Atualização da Segurança Alimentar em MOÇAMBIQUE Junho 2009

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1 Atualização da Segurança Alimentar em MOÇAMBIQUE Junho 2009 Apesar de no global haver melhorias na segurança alimentar, nos distritos semi áridos do sul da província Tete e noroeste da província de Gaza, e distritos semi áridos da província de Sofala, os agregados familiares estão em alto risco de insegurança alimentar num futuro muito próximo, e níveis moderados de insegurança alimentar poderão continuar ao longo de todo o ano de consumo. Figura 1 Condiçoes de Segurança alimentar em Junho de 2009 O Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutricional (SETSAN) espera que já em Agosto cerca de 175 mil pessoas nos distritos críticos de Tete, Sofala e Gaza necessitarão de ajuda alimentar até a altura das colheitas de 2009/10, enquanto cerca de 72 mil pessoas adicionais entre famílias pobres das províncias de Maputo e Inhambane necessitarão de ajuda alimentar a partir de Outubro até Abril de A insegurança alimentar também poderá afectar pessoas que vivem em alguns distritos das províncias de Nampula e Zambézia onde as agregados familiares pobres, proderão necessitar assistência. Havendo bom funcionamento dos mercados nessas zonas, o SETSAN recomenda transferências de dinheiro a partir de Outubro ou depois até Abril de 2010 Na mais recente publicação sobre os preços, o Sistema de Informação de Mercados Agrícolas (SIMA), indica que os preços semanais de milho ao nível do consumidor têm sido geralmente estáveis, com pequenas flutuações na zona centro onde alguns aumentos foram observados. Espera se que os preços comecem a subir já no próximo mês. Escala de Severidade de Insegurança Alimentar da FEWS NET Em Geral, Segurança Alimentar Boa Insegurança Alimentar Moderada Insegurança Alimentar Alta Insegurança Alimentar Extrema Fome Generalizada Fonte: FEWS NET Para mais informação sobre a escala de severidade de Inseg. Alimentar da FEWS NET, favor ver : Calendário seasonal e eventos críticos Fonte: FEWS NET FEWS NET MOZAMBIQUE Tel: r mind@fews.net FEWS NET Washington 1717 H St NW Washington DC info@fews.net A FEWS NET é uma actividade financiada pela USAID. A opinião dos autores expressa nesta publicação não reflecte necessariamente a opinião da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional ou do Governo dos Estados Unidos.

2 Sumário da segurança alimentar A segurança alimentar em todo o país tem melhorado com as recentes colheitas e, a maioria das famílias têm agora acesso quase adequado aos alimentos. No entanto, nos distritos semi áridos do sul da província de Tete e noroeste da província de Gaza, e dos distritos semi áridos da província de Sofala, as famílias estão em alto risco de insegurança alimentar num futuro muito próximo, como resultado da combinação de condições climatéricas adversas, ocorrência de pragas, alta dos preços dos alimentos, e fracas opções de sobrevivência. O acesso aos alimentos terá curta duração e níveis moderados de insegurança alimentar poderão persistir ao longo de todo o ano de consumo. Na maioria das zonas semi áridas acima indicadas, acredita se que os agregados familiares pobres e muito pobres continuam a enfrentar dificuldades para satisfazer as suas necessidades alimentares. O acesso aos alimentos continua crítica dada a fraca infra estrutura rodoviária e baixa disponibilidade de alimentos nos mercados. O acesso inadequado aos alimentos poderá continuar até a próxima colheita principal em Os agregados familiares poderão ter beneficiado de declínio dos preços logo após a colheita, mas há indicação de que os preços do milho, por exemplo, já estão a subir contrariamente às tendências normais. Isto irá prejudicar ainda mais o acesso aos alimentos através de compras no mercado, especialmente para as famílias mais pobres que dependem dos mercados. Enquanto a avaliação anual está sendo programada para Julho