PROJETO DE RELATÓRIO

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1 Parlamento Europeu Comissão do Desenvolvimento Regional 2016/2148(INI) PROJETO DE RELATÓRIO Investir no emprego e no crescimento maximizar o contributo dos Fundos Europeus Estruturais e de Investimento: uma avaliação do relatório nos termos do artigo 16.º, n.º 3, do RDC (2016/2148(INI)) Comissão do Desenvolvimento Regional Relator: Lambert van Nistelrooij Relator de parecer (*): Georgi Pirinski, Comissão do Emprego e dos Assuntos Sociais (*) Comissão associada Artigo 54.º do Regimento PR\ doc PE v01-00 Unida na diversidade

2 PR_INI ÍNDICE Página PROPOSTA DE RESOLUÇÃO DO PARLAMENTO EUROPEU... 3 EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS PE v /12 PR\ doc

3 PROPOSTA DE RESOLUÇÃO DO PARLAMENTO EUROPEU Investir no emprego e no crescimento maximizar o contributo dos Fundos Europeus Estruturais e de Investimento: uma avaliação do relatório nos termos do artigo 16.º, n.º 3, do RDC (2016/2148(INI)) O Parlamento Europeu, Tendo em conta o artigo 174.º do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia (TFUE), Tendo em conta o Regulamento (UE) n.º 1303/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 17 de dezembro de 2013, que estabelece disposições comuns relativas ao Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, ao Fundo Social Europeu, ao Fundo de Coesão, ao Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural e ao Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas, que estabelece disposições gerais relativas ao Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, ao Fundo Social Europeu, ao Fundo de Coesão e ao Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas, e que revoga o Regulamento (CE) n.º 1083/2006 do Conselho (seguidamente designado o «RPC») 1, Tendo em conta o Regulamento (UE) n.º 1301/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 17 de dezembro de 2013, sobre o Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional e que estabelece disposições específicas relativas ao objetivo de investimento no crescimento e no emprego e que revoga o Regulamento (CE) n.º 1080/2006 2, Tendo em conta o Regulamento (UE) n.º 1301/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 17 de dezembro de 2013, relativo ao Fundo Social Europeu e que revoga o Regulamento (CE) n.º 1081/2006 do Conselho 3, Tendo em conta o Regulamento (UE) n.º 1305/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 17 de dezembro de 2013, relativo ao apoio ao desenvolvimento rural pelo Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural (FEADER) e que revoga o Regulamento (CE) n.º 1698/2005 do Conselho 4, Tendo em conta o Regulamento (UE) n.º 1299/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 17 de dezembro de 2013, relativo às disposições específicas aplicáveis ao apoio prestado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional ao objetivo da Cooperação Territorial Europeia 5, Tendo em conta o Regulamento (UE) n.º 1302/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 17 de dezembro de 2013, que altera o Regulamento (CE) n.º 1082/2006 relativo aos agrupamentos europeus de cooperação territorial (AECT), no que se refere à clarificação, à simplificação e à melhoria da constituição e do funcionamento desses 1 JO L 347 de , p JO L 347 de , p JO L 347 de , p JO L 347 de , p JO L 347 de , p PR\ doc 3/12 PE v01-00

