Parecer proferido no P.º R. N. 1/2013 STJ-CC

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1 Parecer proferido no P.º R. N. 1/2013 STJ-CC Recorrentes: Teresa.., notária, e Rosália M. Recorrida: Conservatória do Registo Civil de. Sumário: recusa de retificação de habilitação de herdeiros efetuada em procedimento simplificado de sucessão hereditária garantia impugnatória. Atendibilidade dos atos sujeitos a registo praticados no estrangeiro. Relatório 1. Em 18/02/2013, foi pedido por Rosália M., cabeça de casal na herança aberta por óbito do cônjuge, Estêvão., a retificação do título de habilitação de herdeiros elaborado no procedimento simplificado de habilitação de herdeiros n.º./2012-retificação, no sentido de passar a constar que a herdeira habilitada, Rosália C.., identificada no título retificando como solteira, maior, era, à data da abertura da sucessão, divorciada, como consta do averbamento efetuado ao assento de nascimento n.º., do ano de 2012, da Conservatória do Registo Civil de De acordo com os elementos disponíveis, o procedimento a que se refere o pedido de retificação constitui ele próprio uma sucessão ordenada de atos tendente à retificação do título habilitação de herdeiros realizado no procedimento simplificado n.º /2012 (HABILITAÇÃO DE HERDEIROS SEM REGISTOS), culminando na elaboração de um novo título de habilitação de herdeiros idêntico ao anterior, exceto no que concerne à habilitação do herdeiro preterido, Carlos., e, bem assim, ao estado civil da herdeira Rosália, que, em vez de divorciada, passou a figurar como solteira, maior 1. 1 Parece que não terá sido aqui seguido o Manual de Procedimentos, aprovado pelo despacho n.º 61/2010, que, no seu ponto 7./b), manda que a retificação, mediante elaboração de novo documento, se faça no mesmo processo, e que, após esta, se proceda ao lançamento de averbamento no título inicial assinado que se encontra digitalizado, dele constando a referência ao novo documento elaborado e a data do mesmo. Se bem compreendemos a referida passagem do Manual, isto quererá dizer que todos os atos praticados no procedimento e suas vicissitudes devem integrar um processo documental único, arquivado eletronicamente, e que, portanto, a consulta do procedimento no SIRIC deve permitir a visualização de tudo quanto nele se passou até ao momento. 1

2 1.2. A propósito da identificação da mesma Rosália C, é dito no procedimento n.º /2012, na parte referente a ELEMENTOS OBTIDOS POR CONSULTA DIRETA, que o seu estado civil «foi declarado pelo cabeça de casal por o mesmo não se encontrar atualizado, enquanto no procedimento n.º./2012-retificação, depois de se identificar a herdeira como solteira, maior, em conformidade com a consulta direta à base de dados do registo civil, atribui-se ao cabeça de casal a declaração de que a herdeira é atualmente divorciada, mas que o casamento e o divórcio ainda não se encontram transcritos para a ordem jurídica portuguesa, advertindo-se o declarante de que deve proceder à sua transcrição O que se apurou ser diferente entre um título (o inicial) e o outro (o de retificação) resulta do confronto entre as menções, do mesmo tipo, neles apostas, pois, para além da epígrafe do novo documento elaborado, dando conta de que se trata de retificação, nenhuma passagem do texto é dedicada à identificação das inexatidões e das suas causas. 2. Sobre o novo pedido de retificação, visando a reposição do estado civil de divorciada da herdeira Rosália C. (agora verificável na base de dados do registo civil SIRIC por força do ingresso dos atos de registo obrigatório em falta), recaiu despacho de recusa, alicerçando-se a decisão negativa no facto de os averbamentos de casamento e de divórcio serem posteriores ao procedimento e na correspondência entre o conteúdo da habilitação e a informação constante da aludida base de dados à data da elaboração do título, afastando-se, com isso, a existência de erro quanto ao referido elemento de identificação. 3. Desta decisão, notificada à requerente por carta registada de 21/02/2013 (como se afirma no despacho de sustentação), foi interposto o presente recurso hierárquico, em que figuram como recorrentes a notária, Lic. Teresa., e a requerente Rosália M., nele se aduzindo, em síntese, que foi pedido no cartório a cargo da notária Teresa. a realização de escritura pública de partilha do património hereditário deixado por óbito de Estêvão..; que, na apreciação dos documentos necessários ao ato, se verificou existir a divergência quanto ao estado civil da herdeira Rosália sobre que versou o pedido de retificação recusado; que, após a transcrição do casamento e do divórcio para a ordem jurídica portuguesa, estes factos passaram a poder ser invocados com efeitos desde a data em que ocorreram; e que, operando tal retroatividade de efeitos, tem de se concluir que, à data do óbito, a herdeira era divorciada, donde é inexata a menção aposta na habilitação de herdeiros de que a herdeira era solteira à data da abertura da sucessão. 2

