PORTUGUÊS - 2 o ANO MÓDULO 38 SIMBOLISMO PARTE 2
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- Ana do Carmo Graça Frade
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1 PORTUGUÊS - 2 o ANO MÓDULO 38 SIMBOLISMO PARTE 2
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4 Fixação (Alphonsus de Guimaraens) Soneto Hão de chorar por ela os cinamomos, Murchando as flores ao tombar do dia. Dos laranjais hão de cair os pomos, Lembrando-se daquela que os colhia. Glossário: Cinamomo: planta de onde se obtém a canela. 1) Há um traço forte do Simbolismo presente no poema: a sublimação. Como identificá-la no texto e qual a relação entre tal traço e o desejo do eu poético? As estrelas dirão: Ai! nada somos, Pois ela se morreu, silente e fria... E pondo os olhos nela como pomos, Hão de chorar a irmã que lhes sorria. A lua, que lhe foi mãe carinhosa, Que a viu nascer e amar, há de envolvêla Entre lírios e pétalas de rosa. Os meus sonhos de amor serão defuntos... E os arcanjos dirão no azul ao vê-la, Pensando em mim: Por que não vieram juntos?
5 Fixação 2) Identifique no texto um verso que exemplifique a sinestesia.
6 ixação ) Tanto no campo semântico do ar quanto no da terra, a natureza parece compartilhar da sensação e pequenez do eu poético diante da abordagem da morte. Qual verso exemplifica essa participação o plano semântico da terra?
7 Fixação Ah! plangentes violões dormentes, mornos, Soluços ao luar, choros ao vento... Tristes perfis, os mais vagos contornos, Bocas murmurejantes de lamento... Sutis palpitações à luz da lua. Anseio dos momentos mais saudosos, Quando lá choram na deserta rua As cordas vivas dos violões chorosos. Vagam nos velhos vórtices velozes Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas. Glossário: 1) Plangente: choroso. 2) velado: escondido. 3) vórtice: turbilhão. 4) Que traços simbolistas se destacam no poema acima? Quando os sons dos violões vão soluçando, Quando os sons dos violões nas cordas gemem, E vão dilacerando e deliciando, Rasgando as almas que nas sombras tremem.... Vozes veladas, veludosas vozes, Volúpias dos violões, vozes veladas,
8 ixação ) Identifique os versos tipicamente simbolistas de Cruz e Sousa. ) Adeus! ó choça do monte!... Adeus! palmeiras da fonte!... Adeus! amores... adeus!... ) Rei é Oxalá que nasceu sem se criar. Rainha é Iemanjá que pariu Oxalá sem se manchar. ) Minhas ideias abstratas De tanto as tocar, tornaram-se concretas. São rosas familiares Que o tempo traz ao alcance da mão. ) Eu não devia te dizer mas essa lua mas esse conhaque botam a gente comovido como o diabo. ) Nessa Amplidão das Amplidões austeras chora o Sonho profundo das Esferas que nas azuis Melancolias morre...
9 Fixação 6) A questão a seguir refere-se ao texto adiante. Assinale a opção incorreta. Litania dos Pobres Os miseráveis, os rotos São as flores dos esgotos São espectros implacáveis Os rotos, os miseráveis. São prantos negros de furnas Caladas, mudas, soturnas. Inúteis, cansados braços Mãos inquietas, estendidas. (Cruz e Sousa) a) O tema poderia ser tomado pelo Realismo. b) Para pertencer ao Naturalismo, há comiseração demais no poema. c) Para ser de Castro Alves, falta arrebatamento, revolta. d) A religiosidade ( procurando os céus - v. 11) condiz mais com o Modernismo que com o Simbolismo. e) O título Litania (ladainha) revela o lado místico. São os grandes visionários Dos abismos tumultuários. As sombras das sombras mortas, Cegos, a tatear nas portas. Procurando os céus, aflitos E varando os céus de gritos.
10 ixação ) (UNIRIO) Outono. As árvores pensando... Tristezas mórbidas no mar... O vento passa, brando, brando... E sinto medo, susto, quando Escuto o vento assim passar... Cantiga Outonal (Cecília Meireles) ) Apesar de modernista, a autora apresenta tendências de outro movimento literário, evidentes o texto. Que movimento é esse? ) Retire no texto uma passagem que justifique a sua resposta anterior e, a seguir, cite a característica ue ela apresenta.