para determinar a dimensão da necessidade e mecanismos adequados de resposta o SETSAN antecipa que cerca de 240 mil a 350 mil pessoas estão em alto risco de insegurança alimentar e necessitarão de assistência humanitária até a principal colheita em Abril/Maio de 2010 nos distritos semi áridos do sul da província de Tete (distritos de Changara, Cahora Bassa, Mágoe e Mutarara) e noroeste da província de Gaza (Chicualacuala, Chigubo, Chibuto e Mabalane), e dos distritos semi árido da província de Sofala (Chemba, Cheringoma, Chibabava, Maríngue, e Machanga), devido as reservas alimentares muito baixa, limitada renda em dinheiro, e altos preços dos alimentos. Uma vez que a presente época segue uma época má, condições adversas poderão ser sentidas muito mais cedo e com maior intensidade do que o normal. A partir dos princípios de Agosto, as famílias mais vulneráveis não serão capazes de manter a sua própria sobrevivência, sem ajuda externa. Portanto, o SETSAN recomenda ajuda alimentar para cerca de 175 mil pessoas dos distritos críticos nas províncias de Tete, Sofala e Gaza, até Abril de Isto irá evitar que os agregados familiares recorram a estratégias de sobrevivência extremas e negativas. Com o início do período de fome, espera se que cerca de 72 mil pessoas adicionais de entre as mais pobres, das províncias de Maputo e Inhambane poderão estar com as reservas alimentares esgotadas e com capacidade sustento limitado. A menos que estas famílias recebem assistência alimentar a partir de outubro até ao período das próximas colheitas, eles serão incapazes de sustentar suas vidas. SETSAN recomenda que as autoridades considerem o fornecimento de insumos, programas nutricionais, água e onde os mercados funcionam dve se considerar transferências monetárias. Importa também referir que mais tarde, a insegurança alimentar poderá afectar também famílias que vivem em algumas zonas das províncias de Nampula (distritos de Angoche, Moma, Mongicual e Mossuril) e Zambézia (Chinde, Mopeia, Morrumbala), onde os agregados familiares pobres poderão precisar de assistência. Com bom funcionamento dos mercados, recomenda se transferências monetárias a partir de outubro até Abril de A falha nas intervenções humanitárias sugeridas poderá forçar as famílias mais pobres e muito pobres a começarem a empregar estratégias de sobrevivência negativas, incluindo o consumo impróprio de alimentos em grande escala, tais como alimentos silvestres. Estes alimentos silvestres são altamente tóxicos com a possibilidade de causar problemas de saúde com o risco de morte. Avaliação da segurança alimentar no sul da provincial de Tete A publicação da FEWS NET sobre a Perspetiva de Segurança Alimentar para o periodo de Abril Setembro de 2009 destacou zonas geográficas que devem ser cuidadosamente monitorados durante todo o ano de consumo, incluindo os distritos semi áridos do sul da província de Tete e noroeste da província de Gaza. A Actualização de Segurança Alimentar da FEWS NET de Maio de 2009 mencionou que, no final 2008, estas zonas foram moderadamente afectadas por insegurança Rede dos Sistemas de Aviso Prévio contra Fome 2

3 alimentar, condição que resultou de seca prolongada durante a campanha agrícola de 2007/08, e que foi agravado por carências de água agudas nas zonas semi áridas. Assim, dadas as condições climatéricas adversas durante a campanha agrícola de 2008/09 nas mesmas zonas, existe alguma preocupação de que condições semelhantes poderão ser encontradas durante o período do consumo deste ano. A FEWS NET e o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) realizaram uma rápida avaliação qualitativa de segurança alimentar, de 8 a 13 de Junho, nos distritos de Mágoe, Cahora Bassa, Changara, Mutarara no sul da Província de Tete (vide a Figura 2). Similarmente à a anterior avaliação na província de Gaza, esta avaliação consistiu de entrevistas de informadores chave com as autoridades administrativas