INSTRUMENTO DE REFLEXÃO SOBRE O SETOR JUVENTUDE
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- Giulia Eger Bayer
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1 INSTRUMENTO DE REFLEXÃO SOBRE O SETOR JUVENTUDE Convidamos, de modo especial, os seguintes grupos para contribuírem com esta reflexão: Coordenações Regionais e Diocesanas de Pastoral; Coordenações Nacionais, Regionais e Diocesanas das Pastorais de Juventude; Coordenações Nacionais, Regionais e Diocesanas dos Movimentos Eclesiais; Congregações Religiosas e a Conferência dos Religiosos do Brasil; Rede Brasileira de Centros e Institutos de Juventude. 1. MEMÓRIA DO CAMINHO O anúncio de Cristo Libertador deve alcançar toda a juventude nas mais diferentes formas e expressões juvenis, respeitando sua identidade, preferências e contextos. A missão é única, mas os modos de realizar são diferentes, conforme os dons distribuídos pelo Espírito aos vários membros da Igreja 1 conforme afirma João Paulo II. Essa reflexão sobre o só pode ser feita a partir da história da articulação do trabalho com a juventude na Igreja Católica do Brasil. Houve em toda a história da evangelização no Brasil uma atenção à juventude fortemente marcada pelas condições históricas que vivemos no mundo e na Igreja de modo geral. Atenta aos sinais do Espírito a Igreja organiza a sua ação no mundo juvenil. Primeiro foram as Escolas Católicas que se preocuparam com a alfabetização e a formação para tornar o Evangelho conhecido nestas terras. Se dermos um salto na história para o século XX quando a Igreja entende que é preciso voltar sua atenção ao mundo industrializado, incentiva-se, no Brasil, a atuação com a juventude, através das confrarias, das congregações e dos Movimentos Marianos. Até então, pensada e coordenada pelo/para o mundo adulto. Outro movimento internacional que será assumido na Igreja do Brasil é da Ação Católica. Criado com a finalidade de aproximar a Igreja do mundo do trabalho, dos leigos/as, chega ao Brasil e tem apoio de várias pessoas da hierarquia. Atenta ao leigos/as, formando-os para a participação nos ambientes sociais para a promoção dos direitos e na defesa vida. Dessa experiência nasceu e se fortaleceu no Brasil a Ação Católica Especializada: Juventude Agrária Católica JAC, Juventude Estudantil Católica JEC, Juventude 1 João Paulo II. Discurso aos Bispos do Regional Nordeste 1 e Nordeste 4, 26/10/2002, Palavra de João Paulo II aos Bispos do Brasil, Paulinas, São Paulo, 2003, n.7, p.75.
2 Independente Católica JIC, Juventude Operária Católica JOC e Juventude Universitária Católica JUC. Essa experiência é responsável pela formação de muitas lideranças que atuam hoje na sociedade, tanto no mundo eclesial, social e intelectual. Essa atuação marcou uma tomada de posição dos/as cristãos/ãs diante das questões da realidade social e cultural, com uma nova pedagogia centrada no testemunho e na metodologia indutiva do ver-julgar e agir, com objetivo de promoção dos ambientes de atuação para a transformação social a partir do Evangelho. É nesta inspiração e, com o apoio de suas lideranças, que D. Helder Câmara cria a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. E, a partir daí, inicia uma organização eclesial conjunta, com planejamento pastoral em um país com um território tão extenso. No final dos anos 1960, os bispos, em Assembléia, decidem pelo fim da Ação Católica. Foi uma decisão carregada de contradições. Por um lado, temia a perseguição que estava acontecendo com as lideranças tanto da hierarquia como dos jovens, muitos presos/as e alguns/mas mortos/as pela Regime Militar nos anos de e, também bispos que não concordavam com a proposta de formação de lideranças desencadeada pelos grupos da Ação Católica. Neste período a Igreja incentiva uma experiência vinda de modo especial da Espanha: Cursilho da Cristandade e no Brasil, gerou vários nomes e tipos de organizações voltadas para a juventude. Eram encontros em finais de semana com um caráter de testemunho pessoal. Por serem movimentos mais intimistas e preocupados com a pessoa, não causou problemas com a Ditadura Militar. Deste movimento nasceram vários grupos de jovens nas comunidades e paróquias. E são esses movimentos