de ). São Paulo: Saraiva, v. 3, p.37.

28 28 Assim, na Internet, por exemplo, a manifestação de vontade na contratação eletrônica pode ocorrer em um meio que não a assinatura em um pedaço de papel. O clique do mouse no botão aceito ou comprar em um website é um exemplo. Ao se clicar em um desses botões, o computador poderá implicitamente enviar um a um provedor de acesso no exato momento em que se dá a aceitação do contrato, registrando-se desse modo a realização do negócio de modo eletrônico. Considerando que o grande diferencial do contrato eletrônico em relação às demais espécies de contrato está no meio utilizado para contratar, ou melhor, para manifestar o ato de vontade (oferta e aceitação), preferimos conceituar o contrato eletrônico realizando a fusão dessa premissa com o conceito clássico de contrato da doutrina 28. Desta feita, o contrato eletrônico é o acordo de vontades, celebrado e registrado por meio de transmissão eletrônica de dados, que cria, modifica, regula ou extingue direitos. Vale ressaltar que seriam contratos eletrônicos não somente aqueles realizados pela Internet, mas também os efetuados pelos terminais eletrônicos dos bancos, pelo sistema de TV a cabo, pelo telefone celular, ou por qualquer outro meio de comunicação ou interação que exista ou venha a existir, bastando que o contrato seja celebrado e registrado por meio de transmissão eletrônica de dados e crie, modifique, regule ou extinga direitos Silvio Rodrigues, citando Clóvis Beviláqua, afirma que o contrato é o acordo de vontades para o fim de adquirir, resguardar, modificar ou extinguir direitos. (RODRIGUES, Silvio. Direito Civil, volume 3: dos contratos e das declarações unilaterais de vontade. São Paulo : Saraiva, 1999, p. 09). 29 Neste sentido, merece destaque a lição de Ronaldo Alves de Andrade, para quem o contrato por meio eletrônico é: [...] o negócio jurídico celebrado mediante transferência de informações de computadores, e cujo instrumento pode ser decalcado em mídia eletrônica. Desta forma, entram nessa categoria os contratos celebrados via correio eletrônico, Internet, Intranet, EDI (Eletronic Data Interchange) ou qualquer outro meio eletrônico, desde que permita a representação física do negócio em qualquer mídia eletrônica, como CD, disquete, fita de áudio ou vídeo. (destaque nosso). (ANDRADE, Ronaldo Alves de. Contrato eletrônico no novo Código Civil e no Código de Defesa do Consumidor. Barueri, SP : Manole, 2004, p.31).

29 Requisitos do contrato eletrônico Como vimos, o meio é eletrônico e não o contrato em si. Portanto, os requisitos para formação e validade do contrato eletrônico serão basicamente os mesmos para a formação de qualquer contrato. Teremos, por um lado, os requisitos comuns a todos os negócios jurídicos, considerando que o contrato é, deste, uma espécie, isto é: sujeito capaz, objeto lícito, possível e determinado ou determinável; forma prescrita ou não defesa em lei 30, requisitos de ordem geral, no dizer de Carlos Roberto Gonçalves 31. E, por outro, teremos, ainda segundo a lição do citado autor, o requisito de ordem especial, ou seja, o acordo de vontades. Preferimos, todavia, mencionar este requisito como sendo o acordo livre e espontâneo de vontades, valendo ressaltar que, no caso dos contratos eletrônicos, a vontade dos contratantes deverá ser obrigatoriamente manifestada e registrada por meio eletrônico. Como na Internet não há a presença física das partes, no caso dos contratos eletrônicos, o maior problema ocorre com relação à capacidade. De acordo com o Código Civil, atinge-se a maioridade com 18 (dezoito) anos. 32 Ressalte-se, contudo, que a incapacidade dos menores cessará em decorrência da emancipação, nos termos e hipóteses legais expressamente previstas no retrocitado Código Art. 104 do Código Civil: Art A validade do negócio jurídico requer: I - agente capaz; II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III - forma prescrita ou não defesa em lei. 31 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, volume III : contratos e atos unilaterais. São Paulo : Saraiva, 2004, p Art. 5 do Código Civil: Art. 5 A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil. 33 Parágrafo único do art. 5 do Código Civil de 2002: Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; II - pelo casamento; III - pelo exercício de emprego público efetivo; IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;

30 30 Como não existe presença física dos contratantes, é difícil verificar a identidade deles quando da formação do contrato eletrônico. Assim, nada impede, por exemplo, que uma criança de 12 anos de idade compre, com o número de cartão de crédito do pai, um computador, flores para a namorada, uma pizza, livros, ou até mesmo um automóvel, em um website de uma empresa na Internet. A princípio, fato que se aplica a todos esses exemplos, como o negócio foi realizado por pessoa absolutamente incapaz, trata-se de negócio nulo. 34 Tal fato, logicamente, não ocorre somente no comércio eletrônico. A própria contratação por telefone também está sujeita a essa adversidade. O requisito principal dessa espécie de contrato, todavia, será a manifestação e registro da vontade por meio eletrônico, sendo certo que esta será a única condição que diferenciará o contrato eletrônico do contrato firmado em papel. Notadamente, se o objeto for eletrônico, mas o contrato não o for, não estamos diante de um contrato eletrônico. O mero fato de o objeto do contrato eletrônico ser algo relacionado à Internet ou à Informática, não o caracteriza como eletrônico. Como já exprimimos, o meio utilizado para contratar, não cansa lembrar, é eletrônico e não o contrato em si, ou muito menos o seu objeto. Logo, quando o contrato for firmado em papel, mesmo que o objeto seja uma prestação de um serviço por meio eletrônico, o contrato em si não o é, não se aplicando as peculiaridades características da espécie. 35 Outro ponto importante diz respeito à licitude do objeto, uma vez que a grande rede mundial de computadores é utilizada para realização de negócios V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria. 34 Art. 166, I, do Código Civil de 2002: Art É nulo o negócio jurídico quando: I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz; 35 Ricardo Luis Lorenzetti faz a distinção entre os contratos que têm os bens de informática por objeto daqueles que os tomam como meios, chamando aqueles de contratos de equipamentos e programas de informática. (LORENZETTI, Luiz Ricardo. Informática, cyberlaw, e-commerce. In: LUCCA, Newton de e SIMÃO FILHO, Adalberto (Coord.) e outros. Direito e Internet: aspectos jurídicos relevantes. Bauru, SP: EDIPRO, 2001, p.448).

