DESTAQUES DO RELATÓRIO. Carteira Recomendada. Cenário Macroeconômico
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- Juliana Faria Coradelli
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1 08/12/2015 DESTAQUES DO RELATÓRIO Carteira Recomendada Nossa Carteira Recomendada do Tesouro Direto para os próximos 30 dias assume que o cenário fiscal e a inflação continuarão sendo as principais variáveis influenciando a taxa de juros. Acreditamos que a carteira de títulos públicos para os próximos trinta dias deve conter 60% dos novos recursos em Tesouro IPCA (vencimento em 2019), e 40% em títulos pós-fixados (Tesouro Selic). A exposição nula em prefixado, em nossa opinião, reflete principalmente a nossa expectativa com relação a taxa de juros nos próximos anos e o baixo prêmio oferecido nestes títulos. Cenário Macroeconômico No cenário externo, o tema Brexit movimentou os mercados direta ou indiretamente no último mês. No entanto, os grandes bancos centrais, especialmente o dos EUA, foram rápidos em reagir: juros nas principais economias continuarão muito baixos por um bom tempo. Juros mais baixos significam maior fluxo de capitais ao Brasil, o que facilita o financiamento da dívida pública enquanto a necessária reforma fiscal não vem. Ficou claro no discurso da nova administração do Banco Central que o ajuste fiscal é uma condição necessária para um ciclo sustentável de corte nos juros, o que nos fez adiar um pouco nossa expectativa de cortes na Selic que deve começar agora em Outubro (não mais em Agosto). Se por um lado os juros podem demorar um pouco mais para cair, as perspectivas continuam favoráveis para um ciclo sustentável de cortes: continuamos a esperar a taxa Selic em 11% já em meados de Projeções Econômicas Ano 2016E 2017E Crescimento Real do PIB (%) -3,0% 1,0% Taxa de câmbio - Final (R$/US$) 3,50 3,80 IPCA (% aa) 7,00 5,00 Meta SELIC - Final (%) 13,25% 11,00% Dívida Bruta total (% do PIB) 71,8% 79,8% Fonte: Bradesco Corretora e Ágora Corretora
2 08/12/2015 CARTEIRA RECOMENDADA Nossa Carteira Recomendada do Tesouro Direto para os próximos 30 dias assume que o cenário fiscal e a inflação continuarão sendo as principais variáveis influenciando a taxa de juros. No cenário externo, o cenário de juros próximo de zero ao redor do mundo reflete principalmente uma economia global enfraquecida, com os investidores em busca de retorno mais atrativo, principalmente em países emergentes. Para a composição da carteira, ainda consideramos a maior aversão ao risco no mercado interno com a questão política, e fiscal consequentemente. Com o cenário atual de retração econômica concomitante a inflação ainda pressionada esperada para este ano (apesar da recente desaceleração), e alta do juro real nas últimas semanas, continuamos alocando um percentual maior para os títulos indexados à inflação, com juro real próximo de 6,2% e vencimento curto. Para os próximos 30 dias mantivemos uma porcentagem elevada da carteira em títulos indexados à inflação e o restante em pós-fixados. Acreditamos que a carteira de títulos públicos para os próximos trinta dias deve conter 60% dos novos recursos em Tesouro IPCA (vencimento em 2019), e 40% em títulos pós-fixados (Tesouro Selic). A exposição nula em prefixado, em nossa opinião, reflete principalmente a nossa expectativa com relação a taxa de juros nos próximos anos e o baixo prêmio oferecido nestes títulos. MACRO-OVERVIEW No cenário externo, o tema Brexit movimentou os mercados direta ou indiretamente no último mês. De fato, a saída do Reino Unido da União Europeia levanta questões as quais o mercado tem dificuldade em responder (qual o destino da união europeia e quais os impactos disto na economia mundial?), levando a uma onda de aversão ao risco nos mercados globais. No entanto, os grandes bancos centrais, especialmente o dos EUA, foram rápidos em reagir: juros nas principais economias continuarão muito baixos por um bom tempo. Embora continuemos