e de agricultura, líderes comunitários, camponeses, representantes de agregados familiares. A avaliação incluiu também observações durante as visitas de campo das comunidades. Constatações da avaliação no sul da provincia de Tete Figura 2. Distritos cobertos pela avaliação conjunta da FEWS NET/INGC, 8 13 Junho ± ZAMBIA Zumbu Magoe Maravia ZIMBABWE Kilometers TETE Chifunde Cahora Bassa Chiuta Moatize Cidade de Tete Changara Barue Macanga Guro MANICA Angonia Tsangano Mutarara Tambara Chemba MALAWI Mandimba Mecanhelas Milange Morrumbala ZAMBEZIA Caia Macossa Maringue Mopeia SOFALA CheringomaMarromeu Gorongosa Fonte: FEWS NET A Figura 3 mostra a distribuição da precipitação estimada via satélite em Mutarara e Changara, dois dos quatro distritos visitados no sul da província Tete. As chuvas começaram tarde, em Dezembro de 2008, quando normalmente são esperadas no início de Novembro. Durante cerca de dois meses, a partir de meados de Dezembro até princípios de Fevereiro, a região recebeu chuvas adequadas e as expectativas eram inicialmente muito boas até que as chuvas pararam bruscamente e foram seguidas de trinta dias de estiagem. Como se pode ver nos gráficos, as chuvas só retornaram em meados de Março e terminaram nos finais de Abril. Figura 3. Distribuição da precipitação nos distritos de Mágoe e Mutarara no sul da província de Tete A Precipitação parou no início de Fevereiro quando a maior parte das culturas estava entre a fase de floração e a fase pre maturação Fonte: USGS/FEWS NET A maioria das famílias semeou em meados de Dezembro. Assim, até a altura em que as chuvas pararam a maioria das culturas estavam entre a fase de floração e a fase de pre maturação, isto é, no estágio em que as necessidades hídricas é Rede dos Sistemas de Aviso Prévio contra Fome 3

4 máxima, sabendo se que o ciclo de crescimento das culturas básicas varia de 90 a 120 dias. Como resultado, a maioria das culturas das áreas de sequeiro ficou perdida. Excepções incluem as baixas onde a humidade residual sustentou as culturas até a maturação. Infelizmente, aqueles que têm acesso às baixas são minoria. Além disso, as zonas baixas mais produtivas dos distritos de Mágoe e Cahora Bassa por exemplo são macivamente povoadas por animais selvagens, tais como elefantes, hipopótamos e javalis. A proliferação de animais selvagens na zona tem originado o chamado conflito homem fauna bravia. O conflicto homem fauna bravia foi mencionado como sendo um desastre na região. Vastas zonas de terras plantadas são drasticamente devastadas por elefantes e hipopótamos. Só no Distrito de Mágoe, as autoridades estimam que perto de metade do milho plantado nas baixas para a campanha agricola 2008/09 foi perdido devido à acção dos elefantes. Devido às razões acima indicadas, as condições de segurança alimentar no geral não melhoraram nos quatro distritos semiáridos avaliados do sul da província Tete comparativamente ao mesmo período do ano passado. O facto de esta situação seguir outro ano mau agrava as condições de insegurança alimentar nessas zonas. Embora actualmente os agregados familiares estejam a beneficiar da pouca colheita da campanha agrícola de 2008/09, as condições de segurança alimentar poderão começar a se deteriorar muito mais cedo quando as colheitas destas zonas começarem a esgotar se mais cedo do que o normal. Similarmente à maioria dos agregados familiares rurais em Moçambique, a maioria dos agregados familiares do sul de Tete são igualmente vulneráveis a perdas de produção, dadas as suas formas de vida, que limitam sua capacidade de ganhar dinheiro, e isolamento dos mercados e estradas. O mercado desempenha um papel importante na compra de alimentos provenientes de zonas de produção excedentária, mas não garante o fluxo de alimentos para as zonas de produção deficitária especialmente as zonas remotas devido a factores incluindo a fraca estrutura do mercado, fracas vias de acesso, e de baixo