29º Seminário de Extensão Universitária da Região Sul PROJETO RADIOLOGIA E COMUNIDADE

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1 29º Seminário de Extensão Universitária da Região Sul PROJETO RADIOLOGIA E COMUNIDADE Área temática Saúde Juliana Almeida Coelho (Coordenadora da ação de extensão) Autores: Juliana Almeida Coelho 1, Caroline de Medeiros 2, Jésika Cella 3 Palavras-chave: Projeto radiologia na comunidade, osteoporose, câncer de mama. Resumo Esse trabalho relata as ações de extensão comunitária, realizadas pelo Projeto Radiologia e Comunidade. O projeto iniciou em 2005 e é realizado semestralmente no Curso Superior de Tecnologia do IF-SC. A equipe executora é composta por dois docentes e 17 alunos. São realizadas oficinas, através de palestras, com o intuito de prevenir a osteoporose e o câncer de mama, duas doenças silenciosas que representam um risco potencial para pessoas acima dos 50 anos. A ação tem-se mostrado eficiente na atenção e cuidado com as comunidades carentes, além de proporcionar uma contínua relação de ensino aprendizagem de todos os que dela participam. Introdução O projeto Radiologia e Comunidade iniciou em 2005, com o intuito de levar às comunidades carentes informações sobre duas das doenças que mais atingem a população brasileira: o câncer de mama e a osteoporose. O Curso Superior de Tecnologia em Radiologia do IF-SC Campus Florianópolis, oferece em sua matriz curricular, no módulo cinco, a unidade curricular de Densitometria Óssea e Mamografia, sendo essa composta por uma carga horária de 120 horas. Dentro dessa unidade curricular, os alunos reconhecem a importância desses exames diagnósticos para prevenir e detectar precocemente a osteoporose e o câncer de mama. 1 Coordenadora da ação de extensão e Docente do Curso Superior de Tecnologia em Radiologia do IF- SC, Campus Florianópolis. 2 Coordenadora Adjunta da ação de extensão e Docente do Curso Superior de Tecnologia em Radiologia do IF-SC, Campus Florianópolis. 3 Discente e executora da ação de extensão do Curso Superior de Radiologia do IF-SC, Campus Florianópolis, 5ª fase.

2 Dentro dessa proposta de prevenção de doenças, viu-se a possibilidade de um projeto de extensão comunitária que possibilitasse atender a demanda social e acadêmica, sendo que a necessidade de mudanças na formação dos profissionais de saúde visando sua adequação a um modelo assistencial que tem como pressupostos principais a humanização do atendimento, a integralidade do ser humano, a promoção da saúde e a necessidade da interlocução com outros saberes, inclusive o saber popular, vem sendo objeto de muitos debates e propostas.(ribeiro, 2005, p. 25) Nesse sentido, trata-se de uma abordagem preventiva, demonstrando às comunidades atendidas a importância do conhecimento sobre o câncer de mama e osteoporose, discutindo o seu significado, as suas formas de tratamento e prevenção. Para Cotran (2006) e Petel (2006) são duas doenças silenciosas, onde a prevenção consiste em diminuir sua incidência, evitando a exposição da população aos fatores de risco. Dessa forma, visto a importância destes exames, de prevenção e o valor do trabalho que o profissional Tecnólogo em Radiologia desempenha, o trabalho relatada ações educativas e assistenciais voltadas a adultos e idosos de baixa renda ou que estejam residindo em comunidades com risco social. O projeto busca atender às orientações expressas nas Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de formação universitária, englobando os seguintes princípios: aprender a aprender, aprender a ser, aprender a fazer, aprender a viver juntos e aprender a conhecer (BRASIL, 2001). Este projeto de extensão tem como objetivo geral expandir os conhecimentos das comunidades carentes de informação sobre o diagnóstico feito através da mamografia e densitometria óssea e suas patologias, através de palestras, contribuindo assim para o aumento da qualidade de vida e manutenção da saúde da população. Visa, também, melhorar o desenvolvimento profissional dos acadêmicos do Curso Superior de Tecnologia em Radiologia, buscando conscientizar o acadêmico sobra a importância, não só das atividades curativas, mas também da realização de palestras educacionais para conscientização da população da importância da manutenção da saúde. Metodologia O Projeto Radiologia e Comunidade desde o seu início, em 2005, já atingiu 11 comunidades, e para o desenvolvimento do projeto em 2011, foi composta uma equipe de dois docentes do Curso Superior de Tecnologia em Radiologia e por 17 alunos, da 5ª fase do respectivo curso. As ações de planejamento e seleção das comunidades atendidas iniciaram em fevereiro de 2011, nesse período foram realizadas reuniões entre a equipe executora para estudar o perfil da comunidade e propor ações e decisões sobre aspectos relacionados ao trabalho, bem como as oficinas para as comunidades. Concomitante as reuniões, desenvolveu-se um estudo profundo sobre o câncer de mama e a osteoporose, consistindo em uma pesquisa de cunho bibliográfico de resumos literários em artigos indexados.

