Avaliação dos Efeitos do Uso Prolongado de Chupetas Convencionais e Ortodônticas Sobre a Dentição Decídua 1

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1 TRABALHO DE PESQUISA Avaliação dos Efeitos do Uso Prolongado de Chupetas Convencionais e Ortodônticas Sobre a Dentição Decídua 1 Evaluation of the Effects of Orthodontic and Conventional Pacifiers on the Primary Dentition Cristiane Mesomo* Estela Maris Losso** Mesomo C, Losso EM. Avaliação dos efeitos do uso prolongado de chupetas convencionais e ortodônticas sobre a dentição decídua. Rev Ibero-am Odontopediatr Odontol Bebê 2004; 7(38): O presente estudo avaliou a oclusão de crianças que apresentavam hábitos de sucção prolongados de chupetas convencionais e ortodônticas. Participaram da avaliação 119 crianças entre 3 e 6 anos incompletos, matriculadas nas creches municipais de Pato Branco, PR. Sessenta e três não tiveram história de hábitos e 56 eram usuárias de chupeta. O grupo controle foi composto por crianças sem história de hábitos. Realizou-se um exame clínico, sendo posteriormente aplicado ao responsável um questionário abordando os hábitos da criança sobre sucção de chupeta. Com relação à mordida aberta anterior, verificou-se que 93% das crianças dos grupos de usuários de chupeta do modelo convencional e ortodôntica apresentaram essa maloclusão, sendo o dado estatisticamente significante quando comparado com o grupo controle. A prevalência de mordida cruzada posterior também foi alta nos grupos de usuários de chupeta. A chupeta ortodôntica não pareceu apresentar vantagens sobre a chupeta convencional quando o hábito foi prolongado. PALAVRAS-CHAVE: Chupetas; Criança; Sucção. INTRODUÇÃO Há basicamente dois tipos de sucção, uma com finalidade nutritiva e outra não-nutritiva. A nutritiva fornece nutrientes essenciais para o crescimento, e a não-nutritiva propicia uma sensação agradável, de bem-estar e segurança (Turgeon- O Brien et al., 1996). Caso a sucção não-nutritiva (como sucção de dedos e chupetas) se mantenha, ela pode representar um problema para a oclusão da criança. A presença e o grau de severidade dos efeitos nocivos desses hábitos dependerão de alguns fatores parâmetros, tais como duração, freqüência, intensidade, posição da chupeta na boca, idade do término do hábito, padrão de crescimento da criança e grau de tonicidade da musculatura bucofacial (Cunha et al., 1998). A chupeta passa a ser um problema quando continua sendo usada depois dos três anos. Com a permanência do hábito de sucção de chupeta além dos três anos, a maloclusão poderá ser perpetuada pela função anormal estabelecida (Cunha et al., 1998; Pastor et al., 2000). A prevalência de maloclusões entre crianças com hábitos de sucção varia de 43% a 90%, sendo o hábito de sucção de chupeta mais freqüente do que a sucção digital (Calisti et al., 1960; Svedmyr, 1979). Na orientação quanto ao tipo de chupeta a ser empregada, recomenda-se a ortodôntica, porque possui bicos com formatos mais próximos à forma de seio materno durante a amamentação. Foram relatados tratamento de correção de mordida aberta e cruzada com chupetas de modelo ortodôntico. Para isto, foi substituída a chupeta do 1 Parte do trabalho realizado para obtenção do título de Especialista em Odontopediatria Universidade Federal do Paraná * Especialista em Odontopediatria FO-UFPR; Travessa Castelo Branco, 55, La Salle CEP , Pato Branco, PR ** Mestre e Doutora em Odontopediatria FO-USP; Professora Titular da Disciplina de Odontologia da Infância UNICENP Curitiba, PR; emlosso@ig.com.br