que vão preparar o terreno para o surgimento das Pastorais da Juventude, nos anos de Havia por parte da Igreja do Brasil e da América Latina uma preocupação com os Jovens. Em 1968, a Conferência Episcopal em Medellin define a criação da Pastoral da Juventude a partir dos jovens. E a CNBB, atenta às decisões, inicia esse processo de organização da mesma. O primeiro regional a ter uma organização de Pastoral da Juventude é o Sul 1. Depois, a juventude foi um dos destaques do Plano de Evangelização da Igreja do Brasil e foram organizando pouco a pouco as Pastorais da Juventude que hoje se articularam em quatro frentes de atuação: Pastoral da Juventude (presente nas comunidades), Pastoral da Juventude Estudantil (presente nas escolas), Pastoral da Juventude Rural (presente no campo e nas pequenas cidades) e Pastoral da Juventude do Meio Popular (presente nos meios populares). Elas surgem da necessidade de organização dos jovens, em diferentes níveis: paroquial, diocesano, regional e nacional. São orientadas pelo protagonismo juvenil e alimentadas pela certeza que o melhor apóstolo do jovem é outro jovem, conforme nos orientou Paulo VI. Sendo
3 reconhecidas e articuladas na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, por meio do, com caráter de ação pastoral organizada dos jovens que são igreja, junto com seus pastores e toda a comunidade, para aprofundar a vivência da fé e evangelização de outros jovens. Essas pastorais têm como objetivos: despertar jovens para a pessoa e a proposta de Jesus Cristo e desenvolver com eles um processo global de formação a partir da fé, para formar líderes capacitados a atuarem nas próprias Pastorais de Juventude, em outros ministérios da igreja e em seu meio específico, comprometidos com a libertação integral do homem e da sociedade, levando uma vida de comunhão e participação (CF. 1992, p. 80). As pastorais da juventude buscam atuar de forma planejada a partir de linhas de ação do chamado Plano Trienal, elaborado em conjunto pelos/as jovens em assembléias em todos os níveis, a partir das Diretrizes da Ação Evangelizadora aprovadas pela CNBB. O proporcionou nos trinta anos das Pastorais da Juventude, uma atuação nacional em rede, dando corpo, unidade e sinal de pertença a milhares de jovens organizados em todo território nacional. Deste tempo de caminhada das Pastorais da Juventude, resultou em uma experiência única de evangelização e comunhão com a Igreja do Brasil. Configurando uma experiência de organização juvenil mais longa na história da América Latina. Diante das mudanças que vivem a sociedade e a Igreja, o Setor de Juventude - CNBB há 10 anos vem buscando ampliar seu serviço de acolhida e atenção a outros grupos de evangelização da juventude na Igreja Católica, com os Encontros das Congregações e Movimentos e o diálogo a partir das diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja do Brasil, em sua tarefa de articular as forças vivas, que trabalham a partir de princípios comuns para a evangelização da juventude. Amadurece-se, neste tempo que, além das pastorais da juventude, o espaço do setor precisa ser ampliado com a participação de outros grupos, tais como os movimentos eclesiais, congregações, centros e institutos, dentre outros. Sabe-se que os movimentos são formas particulares de associação de cristãos, para se apoiarem mutuamente na vivencia da fé e colaborarem na missão da Igreja, como carismas e dons que o Espírito oferece à Igreja. Estes, quase sempre possuem organizações autônomas, seguindo espiritualidade e carisma específicos. Assim também são as congregações religiosas, inclusive com uma organização própria como a Conferência dos Religiosos do Brasil. O reconhece os serviços prestados pela Rede Brasileira de Centros e Institutos de Juventude nestes 17 anos de sua organização como uma estrutura de apoio à formação, acompanhamento, assessoria, pesquisa e produção de materiais. A Assembléia Geral da CNBB de 2006 estabeleceu alguns desafios para a evangelização da juventude. Um deles trata da reformulação do. Os