3 4. No seguimento deste recurso, apresentado no serviço de registo competente em 08/03/2013, foi emitido despacho de sustentação, juridicamente enquadrado nos artigos 286.º/4 e 289.º do Código do Registo Civil (CRC), que desenvolve os argumentos já expendidos na nota de recusa, acrescentando-se, em apreciação das alegações das recorrentes, que, embora o estado civil constitua elemento de identificação dos herdeiros, a habilitação de herdeiros não se destina a comprovar o estado civil dos habilitandos, mas a qualidade de herdeiro, e que os efeitos retroativos da transcrição dos atos para a ordem jurídica interna não provocam emendas ou retificações dos atos entretanto praticados antes da transcrição, porque não há erro. Questões prévias Da garantia impugnatória 1. Considerando que está em causa a retificação de um ato integrado num procedimento simplificado de sucessão hereditária e que no conjunto das disposições legais contido nos artigos 210.º-A a 210.º-R do CRC nenhuma referência se encontra a este propósito, a primeira dificuldade é saber que garantia impugnatória podemos reconhecer aos interessados perante a recusa de um ato deste tipo No artigo 210.º-N do CRC, temos que aos procedimentos simplificados de sucessão hereditária é aplicável, subsidiariamente, a lei notarial, donde, seguindo o princípio ínsito no artigo 80.º/2/b) do CN, diríamos que os atos que importem retificação dos atos e negócios jurídicos praticados na forma especial prevista no CRC devem ser realizados no BHDP e integrados no mesmo processo, seguindo a mesma forma de título público, exceto quando se trate de omissões e inexatidões como as que estão previstas no artigo 132.º do CN, caso em que deverá admitir-se, como via expedita de sanação, a figura do averbamento, já que a racionalidade do aludido preceito da lei notarial, sobretudo gizado para os atos notariais realizados em livros de notas, não deixa de se ajustar aos atos de titulação inseridos nestes procedimentos, cujo arquivo eletrónico oferece garantias de segurança e de preservação equivalentes Ainda assim, a retificação do título elaborado no procedimento, seja por averbamento, seja por produção de um novo documento, não é passível de ser qualificada como ato notarial, antes consubstancia vicissitude de um ato (habilitação de herdeiros/partilha da herança) sistematicamente colocado como desenvolução ou consequência de um facto principal o óbito, pertencente ao elenco dos factos sujeitos a registo civil, que, por opção dos interessados, seguiu uma forma especial: a que está prevista no artigo 210.ºF/1 do CRC. 3

