I See Brazil I See Brazil Index I See Brazil I See Brazil Index 2,4 pontos I See Brazil Index I See Brazil Economia 1,77 ponto I See Brazil Política
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- Gonçalo Rodrigues Beretta
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1 CRISE TRAZ DANOS A IMAGEM DO BRASIL NO EXTERIOR I See Brazil registra percepção mais crítica ao longo do terceiro trimestre de 2015 Após ter experimentado uma leve recuperação ao longo do 2º trimestre de 2015, a imagem do Brasil no exterior voltou a cair apontando para um retorno ao menor nível dos últimos anos, registrado nos três primeiros meses do ano. É o que indica o I See Brazil Index, metodologia do I See Brazil que pondera as avaliações da imprensa e de especialistas internacionais, e atribui uma nota à percepção externa do país. A perda de grau de investimento do Brasil, a deterioração de seus indicadores econômicos e a persistência da crise política pautaram o olhar internacional sobre o país no 3º trimestre de Com isso, o I See Brazil Index atingiu 2,4 pontos entre julho e setembro de 2015, em uma escala de zero a dez pontos (0 = extremamente negativa; 10 = extremamente positiva), na qual notas acima de 5 são consideradas positivas. Um resultado bastante fraco ainda mais se comparado a igual período de 2014, quando o índice atingiu a maior gradação da série histórica do índice, 5 pontos. Com relação ao 2º trimestre, o recuo foi de 0,24 ponto. Uma leitura mais detalhada dos resultados do I See Brazil Index mostra ainda que a principal queda na percepção externa ocorreu com relação às perspectivas da economia brasileira. Após ter caído para 0,92 ponto entre janeiro e março deste ano, O I See Brazil Economia conseguiu uma leve recuperação no trimestre seguinte, chegando a 1,64 pontos. Agora, contudo, voltou a apresentar declínio, obtendo 1,77 ponto entre julho e setembro uma queda de 1,23 ponto. Na comparação com o 3º trimestre de 2014, o recuo foi maior ainda: de 4,89 pontos. O agravamento da crise política, com o aumento da pressão de setores oposicionistas pelo afastamento da presidente Dilma Rousseff e a continuidade na revelação de envolvimento de autoridades no esquema de irregularidades da Petrobras, fez com que o I See Brazil Política também recuasse. O indicador atingiu 0,98 ponto entre julho e setembro uma queda de 0,65 ponto. Na comparação com o 3º trimestre de 2014, a queda foi de 2,22 pontos. 1
2 Chamou a atenção no 3º trimestre o I See Brazil Socioambiental. Apesar de acompanhar a tendência geral do I See Brazil até o 2º trimestre deste ano, o indicador apontou crescimento entre julho e setembro atingindo 4,83 pontos. O resultado é 1,5 ponto superior ao do trimestre anterior, e 1,03 ponto maior do que o registrado entre julho e setembro de Políticas econômicas ineficazes reduziram o grau de liberdade dos responsáveis pelas políticas para lidar com os choques externos negativos, como o acentuado declínio nos preços das exportações brasileiras. DEUTSCHE BANK, BRAZIL DAILY UPDATE, 28 DE AGOSTO DE 2015 OLHAR CRITICO Considerando-se apenas as reportagens publicadas na imprensa internacional durante o período, verifica-se um tom eminentemente negativo das 488 matérias analisadas no 3º trimestre, 73,15% foram críticas ao país. Como comparativo, no 2º trimestre as reportagens negativas totalizaram 62,87%; e, no 3º trimestre de 2014, representaram apenas 49,45%. Observando-se os resultados acumulados dos primeiros nove meses do ano, fica claro que as historicamente as 2 matérias mais críticas sobre o Brasil sempre ficaram abaixo de 50%, atingindo seu menor nível em 2010, (quando perfizeram apenas 18% do total). Este quadro começou a mudar no ano passado, quando atingiram 56,4%; e entre janeiro e setembro de 2015, as reportagens de teor negativo chegaram à marca recorde de 72,3% (veja gráfico a seguir).