4 bispos reconhecem que vivemos um tempo de diversidades, tempo novo. O espaço do Setor precisa ser retomado dentro desta perspectiva que desafia a evangelização da Igreja na sua missão. Por reformulação entende-se um novo impulso e uma convocação de todas as forças vivas que atuam com a juventude para um espaço dinâmico e articulador do Plano de Evangelização da Juventude. A construção deste espaço deve ser pedagógica e com o envolvimento de todos os grupos, pessoas, instituições que estão envolvidas na evangelização e, de maneira especial os/as jovens para que façam surgir o novo, com novo ardor, nova paixão pela juventude como missão de toda Igreja. Questões para refletir, responder e enviar ao : 1 - Que outros aspectos da história estão ausentes? 2 -Que novidades precisamos estar atentos/as na evangelização da juventude? II. DEFINIÇÕES SOBRE O SETOR JUVENTUDE 1. É parte da Comissão Episcopal para o Laicato da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil; 2. É um espaço de partilha e comunhão dos diferentes e diversos serviços de evangelização da juventude na Igreja Católica. 3. É o espaço que coordena, orienta, propõe e convoca para um Plano Nacional de Evangelização da Juventude, respeitando o protagonismo juvenil, a diversidade dos carismas, da organização e da espiritualidade para a unidade das forças ao redor de algumas metas e prioridades comuns 2. Questões para refletir, responder e enviar ao : 1 - O que é o? 2 - O que você e seu grupo: corrige, complementa, retira? 3 - Por que é importante um serviço de acompanhamento aos/às jovens? III. MISSÃO DO SETOR JUVENTUDE 1. Cuidar da evangelização da juventude de acordo com a realidade da comunidade eclesial, por meio de formação processual e integral em sintonia com as DGAE, apresentando Jesus e o Reino como a Boa Notícia. 2 CNBB. Evangelização da Juventude: Desafios e Perspectivas. Estudos da CNBB n 93. Paulus: 2006.
5 2. Favorecer a integração, o diálogo e a oferta de diretrizes comuns para a evangelização da juventude, considerando suas necessidades e particularidades; 3. Acompanhar as Pastorais da Juventude em seus processos nos diversos níveis, uma vez que estão vinculadas a estrutura pastoral da CNBB desde a sua origem, dando-lhes diretrizes e apoiando suas estruturas de acompanhamento; 4. Acompanhar os serviços de evangelização oferecidos pelas Congregações Religiosas com atenção aos diversos serviços e ambientes onde atendem aos/às jovens (comunidades, escolas, universidades); 5. Acompanhar os serviços de evangelização oferecidos pelos diversos movimentos eclesiais e novas comunidades buscando conhecer e integrar seus carismas para a riqueza da comunhão eclesial; 6. Estabelecer um diálogo com a Rede Brasileira de Centros e Institutos de Juventude com a finalidade de fortalecer os serviços e a concretização do Plano de Evangelização. Questão para refletir, responder e enviar ao : 1 - O que você e seu grupo: acrescenta, retira e corrige na missão do? IV. PARTICIPAÇÃO NO SETOR JUVENTUDE NACIONAL 1. Reunir os serviços existentes na igreja com a juventude, considerando a diversidade juvenil e suas expressões: a. O Bispo responsável pela juventude na Comissão do Laicato. b. O/A assessor/a Nacional do. c. Um/a representante de cada uma das Pastorais da Juventude: Pastoral da Juventude PJ Pastoral da Juventude do Meio Popular PJMP Pastoral da Juventude Rural PJR, Pastoral da Juventude Estudantil PJE d. Um/a representante das Congregações que atuam com jovens: A CRB indica a representação das congregações: e. Um/a representante dos Movimentos Eclesiais que atuam com jovens: Os movimentos eclesiais indicam sua representação. f. Rede Brasileira de Centros e Institutos de Juventude: A Rede indica a representação dos Centros e Institutos. Questões para refletir, responder e enviar ao : 1 - Como deve ser a escolha do/a representante de cada grupo? 2 - Quais são os critérios de indicação dos representantes? V. PRINCÍPIOS ORIENTADORES DO SETOR JUVENTUDE NACIONAL