poder de compra nas zonas deficitárias. Para fazer face, os agregados familiares pobres dos distritos semi áridos do sul de Tete poderão vender produtos florestais (por exemplo, lenha, carvão vegetal onde as condições o permitem) e outros produtos, e começarão a consumir alimentos silvrestres. Aqueles que puderem usarão zonas baixas nas proximidades do Rio Zambeze, albufeita de Cahora Bassa e outras baixas para cultivo e pesca. Contrariamente à maioria dos agregados familiares no sul que podem receber remessas de familiares das zonas urbanas e da África do Sul, estes agregados familiares recebem poucas ou absolutamente nenhumas remessas. Para além da agricultura, as formas de vida em alguns locais das zonas avaliadas também se centram na pecuária. No entanto, agregados familiares recentemente reassentados das zonas de risco de cheias não possuem animais. Contudo, mesmo para aqueles que possuem animais, o seu consumo para melhorar a segurança alimentar não é comum e, a principal utilização destes animais é tracção animal e transporte especialmente agora que a pecuária está sendo fomentada pelo governo. Nessas zonas, as famílias com maior risco de insegurança alimentar são as pobres e muito pobres localizadas nos novos locais de reassentamento e aqueles que vivem nas zonas dependentes da chuva, sem animais e menos capazes de fazer face à situaçoes adversas uma vez esgotada a sua produção agrícola. No geral, a combinação das reservas alimentares existentes e adopção de estratégias de sobrevivência sustentéveis (não extremas e negativas) poderá permitir que as famílias aguentem até Julho nas zonas altas do Distrito de Mutarara, e até Agosto em algumas regiões de Mágoe, Cahora Bassa e Changara. Em outras palavras, a partir de Agosto os agregados familiares mais vulneráveis de Mutarara necessitarão de algum tipo de assistência humanitária, tais como ajuda alimentar e insumos para a preparação da próxima campanha agrícola e a partir de Setembro essa intervenção será necessária em Mágoe, Cahora Bassa e Changara. Distrito de Mutarara Dos quatro distritos avaliados, as condições de segurança alimentares em Mutarara são as piores. O Distrito de Mutarara possui quatro Postos Administrativos: Inhangoma, Nhamayabue, Doa e Charre. A precipitação para a época de 2008/09 começou com um mês de atraso e terminou no início de Fevereiro, resultando na perda generalizada de culturas especialmente de milho, uma cultura muito sensível à escassez de água, seguido de mapira e mexoeira. Embora os números definitivos de produção ainda não estejam disponíveis (durante a redação do relatório), estimativas qualitativas das autoridades agrícolas distritais indicam que os números projectados para a principal época de produção não foram alcançados devido à insuficiência de chuvas. As reservas alimentares da produção deste ano no distrito poderão durar até Julho. Rede dos Sistemas de Aviso Prévio contra Fome 4

5 A segunda época agrícola só é praticada nas baixas por agregados familiares próximos das margens dos rios e aqueles que possuem sistemas de irrigação. Contudo, na ausência de cheias, o conflicto homem fauna bravia envolve hipopótamos que afectam zonas baixas. Dado que a maioria das famílias foi transferida das zonas de risco de cheias onde os solos permitem resementeiras contínuas durante todo o ano, para as zonas dependentes das chuvas onde apenas uma única época agrícola é possível, a sua capacidade produtiva é bastante limitada. No geral, com o fracasso da principal época agrícola devido à falta de chuvas, os agregados familiares dos novos locais de reassentamento ficam com pouca ou sem quaisquer opções de resposta. Para responder a esta adversidade, o governo e os parceiros estão actualmente a redobrar esforços através da introdução e fomentode variedades tolerantes à seca. Tal facto tem tido pouco impacto até agora. Para aqueles com acesso às baixas onde é possível o cultivo de