céticos com a sustentabilidade de tal modelo no longo prazo, o fato é que a janela de oportunidade para os países emergentes implementarem reformas se estendeu ainda mais. Dito de outra forma, juros mais baixos significam maior fluxo de capitais ao Brasil, o que facilita o financiamento da dívida pública enquanto a necessária reforma fiscal não vem. No plano interno, conhecemos um pouco melhor a estratégia de política monetária do novo Banco Central. Em resumo, a nova administração reiterou seu comprometimento com inflação em 4,5% já em 2017, diferentemente de algumas especulações que apontavam para uma meta ajustada e maior. De fato, ficou claro em seu discurso que o ajuste fiscal é uma condição necessária para um ciclo sustentável de corte nos juros: dito de outra forma, o BC não pretende começar a cortar juros antes que haja uma perspectiva mais concreta por parte do mercado de que as medidas de ajuste fiscal serão aprovadas. Diante deste discurso tão contundente, adiamos um pouco nossa expectativa de cortes na Selic que deve começar agora em Outubro (não mais em Agosto) com um corte de 0,50% (Selic terminando o ano em 13,25%). Se por um lado os juros podem demorar um pouco mais para cair, as perspectivas continuam favoráveis para um ciclo sustentável de cortes: continuamos a esperar a taxa Selic em 11% já em meados de Além do encaminhamento das medidas de ajuste fiscal nos próximos meses, o comportamento recente da inflação tem ajudado nas perspectivas de juros. De fato, os dados recentes do IPCA (em que se pese pressões pontuais e de curto prazo em alguns itens de alimentos) mostram um claro processo de desinflação, o que facilitará cortes de juros em breve. 2
3 08/12/2015 Renda Fixa Títulos Públicos No último relatório disponível, as vendas do Tesouro Direto em Maio/2016 atingiram R$ 1.433,5 milhões, enquanto os resgates corresponderam a R$ 638,2 milhões. Os títulos remunerados por índices de preços responderam pelo maior volume emitido, alcançando 62% do total. Na sequência, aparecem os títulos indexados a Selic, com participação de 26% e por fim, os títulos prefixados, com 12%. O estoque do Tesouro Direto alcançou R$31,7 bilhões, representando uma alta de 3,7% em relação ao mês anterior. Títulos públicos disponíveis para compra Posição em Título Vencimento Taxa % a.a. Compra Indexados ao IPCA Tesouro IPCA (NTNB Princ) 15/05/2019 6,18% Tesouro IPCA (NTNB Princ) 15/08/2024 6,19% Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2026 (NTNB) 15/08/2026 6,18% Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2035 (NTNB) 15/05/2035 6,07% Tesouro IPCA (NTNB Princ) 15/05/2035 6,05% Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050 (NTNB) 15/08/2050 6,03% Prefixados Tesouro Prefixado 2019 (LTN) 01/01/ ,19% Tesouro Prefixado 2023 (LTN) 01/01/ ,09% Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2027 (NTNF) 01/01/ ,98% Indexados à Taxa Selic Tesouro Selic 2021 (LFT) 01/03/2021 Atualizado em: 09:03 Fonte: Tesouro Nacional Evolução dos Principais Indicadores nos Últimos 30 Dias Curva DI Futuro (em %) BM&F A curva de juros no mês de junho, em nossa opinião, refletiu a expectativa de inflação ainda pressionada no curto prazo na parte mais curta da curva e a expectativa de um cenário fiscal mais restritivo nos próximos anos na parte longa da curva. O mercado espera o início da queda do juro para outubro, frente a expectativa anterior de agosto, considerando principalmente a resiliência da inflação, apesar da recente desaceleração. Com relação ao cenário fiscal, a expectativa do mercado melhorou, no entanto, o Governo somente deverá conseguir aprovar as medidas necessárias após a efetivação do processo de impeachment pelo Senado. 14,25 14,00 13,75 13,50 13,25 13,00 12,75 12,50 12,25 12,00 out-16 abr-17 out-17 abr-18 out-18 abr-19 out-19 abr-20 out-20 abr-21 out-21 14/06/ /06/ /07/2016 Fonte: Bloomberg 3