4 agrupamentos 1, Tendo em conta o Regulamento (UE) n.º 508/2014 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de maio de 2014, relativo ao Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas, e que revoga os Regulamentos (CE) n.º 2328/2003, (CE) n.º 861/2006, (CE) n.º 1198/2006 e (CE) n.º 791/2007 do Conselho e o Regulamento (UE) n.º 1255/2011 do Parlamento Europeu e do Conselho 2, Tendo em conta o Regulamento (UE) 2015/1017 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 25 de junho de 2015, que cria o Fundo Europeu para Investimentos Estratégicos, a Plataforma Europeia de Aconselhamento ao Investimento e o Portal Europeu de Projetos de Investimento e que altera os Regulamentos (UE) n.º 1291/2013 e (UE) n.º 1316/2013 Fundo Europeu para Investimentos Estratégicos 3, Tendo em conta a Comunicação da Comissão intitulada «Investir no emprego e no crescimento maximizar o contributo dos Fundos Europeus Estruturais e de Investimento» (COM(2015)0639), Tendo em conta a sua resolução, de 11 de maio de 2016, sobre a aceleração da execução da política de coesão 4, Tendo em conta a sua resolução, de 6 de julho de 2016, sobre sinergias para a inovação: os Fundos Europeus Estruturais e de Investimento, o Programa Horizonte 2020 e outros fundos da União no domínio da inovação e programas da UE 5, Tendo em conta as conclusões do Conselho, de 26 de fevereiro de 2016, sobre a Comunicação «Investir no emprego e no crescimento maximizar o contributo dos Fundos Europeus Estruturais e de Investimento», Tendo em conta o parecer do Comité Económico e Social Europeu, de 25 de maio de 2016, sobre a Comunicação da Comissão intitulada «Investir no emprego e no crescimento maximizar o contributo dos Fundos Europeus Estruturais e de Investimento» (COM(2015)0639), Tendo em conta o parecer do Comité das Regiões de..., de 2016, sobre a Comunicação «Investir no emprego e no crescimento maximizar o contributo dos Fundos Europeus Estruturais e de Investimento», Tendo em conta o sexto relatório sobre a coesão económica, social e territorial (COM(2014)0473), Tendo em conta o estudo da sua Direção-Geral das Políticas Internas (Departamento Temático B: Políticas Estruturais e de Coesão), de junho de 2016, intitulado «Maximização das sinergias entre os Fundos Europeus Estruturais e de Investimento e outros instrumentos da UE para atingir os objetivos da Estratégia Europa 2020» 1 JO L 347 de , p JO L 149 de , p JO L 169 de , p Textos Aprovados, P8_TA(2016) Textos Aprovados, P8_TA(2016)0311. PE v /12 PR\ doc

5 Tendo em conta a análise da sua Direção-Geral das Políticas Internas (Departamento Temático B: Políticas Estruturais e de Coesão), de junho de 2016, intitulada «Financial instruments in the programming period: first experiences of Member States» (Instrumentos financeiros para o período de programação : primeiras experiências dos 28 Estados-Membros), Tendo em conta o artigo 52.º do seu Regimento, Tendo em conta o relatório da Comissão do Desenvolvimento Regional e os pareceres da Comissão do Emprego e dos Assuntos Sociais, da Comissão dos Orçamentos, da Comissão dos Transportes e do Turismo, da Comissão da Agricultura e do Desenvolvimento Rural e da Comissão da Cultura e da Educação (A8-0000/2016), A. Considerando que a política de coesão representa uma parte considerável do orçamento da União Europeia (UE), que ascende a cerca de um terço das suas despesas totais; B. Considerando que, com um orçamento de 454 mil milhões de euros para o período de , os Fundos Europeus Estruturais e de Investimento (FEEI) constituem o principal instrumento da política de investimento da UE; C. Considerando que os acordos de parceria (AP) constituem a base para o relatório nos termos do artigo 16.º, n.º 3, apresentado pela Comissão; D. Considerando que as negociações dos AP e dos programas operacionais (PO) para o período foram um exercício modernizado, fortemente ajustado e intensivo, com um novo quadro para a orçamentação baseada no desempenho, as condicionalidades ex ante e a concentração temática, causando inadvertidamente graves atrasos no início real da execução da política de coesão; E. Considerando que foram estabelecidas disposições comuns para todos os cinco FEEI, reforçando assim a relação entre eles; F. Considerando que a política de coesão enfrenta, no período atual, muitos desafios decorrentes da crise financeira o que levou a uma redução do investimento público em muitos Estados-Membros, fazendo com que os FEIE e o cofinanciamento pelos Estados-Membros sejam o principal instrumento de investimento público em muitos Estados-Membros e da crise da migração; G. Considerando que a política de coesão no período da programação de obteve uma abordagem política mais orientada através de uma concentração temática, em apoio às prioridades da Comissão Juncker; H. Considerando que neste período os FEIE estão mais fortemente orientados para os resultados; I. Considerando que ao abrigo da política de coesão existe um maior alinhamento dos investimentos com as prioridades da Estratégia Europa 2020 e do Semestre Europeu; Partilha de resultados, comunicação e visibilidade 1. Observa que a Europa tem vindo a atravessar uma fase difícil, tanto em termos PR\ doc 5/12 PE v01-00