2 modelo convencional pela ortodôntica (Margolis, 1980; Rutrick, 1974). A promoção dos bicos ortodônticos é fundamentada na semelhança do esforço muscular que produz quando comparado à amamentação natural (Adair et al., 1995). Devido ao seu formato anatômico, ela se adapta ao palato e ajusta-se bem à língua, acompanhando o movimento de sucção (Cunha et al., 1998). Atualmente, é grande a oferta destes modelos no comércio, havendo a divulgação de que seria menos prejudicial à cavidade bucal do que as chupetas convencionais. Na realidade, poucos trabalhos foram realizados comparando os efeitos do uso de chupetas convencionais e ortodônticas. Adair et al. (1992) compararam a oclusão de crianças de 24 a 59 meses de idade, as quais usaram chupetas do modelo convencional ou ortodôntico, com um grupo sem história de hábito. Relataram que a mordida aberta foi maior no grupo de usuários da chupeta convencional, com maior sobressaliência para o grupo da chupeta ortodôntica. Com relação à mordida cruzada, não encontraram diferenças estatisticamente significantes entre os três grupos ou entre os grupos de chupeta convencional e ortodôntica. Em um segundo trabalho, em 1995, Adair et al. avaliaram os efeitos do uso atual e antigo de chupeta (convencional e ortodôntica) sobre a dentição decídua, em um número maior de crianças. Encontraram uma ocorrência de mordida aberta anterior maior no grupo de crianças usuárias de chupetas do modelo convencional, mas sem diferença significante. Já a ocorrência de mordida cruzada posterior não foi diferente entre os dois grupos de chupetas. Comparações dos dois grupos de chupetas não podem sustentar vantagens das chupetas ortodônticas sobre as convencionais. Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar as possíveis alterações oclusais, mordida aberta e mordida cruzada, em crianças com uso prolongado de chupetas convencionais e ortodônticas. CASUÍSTICA E MÉTODOS Casuística De um total de 305 crianças, foram selecionadas 119 com idade entre 3 a 6 anos incompletos, matriculadas nas creches municipais de Pato Branco, PR. Foi realizado um estudo transversal, em que, através de um exame clínico bucal e de um questionário padronizado, avaliou-se a oclusão de crianças associando-as ao uso prolongado de chupetas convencionais ou ortodônticas. O grupo controle foi composto por crianças sem história do hábito. Após autorização da Secretaria Municipal de Educação, as diretoras das 11 creches enviaram os pedidos de autorização para os pais ou responsáveis consentirem na participação da criança no estudo. Aquelas que não apresentaram consentimento não foram examinadas. Para serem incluídas no estudo, as crianças de ambos os sexos, sem distinção de cor, com idade entre 3 e 6 anos incompletos, deveriam possuir a dentição decídua completa, boa saúde, ausência de cáries interproximais, ausência de sucção digital e sem história de tratamento ortodôntico. As crianças só foram examinadas após a assinatura de autorização dos pais, que receberam as informações a respeito do estudo, consentimento livre e esclarecido. O projeto de pesquisa foi aprovado pela Comissão de Ética e Pesquisa do HC/UFPR, protocolo nº 050EXT.004/ Métodos Os exames foram realizados em uma sala da creche e na presença de um supervisor do local. O examinador não conhecia as histórias de hábitos das crianças. Durante o exame, a criança ficava na frente do examinador, que, com o auxílio de uma espátula de madeira, afastava bochechas, lábios e língua para visualização da oclusão. Quando necessário, a mandíbula da criança era guiada em oclusão cêntrica. Após concluídos os exames clínicos, os pais ou responsáveis foram questionados a respeito da história de hábito de sucção de chupeta ou não; tipo de chupeta (convencional ou ortodôntica) utilizada pela criança; época do término do hábito ou se ainda presente; freqüência do uso (horas/dia) e tipo de amamentação. Os dados brutos (freqüências observadas) foram analisados por meio de estatística não-paramétrica, pelo teste do Chi-Quadrado (χ 2 ), com solução de continuidade (correção de Yates), ou pelo Teste Exato de Fisher, quando uma freqüência esperada foi inferior a 5. Considerou-se estatisticamente significativo p<0,05. RESULTADOS Foram enviados 