31 31 ilícitos, como a venda de drogas, a exploração sexual ou mesmo a prática de jogos proibidos por lei. Logo, cumpre-nos salientar que, na Internet, o consumidor que firmar um contrato com um objeto ilícito de nada estará garantido pelo direito em caso de inadimplemento do contrato, ou ainda em caso de vício ou defeito do produto ou serviço adquirido. O princípio geral do direito segundo o qual a ninguém é possível alegar a própria torpeza 36 se faz presente nesta hipótese. Por derradeiro, como nosso sistema jurídico adota o princípio da liberdade de forma, salvo quando a própria lei exigir uma foram específica como é a hipótese do art. 108 do Código Civil, que exige a escritura pública para os contratos de compra e venda de imóvel cujo valor seja superior a 30 salários mínimos não existe qualquer obstáculo ao contrato em formato eletrônico, isto é, ao contrato eletronicamente firmado e registrado por meio de bits e bytes nos mais diversos tipos de memórias ou mídias eletrônicas. 3.3 Validade jurídica do contrato eletrônico Naturalmente, pelo fato de o contrato eletrônico não se materializar em algo tangível como o papel e poder ser facilmente copiado e alterado, poder-se-ia dizer, em princípio, que o mesmo não é um documento juridicamente válido. Breve análise do ordenamento jurídico pátrio, porém, é capaz de provar o contrário. Primeiramente, deve-se observar que a manifestação da vontade em meio que não o papel é aceita pelo Direito. Nesse sentido, o art. 107 do Código Civil de 2002 assinala que a validade das declarações de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir. 36 Nemo auditur propriam turpitudinem allegans. (GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, volume III : contratos e atos unilaterais. São Paulo : Saraiva, 2004, p.16).

A configuração da relação de consumo

A configuração da relação de consumo BuscaLegis.ccj.ufsc.br A configuração da relação de consumo Samuel Borges Gomes 1. Introdução O Código de Defesa do Consumidor (CDC) foi sem dúvida um marco na legislação brasileira no sentido de legitimação

Leia mais

Aula Nº 2 Empresa - O Empresário

Aula Nº 2 Empresa - O Empresário Aula Nº 2 Empresa - O Empresário Objetivos da aula: Nesta aula, vamos definir Empresa, considerando a orientação da legislação. Também vamos conhecer e definir o empresário e os requisitos legais para

Leia mais

PRESCRIÇÃO SEGURO-SAÚDE

PRESCRIÇÃO SEGURO-SAÚDE BuscaLegis.ccj.ufsc.br PRESCRIÇÃO SEGURO-SAÚDE Autor: Valcir Edson Mayer Advogado e Professor OAB/SC 17.150 Rua General Osório, n.º 311 - Salas 202 e 205 Centro Coml. Diplomata - Centro - Timbó/SC CEP

Leia mais

SUMÁRIO 1. AULA 6 ENDEREÇAMENTO IP:... 2

SUMÁRIO 1. AULA 6 ENDEREÇAMENTO IP:... 2 SUMÁRIO 1. AULA 6 ENDEREÇAMENTO IP:... 2 1.1 Introdução... 2 1.2 Estrutura do IP... 3 1.3 Tipos de IP... 3 1.4 Classes de IP... 4 1.5 Máscara de Sub-Rede... 6 1.6 Atribuindo um IP ao computador... 7 2

Leia mais

Divulgação do novo telefone da Central de Atendimento da Cemig: Análise da divulgação da Campanha

Divulgação do novo telefone da Central de Atendimento da Cemig: Análise da divulgação da Campanha XVIII Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétrica SENDI 2008-06 a 10 de outubro Olinda - Pernambuco - Brasil Divulgação do novo telefone da Central de Atendimento da Cemig: Análise da divulgação

Leia mais

Uma visão dos aspectos regulatórios da Tecnologia da Informação

Uma visão dos aspectos regulatórios da Tecnologia da Informação Uma visão dos aspectos regulatórios da Tecnologia da Informação Edição e Produção: Fabiano Rabaneda Advogado, professor da Universidade Federal do Mato Grosso. Especializando em Direito Eletrônico e Tecnologia

Leia mais

Arquitetura de Rede de Computadores

Arquitetura de Rede de Computadores TCP/IP Roteamento Arquitetura de Rede de Prof. Pedro Neto Aracaju Sergipe - 2011 Ementa da Disciplina 4. Roteamento i. Máscara de Rede ii. Sub-Redes iii. Números Binários e Máscara de Sub-Rede iv. O Roteador

Leia mais

FMU - FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS E-COMMERCE, SOCIAL COMMERCE, MOBILE MARKETING E MARKETING DE PERMISSÃO.

