DISTÚRBIO HIDRO- ELETROLÍTICO E ÁCIDO-BÁSICO
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- Zilda Gonçalves Balsemão
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1 Enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva DISTÚRBIO HIDRO- ELETROLÍTICO E ÁCIDO-BÁSICO Prof. Fernando Ramos Gonçalves -Msc
2 Distúrbio hidro-eletrolítico e ácido-básico Distúrbios da regulação da água; Disnatremias; Alterações do potássio; Acidoses e alcaloses.
3 Aspectos Morfofuncionais
4 Importância do equilíbrio hidro-eletrolítico na homeostase Água e eletrólitos Equilíbrio hidro-eletrolítico Homeostase Perfeito funcionamento dos órgãos Boa alimentação
5 Aspectos morfológicos das principais estruturas envolvidas com o equilíbrio hidro-eletrolítico Absorção de eletrólitos e água; Intestinos delgado e grosso Eliminação de eletrólitos e água; Fezes Urina Pele Glândulas sudoríparas Respiração Regulação; Rins Sistema Nervoso Central e Autônomo Sistema Endócrino
6 Intestinos delgado e grosso Intestino delgado duodeno jejuno íleo Intestino grosso cecum cólon ascendente cólon transverso cólon descendente cólon sigmóide reto e canal anal /health/nursing/soni c/scen
7 Intestino delgado Pregas intestinais Vilosidades Microvilosidades celch/microvilosidad es.htm Saladin, Anatomy and Physiology, 2002, McGraw Hill
8 Principais tipos celulares dos intestinos Células absortivas Células caliciformes Histologia Básica Junqueira e Carneiro Histologia Básica Junqueira e Carneiro
9 Glândulas sudoríparas Presente em toda pele exceto regiões como lábios e glande Suor com Na +, Cl - e K +, metabólitos nitrogenados, água Reabsorção do suor varia de acordo com a velocidade Tratado de Fisiologia Médica Guyton e Hall
10 Rins Camadas: cortical medular externa medular interna Subdivisões do néfron: corpúsculo renal túbulo contorcido proximal alça de Henle túbulo contorcido distal ducto coletor Cada rim possui um milhão de nefróns Histologia Básica Junqueira e Carneiro
11 Integração dos mecanismos Água, íons sódio, cloreto e potássio Pele evaporação Glândulas Sudoríparas suor Sistema digestório Sangue Pulmões respiração Fezes Rins urina
12 Compartimentos dos líquidos corporais: LIC metabolismo celular LEC integração Intersticial: integração das células de um mesmo tecido; Intravascular: integração dos sistemas orgânicos; Transcelular: integração do organismo com o meio externo, como sêmen, urina, líquor, humor aquoso e vítreo;
13 Concentração dos íons nos compartimentos corporais:
14 Permeabilidade: Membrana Celular - Semipermeável - Geralmente permeável a água - Seletivamente permeável a outras moléculas
15 Equilíbrio Hídrico Importância da água: Solvente universal; Transporte de substâncias; Equilíbrio térmico; Lubrificante.
16 Água total no organismo: Representa cerca de 60% do peso corporal e varia em função: -Tecido adiposo; - Idade; - Gênero. Idade % peso Prematuro 81% RN de termo 72% 01 ano 58% anos M 60% F 50% anos M 54.7% F 46.9% anos M 51.6% F 45.2%
17 A água nos compartimentos de líquidos corporais: Líquido intracelular (LIC) 40% do peso corporal Líquido extracelular (LEC) 20% do peso corporal Intersticial 5% do peso corporal Intravascular 13% do peso corporal Transcelular 2% do peso corporal
18 Troca de líquido entre os compartimentos:. Entre o LIC e o LEC pressão hidrostática e pressão osmótica;
19 Distúrbio hidro-eletrolítico e ácido-básico Intra X Extra-celular: Diferença na concentração de solutos Intra X Extra-vascular: Equação de Frank-Starling Transudação = Kp[(PHc PHi) (POc-Poi)]
20 Extra-celular Na Na/K ATPase Intracelular K Na Proteínas Cl K
21 Kp[(PHc PHi) (POc-POi)] Capilar Interstício PHc PHi POc POi
