MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME - MDS FUNDAÇÃO DE APOIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO R.G
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- Isaque Lagos Ximenes
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1 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME - MDS FUNDAÇÃO DE APOIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO R.G. DO SUL - FAURGS REDE INTEGRADA DE EQUIPAMENTOS PÚBLICOS DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL R E D E S A N CURSO FGP-SAN-2010 MÓDULO IV SISAN (MB) ARQUIVO DISPONIBILIZADO NA BIBLIOTECA VIRTUAL DO PROJETO REDESAN Título: Breve Histórico dos Marcos Recentes sob o Enfoque da Segurança Alimentar e Nutricional a nível Nacional, Estadual (MG) e Municipal (Itabira). Autor: Celina de Sousa Xavier; Maria Aparecida de Oliveira. Palavras Chave: Histórico; SAN. Breve histórico dos marcos recentes sob o enfoque da segurança alimentar e nutricional a nível nacional, estadual (MG) e municipal (Itabira) Celina de Sousa Xavier Maria Aparecida de Oliveira Itabira/MG ORIENTADORES: Edni Oscar Schroeder Gilda Glauce Martins Alves Melissa Suarez de Souza Pedro Ivo Almeida de Freitas Borges Elson Koeche Schroeder Irio Luiz Conti Adriana Lockman Trabalho apresentado como requisito para conclusão do Módulo IV do Curso FGP SAN 2010
2 [O conteúdo e forma do trabalho são de responsabilidade do(s) autor (es)] 2
3 3 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO Breve histórico sobre os marcos atuais na perspectiva da Segurança Alimentar e Nutricional: Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional, Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, promulgação da Emenda 64 e Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional SISAN em Minas Gerais 5 2 Desenvolvimento Objetivo geral Objetivos específicos 7 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Município de Itabira na perspectiva da SAN e da criação de instrumentos para sua efetivação 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 8 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 10
4 1 INTRODUÇÃO 1.1 Breve histórico sobre os marcos atuais na perspectiva da Segurança Alimentar e Nutricional: Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional e Nutricional, promulgação da Emenda 64 e Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. Atualmente, houve muitos avanços na perspectiva da segurança alimentar e nutricional (SAN) no Brasil. Desde a implantação do Fome Zero, no governo Lula, o país têm conseguido grande êxito na elaboração e aprovação de planos, projetos e programas que visam o combate à fome e insegurança alimentar e nutricional, tendo como base a criação de políticas de caráter imediato e estrutural. A sustentabilidade econômica, social, política e ambiental constituem o principal eixo norteador das ações já desenvolvidas e em execução. Nessa perspectiva é criado o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN), pela Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional (LOSAN), /2006. Representa um sistema que, ainda se encontra em processo de formação, tendo como principal finalidade a garantia do direito humano a alimentação adequada (DHAA). O sistema é pautado pelos princípios da intersetorialidade, participação social, diálogo entre os demais sistemas e formulação e implementação de políticas de segurança alimentar e nutricional (SAN). Possui como principais integrantes: entidades e orgãos da União, Distrito Federal, estados e municípios. São integrantes do SISAN: Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CNSAN), Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (CAISAN), Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA), instituições privadas com ou sem fins lucrativos, órgãos e entidades de SAN que atuam em todas as esferas da federação (SANTARELLI, 2010). Em documento aprovado na Plenária do Consea de 12 de agosto de 2009, é definido que o SISAN deve: fornecer as condições necessárias para o exercício da intersetorialidade das ações e políticas públicas por meio do fortalecimento da CAISAN (que deve ter seu funcionamento, no âmbito da Presidência da República, como o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional); elaborar a Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (PNSAN) nos termos sugeridos naquele documento e contribuir para o fortalecimento da atuação dos CONSEAS