FMU - FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS E-COMMERCE, SOCIAL COMMERCE, MOBILE MARKETING E MARKETING DE PERMISSÃO. FMU - FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS E-COMMERCE, SOCIAL COMMERCE, MOBILE MARKETING E MARKETING DE PERMISSÃO. São Paulo - SP 2016 RENAN ROCHA ALVES - RA: 6448758 E-COMMERCE, SOCIAL COMMERCE, MOBILE MARKETING

Leia mais

Tecnologia da Informação. Prof. Odilon Zappe Jr

Tecnologia da Informação. Prof. Odilon Zappe Jr Tecnologia da Informação Prof. Odilon Zappe Jr Vantagens e Desvantagens do Comércio Eletrônico Vantagens Aumento do número de contatos da empresa com fornecedores e com outras empresas do mesmo ramo, e

Leia mais

4 Mercado setor de telecomunicações

4 Mercado setor de telecomunicações 4 Mercado setor de telecomunicações Nesta sessão é apresentada uma pequena visão geral do mercado de telecomunicações no Brasil, com dados históricos dos acontecimentos mais relevantes a este trabalho,

Leia mais

Interpretação do art. 966 do novo Código Civil

Interpretação do art. 966 do novo Código Civil Interpretação do art. 966 do novo Código Civil A TEORIA DA EMPRESA NO NOVO CÓDIGO CIVIL E A INTERPRETAÇÃO DO ART. 966: OS GRANDES ESCRITÓRIOS DE ADVOCACIA DEVERÃO TER REGISTRO NA JUNTA COMERCIAL? Bruno

Leia mais

ATIVIDADE DE NEGOCIÇÃO

ATIVIDADE DE NEGOCIÇÃO ATIVIDADE DE NEGOCIÇÃO A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO NA NEGOCIAÇÃO RIO BRANCO- ACRE 2013 SUMÁRIO INTRODUÇÃO...3 1- A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO...4 2- COMUNICAÇÃO E NEGOCIAÇÃO...6 2.1 Os quatros conceitos

Leia mais

A ERA DIGITAL E AS EMPRESA

A ERA DIGITAL E AS EMPRESA A ERA DIGITAL E AS EMPRESA Em 1997 o Brasil já possuia 1,8 MILHÕES de usuários Brasil O 5 Maior país em extensão territorial Brasil 5 Vezes campeão do Mundo Brasil O 5 Maior país em número de pessoas conectadas

Leia mais

OS DESAFIOS DO MARKETING DIGITAL NA SOCIEDADE DE CONTEMPORÂNEA

OS DESAFIOS DO MARKETING DIGITAL NA SOCIEDADE DE CONTEMPORÂNEA http://www.administradores.com.br/artigos/ OS DESAFIOS DO MARKETING DIGITAL NA SOCIEDADE DE CONTEMPORÂNEA DIEGO FELIPE BORGES DE AMORIM Servidor Público (FGTAS), Bacharel em Administração (FAE), Especialista

Leia mais

FATEC Cruzeiro José da Silva. Ferramenta CRM como estratégia de negócios

FATEC Cruzeiro José da Silva. Ferramenta CRM como estratégia de negócios FATEC Cruzeiro José da Silva Ferramenta CRM como estratégia de negócios Cruzeiro SP 2008 FATEC Cruzeiro José da Silva Ferramenta CRM como estratégia de negócios Projeto de trabalho de formatura como requisito

Leia mais

Desembaraço. Informações da indústria como você nunca viu

Desembaraço. Informações da indústria como você nunca viu Desembaraço Informações da indústria como você nunca viu Introdução É uma ferramenta dominada pela geração Y, mas que foi criada pela geração X. Ela aproxima quem está longe e tem distanciado quem está

Leia mais

ASSESSORIA DE IMPRENSA 1 Felipe Plá Bastos 2

ASSESSORIA DE IMPRENSA 1 Felipe Plá Bastos 2 ASSESSORIA DE IMPRENSA 1 Felipe Plá Bastos 2 RESUMO: O presente trabalho tem como objetivo saber como é desenvolvido o trabalho de Assessoria de Imprensa, sendo um meio dentro da comunicação que através

Leia mais

Validade, Vigência, Eficácia e Vigor. 38. Validade, vigência, eficácia, vigor

Validade, Vigência, Eficácia e Vigor. 38. Validade, vigência, eficácia, vigor Validade, Vigência, Eficácia e Vigor 38. Validade, vigência, eficácia, vigor Validade Sob o ponto de vista dogmático, a validade de uma norma significa que ela está integrada ao ordenamento jurídico Ela

Leia mais

SUGESTÕES PARA ARTICULAÇÃO ENTRE O MESTRADO EM DIREITO E A GRADUAÇÃO

SUGESTÕES PARA ARTICULAÇÃO ENTRE O MESTRADO EM DIREITO E A GRADUAÇÃO MESTRADO SUGESTÕES PARA ARTICULAÇÃO ENTRE O MESTRADO EM DIREITO E A GRADUAÇÃO Justificativa A equipe do mestrado em Direito do UniCEUB articula-se com a graduação, notadamente, no âmbito dos cursos de

Leia mais

1. NÍVEL CONVENCIONAL DE MÁQUINA

1. NÍVEL CONVENCIONAL DE MÁQUINA 1. NÍVEL CONVENCIONAL DE MÁQUINA Relembrando a nossa matéria de Arquitetura de Computadores, a arquitetura de Computadores se divide em vários níveis como já estudamos anteriormente. Ou seja: o Nível 0

Leia mais

Social-Commerce IT CARLOS MASSA SIMPONE 70609178

Social-Commerce IT CARLOS MASSA SIMPONE 70609178 Social-Commerce IT CARLOS MASSA SIMPONE 70609178 INDICE INTRODUÇÃO DIFINIÇÃO COMO FUNCIONA AS ETAPAS HISTORIA RELACIONAMENTO PRATICAS REDES SOCIAS EXEMPLOS VANTAGEM INTRODUÇÃO Comumente pode se entender

Leia mais

Noções de Direito Civil Personalidade, Capacidade, Pessoa Natural e Pessoa Jurídica Profª: Tatiane Bittencourt

Noções de Direito Civil Personalidade, Capacidade, Pessoa Natural e Pessoa Jurídica Profª: Tatiane Bittencourt PESSOA NATURAL 1. Conceito: é o ser humano, considerado como sujeito de direitos e deveres. Tais direitos e deveres podem ser adquiridos após o início da PERSONALIDADE, ou seja, após o nascimento com vida

Leia mais

Manual Sistema MLBC. Manual do Sistema do Módulo Administrativo

Manual Sistema MLBC. Manual do Sistema do Módulo Administrativo Manual Sistema MLBC Manual do Sistema do Módulo Administrativo Este documento tem por objetivo descrever as principais funcionalidades do sistema administrador desenvolvido pela MLBC Comunicação Digital.