4 08/12/2015 Ativos Financeiros R$ Milhões Mai. Jun. Var. No mês de junho o montante leiloado pelo Tesouro Nacional foi 40% superior ao mês de maio, com destaque para alta dos títulos prefixados, principalmente da LTN (com alta de 44%). Entre os ativos cetipados, o destaque foi o aumento do estoque de cotas de fundos em R$9,1 bilhões. A poupança, por sua vez, manteve a tendência do mês anterior de resgate líquido, considerando o cenário econômico e a menor atratividade desta aplicação financeira. Com relação ao volume negociado na BM&F, o destaque foi o maior volume de DI Futuro negociado com a recente volatilidade dos juros. Títulos Públicos * Leilão Tradicional % LTN % LFT % NTN-F % NTN-B % Ativos CETIP Estoque CDB CDI Cotas de Fundos Debêntures Letra Financeira Poupança SBPE Captação Líquida Mai. 16 Jun. 16 BM&F Vol. Negociado # DI Futuro FRA Câmbio Futuro Ibovespa Futuro # Principais Ativos * Dados dos Leilões Diários Taxas Proj (1) Nacional Jun Ano Ano A inflação no mês passado seguiu desacelerando segundo o último indicador divulgado. O IPCA de junho subiu 0,35%, frente a 0,78% em maio, sendo que em junho do ano passado, o IPCA tinha subido 0,79%. No ano, o IPCA acumula alta de 4,42%, abaixo dos 6,17% registrados no mesmo período do ano anterior. Em 12 meses a inflação atinge o patamar de 8,84%, frente a 9,32% no mês anterior. O destaque foi a modesta desaceleração do grupo alimentação devido à alta de 41,7% do feijão. Nossos economistas projetam o IPCA em +7,0% para este ano e +5,0% para o próximo ano, sendo que essa tendência de queda é corroborada pela atividade econômica atual e a esperada para SELIC 1,16% 6,73% 13,25% Inflação IGP-M 1,69% 5,91% 7,00% Inflação IPCA 0,35% 4,41% 7,00% BRL/USD (BACEN) -10,30% -20,30% R$ 3,50 Rendimentos Mercado Secundário (%) 3 anos* 5 anos* 10 anos* Bonds Soberanos (US$) 2,13% NTN-B (IPCA + Spread) 6,16% - 6,23% LTN (Pré-fixado) 12,22% - - NTN-F (Pré-fixado) ,04% Outros 31/05/ /06/2016 Var. Bovespa (pontos) ,30% Poupança (Retorno Acumulado) 3,34% 4,02% 0,68% SWAP PRE x DI 13,19% 13,39% 0,20% *Aproximadamente ¹ Projeção Bradesco Corretora Research - Final do Ano ³ 2 anos Fonte: STN, Bloomberg, BACEN, BM&F, Cetip 3,57% 4,74% 4
5 08/12/2015 Mercado Secundário Taxas Indicativas 14,25 LTN (pré-fixado sem cupom) - em % 14,00 Nos últimos 30 dias, os rendimentos da curva de LTNs ao lado refletiram a expectativa de adiamento do início do ciclo de queda da Selic na parte mais curta e uma taxa nominal mais baixa nos próximos anos com o desfavorável desempenho da atividade econômica concomitante a uma política fiscal esperada mais restritiva, com reflexo na parte longa da curva. Rendimento (%) 13,75 13,50 13,25 13,00 12,75 12,50 12,25 12,00 11,75 Data da Curva 13/jun/16 27/jun/16 04/jul/16 11,50 Vencimento do Título (mm/aa) 6,40 NTN-B (Indexado ao IPCA) - em % O comportamento da curva das NTN-Bs foi diferente das LTNs, sendo que o juro real subiu em todos os vencimentos, principalmente nos vencimentos mais curtos. Como pode ser visto ao lado, no início de julho o juro real negociado era próximo de 6,25%, frente a 5,95% no começo de junho, permanecendo um dos maiores juros reais do mundo. Rendimento (IPCA + %) 6,30 6,20 6,10 6,00 5,90 Datas da Curva 13/jun/16 27/jun/16 04/jul/16 5,80 jan-19 jan-21 jan-23 jan-25 Vencimento do Título (mm/aa) 14,00 NTN-F (Pré-fixado com Cupom) - em % 13,75 13,50 A tendência da curva das NTN-Fs foi similar a das LTNs, avançando nos vencimentos curtos e apresentando queda nos vencimentos longos. O vencimento Jan/23 era negociado próximo de 12,15% no início de julho, frente a 12,6% no início de junho, como pode ser visto ao lado. Rendimento (%) 13,25 13,00 12,75 12,50 12,25 12,00 11,75 Datas da Curva 13/jun/16 27/jun/16 04/jul/16 11,50 11,25 jan-17 jan-18 jan-19 jan-20 jan-21 jan-22 jan-23 Fonte: Anbima Vencimento do Título (mm/aa) 5