480 pedidos de autorização, com um retorno de 305 (63,5%). Destas, 119 foram incluídas no estudo por preencherem os critérios de inclusão, sendo 57 meninas e 62 meninos. A Tabela 1 mostra o número de participantes de acordo com o grupo ao qual foram incluídos. O Gráfico 1 representa a freqüência, em porcentagem, da presença de mordida aberta em crianças usuárias de chupeta convencional, ortodôntica e grupo controle. As crianças usuárias de chupetas convencionais e ortodônticas apresentaram 93% de mordidas abertas. O grupo controle apresentou 6% de mordida aberta. O grupo de crianças que nunca usaram chupeta apresentou uma diferença estatisticamente significante quando comparado ao grupo chupeta ortodôntica (Teste Exato de Fisher p<0,001) e ao grupo chupeta convencional (χ 2 =74,45; p<0,001). O Gráfico 2 mostra a freqüência, em porcentagem, 361

3 de mordidas cruzadas nos grupos de crianças usuárias de chupeta do modelo convencional e ortodôntico, em comparação com o grupo controle. O grupo de crianças que usava chupeta convencional apresentou 21% de mordida cruzada, enquanto o grupo de crianças que usava o modelo ortodôntico apresentou 50% e o grupo controle, 8%. A análise estatística mostrou diferença significante entre os grupos de usuários de chupeta ortodôntica e o grupo controle (Teste Exato de Fisher, p<0,005). Já o grupo de usuários de chupetas convencionais apresentou uma tendência em relação ao grupo de usuários de chupetas ortodônticas (Teste Exato de Fisher; p=0,08) e em relação ao grupo controle (χ 2 =2,89; 0,05<p<0,10). TABELA 1: Distribuição dos participantes do estudo entre os grupos controle (nunca utilizaram chupeta) e usuários de chupeta (ortodôntica e convencional). Masculino Feminino Total Controle Hábito Prolongado 56 Convencional Ortodôntica GRÁFICO 1: Freqüência (em porcentagem) de mordida aberta em crianças (3-5 anos) usuárias de chupeta convencional (n=42), ortodôntica (n=14) e controle (nunca usaram chupeta, n=63) * p<0,05 em relação ao grupo controle. GRÁFICO 2: Freqüência (em porcentagem) de mordida cruzada em crianças (3-5 anos) usuárias de chupeta convencional (n=42), ortodôntica (n=14) e controle (nunca usaram chupeta, n=63). (*) 0,10>p>0,05 em relação aos grupos ortodôntica e controle ** p<0,05 em relação ao grupo controle DISCUSSÃO A literatura relata uma queda do uso de chupeta do primeiro ao terceiro ano de vida, sendo que várias crianças ainda apresentam o hábito aos 3 e 4 anos de idade (Ravn, 1974; Larsson et al., 1992; Paunio et al., 1993; Köhler, Holst, 1973; Larsson, 1975; Modéer et al., 1982). Santana et al. (2001) relataram um aumento na prevalência de hábitos de chupeta com o avançar da idade (de 3 a 6 anos de idade) em crianças de escolas públicas, ocorrendo o inverso nas particulares. A presença de alterações oclusais está na dependência de alguns fatores, como duração, freqüência e intensidade do uso da chupeta (Cunha et al., 1998). Caso a chupeta seja usada freqüentemente e/ou por um período prolongado, estes fatores poderão determinar alterações na oclusão. Analisando os resultados do estudo, pode-se verificar que a presença de mordida aberta anterior esteve intimamente relacionada com o prolongamento do hábito. Nesse estudo, 93% das crianças usuárias de chupetas convencionais ou ortodônticas apresentaram mordidas abertas. A alta prevalência de mordida aberta em crianças que usaram chupeta além dos três anos também foi relatada nos trabalhos de Larsson (1975); Farsi et al. (1997) e Ferreira et al. (2001). Diferindo, Oliveira (1995) encontrou uma prevalência baixa e Santana et al. (2001) não encontraram relação entre o uso prolongado de chupeta e mordida aberta. Comparando-se o uso prolongado de chupeta convencional e ortodôntica e a prevalência de mordida aberta, não foi observada diferença estatisticamente significante entre os grupos de chupetas. Estes resultados são semelhantes