DIREITO A GREVE DO SERVIDOR PÚBLICO SILVA, J.S.

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Eliana Azenha Imperial
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1 DIREITO A GREVE DO SERVIDOR PÚBLICO SILVA, J.S. RESUMO: O estudo versa sobre o fenômeno Greve e a possibilidade de seu exercício por parte do servidor publico, tanto da esfera federal, estadual e municipal. A Carta Magna antevê em seu inciso VII do artigo 37 que os servidores públicos civis exercerão o direito de greve nos termos e nos limites definidos em lei específica. Contudo, passados vinte e quatro anos da promulgação da Constituição, tal lei ainda não foi editada. Palavras-chave: Servidor. Greve. Público. Abstract: The study deals with the phenomenon strike and the possibility of its exercise by the server public, both at the federal, state and municipal. The Constitution foresees in its Article 37 paragraph VII of the civil servants who exercise the right to strike in accordance with and within the limits defined by a specific law. However, past twenty-four years of the promulgation of the Constitution, that law has not been edited. Keywords: Server. Greve. Public. INTRODUÇÃO Este resumo expandido abordará um tema que se mostrou um tanto controverso no decorrer da historia da evolução dos direitos coletivos. O direito a greve que pode ser considerado uma das mais importantes conquistas dos trabalhadores do mundo contemporâneo, pois é através dela que

2 os trabalhadores reivindicam e lutam pela preservação de seus direitos, quando os mesmos não são cumpridos ou sujeitos a violação. Mesmo a constituinte tendo sido promulgada a vinte e quatro anos, já fazendo alusão ao referido exercício do instituto por parte dos servidores públicos, dependendo apenas de edição de lei posterior até o momento tal lei não foi editada. A omissão evidenciada do legislativo torna importante a abordagem sobre o tema. E com o novo entendimento do Supremo Tribunal Federal, sobre o instituto do Mandado de injunção que deu efeito erga omnes, para aplicação da Lei Geral de Greve ao caso concreto de greve de servidores públicos, isso após os julgamentos dos Mandados de Injunção n. 670-ES, n. 708-DF e n. 712-PA, que possibilitou efetivamente a fruição do direito. Com esta decisão pode-se dizer que houve um grande avanço no que diz respeito a estes institutos tanto o do Mandado de injunção como a greve do servidor em si embora em muito o problema no que toca o direito de greve do servidor ainda necessite de um avanço ainda maior que só será alcançado com a confecção da lei especifica no que concerne ao direito de greve desta categoria. Tanto é que se torna fato notório que o alcance da Lei Geral de Greve não abrange as excepcionalidades inerentes ao serviço público tais como o principio da continuidade dos serviços públicos essenciais, pois na paralisação prevista pela na referida lei o que é atingido é apenas o capital da empresa e já na paralisação dos serviços públicos o que se esta em jogo é a prestação do serviço ao cidadão. REFERENCIAS TEÓRICO-METODOLÓGICOS O desenvolvimento do presente estudo justifica-se pela necessidade de se esclarecer os principais aspectos relacionados ao exercício do direito de greve no ordenamento jurídico, tratando-se desde a evolução histórico-jurídica relacionado ao tema, até as inovações trazidas pela Lei n 7.783/89 da Constituição de 1988, conhecida como Lei do Direito de Greve, no âmbito do

3 serviço público, dada a ausência de lei específica a regulamentar a matéria nesse setor. Por essa questão é que se explica a importância da referida regulamentação, principalmente, enquanto a doutrina e a jurisprudência mostrarem tendenciosa pacificidade no entendimento do tema, em virtude da omissão do Poder Legislativo em regulamentar a matéria, das imprecisões por parte dos Poderes Públicos, das frequentes discussões acerca das limitações do exercício do direito de greve no serviço público. Com a evolução gradativa do Direito Coletivo do Trabalho este ramo do Direito passou a desenvolver um conjunto de princípios, regras e institutos que visando garantir melhores condições ou melhores salários a classe trabalhadora em geral. Pode-se notar a idéia de greve de acordo com o doutrinador NASCIMENTO, "a greve exerce uma ação de confronto e risco que leva à reconstrução do direito do trabalho quando as normas vigentes não atendem às reivindicações do grupo social. Força o empregador a fazer concessões que não faria de outro modo, na defesa obstinada de seus interesses. Obriga o legislador a se manter vigilante e reformular a ordem jurídica" 1. O instituto da greve evoluiu com o decorrer das décadas passando por diversas alterações de crime a direito assegurado constitucionalmente hora permitido hora proibido. O Servidor Publico somente conquistou este direito recentemente na constituinte de 1988, ainda deve-se ter observância as ressalvas no exercício deste instituto por parte desta categoria. No serviço público a proibição do direito de greve justificou-se por longo período de tempo. Recentemente, esse direito é reconhecido de forma contida, provocando um certo desentendimento entre o direito de greve e o princípio da continuidade dos serviços públicos. O entendimento a cerca do principio da continuidade de acordo com FILHO,"a prestação dos serviços públicos deve ser contínua e que a continuidade 1 NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de Direito do trabalho., 26 a ed,. São Paulo, Editora Saraiva p

4 consiste em estímulo ao Poder Público para que persiga o aperfeiçoamento em a extensão dos serviços". 2 Porem o entendimento que observados ao qual segue a doutrina por SOUZA, é de que: "Os serviços, assim, serão tidos como essenciais sempre e quando, interrompidos, venham a representar grave ameaça ou perigo à vida, à segurança ou à saúde de qualquer pessoa, de parte ou de toda a população". 3 Este entendimento básico pode ser ampliado quando a greve, num segmento originariamente excluído das perspectivas apontadas, se prolongue ou ganhe uma extensão maior que as circunstâncias identificadas. A partir dai nota-se que de certa forma em sua maior parte os serviços públicos podem ser considerados essenciais pois em sua maior parte causam algum tipo de risco quando deixam de ser prestados. Deste ponto o Supremo Tribunal Federal entendeu que todos os serviços públicos são essenciais pois estão todos ligados ao cidadão admitindo desta forma apenas a paralisação parcial dos servidores para que se tenha o mínimo de saneamento das prestações de serviços. CONCLUSÃO O Direto a greve embora as vezes mal interpretado ora mau utilizado é ainda sim essencial para que exista um poder de barganha ou de coação a favor do hipossuficiente frente ao empregador que muitas vezes age de forma a querer retroceder no tempo e nas leis. Em se tratando o empregador de ente Estatal a desproporção entre forças se torna ainda maior, pois não é segredo algum que o maior cerceador de direitos é o próprio Estado não só na ceara trabalhista mas sim em diversos campos do Direito. 2 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 15. ed. Rio de Janeiro:Lumen Juris, p SOUZA, Ronald Amorim e. Greve & Locaute Aspectos Jurídicos e Econômicos. Coimbra: Almedina, p 86.

5 REFERÊNCIAS CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 15. ed. Rio de Janeiro:Lumen Juris, p 75 CERNOV, Zênia. Greve de servidores públicos. São Paulo: LTR, 2011.p. 51. NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de Direito do trabalho., 26 a ed,. São Paulo, Editora Saraiva p SOUZA, Ronald Amorim e. Greve & Locaute Aspectos Jurídicos e Econômicos. Coimbra: Almedina, Supremo Tribunal Federal. MI nº 708. Rel. Gilmar Mendes, j. 25 de outubro de Disponível em Acesso em: 14 de junho de BRASIL. Lei n 7.783, de 28 de junho de Dispõe sobre o exercício do direito de greve, define as atividades essenciais, regula o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade, e dá outras providências. Disponível em

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