6 08/12/2015 Rentabilidade dos Títulos Públicos Posição em Prefixados Fonte: Tesouro Nacional Últ. 30 Dias Mês No ano 12 meses Tesouro Prefixado 01/01/2017 0,99% 1,03% 8,68% 13,53% Tesouro Prefixado 01/01/2018 0,81% 1,02% 13,38% 13,52% Tesouro Prefixado 01/01/2019 1,15% 1,70% - - Tesouro Prefixado 01/01/2021 2,11% 3,13% 28,29% 15,42% Tesouro Prefixado 01/01/2023 2,92% 4,38% - - Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 01/01/2017 1,00% 1,03% 8,63% 13,58% Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 01/01/2021 1,53% 2,74% 23,46% 15,03% Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 01/01/2023 2,10% 3,61% 28,13% 15,12% Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 01/01/2025 2,81% 4,85% 32,27% 15,78% Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 01/01/2027 2,76% 4,93% - - Indexados à Taxa Selic Tesouro Selic 07/03/2017 1,10% 1,16% 7,06% 14,06% Tesouro Selic 01/03/2021 0,93% 0,98% 6,72% 13,70% Indexados ao IGPM Tesouro IGPM+ com Juros Semestrais 01/07/2017 1,78% 1,97% 9,85% 19,98% Tesouro IGPM+ com Juros Semestrais 01/04/2021 1,02% 1,52% 13,93% 20,15% Tesouro IGPM+ com Juros Semestrais 01/01/2031 1,00% 2,62% 20,12% 20,63% Indexados ao IPCA Títulos Vencimento Rentabilidade Bruta (%) Tesouro IPCA+ 15/05/2019 0,07% 0,64% 11,36% 17,02% Tesouro IPCA+ 15/08/2024-0,89% 0,16% 17,95% 16,82% Tesouro IPCA+ 15/05/2035 0,15% 3,26% 34,31% 17,50% Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 15/05/2017 0,71% 0,81% 8,22% 16,36% Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 15/08/2020 0,00% 0,51% 11,89% 16,66% Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 15/08/2024-0,53% 0,30% 15,35% 16,74% Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 15/08/2026-0,49% 0,23% - - Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 15/05/2035-0,11% 1,85% 22,06% 16,98% Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 15/05/2045 0,08% 1,75% 24,10% 15,76% Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 15/08/2050-0,23% 2,06% 23,78% 15,90% 6
7 08/12/2015 DISCLAIMER Este relatório foi preparado pelas equipes de análise de investimentos da Ágora Corretora de Títulos e Valores Mobiliários S.A. ( Ágora ) bem como da Bradesco S.A. Corretora de Títulos e Valores Mobiliários ( Bradesco Corretora ), sociedades controladas pelo Banco Bradesco BBI S.A. ( BBI ). O presente relatório se destina ao uso exclusivo do destinatário, não podendo ser, no todo ou em parte, copiado, reproduzido ou distribuído a qualquer pessoa sem a expressa autorização da Ágora e da Bradesco Corretora. Este relatório é distribuído somente com o objetivo de prover informações e não representa uma oferta de compra e venda ou solicitação de compra e venda de qualquer instrumento financeiro. As informações contidas neste relatório são consideradas confiáveis na data em que este relatório foi publicado. Entretanto, as informações aqui contidas não representam por parte da Ágora ou da Bradesco Corretora garantia de exatidão dos dados factuais utilizados. As opiniões, estimativas, projeções e premissas relevantes contidas neste relatório são baseadas em julgamento do(s) analista(s) de investimento, envolvido(s) na elaboração deste relatório ( analistas de investimento ) e são, portanto, sujeitas a modificações sem aviso prévio em decorrência de alterações nas condições de mercado. Declarações nos termos do art. 17 da Instrução CVM 483: O(s) analista(s) de investimento declara(m) que as opiniões contidas neste relatório refletem exclusivamente suas opiniões pessoais sobre os títulos públicos e seus emissores e foram elaboradas de forma independente e autônoma, inclusive em relação à Ágora, à Bradesco Corretora, ao BBI e demais empresas do Grupo Bradesco. A remuneração do(s) analista(s) de investimento está, direta ou indiretamente, influenciada pelo resultado proveniente dos negócios e operações financeiras realizadas pela Ágora, Bradesco Corretora e BBI. Analistas Renda Fixa Altair Maurílio Pereira Caio Lombardi André Sonnervig Economista Chefe Dalton Gardimam Economista Tarik Migliorini 7
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