1. Identificação da prática
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- Raphael Brás Franca
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1 1. Identificação da prática Designação Projeto Círculo de Conhecimento Entidades/Pessoas Responsáveis pela Prática:* ACM/YMCA Associação Meninos de Oiro Banco Alimentar de Setúbal Centro Comunitário da Quinta do Conde Centro Jovem Tejo Centro Paroquial de Bem-Estar Social da Arrentela Centro Social da Quinta do Anjo Centro Social de Palmela Cercizimbra EAPN Portugal / Núcleo Distrital de Setúbal António Cardoso Ferreira e Maria José Cardoso Ferreira: Associados Individuais EAPN Portugal SEIES EAPN Portugal / Núcleo Distrital de Setúbal assegura a gestão da prática Pessoa de Contato:* Ana Vizinho - EAPN Portugal / Núcleo Distrital de Setúbal Correio eletrónico: setubal@eapn.pt Telefone: Página Web: 1
2 2. Processo de Construção da Prática 2.1 Isto diz-me respeito A noção da existência de um problema A partir de 2009 em algumas das atividades promovidas pela EAPN Portugal/Núcleo Distrital de Setúbal, o discurso sobre a necessidade de partilha de recursos entre entidades de intervenção social tornava-se mais frequente e mais demarcado, estando muito relacionado com as dificuldades financeiras e de sustentabilidade que se faziam sentir nestas organizações. Essas discussões/reflexões não chegavam na sua grande maioria a concretizarem-se ou a gerar mudanças, mas discutia-se já um pouco que tipo de recursos materiais e humanos eram mais fáceis ou mais difíceis de partilhar, bem como algumas estratégias para o fazer. Um fator despoletador Em 2010 em alguns dos Encontros Comunitários realizados no âmbito do projeto Entrelaçar olhares, vontades e ideias por uma inclusão social na Península de Setúbal (promovido pela EAPN Portugal/Núcleo Distrital de Setubal no âmbito do Ano Europeu do Combate à Pobreza e Exclusão social), foi identificada a necessidade de criar momentos/formas/ou estratégias de partilha de bens, tempo disponível e conhecimentos. Identificaram-se algumas soluções possíveis: Plataforma Freecycle/Reutilizar Setúbal para a partilha de bens; Banco do Tempo; Banco de Voluntariado; Oficinas de partilha de conhecimentos específicos. Eram ideias já mais concretas, que permitiam visualizar / identificar como as pôr em marcha 2
3 2.2 O Mundo Mudou Em 2011 é expressa de forma clara e inequívoca, em reuniões de Associados/as da EAPN Portugal, a incapacidade de algumas organizações e profissionais acederem ao conhecimento. Isto é, a incapacidade de custearem a participação em ações de formação, devido às dificuldades financeiras com que se deparam e que continuam a agudizar-se. Estavam portanto, excluídas de participar em momentos que propiciam a aquisição/consolidação de conhecimentos, partilha de informação e reflexão conjunta. O desafio que se colocava era criar uma forma de garantir que as organizações e profissionais continuassem a aceder ao conhecimento, sem custos acrescidos. Conclusão impulsionadora da mudança No seguimento de todo o percurso de reflexões/conversas/ tentativas e concretizações de ações com vista à partilha de recursos, a perspetiva conjunta nestas reuniões foi de que a resposta ao desafio só poderia passar por aí. Ou seja, seria a partir da articulação entre organizações e profissionais do distrito de Setúbal e da partilha dos seus conhecimentos e experiências, sendo disponibilizados entre si sem custos envolvidos e numa perspetiva de trabalho em rede. 2.3 Eu posso fazer a diferença Identificámos depois que as organizações e profissionais que participaram nessas reuniões de Associados/as, dispunham já de conhecimentos e experiências que poderiam ser partilháveis a custo zero a outras organizações e profissionais do distrito de Setúbal. Por outro lado, vimos também que a EAPN Portugal/Núcleo Distrital de Setúbal poderia assegurar a concretização de 3
4 várias sessões de partilha de conhecimentos, divulgando e encontrando no Distrito recursos necessários. Foi neste contexto em que se procurou criar um projeto de partilha, que respondesse a uma necessidade coletiva. 2.4 O que foi feito Criámos o Projeto Círculo do Conhecimento que pretende valorizar por um lado o know-how e a experiência adquirida pelos/as profissionais, permitindo simultaneamente o acesso e a partilha de informação e saberes entre todos/as os/as que vão compondo o Círculo de Conhecimentos. O projeto assenta na criação de uma estrutura colaborativa, que visa assegurar um conjunto de ações relacionadas com a aprendizagem, aquisição de conhecimentos e acrescentar informação. Entre 2012 e 2015 foram promovidas 40 sessões de partilha de conhecimentos. Como funciona? O Círculo constitui-se a partir da identificação de necessidades formativas e do levantamento de Organizações e Profissionais disponíveis para partilhar a sua experiência e conhecimentos. É deste encontro que se criam momentos de aprendizagem, em formato de ações de formação ou de Workshops formativos sobre temas específicos. Não se pretende que o Círculo de conhecimento se trate de uma estrutura fechada, mas antes de um círculo que vai alargando o seu diâmetro pela adesão de organizações, profissionais, conhecimentos, momentos criados e temas abordados nos momentos de aprendizagem. Deste modo, o levantamento de necessidades formativas e de saberes disponíveis para partilha assume-se como um processo em contínuo, que se concretiza pelo preenchimento de uma ficha de adesão. 4