3 Após o contato prévio com as comunidades e o planejamento de todas as ações as oficinas aconteceram durante os meses de maio e junho de 2011, atendendo quatro comunidades diferentes, localizadas na Grande Florianópolis. As oficinas foram ministradas pelos alunos participantes do projeto sob a supervisão de duas docentes executoras da proposta. Participaram das oficinas cerca de 180 pessoas, em sua maioria mulheres, com idade média de 70 anos de idade. Ao final de cada oficina, alguns participantes eram escolhidos aleatoriamente para responder a um pequeno questionário, objetivando verificar o perfil dos participantes e avaliar a ação. Ao total, 68 participantes responderem ao questionário. Nos subitens a seguir descrevemos por meio de gráficos os resultados mais significativos. a) Perfil dos participantes da pesquisa: Conforme a figura 1, dos participantes que responderam ao questionário, 53 são do gênero feminino, 4 do gênero masculino e 11 não responderam a essa pergunta. Gênero dos Participantes Masculino Femenino Sem dados Figura 1 - Gênero dos Participantes Fonte: Autor (2011) Os participantes foram questionados sobre o fato de já terem realizado os exames de densitometria óssea e mamografia. Percebe-se através da figura 2 que a resposta foi de forma geral positiva para os dois exames, porém prevalece o maior índice de realização dos exames de mamografia, fato esse que pode ser justificado pela mamografia ser mais acessível através do Sistema Único de Saúde (SUS).

4 Nº Participantes Realização dos Exames Mamografia Densitometria Sim Não Sem dados Exames Figura 2 - Realização dos Exames. Fonte: Autor (2011) b) Grau de interesse dos participantes: Os participantes também foram questionados sobre a qualidade das oficinas, respondendo a pergunta: Como você se sente após a palestra? possuindo três categorias para resposta: Muito Feliz, Poderia ser Melhor ou desanimado. Vale ressaltar que essa escolha era feita de forma lúdica, onde o participante assinala uma figura que mais demonstrava seu grau de interesse pela oficina. Pode-se observar na figura 03 que para a maioria dos participantes a oficina foi positiva, colaborando para que se sentisse muito feliz. Grau de interesse dos participantes 9% Muito feliz 91% Poderia ser melhor, desanimado Figura 3 - Grau de interesse dos participantes. Fonte: Autor (2011)

5 Conclusões A possibilidade de um diálogo entre a teoria e a prática, articulado no cotidiano da vida das comunidades permitiu a realização de um trabalho de extensão efetivo nas respostas a serem construídas. As respostas necessárias a este projeto foram encontradas em caminhos que reinventam a própria formação científica de cada área em especial e, principalmente pela condução interdisciplinar do grupo. Esses saberes construídos pelo trabalho de muitos, não podem ser propriedade exclusiva de uma minoria, mas sim, socializados com o conjunto da sociedade, para que lhes sirvam como instrumento de compreensão e transformação de sua realidade. (KAMINSKI, 2000). Assim, ao compartilhamos ações dividindo saberes com as atividades interdisciplinares, reconhecemos que o cuidado a aspectos físicos e sociais, supera um modelo de aprendizagem fragmentada e garante aos envolvidos no projeto uma aprendizagem que reconhece os sujeitos na sua totalidade. O resultado reflete em uma ação interdisciplinar e conjunta, ao considerar o diálogo via educação, saúde e cidadania, atende, tanto as necessidades da comunidade, quanto à prática acadêmica. Nesse sentido, melhorar a qualidade de vida representa um desafio, tanto para os adultos e idosos atendidos como para a equipe executora desse projeto. Referências ABRAMOVITZ, J.; REBELLO, L. H. B. Metodologia do Projeto Rio de Janeiro, UniverCidade / NPD, apostila de aula, BRASIL, Instituto Brasileiro Geografia e Estatística. Indicadores Sociodemográficos e de Saúde no Brasil. 2010, v.25. Disponível em: < Acesso em 25 nov BRASIL. Ministério da Saúde. Câncer de Mama. 2010a. Disponível em: < Acesso em: 24 out BRASIL, Plano Nacional de Extensão Universitária. Edição atualizada. Brasil, 2000/2001 COTRAN, Ramzi S. Patologia estrutural e funcional. 6.edição, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, FIGUEIREDO, Telma Magrini Brochado de et al. Educação e Cidadania para a saúde da mulher: Um relato de experiência na extensão universitária da UNIVALI. UDESC em Ação, Florianopolis, n.02, 2008.

6 KAMINSKI, L. Projeto integrado de Ação Universitária PIAU: a atividade extensionista como forma de minimizar as desigualdades sociais. Mimeo. UNIOESTE, PETEL, L. A. Conhecimentos dos alunos do internato do curso de graduação em Medicina sobre detecção precoce do câncer de mama f. Dissertação (Mestrado em Medicina) Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RIBEIRO, Kátia Suely Queiroz Silva. A contribuição da extensão comunitária para a formação acadêmica em fisioterapia. Fisioterpaia e Pesquisa, São Paulo, n.12, p Disponível em: < php?script=sci_serial&lng=en&pid= &nrm=iso>. Acesso em: 20 abr