4 1.3. Por outro lado, o que na lei notarial se colhe a pretexto da retificação não vai além da técnica de correção permitida em certos casos e na previsão das situações que a consentem (artigo 132.º do CN), não coenvolvendo, na regulação respetiva, um modo específico de reação ao indeferimento do pedido que vise a sanação da inexatidão detetada no ato notarial Por isso, embora também não possamos qualificar os títulos elaborados nos procedimentos simplificados de sucessão hereditária e suas retificações como atos de registo civil, afigura-se coerente com a opção legislativa de inscrição destes procedimentos no Código do Registo Civil que, relativamente às decisões que versem sobre indeferimento de retificação do título produzido no âmbito do procedimento simplificado, se confira aos interessados a mesma garantia impugnatória que está prevista no artigo 210.º-L/4 do CRC e se procure neste Código o regime e a tramitação da impugnação hierárquica ou contenciosa correspondente Porque um código terá a ambição de dar ao intérprete um mapa onde situar facilmente cada novo caso e de fazer ressaltar o sistema básico pertinente aos institutos e às situações jurídicas que visa disciplinar 2, parece-nos pois adequada a tramitação do recurso hierárquico levada a cabo pelo serviço de registo recorrido e o seu enquadramento nos artigos 286.º/4, 288.º e 289.º do CRC, na certeza de que a configuração processual e o detalhe contido nestes preceitos legais não deixam de se ajustar ao objeto impugnatório em tabela. Da legitimidade para o recurso 2. Reconhecida a garantia impugnatória, outro problema é saber quem dela pode beneficiar, ou seja, a quem pertence o interesse juridicamente protegido no procedimento ou decisão em causa Em face do disposto no artigo 210.º-L/4 do CRC, que fizemos estender ao indeferimento do pedido de retificação do título elaborado no procedimento, da decisão que negue a realização do ato nos termos requeridos deve ser lavrado despacho, entregando-se cópia do mesmo aos interessados, os quais se consideram notificados para efeitos de impugnação hierárquica ou contenciosa Sobre dizer a quem pertence a qualidade de interessado no procedimento simplificado de habilitação de herdeiros elucidam os artigos 210.º-B e 210.º-F/1/a) do 2 Cfr. José de oliveira Ascensão, O Direito - Introdução e Teoria Geral, 13.º Edição, pp.369/378. 4

5 CRC e o artigo 1.º da Portaria n.º 1594/2007, de 17 de dezembro, que, a nosso ver, a conferem unicamente àquele que figura como requerente do ato, por a ele pertencer o interesse direto na prestação do serviço Cremos que tanto bastará para inferir que o recurso hierárquico da decisão negativa tomada no âmbito do procedimento simplificado de sucessão hereditária não constitui um processo aberto a quem não interveio na relação jurídica procedimental implicada e que, por conseguinte, no caso dos autos, só à recorrente Rosália M. pertence a prerrogativa impugnatória A intervenção efetiva da Sra. notária que subscreve o requerimento de recurso parece, assim, carecer de base legal, porque não preenche o critério de legitimidade subjetiva acima referido; porque a impugnação das decisões do conservador não se incorpora na função notarial, tal como está definida no artigo 4.º do Estatuto do Notariado; e porque, mesmo que se pretendesse ver na aplicação subsidiária do Código do Procedimento Administrativo (ex vi analógica do artigo 147.º-B do Código do Registo Predial) um caminho para a extensão da legitimidade a quem não é requerente mas se sentiu atingido pela recusa, sempre estaria por demonstrar um interesse direto, pessoal e legítimo da Sra. notária na impugnação da decisão recorrida 3. *** Pelo exposto, propomos que a interposição do recurso aproveite apenas à requerente, que também subscreveu o requerimento de recurso, rejeitando-se a apreciação a pedido da Sra. notária, por falta de legitimidade (artigo 173.º/c) do Código do Procedimento Administrativo, subsidiariamente aplicável ao recurso hierárquico das decisões negativas tomadas no âmbito dos procedimentos simplificados de sucessão hereditária por analogia com o disposto no artigo 147.º-B do Código do Registo Predial). Questão de fundo 3 Naturalmente, haverá sempre um interesse moral da Sra. notária na definição do critério a seguir nos casos duvidosos e a vontade de realizar o ato de partilha de harmonia com os documentos instrutórios, designadamente a habilitação de herdeiros. Todavia, não se localizando no Código do Registo Civil, ou em lei avulsa, norma que lhe atribua legitimidade para o recurso de decisão do conservador, a salvaguarda de um interesse deste tipo pediria, pelo menos, que a recusa do ato do conservador se fundasse em vício de que alegadamente enfermasse um título notarial da sua autoria e que a questão viesse colocada ao IRN, I.P., sob a forma de consulta, e não de recurso. 5