5 4 estaduais e municipais e para a criação dos Sistemas Estaduais e Municipais de SAN, através de institucionalidade permanente, apoio orçamentário, construção de agendas pactuadas em nível nacional e suporte para atividades de capacitação e mobilização social local. Parte dessa iniciativa é a criação de protocolos de participação e de adesão de estados e municípios ao SISAN, através de formação de pacto entre as esferas de governo, o que é condição fundamental para se ter um sistema que seja, de fato, nacional, e, que integre as três esferas de governo (CONSEA, 2009). No decorrer do ano de 2010 dois marcos, de fundamental importância para o delineamento de todas as ações e projetos relacionados a SAN também merecem destaque: - A promulgação da emenda constitucional 64, que inclui a alimentação entre os direitos sociais, próprios da condição de ser humano, no artigo 6º da Constituição Federal, em fevereiro de A emenda contribui para a promoção do DHAA, entendido como um dever a ser assegurado pelo Estado, que deve agir na criação de políticas, planos, projetos e delineamento de ações para a garantia de tal fim. A alimentação adequada perpassa pelos princípios da importância da qualidade, quantidade, mas também pela garantia do respeito às condições sócio-econômicas, culturais, sazonais e ambientais de cada indivíduo, grupo social e cultural, na realidade a qual se encontra inserido (CONTI, 2010). - A criação da Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (PNSAN), pelo decreto 7272, em 25 de agosto de 2010 (SANTARELLI, 2010). Esta política também vêm de encontro à garantia do DHAA, atuando na promoção da soberania e da SAN; estruturando-se a partir dos seguintes princípios, que também regem o SISAN: universalidade e equidade no acesso à alimentação adequada e saudável, respeitando as características sócio-econômicas e culturais do povo e nação; manutenção da autonomia e do respeito à dignidade humana; intersetorialidade nos programas governamentais e não-governamentais; descentralização das ações, com governo, estados e municípios atuando de maneira articulada e de acordo com a especificidade territorial; participação da população na formulação, execução, acompanhamento e monitoramento das políticas e programas (principalmente, através dos conselhos) e transparência e responsabilidade na implementação da política (CONSEA, 2009). Dentre as principais etapas a serem alcançadas para a efetivação incluem-se a priorização de ações e diretrizes em cada área de interesse; bem como um diálogo franco entre setores da sociedade civil e do poder público, com a criação de mecanismos que possibilitem
6 5 o avanço no estabelecimento de compromissos entre governo, estados e municípios. A PNSAN se realizará, de forma efetiva, mediante integração de políticas e programas setoriais visando o atendimento da universalização dos direitos sociais (CONSEA, 2009). 1.2 SISAN em Minas Gerais Inicialmente, foi criado o CONSEA-MG em 1999, apresentando, atualmente, uma trajetória de onze anos de construção de políticas de SAN sustentável, sendo Minas Gerais o primeiro estado brasileiro a sancionar uma Lei Orgânica Estadual de segurança alimentar e nutricional sustentável (CONSEA-MG, 2009). O SISAN em Minas Gerais apresenta como bases legais o decreto n , de 19 de julho de 2006 e a lei /2006, que dispõem sobre a Política Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável e dão outras providências (BRASIL 2006; BRASIL, 2006). Dentre os avanços e desafios desta política de SAN em Minas Gerais, o professor Élido Bonomo cita: Avanços: a) Criação do CONSEA-MG, importante para a construção da realização do direito humano à alimentação adequada; b) A experiência de descentralização a partir da criação das Comissões Regionais