11 Fixação 8) Ó tu que vens de longe, ó tu que vens cansada, entra, e sob este teto encontrarás carinho: Eu nunca fui amado, e vivo tão sozinho. Vives sozinha sempre e nunca foste amada. A neve anda a branquear lividamente a estrada, e a minha alcova tem a tepidez de um ninho. Entra, ao menos até que as curvas do caminho se banhem no esplendor nascente da alvorada. Já não serei tão só, nem irás tão sozinha: Há de ficar comigo uma saudade tua... Hás de levar contigo uma saudade minha... (Alceu Wamosy) Não é difícil classificar este poema como simbolista, já que: a) busca a fantasia; b) exagera a realidade; c) é impessoal e impassível; d) apresenta-se direta e objetivamente; e) predominam nele a lógica e a razão. E amanhã quando a luz do sol dourar radiosa essa estrada sem fim, deserta, horrenda e nua, podes partir de novo, ó nômade formosa!
12 Proposto 5) réquiem: música fúnebre. 1) (PUC) Leia o fragmento do poema Antífona, de Cruz e Sousa, e responda. Ó Formas, brancas, Formas claras De luares, de neves, de neblinas!... Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas... Incensos dos turíbulos das aras... Formas do Amor, constelarmente puras, De Virgens e de Santas vaporosas... Brilhos errantes, mádidas frescuras E dolências de lírios e de rosas... Indefiníveis músicas supremas, Harmonias da Cor e do Perfume. Horas do Ocaso, trêmulas, extremas, Réquiem do Sol que a Dor da Luz resume... Glossário: 1) Turíbulo: vaso onde queima o incenso. 2) ara: altar. 3) mádido: úmido. 4) dolência: sofrimento. Esse trecho do poema, que abre o livro Broquéis, é considerado uma espécie de profissão de fé simbolista. Reflita sobre as afirmações a seguir. I) O fragmento revela a preocupação do eu lírico pelas formas caracterizadas pela cor branca, pelas cintilações, pela vaguidade, pelo diáfano e pelo transparente. II) O fragmento apresenta uma construção apoiada na justaposição de frases nominais, com o intuito de descrever os objetos com clareza. III) O fragmento mostra alguns procedimentos estilísticos do Simbolismo, como, por exemplo, a musicalidade das palavras, o uso de reticências, o emprego de letras maiúsculas e a identificação do referente. Conforme se verifica, está correto o que se afirma: a) apenas em I e II d) apenas em I b) apenas em I e III e) em I, II e III c) apenas em II e III
13 Proposto 2) (PUC) No poema de Cruz e Sousa, ocorre o predomínio das seguintes características: a) invocações, simultaneidade de traços, dinamicidade, ausência temporal e descritor observador; b) explicações, sequência de traços, estaticidade, sequência temporal e narrador personagem; c) explicações, sequência de traços, dinamicidade, ausência de conflito narrativo e ausência de narrador; d) invocações, concomitância de traços, estaticidade, ausência de conflito narrativo e ausência de narrador; e) invocações, concomitância de traços, estaticidade, sequência temporal e descritor observador.
14 Proposto 3) (UNIRIO) Conta-se que, diariamente, na hora de adormecer, saint-pol-roux mandava colocar sobre a porta de sua mansão de camaret um aviso onde se lia: O Poeta Trabalha. (Fragmento Manifesto do Surrealismo) Que outro estilo literário valorizou também a concepção encontrada no texto?
15 Proposto Divina Eu não busco o inevitável das espirais da tua vã matéria. Não quero cogitar da paz funérea que envolve todo o ser inconsolável. 4) (UFRJ) De acordo com a concepção simbolista, o corpo apresenta um obstáculo ao verdadeiro desenvolvimento do homem. a) Transcreva do texto o verso que melhor condensa tal marca de estilo. b) Explique a relação entre esse verso e a quarta estrofe em termos semânticos. Bem sei que no teu círculo maleável de vida transitória e mágoa séria há manchas dessa orgânica miséria do mundo contingente, imponderável. Mas o que eu amo no teu ser obscuro é o evangélico mistério puro do sacrifício que te torna heroína. São certos raios de tu alma ansioso é certa luz misericordiosa é certa auréola que te faz divina! (Cruz e Sousa. Poesias completas. Governo do Estado de Santa Catarina. Fundação Catarinense de Cultura, p. 89, 1981).