Leia mais

DIREITO EMPRESARIAL PROFESSORA ELISABETE VIDO

DIREITO EMPRESARIAL PROFESSORA ELISABETE VIDO DIREITO EMPRESARIAL PROFESSORA ELISABETE VIDO SUMÁRIO 1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA 2. TEORIA DA EMPRESA 3. ATIVIDADE EMPRESARIAL 4. EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 5. ATIVIDADE RURAL 6. EMPRESÁRIO INDIVIDUAL REGULAR X

Leia mais

Processos Técnicos - Aulas 4 e 5

Processos Técnicos - Aulas 4 e 5 Processos Técnicos - Aulas 4 e 5 Trabalho / PEM Tema: Frameworks Públicos Grupo: equipe do TCC Entrega: versão digital, 1ª semana de Abril (de 31/03 a 04/04), no e-mail do professor (rodrigues.yuri@yahoo.com.br)

Leia mais

Compreendendo a dimensão de seu negócio digital

Compreendendo a dimensão de seu negócio digital Compreendendo a dimensão de seu negócio digital Copyright 2015 por Paulo Gomes Publicado originalmente por TBI All New, São Luís MA, Brasil. Editora responsável: TBI All New Capa: TBIAllNew Todos os direitos

Leia mais

REQUISITOS PARA O EXERCÍCIO DA ATIVIDADE EMPRESARIAL

REQUISITOS PARA O EXERCÍCIO DA ATIVIDADE EMPRESARIAL 1. Capacidade para o exercício da empresa Atualmente, existe a possibilidade de a atividade empresarial ser desenvolvida pelo empresário individual, pessoa física, o qual deverá contar com capacidade para

Leia mais

É uma rede mundial de computadores ligados entre si. INTERNET

É uma rede mundial de computadores ligados entre si. INTERNET INTERNET O QUE É A INTERNET? O QUE É NECESSÁRIO PARA ACEDER À INTERNET? QUAL A DIFERENÇA ENTRE WEB E INTERNET? HISTÓRIA DA INTERNET SERVIÇOS BÁSICOS DA INTERNET 2 1 INTERCONNECTED NETWORK INTERNET A Internet

Leia mais

E um dia, quem sabe, poderemos despertar para o ser empreendedor. E ganhar dinheiro com esta história toda.

E um dia, quem sabe, poderemos despertar para o ser empreendedor. E ganhar dinheiro com esta história toda. COMÉRCIO ELETRÔNICO Introdução O comércio eletrônico ou e-commerce é a compra e venda de mercadorias ou serviços por meio da Internet, onde as chamadas Lojas Virtuais oferecem seus produtos e formas de

Leia mais

Web. Professor André Martins

Web. Professor André Martins Web Professor André Martins Internet é agora A internet é a promessa de sermos todos um. Aldeia Global*, não com a Tv, mas com a internet. Teoria do caos (Edward Lorenz)- o bater de asas de uma simples

Leia mais

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO E S C O L A D E A R T E S, C I Ê N C I A S E H U M A N I D A D E

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO E S C O L A D E A R T E S, C I Ê N C I A S E H U M A N I D A D E UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO E S C O L A D E A R T E S, C I Ê N C I A S E H U M A N I D A D E Trabalho proposto pela disciplina de Orientado por Professor Dr. Fernando Coelho Mário Januário Filho 5365372

Leia mais

Manual do Ambiente Moodle para Professores

Manual do Ambiente Moodle para Professores UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL Manual do Ambiente Moodle para Professores Tarefas Versão 1.0b Setembro/2011 Direitos Autorais: Essa apostila está licenciada sob uma Licença Creative Commons 3.0

Leia mais

Opção. sites. A tua melhor opção!

Opção. sites. A tua melhor opção! Opção A tua melhor opção! Queremos te apresentar um negócio que vai te conduzir ao sucesso!!! O MUNDO... MUDOU! Todos sabemos que a internet tem ocupado um lugar relevante na vida das pessoas, e conseqüentemente,

Leia mais

CÓDIGO CRÉDITOS PERÍODO PRÉ-REQUISITO TURMA ANO INTRODUÇÃO

CÓDIGO CRÉDITOS PERÍODO PRÉ-REQUISITO TURMA ANO INTRODUÇÃO PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS ESCOLA DE GESTÃO E NEGÓCIOS CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS, ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA DISCIPLINA: ESTRUTURA E ANÁLISE DE CUSTO CÓDIGO CRÉDITOS PERÍODO PRÉ-REQUISITO

Leia mais

MUDANÇAS NA ISO 9001: A VERSÃO 2015

MUDANÇAS NA ISO 9001: A VERSÃO 2015 MUDANÇAS NA ISO 9001: A VERSÃO 2015 Está em andamento o processo de revisão da Norma ISO 9001: 2015, que ao ser concluído resultará na mudança mais significativa já efetuada. A chamada família ISO 9000

Leia mais

RIO DE JANEIRO 2015. Anteprojeto de lei de proteção de dados pessoais/ Contribuição do ITS para o debate público

RIO DE JANEIRO 2015. Anteprojeto de lei de proteção de dados pessoais/ Contribuição do ITS para o debate público RIO DE JANEIRO 2015 Anteprojeto de lei de proteção de dados pessoais/ Contribuição do ITS para o debate público APL DE DADOS Resumo Esta é uma contribuição do ITS ao debate público sobre o anteprojeto

Leia mais

Autor: Deputado Antonio Bulhões Relator: Deputado Elismar Prado

Autor: Deputado Antonio Bulhões Relator: Deputado Elismar Prado COMISSÃO DE DEFESA DO CONSUMIDOR PROJETO DE LEI N o 5.995, DE 2009 Altera a Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, Código de Defesa do Consumidor, para estender o direito de arrependimento ao consumidor