de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável (CRSANS), totalizando 25 no estado; c) A atuação do Fórum Mineiro de SAN sustentável, que foi fundamental para todo o processo; d) A promulgação da LOSAN estadual, /2006, sua regulamentação e aprovação do regimento interno; e) A aprovação da lei de Agricultura Urbana, de nº /2006 (CONSEA-MG, 2009). Desafios: a) Construção de um sistema que permita o diálogo de todos componentes do SISAN (Conferência, COMSEAS, e outros mecanismos e instâncias), com a noção de corresponsabilidade nas diferentes esferas de governo; b) Falta de infra-estrutura, de recursos humanos e financeiros para a Coordenadoria executar todas as atribuições previstas na lei /2006; c) Promoção da intersetorialidade; d) Dificuldade na execução de recursos já autorizados, demonstrando falta de responsabilidade entre os diversos setores envolvidos;
7 6 e) Existência de apenas sessenta COMSEAS cadastrados no CONSEA-MG, sendo necessária a ampliação para a efetivação do controle social. f) Execução das ações de controle social das políticas de SAN sustentável onde inexiste o COMSEA? (CONSEA-MG, 2009). Dentre as propostas do grupo para a criação do SISAN em Minas Gerais destacam-se: 1) Divulgação da SAN sustentável e dos Conselhos na comunidade; 2) Idéia da formação continuada dos conselheiros e atores sociais envolvidos diretamente com SAN sustentável, com capacitação regional ou nos municípios; 3) Estabelecimento de parcerias com as universidades para atuação conjunta; 4) Elencar os espaços de participação que tenham interface com a segurança alimentar e articular as ações em comum onde a sociedade civil possa atuar e se fazer presente (associações, sindicais, igrejas, movimento popular entre outros) (CONSEA, 2009). De acordo com o Decreto nº 7.272, de 25 de agosto de 2010, um dos requisitos mínimos para adesão ao SISAN é o compromisso de elaboração do plano estadual, distrital ou municipal de segurança alimentar e nutricional, no prazo de um ano a partir da assinatura do Termo de Adesão.... Com relação à Minas Gerais, a Lei nº menciona sobre a existência do Plano Estadual. Caberá a Coordenadoria Geral a elaboração do Plano e ao CONSEA-MG proceder a aprovação (CONSEA-MG, 2009). Recentemente, em junho de 2010, aconteceu em Belo Horizonte, o Encontro Estadual dos Conselhos Municipais de Segurança Alimentar e Nutricional COMSEAS, promovido pelo Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Consea /MG, com o objetivo de discutir a consolidação do SISAN nas diversas cidades do estado de Minas Gerais ( 2010).
8 7 Quadro 1: Situação dos marcos regulatórios relativos aos integrantes do SISAN-MG CONSEA LOSAN Integrantes do SISAN Câmaras Intersecretarias de SAN Plano e Política de SAN Recomendações Instituído pelo Decreto nº /1999. Vinculado administrativamente ao Gabinete do Governador do Estado. Composição: 1/3 governo e 2/3 sociedade civil. Presidente: sociedade civil- indicado pelo Governador. Secretaria Executiva: Governo Lei nº , de 19/01/2006, dispõe sobre a Política de SAN e composição do SISAN Fonte: Adaptado de MDS (2010). I- Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável de Minas Gerais; II- Coordenadoria Geral da Política Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável; III- Conselhos municipais de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável; - A Lei nº e o Decreto nº de 19/07/2006 menciona sobre a existência e de como será realizado o Plano. Caberá a Coordenadoria Geral a elaboração do Plano e ao CONSEA-MG cabe aprovar. Promover o ajustamento dos marcos legais já existentes. 2 DESENVOLVIMENTO 2.1 Objetivos gerais Descrever a real situação do município de Itabira-MG, na perspectiva da criação de instrumentos para a efetivação da SAN; Descrever os marcos atuais na perspectiva da SAN; Relatar aspectos gerais relacionados à criação do SISAN em Minas Gerais. 2.2 Objetivos específicos Garantir o acesso à alimentação em qualidade e quantidade suficiente à população do município; Desenvolver maior integração entre os gestores do município, estado e governo federal.