segunda época, a falta de sementes é outro constrangimento que os camponeses enfrentam. As autoridades agrícolas indicam que por enquanto não estão planificadas quaisquer feiras de insumos para a segunda época. Os preços dos alimentos disponíveis nos mercados locais já estão a subir e os agregados familiares pobres e muito pobres com pouca ou sem quaisquer tipo de renda têm relativamente pouco acesso aos alimentos nestes mercados. Como já foi mencionado acima,o bom funcionamento dos mercados é seriamente afectada pelas más vias de acesso. As condições físicas dod animais são boas, o pasto é largamente disponível e disponibilidade da água tem melhorado graças a novas fontes de água providenciados pelo governo e parceiros. Distrito de Mágoe O distrito de Mágoe possui três Postos Administrativos: Chinthopo, Mphende e Mucumbura. Comparado com o mesmo período do ano passado, a situação da segurança alimentar melhorou bastante no Posto Administrativo de Chinthopo graças às condições agro climatéricas favoráveis. Actualmente, a maior parte do milho vendido na região vem de Chinthopo. Em Mphende, capital do distrito, a situação da segurança alimentar está inalterada quando comparada ao mesmo período do ano passado, enquanto em Mucumbura a situação tem piorado. No geral, as autoridades distritais estimam que perto da metade (50,6 por cento) do milho plantado para a época agrícola de 2008/09 foi perdida devido a combinação de chuvas fracas e acções de animais selvagens, especialmente elefantes. Com o decurso da segunda época, aqueles agregados familiares com acesso às baixas estão permanentemente a re semear sempre que a disponibilidade de sementes e terras baixas o permitam. Como resultado, as culturas nas zonas baixas se econtram em diferentes fases desde germinação à maturação. O acima referido conflicto homem fauna bravia está a afectar seriamente o Distrito de Magoe sobretudo devido aos elefantes e javalis. Medidas de protecção adoptadas pelos agregados familiares não são suficientemente eficazes para proteger as culturas. Os camponeses entrevistados mencionaram que perto da metade da sua produção é consumida pelos animais selvagens. Por outro lado o distrito é também afectado por gafanhotos espinhoso lagarta invasora que podem afectar as culturas nas machambas a menos que sejam tomadas medidas de controlo em tempo oportuno. No geral, as reservas de alimentos combinadas com estratégias de sobrevivência sustentáveis neste distrito serão suficientes para durar até Setembro no Posto Administrativo de Chinthopo e apenas até Agosto em Mucumbura e Mphende. A partir de Setembro, nestes últimos dois Postos Administrativos, a situação da segurança alimentar merecerá algum tipo de intervenção humanitária, de alimentos e insumos, para assistir os agregados familiares mais vulneráveis que não serão capazes de sustentar as suas vidas sem apoio adicional. Os preços dos alimentos e a funcionalidade dos mercado são semelhantes aos descritos para Mutarara. A condição física dos animais é boa, o pasto amplamente disponível e disponibilidade da água tem melhorado devido às novas fontes de água providenciadas pelo governo e parceiros. Distritos de Changara e Cahora Bassa Embora a avaliação não se destinava a cobrir os distritos de Changara e Cahora Bassa devido às limitações de tempo, um rápido contacto com as autoridades administrativas, membros dos agregados familiares e observações feitas pela missão durante a passagem pelos dois distritos permitiu concluir o seguinte: A parte norte de Cahora Bassa tem uma situação Rede dos Sistemas de Aviso Prévio contra Fome 5