Leia mais

Mudança de direção RODRIGO MENEZES - CATEGORIA MARKETERS

Mudança de direção RODRIGO MENEZES - CATEGORIA MARKETERS RODRIGO MENEZES - CATEGORIA MARKETERS Mudança de direção Até maio de 2013 todo o mercado de TV por assinatura adotava uma postura comercial tradicional no mercado digital, composta por um empacotamento

Leia mais

Como participar pequenos negócios Os parceiros O consumidor

Como participar pequenos negócios Os parceiros O consumidor Movimento incentiva a escolha pelos pequenos negócios na hora da compra A iniciativa visa conscientizar o consumidor que comprar dos pequenos é um ato de cidadania que contribui para gerar mais empregos,

Leia mais

1 O Problema 1.1 Introdução

1 O Problema 1.1 Introdução 1 O Problema 1.1 Introdução As teorias de adoção e de difusão de novos produtos em tecnologia sustentam que, no lançamento, os produtos ainda são acessíveis a apenas poucos consumidores que estão dispostos

Leia mais

A teoria do direito empresarial se subdivide em três:

A teoria do direito empresarial se subdivide em três: TEORIAS DO DIREITO EMPRESARIAL A teoria do direito empresarial se subdivide em três: TEORIA SUBJETIVA o direito comercial se caracterizava por dois fatores: RAMO ASSECURATÓRIO DE PRIVILÉGIOS À CLASSE BURGUESA,

Leia mais

Controladoria MANUAL DO Estratégica

Controladoria MANUAL DO Estratégica Controladoria MANUAL DO Estratégica ALUNO 2010 Universidade Cruzeiro do Sul www.cruzeirodosul.edu.br Unidade: Planejamento Tributário (Parte I) MATERIAL TEÓRICO Responsável pelo Conteúdo: Prof. Esp. Daniel

Leia mais

COMO USAR OS VÍDEOS ONLINE PARA ALAVANCAR O MEU E-COMMERCE

COMO USAR OS VÍDEOS ONLINE PARA ALAVANCAR O MEU E-COMMERCE COMO USAR OS VÍDEOS ONLINE PARA ALAVANCAR O MEU E-COMMERCE White Paper com dicas essenciais para quem já trabalha ou pretende trabalhar com vídeos em lojas virtuais. 1 PORQUE USAR VÍDEOS ONLINE NO E-COMMERCE?

Leia mais

1. O Contexto do SBTVD

1. O Contexto do SBTVD CT 020/06 Rio de Janeiro, 27 de janeiro de 2006 Excelentíssimo Senhor Ministro Hélio Costa MD Ministro de Estado das Comunicações Referência: Considerações sobre o Sistema Brasileiro de Televisão Digital

Leia mais

INSTRUMENTO NORMATIVO 004 IN004

INSTRUMENTO NORMATIVO 004 IN004 1. Objetivo Definir um conjunto de critérios e procedimentos para o uso do Portal Eletrônico de Turismo da Região disponibilizado pela Mauatur na Internet. Aplica-se a todos os associados, empregados,

Leia mais

Formação: o Bacharel em Sistemas de Informações (SI); o MBA em Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC).

Formação: o Bacharel em Sistemas de Informações (SI); o MBA em Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). DOCENTE PROFESSOR CELSO CANDIDO Formação: o Bacharel em Sistemas de Informações (SI); o MBA em Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). Conhecimentos: o Web Designer; o Arquitetura de Máquina; o Implementação

Leia mais

CERTIFICAÇÃO PROFISSIONAL POR EXPERIÊNCIA DE ADMINISTRADORES

CERTIFICAÇÃO PROFISSIONAL POR EXPERIÊNCIA DE ADMINISTRADORES CERTIFICAÇÃO PROFISSIONAL POR EXPERIÊNCIA DE ADMINISTRADORES ANÁLISE DE REQUISITOS PARA RELATOR E AVALIADOR DA BANCA EXAMINADORA ESBOÇO ESQUEMÁTICO CONSIDERAÇÕES INICIAIS Esta breve análise pretende abordar

Leia mais

Como funciona? SUMÁRIO

Como funciona? SUMÁRIO SUMÁRIO 1. Introdução... 2 2. Benefícios e Vantagens... 2 3. Como utilizar?... 2 3.1. Criar Chave / Senha de Usuário... 2 3.2. Recursos da Barra Superior... 2 3.2.1. Opções... 3 3.2.1.1. Mover Para...

Leia mais

NOTAS DE AULA - TELECOMUNICAÇÕES

NOTAS DE AULA - TELECOMUNICAÇÕES NOTAS DE AULA - TELECOMUNICAÇÕES 1. Conectando a Empresa à Rede As empresas estão se tornando empresas conectadas em redes. A Internet e as redes de tipo Internet dentro da empresa (intranets), entre uma

Leia mais

Fundamentos de Sistemas de Informação Sistemas de Informação

Fundamentos de Sistemas de Informação Sistemas de Informação Objetivo da Aula Tecnologia e as Organizações, importância dos sistemas de informação e níveis de atuação dos sistemas de informação Organizações & Tecnologia TECNOLOGIA A razão e a capacidade do homem

Leia mais

Os desafios do Bradesco nas redes sociais

Os desafios do Bradesco nas redes sociais Os desafios do Bradesco nas redes sociais Atual gerente de redes sociais do Bradesco, Marcelo Salgado, de 31 anos, começou sua carreira no banco como operador de telemarketing em 2000. Ele foi um dos responsáveis

Leia mais

A moeda possui três funções básicas: Reserva de Valor, Meio de troca e Meio de Pagamento.

A moeda possui três funções básicas: Reserva de Valor, Meio de troca e Meio de Pagamento. 29- A lógica da composição do mercado financeiro tem como fundamento: a) facilitar a transferência de riscos entre agentes. b) aumentar a poupança destinada a investimentos de longo prazo. c) mediar as

Leia mais

(Apensos: PLs nº 1.876, de 2011; e nº 2.427, de 2011)

(Apensos: PLs nº 1.876, de 2011; e nº 2.427, de 2011) COMISSÃO DE DEFESA DO CONSUMIDOR PROJETO DE LEI N o 1.593, DE 2011 (Apensos: PLs nº 1.876, de 2011; e nº 2.427, de 2011) Modifica a Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, que dispõe sobre a proteção

Leia mais

Nele também são averbados atos como o reconhecimento de paternidade, a separação, o divórcio, entre outros, além de serem expedidas certidões.