9 8 Criar estratégias para o alcance da intersetorialidade nos projetos e ações implementadas. Promover o desenvolvimento social, cultural, econômico e ambiental sustentável; Prover mecanismos de educação permanente em alimentação e nutrição destinada à população em geral. 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 3.1 Município de Itabira na perspectiva da SAN e da criação de instrumentos para sua efetivação Em Itabira, até o presente momento, ainda não são desenvolvidas ações de SAN, dentro do que está sendo preconizado na atual conjuntura política. Um dos impasses para tal situação encontra-se implicado na inexistência do conselho de segurança alimentar e nutricional, que representa um dos principais integrantes do SISAN, na medida em que é responsável pela convocação das conferências municipais de segurança alimentar e nutricional, além de propor as diretrizes e prioridades da política e do plano municipal de SAN, assumindo o papel de colaboração com os demais integrantes do sistema. Todavia, conforme apresentado nas produções textuais finais anteriores, existem algumas iniciativas como a recente inserção do programa de aquisição de alimentos (PAA) e a inclusão da agricultura familiar no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), através da adesão ao programa de fortalecimento da agricultura familiar (PRONAF). A seguir é ressaltada a contribuição destes programas, para o início da construção de um sistema de SAN no município: - O PAA vem contribuindo para a diminuição da condição de insegurança alimentar e nutricional da população beneficiária do município, bem como atuando na promoção do DHAA dessa. Porém, com relação ao fortalecimento da economia local, por ser um programa de implantação recente, ainda não puderam ser observadas e quantificadas alterações significativas.
10 9 - O PRONAF em Itabira, embora ainda recente, em processo de implementação, vêm contribuindo para o crescimento do pequeno agricultor familiar e para a garantia do DHAA, sendo uma importante ferramenta para a complementação da alimentação ofertada no ambiente escolar; respeitando-se os hábitos alimentares culturais locais e auxiliando na promoção da saúde dos beneficiários. O PRONAF também permite uma continuidade da cultura alimentar existente no município, uma vez que incentiva a permanência do homem no campo, no cultivo de gêneros alimentícios tradicionais e próprios da região, colaborando para o alcance da sustentabilidade econômica, social e ambiental; favorecendo, portanto, a soberania alimentar do município. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Os programas, planos e ações em segurança alimentar e nutricional, a nível nacional e estadual vêm apresentando grandes avanços, embora ainda exista muitos entraves para a sua perfeita inserção, principalmente, a nível municipal. No município de Itabira-MG, são muitas dificuldades para a implementação de tais ações e programas, citadas no histórico realizado nessa produção textual. Porém, pode ser considerado como um dos maiores impasses para a efetivação das políticas de SAN a inexistência do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional no município, a falta de priorização das ações no plano de governo, a falta de dotação orçamentária para tais programas, bem como o déficit em educação permanente nesse tema para a população de interesse e público em geral, bem como o desafio da intersetorialidade. Portanto, através desse curso, com mais embasamento teórico, poderemos contribuir para a mudança, de maneira progressiva, da realidade vigente no município.
11 10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. DECRETO N , DE 19 DE JULHO DE Dispõe sobre a Política Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável, de que trata a Lei nº , de 19 de janeiro de Disponível em: Acesso em 19 de novembro de BRASIL. LEI /2006. Dispõe sobre a Política Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável e dá outras providências. Disponível em: Acesso em 19 de novembro de CONSEA. Conselho Nacional de Segurança Alimentar. Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional Proposições do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional para a sua elaboração. In: Documento aprovado na Plenária do CONSEA de12 de agosto de Disponível pela REDESAN, CONSEA-MG. Relatório do encontro estadual sobre o SISAN Sistema Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável. Disponível em: Acesso em 19 de novembro de CONTI, I. L. Políticas públicas sociais e segurança alimentar e nutricional. Disponível pela REDESAN, CONTI, I. L. Direito humano à alimentação adequada e soberania alimentar. Disponível pela REDESAN, SANTARELLI, M. M. Sistema nacional de segurança alimentar e nutricional. Disponível pela REDESAN, MDS. Sistema nacional de segurança alimentar e nutricional SISAN: diagnóstico de implantação no âmbito estadual. Secretaria nacional de segurança alimentar e nutricional. Departamento de sistemas descentralizados de SAN. Coordenação geral de apoio à implantação do SISAN. Disponível em: Diagnostico%20SISAN%20nos%20Estados.../download. Acesso em 19 de novembro de2010.
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