6 económicos como políticos, pelo que uma política de investimento digna e próxima dos cidadãos é mais necessária do que nunca; 2. Observa que a política de coesão para foi revista em profundidade o que exige uma mudança de mentalidades e métodos de trabalho a todos os níveis de governação mas que é muitas vezes vista como uma política de despesas tradicional, em vez de uma política de investimento; 3. Observa que a comunicação fundamental sobre os projetos da política de coesão deve centrar-se no valor acrescentado europeu e na visibilidade dos casos de sucesso; insiste em que a comunicação sobre o tema dos FEEI deverá ser modernizada e reforçada; 4. Chama a atenção para o facto de que, a fim de melhorar a comunicação e a visibilidade dos FEEI, poderia ser dada um maior destaque à participação das partes interessadas e dos beneficiários, bem como ao envolvimento dos cidadãos na política de coesão; além disso, insta a Comissão a informar mais sobre os sucessos da política de coesão; Concentração temática 5. Acolhe com agrado a concentração temática, uma vez que se revelou um bom instrumento para criar uma política específica e dar eficácia às prioridades da UE e da Estratégia UE 2020; 6. Insiste em que a política de coesão deve continuar a ter uma incidência temática, permitindo simultaneamente um certo grau de flexibilidade, a fim de ter em conta as necessidades específicas de cada região; 7. Salienta, em particular, que se deve ter em conta as circunstâncias das regiões distintamente rurais ou urbanas, as denominadas «regiões com atraso de desenvolvimento» e as regiões com limitações naturais e geográficas permanentes (regiões mais setentrionais com densidade populacional muito baixa e regiões transfronteiriças, insulares, montanhosas ou ultraperiféricas); recorda, neste contexto, que é importante apoiar novos desafios políticos, como a imigração, bem como a dimensão digital da política de coesão entendida em sentido amplo (incluindo questões em matéria de TIC e de acesso de banda larga, que estão relacionadas com a conclusão do mercado único digital); recorda a estratégia para a União da Energia, dado que os FEEI desempenham um papel importante na sua execução; 8. Apoia a mudança da concentração nos projetos relacionados com infraestruturas para a promoção da economia do conhecimento, da inovação e da inclusão social; Condicionalidades ex ante 9. Considera que as condicionalidades ex ante em particular, as relativas às estratégias de investigação e inovação para a especialização inteligente (RIS3) demonstraram a sua utilidade e sugere que sejam melhoradas; 10. Chama a atenção para o facto de 25% das condicionalidades ex ante ainda não terem sido satisfeitas, pelo que insta à tomada de medidas urgentes para enfrentar esta situação; PE v /12 PR\ doc

7 Orçamentação baseada no desempenho 11. Realça que o quadro regulamentar para o período de e os AP deu aos programas de coesão uma forte tónica orientada para os resultados; 12. Salienta que uma melhoria importante foi a introdução da concentração temática, fazendo com que os investimentos se concentrem em objetivos específicos e as prioridades correspondam a indicadores e metas acordados especificamente para todos os temas; 13. Recorda que foi criada uma reserva de desempenho para cada Estado-Membro, constituída por 6% dos recursos afetados aos FEIE; recorda que, com base nos relatórios nacionais de 2017 e na análise de desempenho de 2019, a reserva será afetada exclusivamente a programas e prioridades que tenham atingido os seus objetivos intermédios; O Semestre Europeu 14. Congratula-se por mais de dois terços das recomendações específicas por país (REP), que foram adotadas em 2014 serem relevantes para os investimentos da política de coesão e terem sido tidas em consideração nas prioridades de programação dos Estados- Membros; 15. É favorável ao estabelecimento de uma relação equilibrada entre a política de coesão e o Semestre Europeu, tal como a trabalhar com vista a alcançar os mesmos objetivos no âmbito da Estratégia Europa 2020; Sinergias e instrumentos financeiros 16. Constata que o quadro regulamentar dos FEEI para o período de apoia instrumentos financeiros; observa que se dá destaque a uma mudança gradual das subvenções para os empréstimos e garantias; observa também que a utilização da abordagem multifundos parece continuar a ser difícil; 17. Salienta que o Fundo Europeu para Investimentos Estratégicos (FEIE) é apresentado como um caso de sucesso no que respeita à execução rápida e, neste contexto, solicita à Comissão que apresente ensinamentos para os FEEI para o novo período de programação; 18. Salienta que as regras em matéria de auxílios estatais são aplicáveis aos FEEI mas não ao FEIE e ao programa Horizonte 2020, o que causa problemas para aumentar o nível de sinergia entre os instrumentos; sublinha que, caso se pretenda alargar o FEIE ou qualquer outro tipo de instrumentos financeiros, a questão das regras em matéria de auxílios estatais deve ser adaptada em conformidade; 19. Advoga um novo aumento equilibrado dos instrumentos financeiros; insta, por isso, a Comissão a propor incentivos em favor das autoridades de gestão para esse efeito; Simplificação 20. Reconhece que a simplificação é um fator importante para o acesso ao financiamento; PR\ doc 7/12 PE v01-00