Nele também são averbados atos como o reconhecimento de paternidade, a separação, o divórcio, entre outros, além de serem expedidas certidões. No Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais são regis- trados os atos mais importantes da vida de uma pessoa, como o nascimento, o casamento e o óbito, além da emancipação, da interdição, da ausência

Leia mais

OS FUTUROS CONTRATOS DE TRABALHO.

OS FUTUROS CONTRATOS DE TRABALHO. OS FUTUROS CONTRATOS DE TRABALHO. José Alberto Couto Maciel Da Academia Nacional de Direito do Trabalho. Não me parece que com o tempo deverá perdurar na relação de emprego o atual contrato de trabalho,

Leia mais

A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE CUSTOS NA ELABORAÇÃO DO PREÇO DE VENDA

A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE CUSTOS NA ELABORAÇÃO DO PREÇO DE VENDA 553 A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE CUSTOS NA ELABORAÇÃO DO PREÇO DE VENDA Irene Caires da Silva 1, Tamires Fernanda Costa de Jesus, Tiago Pinheiro 1 Docente da Universidade do Oeste Paulista UNOESTE. 2 Discente

Leia mais

PARANÁ GOVERNO DO ESTADO

PARANÁ GOVERNO DO ESTADO A COMUNICAÇÃO NA INTERNET PROTOCOLO TCP/IP Para tentar facilitar o entendimento de como se dá a comunicação na Internet, vamos começar contando uma história para fazer uma analogia. Era uma vez, um estrangeiro

Leia mais

ANÁLISE DO EDITAL DE AUDIÊNCIA PÚBLICA SDM Nº 15/2011 BM&FBOVESPA

ANÁLISE DO EDITAL DE AUDIÊNCIA PÚBLICA SDM Nº 15/2011 BM&FBOVESPA ANÁLISE DO EDITAL DE AUDIÊNCIA PÚBLICA SDM Nº 15/2011 MINUTA PROPOSTA CVM Art. 1º As pessoas habilitadas a atuar como integrantes do sistema de distribuição, os analistas, os consultores e os administradores

Leia mais

O papel do CRM no sucesso comercial

O papel do CRM no sucesso comercial O papel do CRM no sucesso comercial Escrito por Gustavo Paulillo Você sabia que o relacionamento com clientes pode ajudar sua empresa a ter mais sucesso nas vendas? Ter uma equipe de vendas eficaz é o

Leia mais

Segmentação Inteligente: como utilizá-la

Segmentação Inteligente: como utilizá-la Segmentação Inteligente: como utilizá-la SEGMENTAÇÃO INTELIGENTE: COMO UTILIZÁ-LA O que você acha de chegar a uma loja e ter todos os produtos que mais deseja separados exclusivamente para você, com todas

Leia mais

Introdução. 1. Introdução

Introdução. 1. Introdução Introdução 1. Introdução Se você quer se atualizar sobre tecnologias para gestão de trade marketing, baixou o material certo. Este é o segundo ebook da série que o PDV Ativo, em parceria com o Agile Promoter,

Leia mais

Orientação a Objetos

Orientação a Objetos 1. Domínio e Aplicação Orientação a Objetos Um domínio é composto pelas entidades, informações e processos relacionados a um determinado contexto. Uma aplicação pode ser desenvolvida para automatizar ou

Leia mais

FUNDAMENTOS DE MARKETING

FUNDAMENTOS DE MARKETING FUNDAMENTOS DE MARKETING Há quatro ferramentas ou elementos primários no composto de marketing: produto, preço, (ponto de) distribuição e promoção. Esses elementos, chamados de 4Ps, devem ser combinados

Leia mais

TRABALHOS TÉCNICOS Divisão Jurídica SOCIEDADES SIMPLES E EMPRESARIAS ALGUMAS CONSIDERAÇÕES ATUAIS. Cácito Augusto Advogado

TRABALHOS TÉCNICOS Divisão Jurídica SOCIEDADES SIMPLES E EMPRESARIAS ALGUMAS CONSIDERAÇÕES ATUAIS. Cácito Augusto Advogado TRABALHOS TÉCNICOS Divisão Jurídica SOCIEDADES SIMPLES E EMPRESARIAS ALGUMAS CONSIDERAÇÕES ATUAIS Cácito Augusto Advogado I INTRODUÇÃO Após quatro anos de vigência do Novo Código Civil brasileiro, que

Leia mais

POLÍTICA DE PRIVACIDADE SEGUROS UNIMED

POLÍTICA DE PRIVACIDADE SEGUROS UNIMED POLÍTICA DE PRIVACIDADE SEGUROS UNIMED Este documento, denominado Política de Privacidade, tem por finalidade estabelecer as regras sobre a obtenção, uso e armazenamento dos dados e informações coletados

Leia mais

Manual do DEC Domicílio Eletrônico do Contribuinte

Manual do DEC Domicílio Eletrônico do Contribuinte GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DA FAZENDA Coordenadoria da Administração Tributária Diretoria Executiva da Administração Tributária Manual do DEC Domicílio Eletrônico do Contribuinte Manual

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br Breves considerações tributárias quanto a atividade de empresário (antiga firma individual) na atividade de representação comercial Juliano César Borges de Vito* Um dos fatores preponderantes

Leia mais

Projeto Incubadora no SecondLife

Projeto Incubadora no SecondLife Projeto Incubadora no SecondLife Motivação do Projeto Ilhas de produção de conteúdo de qualidade no Second Life Um dos problemas encontrados atualmente na Internet é a enorme quantidade de conteúdos de