6 1. Como já vimos, a retificação pedida respeita ao estado civil da herdeira Rosália C. à data da abertura da sucessão, o qual, após o registo civil do casamento e do divórcio ocorridos no estrangeiro, se comprova ser o de divorciada, e não o de solteira, como ficou a constar da habilitação de herdeiros, em conformidade, aliás, com a única prova (absoluta e pleníssima) atendível ao tempo, ou seja, a que resultava do assento de nascimento consultado no âmbito do procedimento Embora não se afigure evidente que o prosseguimento do procedimento dependa da verificação dos elementos de identificação dos habilitandos por acesso à informação constante das bases de dados pertinentes, quando se sabe que tais elementos fazem parte da declaração de ciência prestada pelo cabeça de casal ou pelas pessoas indicadas no artigo 210.º-O do CRC (cfr. artigo 83.º/3 do CN); que essa formalidade prévia não está prevista no artigo 210.º-E/1 do mesmo Código; e que não há como proceder da mesma forma ou fazer tal exigência probatória no caso de estraneidade desses elementos, a verdade é que, no momento da realização do ato, não cabia invocar um estado civil sujeito a registo civil obrigatório que não estivesse em condições de ser demonstrado pelos meios previstos no Código do Registo Civil (artigos 2.º, 3.º, 4.º e 211.º do CRC) Com efeito, de acordo com o artigo 2.º do CRC, salvo disposição legal em contrário 5, os factos sujeitos a registo civil obrigatório só podem ser invocados depois de registados, pelo que, sendo de registo obrigatório o casamento (artigo 1.º/1/d) do CRC) e o divórcio (artigo 1.º/1/q) do CRC) de cidadão português, só depois deste registo poderão tais factos ser invocados, por quem quer que seja e, em regra, seja para que efeitos for 6. 4 Como refere a recorrida, nuclear na habilitação de herdeiros não é a obtenção de prova do estado civil do habilitando, mas da qualidade de herdeiro, podendo, por isso, ser bem discutível a indispensabilidade da retificação pedida para a realização do ato de partilha. Todavia, não há como negar que este elemento (estado civil do habilitando) é também conteúdo do título, pelo que, a haver erro, há que corrigi-lo. O critério a seguir é pois o da existência ou inexistência da deficiência do título, e não o do peso de cada uma das suas menções na realização dos atos subsequentes relativos à herança. 5 Como é, por exemplo, a que está prevista no artigo 1601.º/c) do CC. 6 Como observam Pires de Lima e Antunes Varela, Código Civil Anotado, vol. V, pp. 34/35, o registo civil desempenha uma função fundamental na prova do estado das pessoas, principalmente dos cidadãos portugueses, que assenta em três princípios: o de que o registo civil é a matriz forçosa de todos os factos que interessam ao estado das pessoas; o de que a prova resultante do registo civil, quanto aos factos cuja inscrição no registo seja obrigatória e quanto ao estado civil correlativo, não pode ser ilidida por qualquer outra, salvo através das ações de estado ou das ações de registo; e o de que, para além destas ações, só os meios 6