22 Equilíbrio dinâmico entre os líquidos corporais: Obtenção diária de água: Ingestão (2L) e metabolismo (200ml) Perda diária de água: Pele (300 a 400 ml); Vias respiratórias e pulmões (300 a 400 ml); Suor (100 ml); Fezes (100 ml); Urina (1,5 L). atorio.htm
23 Absorção de água pelo sistema gastrointestinal: Depende da absorção de íons, principalmente Na + e Cl - ; Ocorre através de duas rotas: Paracelular; Transcelular. Intestino delgado cerca de 8,5 L Intestino grosso cerca de 0,4 L Berne et al., 2004
24 Controle renal da osmolaridade plasmática: Plasma Hiperosmótico Plasma Hiposmótico Ativação dos osmorreceptores do Núcleo Supra-ótico do Hipotálamo Osmorreceptores não-estimulados no Núcleo Supra-ótico do Hipotálamo Aumento das descargas na fibras nervosas com terminações na Hipófise Posterior liberando ADH Aumento da permeabilidade à água ao néfron distal Excreção de urina hiperosmótica Inibe a atividade das fibras nervosas com terminações na Hipófise Posterior não liberando ADH Queda rápida do ADH plasmática inibe a permeabilidade à água do nefrón distal Excreção da urina hiposmótica Diminuição da osmolalidade plasmática em direção ao normal Aumento da osmolalidade plasmática em direção ao normal
25 Paciente de 100 Kg Água total (60L) 70% 30% Extra-celular (18L) 30% 70% Intra-celular (42L) Interstício (12,6L) Intravascular (5,4L)
26 Distúrbio hidro-eletrolítico e ácido-básico
27 Sódio Importância do sódio no organismo: - constância do volume sanguíneo - sódio é o cátion em maior concentração no LEC Balanço de sódio no organismo: - ingestão = excreção - perda global de sódio no corpo pode causar diminuição do volume sanguíneo - excesso de sódio no corpo pode causar aumento do volume sanguíneo - concentração plasmática de Na+ = quantidade de Na + no LEC volume do LEC
28 Ingestão de 150 a 250 meq de sódio, por dia; através de queijos, embutidos, peixes processados, salgados e temperos industrializados; Absorção ao longo do intestino, atravessando a borda-em-escova, pela bomba Na + /K + -ATPásica; no jejuno, a taxa de absorção é a mais alta, através do simporte de sódio com glicose, galactose ou aminoácidos;
29 Perdas pelos rins, trato gastrointestinal, pele, fezes diarréicas, vômitos; comprometidas por: - capacidade de reabsorver sódio pelos rins; - sudorese intensa; - perdas gastrointestinais. Saladin, Anatomy and Physiology, 2002, McGraw Hill
30 Sódio (Na) Íon mais abundante no espaço extra-celular; Principal responsável pela osmolaridade plasmática: Osmp = 2[Na] + Gli/18 + Ur/9; Hiponatremia: Na < 135mEq/L; Hipernatremia: Na > 145mEq/L.
31 Hiponatremia
32 SINAIS E SINTOMAS DE HIPONATREMIA Sistema nervoso central Sistema gastrintestinal cefaléia anorexia apatia naúsea agitação vômito desorientação Sistema músculo-esquelético coma câimbras respiração de Cheyne-Stokes dos reflexos tendinosos
33 Mielinólise Pontina Ressonância Nuclear Magnética
34 Hipernatremia
35 Distúrbio hidro-eletrolítico e ácido-básico Hipernatremia: Manifestações clínicas: fraqueza, irritabilidade, hemorragia subaracnóide ou intracerebral, convulsões e coma; Desidratação celular cerebral Diagnóstico laboratorial: Sódio plasmático: >145mEq/L; Osmolaridade plasmática elevada (>290 mosmol/l) Osmolaridade urinária; Sódio urinário.
36 Distúrbio hidro-eletrolítico e ácido-básico Potássio: Principal íon intra-celular (98%); Papel importante no equilíbrio elétrico das membranas; A medida plasmática não reflete, de maneira fidedigna o total de K corporal; Seus distúrbios alteram os potenciais elétricos das membranas.
37 Distúrbio hidro-eletrolítico e ácido-básico Hipercalemia (K > 5,5 meq/l): Causas: Aumento da ingesta; Redistribuição celular: Acidose metabólica; Deficiência de insulina; Lise celular; Exercícios extenuantes.