Leia mais

NÃO CUMULATIVIDADE: DO MITO TEÓRICO À OPERACIONALIZAÇÃO CONCRETA

NÃO CUMULATIVIDADE: DO MITO TEÓRICO À OPERACIONALIZAÇÃO CONCRETA Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getulio Vargas DIREITO GV NÃO CUMULATIVIDADE: DO MITO TEÓRICO À OPERACIONALIZAÇÃO CONCRETA Lívia Freitas Xavier Pós-graduanda latu sensu em Direito Tributário

Leia mais

ESTADO DO RIO DE JANEIRO PODER JUDICIÁRIO COMARCA DO RIO DE JANEIRO JUÍZO DE DIREITO DA VARA DE REGISTROS PÚBLICOS S E N T E N Ç A

ESTADO DO RIO DE JANEIRO PODER JUDICIÁRIO COMARCA DO RIO DE JANEIRO JUÍZO DE DIREITO DA VARA DE REGISTROS PÚBLICOS S E N T E N Ç A ESTADO DO RIO DE JANEIRO PODER JUDICIÁRIO COMARCA DO RIO DE JANEIRO JUÍZO DE DIREITO DA VARA DE REGISTROS PÚBLICOS Proc. 0131032-43.2011.8.19.0001 Consulente: REGISTRADOR DO RCPJ DA CAPITAL Vistos, etc.

Leia mais

2. Representação Numérica

2. Representação Numérica 2. Representação Numérica 2.1 Introdução A fim se realizarmos de maneira prática qualquer operação com números, nós precisamos representa-los em uma determinada base numérica. O que isso significa? Vamos

Leia mais

Encontrei as seguintes possibilidades razoáveis de recursos: 57- Sobre a Tarifa Externa Comum (TEC), é incorreto afirmar que:

Encontrei as seguintes possibilidades razoáveis de recursos: 57- Sobre a Tarifa Externa Comum (TEC), é incorreto afirmar que: Prezados, Encontrei as seguintes possibilidades razoáveis de recursos: 57- Sobre a Tarifa Externa Comum (TEC), é incorreto afirmar que: a) pelo regime de ex-tarifário, pode haver redução da TEC para bens

Leia mais

Sistemas web e comércio eletrônico. Aula 02 Arquiteturas de comércio eletrônico

Sistemas web e comércio eletrônico. Aula 02 Arquiteturas de comércio eletrônico Sistemas web e comércio eletrônico Aula 02 Arquiteturas de comércio eletrônico Tópicos abordados Arquitetura do e-commerce Aspectos importantes do e-commerce Modelos de negócios Identificação do modelo

Leia mais

Legislação e tributação comercial

Legislação e tributação comercial 6. CRÉDITO TRIBUTÁRIO 6.1 Conceito Na terminologia adotada pelo CTN, crédito tributário e obrigação tributária não se confundem. O crédito decorre da obrigação e tem a mesma natureza desta (CTN, 139).

Leia mais

Após a confirmação de pagamento de sua inscrição para o congresso, você estará apto a entrar no sistema de submissão de trabalho.

Após a confirmação de pagamento de sua inscrição para o congresso, você estará apto a entrar no sistema de submissão de trabalho. Para submissão de trabalhos é necessário que você esteja inscrito no evento. Você deve realizar seu cadastro acessando a opção Cadastrar, quando disponível. É imprescindível que você guarde suas informações

Leia mais

Considerando que a Officer S.A. Distribuidora de Produtos de Tecnologia. ( Officer ) encontra-se em processo de recuperação judicial, conforme

Considerando que a Officer S.A. Distribuidora de Produtos de Tecnologia. ( Officer ) encontra-se em processo de recuperação judicial, conforme São Paulo, 26 de outubro de 2015. C O M U N I C A D O A O S F O R N E C E D O R E S E R E V E N D A S D A O F F I C E R D I S T R I B U I D O R A Prezado Parceiro, Considerando que a Officer S.A. Distribuidora

Leia mais

Claudinei Tavares da Silva Celular: (44) 8816-1312

Claudinei Tavares da Silva Celular: (44) 8816-1312 INTRODUÇÃO A TELEXFREE trabalha com publicidade e telecomunicação há 10 anos nos EUA. Chegou ao Brasil em Março de 2012 e tem como produto um plano de Telefonia VOIP. A empresa trabalha também com o sistema

Leia mais

UM CONCEITO FUNDAMENTAL: PATRIMÔNIO LÍQUIDO FINANCEIRO. Prof. Alvaro Guimarães de Oliveira Rio, 07/09/2014.

UM CONCEITO FUNDAMENTAL: PATRIMÔNIO LÍQUIDO FINANCEIRO. Prof. Alvaro Guimarães de Oliveira Rio, 07/09/2014. UM CONCEITO FUNDAMENTAL: PATRIMÔNIO LÍQUIDO FINANCEIRO Prof. Alvaro Guimarães de Oliveira Rio, 07/09/2014. Tanto as pessoas físicas quanto as jurídicas têm patrimônio, que nada mais é do que o conjunto

Leia mais

PLANEJAMENTO DE MÍDIA DIGITAL

PLANEJAMENTO DE MÍDIA DIGITAL PLANEJAMENTO DE MÍDIA DIGITAL Prof. a Fabiana Baraldi - Conforme estipulado no Termo de Uso, todo o conteúdo ora disponibilizado é de titularidade exclusiva do IAB ou de terceiros parceiros e é protegido

Leia mais

Termo de Uso A AGENDA SUSTENTABILIDADE única e exclusiva proprietária do domínio www.agenda SUSTENTABILIDADE.com.br, doravante denominado AGENDA SUSTENTABILIDADE, estabelece o presente TERMO DE USO para

Leia mais

O COMÉRCIO ELETRÔNICO NO BRASIL

O COMÉRCIO ELETRÔNICO NO BRASIL O COMÉRCIO ELETRÔNICO NO BRASIL MARCOS MENDES. MBA em Tecnologia da Informação e da Comunicação na Educação (PUC-RS). Docente das Faculdades IESAP e CEAP. Professor das disciplinas Computação Gráfica,