8 21. Congratula-se com o facto de o novo quadro regulamentar modernizado dos FEEI proporcionar novas possibilidades de simplificação em termos de regras de elegibilidade comuns, opções de custos simplificadas e governação eletrónica; 22. Lamenta que ainda não tenha sido realizada uma avaliação dos encargos administrativos, incluindo, em especial, componentes como tempo, custos e burocracia; consequentemente, insta a Comissão a elaborar um estudo exaustivo sobre o custo dos encargos administrativos na UE com base em elementos de prova do período de e do início do novo período; 23. Recomenda que no novo período de programação todos os níveis de governação trabalhem no sentido de um sistema de auditoria única; salienta a necessidade de novas medidas em matéria de simplificação; 24. Espera que a Comissão apresente propostas para uma maior simplificação da execução dos FEEI no «Omnibus», a apresentar no segundo semestre de 2016; Capacidade administrativa 25. Observa que os Estados-Membros têm culturas administrativas diferentes, que se traduzem em níveis de desempenho diferentes, que as condicionalidades ex ante estão a ajudar a ultrapassar; 26. Considera fundamental identificar os processos e procedimentos desnecessariamente complexos no âmbito da gestão partilhada, que criam uma sobrecarga adicional para as autoridades e os beneficiários; 27. Salienta que os quadros regulamentares, condições e soluções concebidos especificamente (tais como o mecanismo de intercâmbio Taiex Regio Peer 2 Peer entre as várias regiões) com vista à simplificação podem dar resposta às necessidades e aos desafios enfrentados pelas diferentes regiões de forma mais eficaz no que diz respeito à capacidade administrativa; Cooperação territorial europeia (CTE) 28. Sublinha o valor acrescentado europeu da CTE, que se deve refletir num aumento do nível das dotações para este objetivo da política de coesão, a concretizar o mais rapidamente possível; 29. Propõe a criação de uma ligação permanente entre as RIS3 e a cooperação inter-regional à escala da UE, de preferência, sob a forma de um elemento permanente do programa INTERREG; 30. É de opinião que o PIB pode não ser o único indicador legítimo para assegurar uma distribuição equitativa dos recursos que tenha em conta as necessidades territoriais específicas; também é de opinião que muitas regiões da Europa enfrentam uma situação de evolução demográfica, bem como a diminuição da população das zonas rurais; Princípio de parceria e governação a vários níveis 31. Congratula-se com o código de conduta acordado durante as negociações, que define as PE v /12 PR\ doc