aos de Adair et al. (1995), embora em trabalho anterior Adair et al. (1992) tenham relatado maior prevalência de mordida aberta nos usuários de chupetas convencionais. Com relação à prevalência de mordida cruzada posterior, o presente trabalho verificou que o grupo de usuários de chupeta ortodôntica apresentou o mais alto valor, sendo estatisticamente significante quando comparado com o grupo controle. Já o grupo de usuários de chupeta do modelo convencional apresentou uma tendência significativa (0,10>p>0,05) para os demais grupos. Estes resultados mostram a alta prevalência de maloclusão em usuários de chupeta ortodôntica, levando à necessidade de considerar, mais do que o modelo da chupeta, a interrupção precoce do uso. Os resultados não foram ao encontro dos citados por Adair et al. (1992) e Adair et al. (1995), nos quais não foram encontradas diferenças significantes na distribuição de mordida cruzada entre os grupos de chupetas. Também não verificaram diferenças significantes entre o grupo controle e os grupos de usuários de chupeta. Entretanto, o grupo estudado por Adair et al. (1995) apresentava idades entre 24 e 59 meses, enquanto no presente estudo a idade mínima foi de 36 meses, o que 362

4 pode ter contribuído para as diferenças nos resultados dos trabalhos. As prevalências de mordidas cruzadas posteriores aproximaram-se dos resultados relatados por Larsson (1975). Os resultados demonstram que o uso prolongado de chupetas convencionais e ortodônticas levou a uma alta prevalência de mordidas abertas e mordidas cruzadas, provavelmente pelo tempo de uso, já que são necessários, no mínimo, dois anos de sucção de chupeta para produzir alterações maxilares (Ögaard et al., 1994). A alta prevalência de mordida cruzada posterior em crianças com uso prolongado de chupeta provavelmente é devida a um aumento da atividade das bochechas, combinado com uma redução do suporte lingual para os molares e caninos decíduos superiores, e também pelo fato de a língua ser forçada para trás e para baixo pelo bico. Além disso, a posição inferior da língua pode alargar o arco inferior e, desta maneira, contribuir para uma mordida cruzada posterior na dentição decídua (Larsson, 1986). A maior tendência à mordida cruzada pode ser devida às pressões da bochecha, as quais são maiores nos cantos da boca, e isto provavelmente explica o porquê da tendência do arco maxilar assumir formato em V, com maior constrição nos caninos do que nos molares (Ahlgren, 1995). CONCLUSÕES Com base nos resultados obtidos, pode-se concluir que: As crianças com hábito prolongado de chupeta mostraram uma alta freqüência de mordida aberta anterior, independente de o tipo de chupeta usada ser convencional ou ortodôntica; Crianças usuárias de chupetas ortodônticas apresentaram maior freqüência de mordidas cruzadas posteriores do que as usuárias de chupetas do modelo convencional; Quando avaliados os efeitos do uso de chupetas sobre a oclusão, a chupeta ortodôntica não pareceu apresentar vantagens sobre a chupeta convencional em hábitos prolongados. Mesomo C, Losso EM. Evaluation of the effects of orthodontic and conventional pacifiers on the primary dentition. Rev Ibero-am Odontopediatr Odontol Bebê 2004; 7(38): The aim of this study was to evaluate the occlusion of children with prolonged sucking habits of conventional and orthodontic pacifiers. One hundred and nineteen 36- to 59-month-old-children, who were enrolled at day nurseries centers in Pato Branco, PR, took part of the examination. Sixty-three had no history of oral habits and 56 were current pacifier users. Children without habits were the control group. A clinical oral examination was conducted and then the parents answered a questionnaire about their children s pacifier sucking habits. 