7 Não obstante, estipulam os artigos 1670.º do CC e 188.º do CRC que, efetuado o registo do casamento, e ainda que venha a perder-se, os efeitos civis do casamento retrotraem-se à data da sua celebração; vale isto por dizer que, uma vez feito o registo, seja por inscrição, seja por transcrição, os efeitos do casamento produzem-se como se o assento tivesse sido lavrado no momento da celebração do ato Também relativamente ao divórcio ocorrido no estrangeiro, temos que, mesmo nos casos em que o reconhecimento da decisão respetiva não deva ser automático (como é segundo o regime europeu em matéria matrimonial) e dependa, portanto, de um processo prévio de revisão e confirmação, uma vez conferida à decisão um título de eficácia na ordem jurídica interna, ou operada a receção dos seus efeitos na ordem jurídica interna (através do reconhecimento automático ou da delibação e do registo civil obrigatório), caberá considerar o efeito constitutivo daquela decisão desde o momento da sua produção na ordem jurídica do Estado de origem, com ressalva dos direitos de terceiros Assim sendo, se, em regra, os efeitos do registo civil do casamento e da cessação do vínculo conjugal por divórcio se reportam ao momento em que os factos registados ocorreram, será agora indiscutível a asserção de que, à data da abertura da sucessão e da realização da habilitação de herdeiros, o estado civil da herdeira era o de divorciada. previstos nas leis do registo civil constituem instrumentos de prova dos factos sujeitos a registo obrigatório e dos estados ou situações pessoais correspondentes. 7 Cfr. Pires de Lima e Antunes Varela, Código Civil Anotado, vol. IV, pp. 251, salientando, na esteira de Pereira Coelho, que o registo não é um elemento constitutivo do casamento, mas simples formalidade, posterior ao casamento, e que só é necessária para que ele possa ser invocado. 8 Nas impressivas palavras de Lima Pinheiro, Direito Internacional Privado Competência Internacional e Reconhecimento de Decisões Estrangeiras, 2.ª edição, pp. 528/529, a sentença de confirmação não se substitui à sentença estrangeira nem a nacionaliza através de uma incorporação do seu conteúdo, pelo que se compreende que seja retroativo o efeito da confirmação da decisão estrangeira, com ressalva dos direitos entretanto adquiridos por terceiros segundo o Direito do Estado de reconhecimento. Também Ferrer Correia, Lições de Direito Internacional Privado I, p. 476, prefere o entendimento de que a confirmação constitui um julgado português que atribui relevância na ordem jurídica nacional ao conteúdo da decisão confirmada, permitindo ter em conta a autoridade daquela decisão a partir do momento em que foi proferida, ressalvados os direitos de terceiros. 9 Questão diversa, cuja resolução o caso dos autos parece não impor, é a que surge a propósito da ressalva dos direitos de terceiros a que aludem os artigos 1670.º/2 e 1789.º/3 do CC, e que impede a oponibilidade dos efeitos civis do casamento e dos efeitos patrimoniais do divórcio aos terceiros que tenham adquirido os seus direitos antes da data do registo civil. 7

