TERRITÓRIOS ETNOEDUCACIONAIS definições, base legal e perspectivas. Rita Potyguara Coordenação Geral de Educação Escolar Indígena MEC / Secadi
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1 TERRITÓRIOS ETNOEDUCACIONAIS definições, base legal e perspectivas Rita Potyguara Coordenação Geral de Educação Escolar Indígena MEC / Secadi
2 Definições Instrumentos de organização (planejamento e gestão) das políticas e ações da EEI Áreas definidas a partir da consulta aos povos indígenas, baseadas em suas interações sociopolíticas, culturais e linguísticas com vistas ao fortalecimento de suas identidades étnicas e a garantia dos seus territórios
3 Definições Espaços de articulação definidos e configurados pelos povos indígenas em conjunto com as instituições envolvidas com a EEI Estratégias para garantir a presença do Estado (Mec, Secretarias de Educação, IES, Funai) na promoção de suas ações educativas junto aos povos indígenas Categorias centrais para a construção de projetos pedagógicos e currículos efetivamente articulados às demandas educativas dos povos indígenas.
4 Definições O Ministério da Educação é o coordenador da implantação, do acompanhamento e da avaliação da EEI (da política dos TEEs), respeitada a autonomia e mantidas as responsabilidades e competências dos entes federativos. A Comissão Gestora é uma instância mista e representativa responsável pela elaboração, monitoramento e avaliação do Plano de Ação. O Plano de Ação é o documento orientador para a execução das ações do TEE indicadas como prioritárias a partir de diagnóstico elaborado pela Comissão Gestora.
5 Composição da Comissão Gestora Representantes de cada povo indígena integrante do TEE; Ministério da Educação MEC; Fundação Nacional do Índio FUNAI; Secretarias de Educação do(s) Estado(s) e Município(s) de abrangência do TEE; Instituições de Ensino Superior; Organizações indígenas e indigenistas com atuação na educação escolar indígena no âmbito do TEE; Ministério Público (convidado).
6 Responsabilidades da Comissão Gestora Elaboração do diagnóstico; Elaboração do Plano de Ação; Elaboração do regimento interno; Participação nas reuniões ordinárias; Socialização das informações; Acompanhamento e avaliação das ações.
7 Passos para implementação 1. Informação e consulta para a definição do TEE (anuência dos povos indígenas e definição da abrangência geográfica e étnica do TEE); 2. Processo de constituição e instalação da comissão que elaborará e acompanhará o Plano de Ação do TEE; 3. Diagnóstico da situação da Educação Escolar Indígena no TEE; 4. Elaboração do Plano de Ação; 5. Pactuação do Plano de Ação; 6. Execução, acompanhamento e avaliação.
8 Base Legal DECRETO 26, DE 04 DE FEVEREIRO DE 1991 Dispõe sobre a educação indígena no Brasil Art. 1º Fica atribuída ao Ministério da Educação a competência para coordenar as ações referentes à educação indígena, em todos os níveis e modalidades de ensino, ouvida a Funai. Art. 2º As ações previstas no Art. 1º serão desenvolvidas pelas Secretarias de Educação dos Estados e Municípios em consonância com as Secretarias Nacionais de Educação do Ministério da Educação.
9 Base Legal Constituição Federal de 1988 Art. 211 A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime de colaboração seus sistemas de ensino Art. 23 Competências comuns da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional
10 Base Legal DECRETO Nº 6.861, DE 27 DE MAIO DE 2009 que define a organização da EEI em Territórios Etnoeducacionais Art. 6º, Parágrafo Único Os TEEs compreendem [...] independentemente da divisão político-administrativa do país, as terras indígenas, mesmo que descontínuas, ocupadas por povos indígenas que mantêm relações intersocietárias caracterizadas por raízes sociais e históricas, relações políticas e econômicas, filiações linguísticas, valores e práticas culturais compartilhados.
11 Base Legal I Conferência Nacional de EEI (2009) I. Consultar os diferentes atores envolvidos com a EEI sobre as realidades e as necessidades educacionais para o futuro das políticas de EEI; II. Discutir propostas de aperfeiçoamento da oferta de EEI, na perspectiva da implementação dos TEEs; III. Propor diretrizes que possibilitem o avanço da EEI em qualidade e efetividade; e IV. Pactuar compromissos para a prática da interculturalidade na EEI.
12 Base Legal Diretrizes Curriculares Nacionais para a EEI na Educação Básica (Parecer 13 e Resolução 5 CNE/CEB de 2012) Art. 2º Objetivos das DCN para a EEI na Educação Básica V - fortalecer o regime de colaboração entre os sistemas de ensino da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, fornecendo diretrizes para a organização da Educação Escolar Indígena na Educação Básica, no âmbito dos TEEs;
13 Base Legal Art. 4º Constituem elementos básicos para a organização, a estrutura e o funcionamento da escola indígena: I - a centralidade do território para o bem viver dos povos indígenas e para seus processos formativos e, portanto, a localização das escolas em terras habitadas por comunidades indígenas, ainda que se estendam por territórios de diversos Estados ou Municípios contíguos;
14 Base Legal Art. 22 As políticas de Educação Escolar Indígena serão efetivadas nos territórios etnoeducacionais por meio da articulação entre os diferentes sistemas de ensino, definindo-se, no âmbito do regime de colaboração, suas competências e corresponsabilidades. Art. 24 Constituem atribuições da União: II - coordenar as políticas dos territórios etnoeducacionais na gestão da Educação Escolar Indígena;
15 Base Legal Art. 25 Constituem atribuições dos Estados: I - ofertar e executar a Educação Escolar Indígena diretamente ou por meio de regime de colaboração com seus Municípios; IV implementar e desenvolver as ações pactuadas no plano de ação elaborado pela comissão gestora dos territórios etnoeducacionais;
16 Base Legal Art As atribuições dos Estados com a oferta da EEI poderão ser realizadas em regime de colaboração com os municípios, ouvidas as comunidades indígenas, desde que estes tenham se constituído em sistemas de educação próprios e disponham de condições técnicas e financeiras adequadas. 2 As atribuições dos Estados e do Distrito Federal se aplicam aos Municípios no que couber.