3 Por acompanhar as crises econômica e política do Brasil em detalhe, a revista britânica The Economist foi o veículo que se mostrou mais crítico com relação ao Brasil no 3º trimestre dentre os que habitualmente abordaram o país: 24 de seus textos (de um total de 27) foram negativos. Em termos absolutos, o veículo mais crítico foi a revista alemã Der Spiegel, cujas três reportagens sobre o Brasil publicadas no período foram todas negativas. As investigações em curso sobre suspeitas de corrução contra indivíduos e empresas bastante expressivos - tanto no setor público quanto privado e em vários partidos políticos - levaram a uma crescente incerteza política. STANDARD & POOR S, RATINGS DIRECT, 9 DE SETEMBRO DE
4 A DEMANDA EXTERNA NÃO DEVERÁ RESGATAR A ECONOMIA, DADA A DESACELERAÇÃO DO CRESCIMENTO DA CHINA, QUE É UM MERCADO-CHAVE PARA AS EXPORTAÇÕES DE COMMODITIES DO BRASIL. E, APESAR DO REAL FRACO TORNAR AS VENDAS EXTERNAS COMPETITIVAS, OS PROBLEMAS DA INDÚSTRIA DEIXAM O PAÍS MUITO FRACO PARA GANHAR MERCADOS. DELOITTE TOUCHE TOHMATSU, GLOBAL ECONOMIC OUTLOOK, 23 DE JULHO DE 2015 CENARIO NEBULOSO Os resultados do I See Brazil Index confirmam uma tendência que vem se apresentando desde o início do ano. Após a bem-sucedida realização da Copa do Mundo de Futebol e das eleições presidenciais no ano passado, a imagem do Brasil no exterior só tem se deteriorado. As revelações sobre o esquema O BRASIL É HOJE UM CASO DIGNO DE ESTUDO, NÃO SOMENTE PELO O QUE OCORRE EM SEU INTERIOR, SENÃO PELO EFEITO CONTAMINANTE QUE PODE TER PARA O RESTO DAS AMÉRICAS. EL PAÍS, 30 DE AGOSTO DE 2015 de corrupção na Petrobras, a crise política iniciada em janeiro e a piora da economia têm levado tanto a imprensa quanto os especialistas internacionais a dedicarem um olhar menos otimista com relação ao país. Diante deste contexto, o olhar internacional mais benevolente com relação a assuntos socioambientais chama a atenção afinal, esse tópico, apesar de receber menos atenção do que política e economia, tende a concentrar questões nas quais o Brasil ainda encontra dificuldade para solucionar, como a criminalidade urbana e o desmatamento da Floresta Amazônica. No entanto, é importante levar em conta que a abordagem em torno desses temas ainda é reduzida, e as poucas matérias positivas acabam impactando sobre o resultado final do índice setorial. 4
5 O que vem por aí Alguns dos temas que poderão continuar presentes no 4º trimestre de 2015 são: A desaceleração econômica do país; A crise política, com destaque para o eventual processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff e as investigações em torno do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ); Novas repercussões em torno do caso de corrupção na Petrobras. Outros assuntos que poderão ganhar força entre julho e setembro deste ano incluem: Medidas de ajuste na economia e a permanência de Joaquim Levy como ministro da Fazenda; e Pauta do Brasil nas discussões climáticas de Paris, no final do ano. O I See Brazil é produzido pela agência de comunicação Imagem Corporativa com a finalidade de mostrar como está a imagem do Brasil em outros países, reunindo e analisando referências à política, à economia e aos assuntos socioambientais. Os resultados são ponderados e geram uma nota de zero a dez o I See Brazil Index que traduz como o país foi visto no exterior naquele trimestre. Sua metodologia leva em conta a avaliação dos principais veículos da imprensa internacional e de uma equipe de especialistas de outros países. O I See Brazil analisa as reportagens sobre o Brasil, publicadas entre abril e junho de 2015, por oito veículos internacionais de imprensa: Der Spiegel (Alemanha); El País (Espanha); Financial Times (Reino Unido); La Nación (Argentina); Le Monde (França); The Economist (Reino Unido); The New York Times (EUA); e The Wall Street Journal (EUA). Além disso, o boletim traz os resultados de uma pesquisa feita com especialistas internacionais que opinaram sobre a imagem do país. Participaram desta edição: Roberto Durán, do Instituto de Ciência Política da Pontificia Universidad Católica do Chile (Chile); Michael Kuczynski, do Centre of Latin-American Studies da Universidade de Cambridge (Reino Unido); Stephanie Dennison, da Leeds University (Reino Unido); Zhou Zhiwei, do Centro de Estudos Brasileiros do Instituto da América Latina, Academia Chinesa de Ciências Sociais (China); e Walter Astié Burgos, da Universidad Anáhuac México Sur (México); e Roberto Vecchi, do Departamento de Línguas, Literatura e Cultura da Universidade de Bolonha (Itália). Foram considerados ainda relatórios e análises sobre o Brasil elaborados pelo Deutsche Bank, pela Deloitte Touche Tohmatsu e pela Standard & Poor s. 5
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