16 Proposto Arte Busca palavras límpidas e castas novas e raras, de clarões radiosos, dentre as ondas mais pródigas, mais vastas dos sentimentos mais maravilhosos. Busca também, palavras velhas busca, Limpa-as, dá-lhes o brilho necessário e então verás que cada qual corusca com dobrado fulgor extraordinário Assim terás o culto pela forma, culto que prende os belos gregos da Arte e levarás no teu ginete, a norma dessa transformação, por toda parte Enche de estranhas vibrações sonoras a tua Estrofe, majestosamente Põe nela todo o incêndio das auroras para torná-la emocional e ardente. Glossário: 1) pródigo: que gasta muito. 2) coruscar: brilhar. 3) ginete: cavalo. 5) (UNIFICADO) Assinale a afirmativa falsa: a) O texto atribuiu ao poeta a função de revitalizar as palavras da língua. b) A identificação do culto pela forma com os ideais estéticos da Antiguidade Clássica (estrofe 3) demonstra a ressonância do Parnasianismo no Simbolismo. c) A poética da emoção e do entusiasmo representa uma ruptura do Simbolismo em relação ao Romantismo. d) A ênfase nos valores musicais do verso (estrofe 4) e as reiteradas sinestesias (estrofes 1 e 2) são os procedimentos expressionais mais especificamente simbolistas do texto. e) O texto propõe a síntese da poética do sentimento com a poética do trabalho formal.
17 Proposto O Soneto Nas formas voluptuosas o Soneto tem fascinante, cálida fragrância e as leves, langues curvas de elegância de extravagante e mórbido esqueleto. A graça nobre e grave do quarteto recebe a original intolerância toda a sutil, secreta extravagância que transborda terceto por terceto. 2) polichinelo: marionete. 3) vetusto: velho. 4) augusto: sagrado. 6) (UFRJ) a) Dentre os recursos utilizados pela estética simbolista, destaca-se o uso da aliteração. Transcreva da 1 a estrofe do soneto de Cruz e Sousa o verso que apresenta, com maior frequência, esse recurso. b) Cite a característica do Simbolismo com que esse recurso se relaciona diretamente. c) Qual a função da linguagem que, ao lado da função poética, sobressai no soneto? É como singular polichinelo ondula, ondeia, curioso e belo O Soneto, nas formas caprichosas. As rimas dão-lhe a púrpura vetusta e na mais rara procissão augusta surge o sonho das almas dolorosas... (Cruz e Sousa) Glossário: 1) Cálido: quente.
18 roposto O horror dos vivos Ao menos junto dos mortos pode a gente Crer e esperar n alguma suavidade: Crer no doce consolo da saudade E esperar do descanso eternamente. Junto aos mortos, por certo, a fé ardente Não perde a sua viva claridade; Cantam as aves do céu na intimidade Do coração o mais indiferente. Os mortos dão-nos paz imensa à vida, Não a lembrança vaga, indefinida Dos seus feitos gentis, nobres, altivos. Nas lutas vãs do tenebroso mundo Os mortos são ainda o bem profundo Que nos faz esquecer o horror dos vivos. (Cruz e Souza) ) Segundo o eu lírico, quem é mais digno: os mortos ou os vivos?
19 Proposto 8) Que vantagens o eu lírico enxerga nesse grupo social?
20 Proposto Dilacerações Ó carnes que eu amei sangrentamente, ó volúpias letais e dolorosas, essências de heliotropos e de rosas de essência morna, tropical, dolente... Glossário: 1) Volúpia: prazer. 2) Heliotropos: girassóis. 3) Tépido: morno. 4) Acerbo: azedo. 9) A carne, segundo o poema, gera que sensações? Carnes, virgens e tépidas do Oriente do Sonho e das Estrelas fabulosas, carnes acerbas e maravilhosas, tentadoras do sol intensamente... Passai, dilaceradas pelos zelos, através dos profundos pesadelos que me apunhalam de mortais horrores... Passai, passai, desfeitas em tormentos, em lágrimas, em prantos, em lamentos em ais, em luto, em convulsões, em dores... (Cruz e Souza)
21 Proposto 10) Identifique um verso que apresente uma antítese, a qual represente o caráter contraditório dos sentimentos descritos no poema.
22 Proposto 11) Destaque palavras que contribuam para a atmosfera mística do poema.
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