8 Todavia, como vimos, este estado civil não podia ser provado, nem sequer invocado, antes de se lograr a eficácia do casamento e do divórcio na ordem jurídica interna Donde, considerando que a inexatidão do título se apresenta como um vício genético, isto é, como defeito ou imperfeição que existe no momento da formação do documento e se revela em face do confronto com a verdade jurídica em vigor 10, não vemos realmente como afirmar que o que foi feito no passado, ou seja, antes do registo civil daqueles factos, está errado ou inexato, quando se sabe que o foi de acordo com a verdade jurídica existente ao tempo, espelhando a única realidade atendível: a que constava do registo civil Na nossa opinião, outra coisa será dizer do agir sobre o passado ou da suscetibilidade de modificação do que já foi feito em que a eficácia retroativa do registo do casamento e do divórcio se traduz, porquanto nesta ação se pressupõe que o passado está correto, mas que importa modificá-lo, em conformidade com a verdade jurídica que só agora pode ser invocada, valendo isto por demandar uma alteração do conteúdo do título, de modo a que a identificação do habilitado combine com a prova resultante do registo civil Embora não havendo erro, passou a haver divergência entre o estado civil da sucessora indicado no título (de habilitação de herdeiros) e o que resulta do registo civil posteriormente efetuado, pelo que, ao invés de se pedir a retificação, caberia antes requerer a elaboração de um novo título, de aditamento ou complementar daquele que foi lavrado antes do registo do casamento e do divórcio, contendo o estado civil à data da abertura da sucessão que ora se comprova e, bem assim, a verificação superveniente dos pressupostos de atendibilidade deste estado civil Mesmo quando se trate de inexatidão consequencial e não manifesta, ou seja, daquela que é provocada por inexatidão nos documentos instrutórios ou na declaração dos interessados e que apenas se revela em face da retificação da inexatidão originária, não deixa de estar em causa um vício contemporâneo da formação do título. 11 Obviamente, o que se afirma no texto leva implicada a ponderação acerca da natureza do ato em tabela, não cabendo, assim, a extrapolação para outros atos ou factos jurídicos de que, designadamente, decorram direitos a favor de terceiros (cfr. nota 9). 12 Neste sentido vai a jurisprudência citada pela recorrida e publicada nos BRN 2/2001, pp.11 e ss., e 5/2002, pp. 10 e ss. 13 Como bem sugere a recorrida, onde não existe erro ou inexatidão nada há que retificar, donde o título complementar ou de aditamento que houver de ser feito não deverá ser lido como censura à habilitação 8

9 1.5. Porque não foi esse o pedido indicado no requerimento apresentado no serviço de registo, nem foi é essa a vontade inequivocamente manifestada no recurso, insistindo-se, pelo contrário, na retificação do título, somos de parecer que o recurso não deve proceder. *** Em conformidade com o que antecede, firmamos as seguintes CONCLUSÕES I- Em face do disposto nos artigos 2.º, 3.º e 4.º do Código do Registo Civil, salvo disposição legal em contrário, os factos sujeitos a registo civil obrigatório só podem ser invocados depois de registados; a prova resultante do registo civil, quanto aos factos a ele obrigatoriamente sujeitos e ao estado civil correspondente, não pode ser ilidida por qualquer outra, a não ser nas ações de estado e nas ações de registo; e a prova destes factos só pode ser feita pelos meios previstos no referido Código. II - Donde, sem prejuízo das exceções previstas na lei, o estado civil de cidadão português que tenha casado no estrangeiro e aí tenha obtido a dissolução do vínculo conjugal por divórcio só pode ser invocado e comprovado na ordem jurídica interna após o ingresso destes factos (casamento e divórcio) no registo. III A regra da essencialidade do registo civil para a prova e oponibilidade dos factos a ele obrigatoriamente sujeitos não se opõe à eficácia retroativa deste registo, a qual, com a ressalva dos direitos de terceiros adquiridos antes do registo que houver de ser feita, permite considerar o casamento e o divórcio como estado desde o momento em que estes factos ocorreram. IV - A eficácia retroativa do registo não determina o erro ou a inexatidão de um título anterior, em que a menção do estado civil se mostre conforme à verdade jurídica existente ao tempo em que foi produzido, mas a sua alteração ou anteriormente efetuada, mas como resultado de circunstâncias supervenientes, ainda que de alcance retroativo. 9

10 aditamento, dando conta das vicissitudes verificadas, do estado civil que ora se pode comprovar e da sua atendibilidade no ato que naquele título se contém. Parecer aprovado em sessão do Conselho Consultivo de 24 de maio de Maria Madalena Rodrigues Teixeira, relatora, Isabel Ferreira Quelhas Geraldes, António Manuel Fernandes Lopes, António José dos Santos Mendes, Maria de Lurdes Barata Pires de Mendes Serrano, Laura Maria Martins Vaz Ramires Vieira da Silva. Este parecer foi homologado pelo Exmo. Senhor Presidente do Conselho Diretivo em

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