38 ECG K=6,5mEq/L K=8,0mEq/L K=9,5mEq/L
39 Distúrbio hidro-eletrolítico e ácido-básico Hipocalemia (K<3,5mEq/L): Causas: Diminuição da ingesta; Redistribuição celular: Alcalose metabólica; Insulina; Nutrição parenteral; Uso de ácido fólico e vit. B; Aumento das perdas: Renais: diuréticos, hiperaldosteronismo, cetoacidose diabética,etc; Extra-renais: diarréia e sudorese
40 Distúrbios ácido-básico
41 Distúrbio ácido-básico Acidose metabólica; Alcalose metabólica; Acidose respiratória; Alcalose respiratória.
42 ph é o símbolo para a grandeza físicoquímica 'potencial hidrogeniônico'. Potencial hidrogeniônico: é um índice que indica o grau de acidez, neutralidade ou alcalinidade de um meio qualquer. "p" - alemão potenz - poder de concentração, "H" - íon de hidrogênio (H+).
43 VALOR é um número aproximado entre 0 e 14 Solução: ácida (ph<7) neutra (ph=7) básica/alcalina (ph>7).
44 Substância ph Ácido de bateria <1.0 Suco gástrico 2.0 Sumo de limão 2.4 Cola (refrigerante) 2.5 Vinagre 2.9 Sumo de laranja ou maçã 3.5 Cerveja 4.5 Café 5.0 Chá 5.5 Chuva ácida < 5.6 Saliva pacientes com câncer (cancro) Leite 6.5 Água pura Água pura 7.0 Saliva humana Sangue Água do mar 8.0 Sabonete de mão Amônia caseira 11.5 Cloro 12.5 Hidróxido de sódio caseiro 13.5
45 ph DO SANGUE Normalmente, o sangue é discretamente alcalino, com um ph situado na faixa de 7,35 a 7,45. O equilíbrio ácido-básico é controlado com precisão porque mesmo um pequeno desvio da faixa normal pode afetar gravemente muitos órgãos.
46 EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE é um delicado equilíbrio químico entre os ácidos e as bases existentes no organismo para a manutenção da quantidade ideal de íons hidrogênio nos líquidos intracelular e extracelular Quando a concentração dos íons hidrogênio se eleva ou se reduz, alteram-se a permeabilidade das membranas e as funções enzimáticas celulares; em conseqüência, deterioram-se as funções de diversos órgãos e sistemas.
47 DESEQUILÍBRIO Os pacientes com disfunção de órgãos frequentemente apresentam alterações no equilíbrio ácido-base. Nos pacientes graves, especialmente os que necessitam de terapia intensiva, aquelas alterações são mais manifestas e, não raro, assumem a primazia do quadro clínico. O diagnóstico e o tratamento dos desvios do equilíbrio ácido-base, geralmente, resultam em reversão do quadro geral do paciente e garantem a sua sobrevida.
48 ÁCIDOS Substâncias que cedem hidrogênio em uma solução Metabolismo celular produz ácidos - liberados continuamente na corrente sanguínea - precisam ser neutralizados Principal ácido do organismo: ácido carbônico: ácido instável se transforma facilmente em dióxido de carbono e água. O dióxido de carbono é transportado pelo sangue e eliminado pelos pulmões, enquanto o excesso da água é eliminada pela urina. Demais ácidos do organismo são fixos- permanecem em estado líquido os ácidos alimentares, o ácido lático e os ceto-ácidos;
49 BASES Substâncias que captam o hidrogênio nas soluções Principal base do organismo: Bicarbonato produzido à partir do metabolismo celular pela combinação do dióxido de carbono com a água Demais bases: Fosfatos numerosas proteínas hemoglobina.
50 METABOLISMO Função normal das células do organismo depende de uma série de processos bioquímicos e enzimáticos do metabolismo celular. Vários fatores devem ser mantidos dentro de estreitos limites, para preservar a função celular: Osmolaridade Eletrólitos Nutrientes Temperatura Oxigênio e dióxido de carbono Íon hidrogênio
51 ÍON HIDROGÊNIO quantidade de hidrogênio livre existente dentro e fora das células é um dos fatores mais importantes para o metabolismo celular As variações da concentração do hidrogênio podem produzir grandes alterações na velocidade das reações químicas celulares A unidade de medida da concentração dos íons hidrogênio nos líquidos do organismo é denominada ph
52 ACIDOSE E ALCALOSE Acidose: A redução do ph Alcalose: aumento do ph Ambas são conseqüências de alterações da concentração do íon hidrogênio no organismo.