93% of the children who were currently using a pacifier, conventional or orthodontic model, showed anterior openbite; this was statistically significant when compared with the children of the control group. The prevalence of posterior crossbite was also high in the pacifier habit group. Apparently, there is no advantage of orthodontic pacifier over the conventional pacifier, when the habit was prolonged. KEYWORDS: Pacifiers; Child; Sucking. AGRADECIMENTOS Ao Professor José Vitor Nogara de Menezes pelas sugestões apresentadas e ao Professor Dr. Roberto Andreatini pelo auxílio na análise estatística. REFERÊNCIAS Adair SM, Milano M, Dushku JC. Evaluation of the effects of orthodontic pacifiers on the primary dentition of 24- to 59- month-old children: preliminary study. Pediatr Dent 1992; 14(1):13-8. Adair SM, Milano M, Lorenzo I, Russell C. Effects of current and former pacifier use on the dentition of 24- to 59-month-old children. Pediatr Dent 1995; 17(7): Ahlgren J. EMG studies of lip and cheek activity in sucking habits. Swed Dent J 1995; 19(3): Calisti LJP, Cohen MM, Fales MH. Correlation between malocclusion, oral habits, and socio-economic level of preschool children. J Dent Res 1960; 39(3): Cunha SRT, Corrêa MSNP, Oliveira PML, Schalka MMS. Hábitos bucais. In: Corrêa MSNP. Odontopediatria na primeira infância. 1ª ed. São Paulo: Santos; p Farsi NMA, Salama FS, Pedo C. Sucking habits in Saudi children: prevalence, contributing factors and effects on the primary dentition. Pediatr Dent 1997; 19(1): Ferreira SH, Ruschel HC, De Bacco G, Ulian J. Estudo da prevalência da mordida aberta anterior em crianças de zero a cinco anos de idade nas creches municipais de Bento Gonçalves RS. J Bras Odontopediatr Odontol Bebê 2001; 4(17):74-9. Köhler L, Holst K. Malocclusion and sucking habits of fouryear-old children. Acta Paediat Scand 1973; 62: Larsson E. Dummy-and finger-sucking habits in 4-year-olds. Swed Dent J 1975; 68(6): Larsson E. The effect of dummy-sucking on the occlusion: a review. Eur J Orthod 1986; 8: Larsson E, Ögaard B, Lindsten R. Dummy- and finger-sucking 363

5 habits in young Swedish and Norwegian children. Scand J Dent Res 1992; 100: Margolis FS. Ordinary versus orthodontic pacifiers. Dental Survey 1980; p Modéer T, Odenrick L, Lindner A. Sucking habits and their relation to posterior cross-bite in 4-year-old children. Scand J Dent Res 1982; 90: Ögaard B, Larsson E, Lindsten R. The effect of sucking habits, cohort, sex, intercanine arch widths, and breast or bottle feeding on posterior crossbite in Norwegian and Swedish 3-year-old children. Am J Orthod Dent Orthoped 1994; 106(2): Oliveira PMLC. Prevalência de mordida aberta anterior em crianças na faixa etária de 3 a 6 anos [Tese de Mestrado]. São Paulo: Faculdade de Odontologia da USP; Paunio P, Rautava P, Sillanpää M. The Finnish family competence study: the effects of living conditions on sucking habits in 3-year-old Finnish children and the association between these habits and dental occlusion. Acta Odontol Scand 1993; 51(1):23-9. Pastor IMO, Franco FCM, Leite K. O uso da chupeta implicações no desenvolvimento infantil. Rev Fac Odonto UFBA 2000; 20:82-7. Ravn JJ. The prevalence of dummy and finger sucking habits in Copenhagen children until the age of 3 years. Community Dent Oral Epidemiol 1974; 2(6): Rutrick RE. Crossbite correction with a therapeutic pacifier. J Dent Child 1974; p Santana VC, Santos RM, Silva LAS, Novais SMA. Prevalência de mordida aberta anterior e hábitos bucais indesejáveis em crianças de 3 a 6 anos incompletos na cidade de Aracaju. J Bras Odontopediatr Odontol Bebê 2001; 4(18): Svedmyr B. Dummy sucking. A study of its prevalence, duration and malocclusion consequences. Swed Dent J 1979; 3: Turgeon-O Brien H, Lachapelle D, Gagnon PF, Larocque I, Maheu-Robert LF. Nutritive and nonnutritive sucking habits: a review. ASDC J Dent Child 1996; 63(5): Recebido para publicação em: 19/12/2002 Enviado para reformulação em: 05/06/2003 Aceito para publicação em: 20/11/