9 normas mínimas para o bom funcionamento duma parceria; observa, no entanto, que embora o código tenha contribuído para melhorar a aplicação do princípio de parceria na maioria dos Estados-Membros, muitos destes centralizaram grandes partes da negociação e execução dos AP e dos PO; 32. Salienta que é necessária uma clarificação, por parte da Comissão, sobre o desempenho dos Estados-Membros e regiões no que respeita aos princípios do artigo 5.º do RDC, com destaque para a questão de saber como os governos podem ser incentivados a aplicar plenamente o princípio de parceria; salienta que a responsabilidade partilhada é uma condição prévia para um reconhecimento mais forte da política de coesão da UE; Futura política de coesão 33. Salienta que os FEEI contribuem para o PIB em muitos Estados-Membros, sendo um elemento essencial a ter em consideração no 7.º relatório sobre a coesão, previsto para 2017; 34. Recorda que a CTE que serve o princípio mais lato da coesão territorial introduzido pelo Tratado de Lisboa ainda não é adequadamente aplicada; exorta, portanto, todas as partes envolvidas nas negociações sobre a política futura a reforçarem a coesão territorial; 35. Considera que a concentração temática tem de ser mantida no futuro, uma vez que já provou a sua viabilidade; espera que a Comissão apresente uma síntese das realizações da concentração temática no âmbito da política de coesão; 36. Está convicto de que a futura política de coesão orientada para os resultados tem de basear-se na experiência adquirida no domínio no passado (orçamentação baseada no desempenho, condicionalidades ex ante e concentração temática), dado que isto fornece orientações práticas claras para as autoridades locais e regionais incluindo as que ainda não tentaram aplicar esta abordagem sobre a aplicação dos seus princípios; 37. Salienta que no futuro é necessária uma aceitação mais rápida dos fundos disponíveis; entende que, após a adoção do futuro regulamento, a implementação dos PO poderá começar mais rapidamente, já que os Estados-Membros terão já alguma experiência com uma política orientada para os resultados após os esforços realizados pela política de coesão em ; 38. Entende que o espírito de inovação e especialização inteligente deve continuar a ser um motor importante da política de coesão; 39. Encarrega o seu Presidente de transmitir a presente resolução ao Conselho, à Comissão, ao Comité das Regiões e aos governos e parlamentos nacionais e regionais dos Estados- Membros. PR\ doc 9/12 PE v01-00

10 EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS A Europa tem vindo a atravessar uma fase difícil, tanto em termos económicos como políticos, pelo que uma política de investimento digna e próxima dos cidadãos é mais necessária do que nunca. Em 14 de dezembro de 2015, a Comissão apresentou a comunicação COM(2015)0629, intitulada «Investir no emprego e no crescimento maximizar o contributo dos Fundos Europeus Estruturais e de Investimento». Esta comunicação responde à obrigação prevista no artigo 16.º, n.º 3, do Regulamento Disposições Comuns (RDC). O Parlamento Europeu procede agora à avaliação da comunicação da Comissão no presente relatório de execução. Com um orçamento de 454 mil milhões de euros para o período de , os Fundos Europeus Estruturais e de Investimento (FEEI) constituem o principal instrumento da política de investimento da UE. Em consequência da crise financeira, os investimentos públicos diminuíram substancialmente, fazendo com que os FEIE e o cofinanciamento pelos Estados- Membros sejam o principal instrumento de investimento público na maioria dos Estados- Membros. Para alguns Estados-Membros, os FEEI representam 60-80% do investimento público total no Estado-Membro. Portanto, torna-se essencial maximizar o impacto deste instrumento de investimento fundamental. O relator constata que a comunicação fundamental sobre os nossos projetos não deve ser apenas sobre despesas e contabilidade mas também deve visar o valor acrescentado europeu e a visibilidade dos sucessos da Europa. Além disso, insiste em que a comunicação sobre os FEIE deve ser modernizada e reforçada. Sempre que projetos interessantes e inovadores recebam fundos europeus para terem êxito, isso deverá ser amplamente divulgado junto dos cidadãos europeus. Assim, a comunicação sobre os FEIE deve ser modernizada e reforçada. Um elemento importante na perspetiva da futura política de coesão é o equilíbrio entre os objetivos do Semestre Europeu e as recomendações específicas por país (REP) e os objetivos da política de coesão (coesão económica, social e territorial), cuja complementaridade deve ser analisada ainda mais. As condicionalidades ex ante são uma das inovações introduzidas no RDC para o período de programação de As condicionalidades ex ante foram introduzidas para melhorar as condições de investimento na União Europeia e nas suas regiões. Na sua comunicação, a Comissão afirma que 75% das condicionalidades ex ante estavam cumpridas no momento em que os programas foram aprovados, o que significa que 750 não o foram. Até meados de julho este número foi reduzido para 500. O relator espera receber, nos relatórios intercalares de 2017 dos Estados-Membros, mais dados/análises qualitativos acerca dos progressos globais no cumprimento dos objetivos da Estratégia Europa 2020, nomeadamente os objetivos intermédios, bem como sobre o funcionamento das condicionalidades ex ante. PE v /12 PR\ doc