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54 VARIAÇÕES NO ph Produzem alterações significativas no funcionamento do organismo: Aumento da resistência vascular pulmonar; Redução da resistência vascular sistêmica; Alterações da atividade elétrica do miocárdio; Alterações da contratilidade do miocárdio; Alterações da atividade elétrica do sistema nervoso central; Alterações da afinidade da hemoglobina pelo oxigênio; Modificação da resposta a certos agentes químicos, endógenos e exógenos, como por exemplo, hormônios e drogas vasoativas.
55 ACIDOSE E ALCALOSE Metabólicas: causadas por um desequilíbrio na produção e na excreção de ácidos ou bases pelos rins. Respiratórias: causadas principalmente por distúrbios pulmonares ou respiratórios.
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57 EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE Três mecanismos para controlar o equilíbrio ácido-básico do sangue. o excesso de ácido é excretado pelos rins, principalmente sob a forma de amônia - processo demora vários dias. soluções tampão do sangue para se defender contra alterações súbitas da acidez. excreção do dióxido de carbono.
58 SOLUÇÃO TAMPÃO Soluções "tampão" são soluções que atenuam a variação de ph dos meios biológicos quando expostos à um desequilíbrio em sua concentração de H+. Os tampões são formados a partir de um ácido ou base fraco e o sal correspondente
59 TAMPÃO BICARBONATO O tampão mais importante do sangue utiliza o bicarbonato (um composto básico) que se encontra em equilíbrio com o dióxido de carbono (um composto ácido). À medida que mais ácido ingressa na corrente sangüínea, mais bicarbonato e menos dióxido de carbono são produzidos.
60 DIÓXIDO DE CARBONO O dióxido de carbono subproduto importante do metabolismo do oxigênio produzido constantemente pelas células. O sangue transporta o dióxido de carbono até os pulmões, onde ele é expirado. Os centros de controle respiratório - localizados no cérebro - regulam a quantidade de dióxido de carbono que é expirado - controle da velocidade e profundidade da respiração.
61 CONTROLE DO ph ATRAVÉS DA RESPIRAÇÃO respiração aumenta - a concentração sérica de dióxido de carbono diminui - sangue torna-se mais básico. Respiração diminui - a concentração sérica de dióxido de carbono aumenta - sangue torna-se mais ácido. Ajustes na velocidade e na profundidade da respiração - regulam o ph sangüíneo minuto a minuto.
62 Distúrbios ácido-básico Acidose metabólica: Causas: Aumento da produção de ácido: cetoacidose diabética, acidose lática e intoxicação por salicilato; Perda de bicarbonato: diarréia Clínica: Respiração de Kussmaul; Cefaléia, letargia, estupor e coma Laboratório: ph < 7,35; Bic < 22 e pco2 variável;
63 Distúrbios ácido-básico Acidose metabólica: Tratamento: Tratar a causa de base; Manter o paciente bem hidratado; Uso de bicarbonato (Bic.Na 8,4%) quando ph abaixo de 7,2
64 Distúrbios ácido-básico Alcalose metabólica: Distúrbio mais freqüente em pacientes cirúrgicos; Causas: Perda de ácidos e contração de volume extracelular: vômitos, uso de SNG, uso de diuréticos, hipocalemia e hipomagnesemia; Hiperaldosteronismo com aumento da reabsorção de HCO3 e eliminação de H
65 Distúrbios ácido-básico Alcalose metabólica: Diagnóstico: Sinais de hipovolemia; Gasometria arterial: ph>7,45 Bic. > 26 pco2 > 45 e Cl < 96 Tratamento: Correção do estado volêmico, descontinuar diuréticos, parar a perda de ácidos e tratar o hiperaldosteronismo;
66 Distúrbios ácido-básico Acidose respiratória: Causas: Falência neurológica; Fadiga muscular; Perda da permeabilidade/superfície alveolar; Obesidade.
67 Distúrbios ácido-básico Acidose respiratória: Diagnóstico: Clínico: ansiedade, estupor e coma; Gasometria arterial: Hipercapnia ph < 7,20 pco2 > 45 e Bic. variável Tratamento: Tratar a doença de base; Suporte ventilatório.
68 Distúrbios ácido-básico Alcalose respiratória: Secundária a hiperventilação: Causas: Ansiedade, dor, hipóxia, intoxicação por AAS; Diagnóstico: Cefaléia e confusão mental; Gasometria arterial: Hipocapnia ph > 7,45 pco2 < 35 e Bic. Variável; Tratamento: Tratar a causa básica.
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