17 Base Legal Seção II Dos territórios etnoeducacionais Art. 27 Os TEEs devem se constituir nos espaços institucionais em que os entes federados, as comunidades indígenas, as organizações indígenas e indigenistas e as instituições de ensino superior pactuarão as ações de promoção da EEI efetivamente adequadas às realidades sociais, históricas, culturais e ambientais dos grupos e comunidades indígenas.
18 Base Legal 1º Os TEEs objetivam promover o regime de colaboração para promoção e gestão da EEI, definindo as competências comuns e privativas dos entes federados, aprimorando os processos de gestão e de financiamento da EEI e garantindo a participação efetiva das comunidades indígenas.
19 Base Legal 2º Para a implementação dos TEEs devem ser criados ou adaptados mecanismos jurídicoadministrativos que permitam a sua constituição em unidades executoras com dotação orçamentária própria, tais como os consórcios públicos e os arranjos de desenvolvimento educacionais.
20 Base Legal 3º Os TEEs estão ligados a um modelo de gestão das políticas educacionais indígenas pautado pelas ideias de territorialidade, protagonismo indígena, interculturalidade, aperfeiçoamento do regime de colaboração.
21 Base Legal Plano Nacional de Educação 2011/2010 (Lei / 2014 ) Art. 7 o A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios atuarão em regime de colaboração, visando ao alcance das metas e à implementação das estratégias objeto deste Plano. 4 o Haverá regime de colaboração específico para a implementação de modalidades de educação escolar que necessitem considerar territórios étnico-educacionais e a utilização de estratégias que levem em conta as identidades e especificidades socioculturais e linguísticas de cada comunidade envolvida, assegurada a consulta prévia e informada a essa comunidade.
22 Implantação do TEEs ( ) Ano Quantidade de TEEs Pactuados TOTAL 25
23 TEEs Pactuados 1. Baixo Amazonas (AM) - 21/05/2009 (pactuação) e 04/11/2009 (assinatura do Plano de Ação) 2. Rio Negro (AM) - 18/12/2008 (pactuação) e 25/05/2009 (assinatura do Plano de Ação) 13. Vale do Javari (AM) 29/11/ Ixamná (PA) - 08/ Povos do Pantanal (MS) 28/08/ Tupi Mondé (RO) 26/10/ Cone Sul (MS) 10/11/ Tupi Tupari (RO) 26/10/ A uwê Uptabi (MT) 22/03/ Tupi Txapakura (RO) 28/10/ Juruá/Purus (AM) 11/06/ Yjhukatu (RO) 28/10/ Xingu (MT) 28/08/ Vale do Araguaia (MT, TO, GO e PA) 24/11/ Yby Yara (BA) 17/09/ Timbira (TO e MA) 26/11/ Médio Solimões (AM) 07/10/ Tapajós e Arapiuns (PA) 13/12/ Cinta Larga (MT e RO) 20/10/ Médio Xingu (PA) 20/05/ Pykakwatynhre (PA) 24/10/ Yanomami e Ye kuana (AM e RR) 13/12/ Alto Solimões (AM) 29/11/ Potyrõ (CE e PI) 22/05/ Serra Negra Berço Sagrada 19/09/2014
24
25 TEEs EM PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO 1. Nambikwara (MT) 2. Oiapoque (AP) 3. Tenetehar Waywy Zemu E Haw Tembé e Ka apor (PA)
26 TEEs EM PROCESSO DE CONSULTA 1. Noroeste do Mato Grosso (MT) 2. Médio Norte Haliti - Paresi (MT) 3. Baixada Cuiabana (MT) 4. Bakairi (MT) 5. Povos do Sul Kaingang, Xetá, Xokleng e Charrua (RS, SC e PR) 6. Litoral Sul Guarani Mbya (RS, SC, PR, RJ, SP e ES) 7. Guajajara (MA) 8. Paraíba e Rio Grande do Norte 9. Alagoas e Sergipe 10. Parque do Tumucumaque e Wajãpi (AP) 11. Acre 12. Roraima - Lavrado 13. Kayabi e Apiaká (MT e PA)
27 Avaliações e Perspectivas Ações executadas a partir de um Plano de Ação articulado e etnoterritorializado Organização e execução das ações a partir das configurações dos TEEs (e não das configurações isoladas de Estados e Municípios) Planejamento da EEI realizado pelas Comissões Gestoras com base em diagnósticos melhor circunstanciados das diferentes situações da EEI
28 Avaliações e Perspectivas Participação indígena em todas as etapas do processo de definição e implementação dos TEEs Aproximação dos espaços de decisões dos povos e comunidades indígenas Construção de espaços de participação e de socialização das informações
29 Avaliações e Perspectivas Conhecimento das fontes de financiamento da EEI e monitoramento da aplicação dos recursos Melhor definição de responsabilidades e competências Regime de colaboração como prática Autonomia e autodeterminação indígenas: transformação da relação dos povos indígenas com o Estado e com a sociedade
30 Avaliações e Perspectivas Melhor compreensão, por parte dos entes federados, das limitações das políticas universais para os povos indígenas Experiência de vanguarda na regulamentação do regime de colaboração no âmbito das políticas de Educação Escolar Indígena Aponta para a criação do Sistema Nacional de Educação Escolar Indígena, articulado com o Sistema Nacional de Educação
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