Leia mais

DIMENSIONANDO PROJETOS DE WEB-ENABLING. Uma aplicação da Análise de Pontos de Função. Dimensionando projetos de Web- Enabling

DIMENSIONANDO PROJETOS DE WEB-ENABLING. Uma aplicação da Análise de Pontos de Função. Dimensionando projetos de Web- Enabling DIMENSIONANDO PROJETOS DE WEB-ENABLING Uma aplicação da Análise de Pontos de Função Dimensionando projetos de Web- Enabling Índice INTRODUÇÃO...3 FRONTEIRA DA APLICAÇÃO E TIPO DE CONTAGEM...3 ESCOPO DA

Leia mais

E-learning para servidores públicos de nível médio

E-learning para servidores públicos de nível médio 554.ART 04 24.06.05 19:13 Page 113 E-Learning para servidores públicos de nível médio E-learning para servidores públicos de nível médio Silvio Miyazaki* Marcelo Amaral Gonçalves de Mendonça** RESUMO Analisar

Leia mais

NOTA FISCAL ELETRÔNICA - NF-e

NOTA FISCAL ELETRÔNICA - NF-e NOTA FISCAL ELETRÔNICA - NF-e NOTA FISCAL ELETRÔNICA - NF-e Informações Gerais 1. O que é a Nota Fiscal Eletrônica NF-e? Podemos conceituar a Nota Fiscal Eletrônica como sendo um documento de existência

Leia mais

Novas Tecnologias no Ensino de Física: discutindo o processo de elaboração de um blog para divulgação científica

Novas Tecnologias no Ensino de Física: discutindo o processo de elaboração de um blog para divulgação científica Novas Tecnologias no Ensino de Física: discutindo o processo de elaboração de um blog para divulgação científica Pedro Henrique SOUZA¹, Gabriel Henrique Geraldo Chaves MORAIS¹, Jessiara Garcia PEREIRA².

Leia mais

REDES DE COMPUTADORES

REDES DE COMPUTADORES CURSO TÉCNICO DE INFORMÁTICA Módulo A REDES DE COMPUTADORES Introdução ARPANET E SURGE UMA REDE... Na década de 60, militares desejavam criar um meio de comunicação que fosse robusto e não tivesse ponto

Leia mais

SENADO FEDERAL Gabinete do Senador DEMÓSTENES TORRES PARECER Nº, DE 2009

SENADO FEDERAL Gabinete do Senador DEMÓSTENES TORRES PARECER Nº, DE 2009 SENADO FEDERAL Gabinete do Senador DEMÓSTENES TORRES PARECER Nº, DE 2009 Da COMISSÃO DE ASSUNTOS ECONÔMICOS, sobre o Projeto de Lei da Câmara nº 114, de 2005 (PL nº 3.432, de 2004, na origem), do Deputado

Leia mais

CONCEITOS E INSTRUÇÕES. Índice

CONCEITOS E INSTRUÇÕES. Índice CONCEITOS E INSTRUÇÕES Índice 1. CONCEITOS... 2 1.1. O QUE É SERVIÇO?... 2 1.2. O QUE É CONSULTORIA?... 2 1.3. O QUE É ASSESSORIA?... 2 1.4. O QUE É SUPORTE TÉCNICO?... 2 1.5. QUAL A DIFERENÇA ENTRE SUPORTE

Leia mais

1. REGISTRO RESTRIÇÕES PARA ATUAR COMO EMPRESÁRIO INDIVIDUAL. Falido:... Estrangeiro:... Médico:... Advogado:... Membros do legislativo:...

1. REGISTRO RESTRIÇÕES PARA ATUAR COMO EMPRESÁRIO INDIVIDUAL. Falido:... Estrangeiro:... Médico:... Advogado:... Membros do legislativo:... 1 DIREITO EMPRESARIAL PONTO 1: Registro PONTO 2: Incapacidade Superveniente PONTO 3: Sociedade Empresária 1. REGISTRO Para fazer o registro, a pessoa deve estar livre de qualquer impedimento ou proibição.

Leia mais

Pequenas e Médias Empresas no Canadá. Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios

Pequenas e Médias Empresas no Canadá. Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios Pequenas e Médias Empresas no Canadá Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios De acordo com a nomenclatura usada pelo Ministério da Indústria do Canadá, o porte

Leia mais

A extinção da personalidade ocorre com a morte, que pode ser natural, acidental ou presumida.

A extinção da personalidade ocorre com a morte, que pode ser natural, acidental ou presumida. Turma e Ano: Turma Regular Master A Matéria / Aula: Direito Civil Aula 04 Professor: Rafael da Mota Mendonça Monitora: Fernanda Manso de Carvalho Silva Personalidade (continuação) 3. Extinção da personalidade:

Leia mais

FUNDAMENTOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

FUNDAMENTOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO FUNDAMENTOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO Rafael D. Ribeiro, M.Sc,PMP. rafaeldiasribeiro@gmail.com http://www.rafaeldiasribeiro.com.br @ribeirord Pesquisa e Propagação do conhecimento: Através da Web, é possível

Leia mais

A Parceria UNIVIR / UNIGLOBO- Um Case Focado no Capital Intelectual da Maior Rede de TV da América Latina

A Parceria UNIVIR / UNIGLOBO- Um Case Focado no Capital Intelectual da Maior Rede de TV da América Latina A Parceria UNIVIR / UNIGLOBO- Um Case Focado no Capital Intelectual da Maior Rede de TV da América Latina Blois, Marlene Montezi e-mail: mmblois@univir.br Niskier, Celso e-mail: cniskier@unicarioca.edu.br

Leia mais

Avanços na transparência

Avanços na transparência Avanços na transparência A Capes está avançando não apenas na questão dos indicadores, como vimos nas semanas anteriores, mas também na transparência do sistema. Este assunto será explicado aqui, com ênfase

Leia mais