11 No que se refere à ideia mais ampla da política orientada para os resultados, uma melhoria importante foi a introdução da concentração temática, através da qual os investimentos são centrados em prioridades e objetivos específicos que correspondam a objetivos e indicadores estabelecidos especificamente para este tema. A concentração temática contribui claramente para as 10 prioridades da Comissão Europeia. Portanto, a política de coesão deve continuar a ter uma incidência temática, permitindo simultaneamente um certo grau de flexibilidade, a fim de ter em conta as necessidades específicas de cada região. Neste contexto, o relator salienta, em particular, que se deve ter em conta as circunstâncias das regiões distintamente rurais ou urbanas, as denominadas «regiões com atraso de desenvolvimento» e as regiões com limitações naturais e geográficas permanentes (regiões mais setentrionais com densidade populacional muito baixa e regiões transfronteiriças, insulares, montanhosas ou ultraperiféricas). Recorda também que é importante lembrar novos desafios políticos, como a imigração, bem como a dimensão digital da política de coesão entendida em sentido amplo (incluindo, por exemplo, questões em matéria de TIC e de acesso de banda larga, que estão relacionadas com a conclusão do mercado único digital). Um ponto importante a destacar neste contexto é a estratégia para a União da Energia, dado que os FEEI têm um papel importante e multifacetado na sua execução. A simplificação é um fator importante para o acesso ao financiamento; No que lhe diz respeito, no entanto, é lamentável que os beneficiários ainda enfrentem muitos obstáculos e ainda existam muitos procedimentos complexos. Embora o RDC preveja mais possibilidades para a utilização de instrumentos financeiros e duma abordagem multifundos, são necessárias mais medidas no domínio da simplificação, bem como sinergias com os instrumentos de política da UE de orientação semelhante. O quadro regulamentar dos FEEI para o período de programação de apoia o aumento do recurso a instrumentos financeiros. Esta tendência foi reforçada no Plano de Investimento para a Europa e, em particular, no recém-criado Fundo Europeu para Investimentos Estratégicos (FEIE). Agora dá-se destaque a uma mudança gradual das subvenções para os empréstimos e garantias, embora a utilização da abordagem multifundos pareça continuar a ser difícil. O FEIE, mas também os instrumentos destinados às PME, foram aprovados muito tarde no decurso do processo de negociação, fazendo com que os Estados-Membros não tivessem suficientemente em conta estes instrumentos nos seus programas. Até à data, 64 projetos de investimento foram iniciados e 185 acordos de financiamento das PME com intermediários foram assinados ao abrigo do FEIE, tendo sido utilizados 12 mil milhões de euros que deram origem a 100 mil milhões de euros de novos investimentos. No que se refere à cooperação territorial europeia (CTE) é de salientar que ela é posta em causa por, pelo menos, um fator importante de natureza não estritamente política, jurídica ou económica. Muitas regiões da Europa enfrentam uma situação de evolução demográfica, bem como a diminuição da população das zonas rurais causada pela saída dos jovens das zonas rurais para as cidades, devido às muitas oportunidades oferecidas pelas cidades em comparação com as zonas rurais. Os Estados-Membros devem criar os instrumentos necessários para continuar a desenvolver a capacidade administrativa, por exemplo, através do melhoramento de soluções de governação PR\ doc 11/12 PE v01-00

12 eletrónica funcionais e flexíveis. Por último, mas não de menor importância, é importante chamar a atenção para o facto de que a elevada percentagem de erros na política de coesão deriva, em parte, do impacto de outras políticas, tais como contratos públicos, auxílios estatais, etc. PE v /12 PR\ doc