5 Este círculo não implica custos relacionados com pagamento a Formadores/as ou com o pagamento de inscrições nas ações a que se assiste. São portanto momentos de aprendizagem unicamente baseados na troca entre organizações e profissionais que nele colaborarem. Todos/as os/as que aderirem ao Círculo poderão simultaneamente participar nos momentos formativos de seu interesse e, em paralelo partilhar a experiência e saberes que possuem. Em todas as sessões de aprendizagem promovidas no âmbito do Círculo serão disponibilizados certificados de participação (no caso dos Workshops formativos) e, certificados de Formação profissional (no caso das ações de formação). Papéis essenciais no círculo o Formadores/as e Facilitadores/as: Poderão ser todos/as aqueles/as que aderem ao Círculo e, que se disponibilizam para partilhar os seus conhecimentos e experiência. Especificamente enquanto Formadores/as serão considerados/as os/as Profissionais com CCP (Certificado de Competências Pedagógicas ex. CAP). o Participantes: Poderão ser todos/as aqueles/as que aderem ao Círculo e que participam nos momentos de aprendizagem. o Organização do Círculo: Refere-se sobretudo à atividade de apoio e funcionamento do Círculo, reunindo toda a informação sobre necessidades formativas, conhecimentos disponíveis para a partilha, divulgação e aspetos logístico relacionados com a realização dos momentos formativos. Estas atividades serão asseguradas pelos/as Organizadores/as do projeto, em que se inscrevem organizações associadas e associados/as em nome individual da EAPN Portugal / Núcleo Distrital de Setúbal. 5
6 2.5 Avaliação O projeto continua a cumprir os seus objetivos e a revelar-se pertinente, é por isso que continua e que caminha agora para o seu 4º ano de existência. Tem permitido a partilha de conhecimentos das organizações e profissionais inicialmente envolvidos/as na sua construção, mas também de outras organizações, profissionais e voluntários/as que têm disponibilizado o seu know-how. Em certo momento foi identificado que algumas organizações eram sobretudo recetoras de conhecimento, tendo sido necessário desafiá-las à partilha, ajudá-las identificar as suas experiências que seriam interessantes partilhar, ou recursos logísticos que poderiam partilhar para a concretização das sessões (ex: espaços/salas ). Verificámos igualmente que a sessões do projeto têm permitido envolver algumas categorias profissionais das organizações do terceiro setor, que estavam mais afastadas das ações de formação e workshops, referimo-nos por exemplo às Ajudantes de Ação Direta, Auxiliares, Administrativos/as,.. Talvez este facto possa ser em parte explicado pela inexistência de pagamento de inscrição nas sessões do projeto e portanto com custos diminutos para as organizações, ou ainda pelo carácter iminentemente prático das sessões. De facto tem sido muito valorizado pelos/as participantes a componente prática, relacionada com as experiências concretas apresentadas e existentes no território do distrito de Setúbal. Pensamos que este elemento tem também facilitado e motivado a articulação entre aqueles/as que partilham e recebem informação, tendo já sido criados projetos ou momentos de articulação entre si independentemente do Projeto Círculo do Conhecimento. 6
7 Futuro da prática Em 2016 foi já efetuado o levantamento de necessidades e ofertas de conhecimentos, estando para breve a elaboração do calendário anual de sessões do Projeto Círculo de Conhecimento e sua divulgação no território. Neste levantamento foram identificadas mais de 17 sessões a promover. O projeto foi já identificado na EAPN Portugal como uma boa prática, estando a ser planeada a sua replicação pelo Núcleo Distrital de Faro da EAPN. Pretende-se no futuro continuar a alargar o diâmetro do Circulo envolvendo todas as organizações e aqueles/as que pretendam aderir este círculo de partilha, tendo ainda assim que ir equacionando formas de organização que permitam garantir a realização de sessões que permitam responder a todas as necessidades de conhecimentos expressas e a todos os conhecimentos disponíveis para partilha. 7
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