6 semelhante da do Posto Administrativo de Chinthopo em Magoe. A parte sul do distrito tem uma situação semelhante à de Mucumbura e Mphende em Magoe. A situação do Distrito de Changara é relativamente melhor do que Mutarara e a combinação das reservas alimentares e estratégias de sobrevivência sustentáveis durará até Agosto. O conflito homemfauna bravia igualmente preocupante no Distrito de Cahora Bassa e a um nível menor em Changara. A condição física dos animais é actualmente boa, o pasto amplamente disponível e disponibilidade de água tem vindo a melhorar nos dois distritos. Os preços dos alimentos e a funcionalidade dos mercados é semelhante ao descrito para Mutarara. Preços de Milho acima da média A nível nacional, a média mensal dos preços do milho até Maio de 2009 continuava a baixar graças às culturas recémcolhidas da campanha agrícola 2008/09 conforme indicado por alguns mercados de referência na Figura 4 abaixo. As mais recentes publicações do Sistema de Informação de Mercados Agrícolas (SIMA) indicam que os preços semanais de milho a nível do consumidor têm estado geralmente estáveis com pequenas flutuações na zona centro onde alguns aumentos foram observados. Os preços médios mensais de milho baixaram de Abril a Maio na ordem de 23 por cento em Chokwe, mercado de referência no sul de Moçambique, 25 por cento em Manica (centro), 27 por cento em Nampula (norte) e 13 por cento, em Maputo, a capital do país. Segundo a publicação do SIMA, os fluxos de milho das zonas produtivas do país para os principais mercados estão a decorrer satisfatoriamente. Os mercados do sul, tais como Xiquelene, em Maputo, estão a ser abastecidos pelo milho de Nhamatanda na província central de Sofala e de Manhiça a nordeste da província de Maputo. Chokwe, outro importante mercado no sul, tem sido abastecido pelo milho produzido localmente e distritos vizinhos tais como Massingir, na província de Gaza e Manhiça na província de Maputo. Os principais mercados no centro tais como Tete e Quelimane são abastecidos pelo milho proveniente de Macanga no caso de Tete e Lugela, Mocuba e Morrumbala no caso de Quelimane. No norte, o mercado de Nampula tem recebido milho produzido dentro da província de Nampula e distritos de Ile e Alto Molócue na província da Zambézia. Pemba recebe milho do Distrito de Chiure enquanto o mercado de Lichinga é abastecido pelo distrito de Sanga. Figura 4. Preços nomimais de milho a retalho nos mercados de referência em Moçambique (em Meticais por kg) Rede dos Sistemas de Aviso Prévio contra Fome 6

7 Fonte de dados: SIMA À medida que os alimentos recentemente colhidos vão diminuindo, espera se que os preços comecem a subir no decurso do próximo mês. Da análise dos gráficos na Figura 4, os actuais preços do milho manter se ão acima da média de cinco anos, mas próximos à época anterior. Recomenda se monitoria constante dadas as perdas de culturas em algumas zonas semi áridas do país. Rede dos Sistemas de Aviso Prévio contra Fome 7

8 ANNEXO: Boletim Mensal sobre Preços em Moçambique Junho 2009 Milho, arroz e feijões são os alimentos mais importantes. O milho é o alimento básico para os pobres, com o arroz a desempenhar o papel mais importante como substituto. Os feijões são importantes para todos os grupos sociais. Cada um dos mercados aqui representado actua como indicador para uma região maior. Tete é representativo para a província com o mesmo nome, Nampula é o mercado mais importante no norte e é representativo para a região, e tem ligações com o interior das províncias de Zambézia e Nampula e da zona costeira de Nampula. O mercado de Manica tem ligações com o mercado de Chimoio que por sua vez tem ligações com Gorongosa e mercados do sul. Os mercados de Chókwe e Maputo no sul estão ligados aos mercados de Chimoio, Manica e Gorongosa na zona centro. Chókwe é o mercado de referência para a zona sul, exceptuando a capital Maputo. Preços mensais são fornecidos pelos sistema de informação de mercados em Moçambique. Rede dos Sistemas de Aviso Prévio contra Fome i

9 ANNEXO: Boletim Mensal sobre Preços em Moçambique Junho 2009 Rede dos Sistemas de Aviso Prévio contra Fome ii

10 ANNEXO: Boletim Mensal sobre Preços em Moçambique Junho 2009 Rede dos Sistemas de Aviso Prévio contra Fome iii