6 Cada grupo que participa do setor terá garantida a sua autonomia de atuação, conforme seu modelo de organização; Os grupos que participam serão parte construtora e responsável pelo seu processo, a partir do diálogo, do consenso e do compromisso na forma de assumir o Plano e propostas de serviços. Encontro anual dos representantes para pautas comuns no serviço de evangelização da juventude e no acompanhamento do plano. Lista tríplice para assessoria nacional do, indicada pelos jovens, como sinal do respeito ao protagonismo juvenil. Respeito a identidade, a mística, o carisma, a metodologia, as orientações e história de cada grupo integrante. Cuidado especial às Pastorais da Juventude para garantir o acompanhamento da proposta e dos grupos a ela vinculados. Questões para refletir, responder e enviar ao : 1 - Que outros princípios devem ser garantidos nas orientações? VI. ORIENTAÇÕES PARA A REFEXÃO DO SETOR JUVENTUDE NOS REGIONAIS - CNBB 1. Respeitar e garantir as organizações das Pastorais da Juventude nos Regionais através dos seus representantes diocesanos; assim como os movimentos eclesiais e outros grupos que estejam organizados, garantido assim que a articulação do setor juventude não substitua as organizações, metodologia, espiritualidade, história de cada segmento; 2. A articulação do, no regional deverá ser construída e assumida, mediante reflexões conjuntas com os/as jovens, assessores/as e bispos dos diversos grupos envolvidos: pastorais, movimentos eclesiais, congregações e outros grupos. 3. A convocação inicial, articulação e organização dos grupos (pastorais, movimentos eclesiais, congregações e outros grupos), será assumida pela estrutura e coordenação da CNBB regional, com seus recursos, até que o grupo se constitua e defina sua forma de atuação O Setor, no Regional, estabelecerá o seu plano de trabalho em comunhão com as orientações do Plano de Evangelização da Juventude Nacional. 5. A composição do Regional respeitará as experiências das Pastorais de Juventude, dos movimentos eclesiais, das congregações, 3 As Pastorais da Juventude devem ser um dos segmentos que comporá o.
7 Centro/Instituto e demais grupos que atuam nesta realidade. Necessariamente, não precisa repetir a estrutura do em nível nacional; 6. Cabe ao bispo referencial da juventude no regional acompanhar todos os serviços existentes de evangelização da juventude, a partir das estruturas existentes no regional: e com um cuidado especial com as coordenações das Pastorais da Juventude. 7. A assessoria do nos regionais deverá ser composta por uma equipe com representantes indicados pelos diferentes grupos que o constituírem. Questão para refletir, responder e enviar ao : 1 - Quem outras orientações seu grupo percebe que são necessárias nos regionais? VII. ORIENTAÇÕES PARA REFLEXÃO DO SETOR JUVENTUDE NAS DIOCESES 1. Cabe ao Conselho diocesano de Pastoral a responsabilidade de refletir a criação do na Diocese, se responsabilizando pela convocação, organização e recursos necessários. Também, indicar e liberar pessoas para acompanhar o processo até que o próprio grupo defina sua forma e espaços de atuação como diocesano; 2. Organizar e articular o Diocesano, quando houver mais de um grupo ou seguimento articulado no trabalho de evangelização da Juventude: Pastorais da Juventude (PJ, PJMP, PJE, PJR), movimentos eclesiais, Congregações, Centro/Instituto de Juventude e outros grupos; 3. A participação dos movimentos eclesiais, pastorais, congregações e outros grupos no Diocesano será decidida pelos próprios jovens e suas organizações em respeito ao protagonismo juvenil; 4. No Planejamento do Diocesano estar atento às realidades locais, às orientações do Plano Regional e Nacional; 5. Na organização do diocesano considerar as experiências de evangelização existentes na Diocese com suas pastorais de juventude, movimentos eclesiais, congregações e demais grupos. Não seguir, obrigatoriamente, a estrutura regional ou nacional; 6. A assessoria do diocesano deverá ser composta por uma equipe com representantes indicados pelos diferentes grupos que o constituírem. O bispo diocesano acompanha, sempre que possível, o plano e atuação desta equipe do Setor, garantindo a unidade como Igreja.
8 Questão para refletir, responder e enviar ao : 1 - Que outras orientações são necessárias? Prazo para a devolução das sugestões: 31 de outubro de 2006, (terça). Endereço para a devolução: CNBB SE Sul 801, conj. B, Brasília - DF Correio eletrônico: pjb@cnbb.org.br fone: (61) fax: (61) CNBB Agosto de 2006.
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