Conselhos reagem e Procon admite rever orientações

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1 Conselhos reagem e Procon admite rever orientações Após a manifestação contrária dos Conselhos Regionais de Medicina e Odontologia ao ofício enviado às autarquias pelo Procon, a superintendência do órgão de defesa do consumidor em Goiás admitiu rever as orientações citadas no documento. De acordo com o Procon, as orientações procuravam harmonizar as relações entre esses profissionais e seus pacientes, mas parecer das assessorias jurídicas dos conselhos afirma que as orientações do Procon interferem na autonomia de médicos e odontólogos e prejudica a relação entre esses profissionais e os pacientes. Páginas 4 e 5 Ipasgo: contagem regressiva Profissionais de saúde de todo o Estado devem se apressar. O prazo para o credenciamento do Ipasgo termina no dia 20 de outubro. Quem deixar para a última hora pode enfrentar tumultos. Página 3 Leia ainda nesta edição... Íris Rezende: café da manhã...página 7 Remédios: fora do supermercado...página 3

2 01 a 15/10/04 Saúde em Foco 2 CURTAS Íris Rezende (1) Diretores de hospitais goianienses e representantes da área da saúde na Capital participam, no dia 19 de outubro, de um café da manhã com o candidato à prefeitura de Goiânia, Íris Rezende. O evento, promovido pela Casa dos Hospitais, acontecerá na Maison Florency. Íris Rezende (2) Com a promoção desse café da manhã, a Casa dos Hospitais quer que os prestadores de serviços de saúde tenham mais uma oportunidade de ouvir as propostas do candidato e, principalmente, de reforçar a necessidade de cumprimento dos compromissos firmados por Íris Rezende com a categoria no primeiro turno das eleições. Entre eles, o de ouvir os prestadores de serviços antes da escolha do secretário da Saúde e de nomear um profissional da área para o cargo. São Lucas A diretoria do Hospital São Lucas, de Goiânia, informa que a unidade também está credenciada pelo Ministério da Saúde (MS) para a realização de cirurgias eletivas dentro da Política de Procedimentos Cirúrgicos Eletivos de Média Complexidade lançada pelo MS. O objetivo do MS é atender cerca de 1,5 milhão de habitantes de 30 municípios da macro-região de Goiânia. Palestra - Estão abertas as inscrições para a palestra Logística de materiais conceitos e dificuldades de gestão, que será realizada no dia 26 de outubro, às 19 horas, no auditório da Casa dos Hospitais. O palestrante é o administrador hospitalar Paulo Carvalho, que é pós-graduado em Administração Hospitalar pela Universidade São Camilo e em Marketing pela Universidade Católica de Goiás. Mais informações e inscrições: (62) Posse - Eleitos em julho, os médicos Lívia Barros Garção e Lueiz Amorim Canedo foram empossados como representantes de Goiás no Conselho Federal de Medicina. A posse aconteceu no dia 13 de outubro e eles terão um mandato de cinco anos. Saúde em Foco Ano 4 Nº a 15/10/04 Publicação da Casa dos Hospitais (AHEG, SINDHOESG, FEHOESG e IFL) Presidentes: Mauro Pereira Machado/AHEG Salomão Rodrigues Filho/ FEHOESG-IFL Paulo Rassi/SINDHOESG Jornalista Responsável: Rosane Rodrigues da Cunha MTb 764/JP Fone: (62) Fax (62) rosanerc@terra.com.br

3 01 a 15/10/04 Saúde em Foco 3 Câmara vai definir reajuste de planos em 2005 A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) já deflagrou o processo que definirá os critérios de reajuste das mensalidades cobradas pelas operadoras do setor no ano que vem. A discussão começou durante a 35ª Reunião da Câmara de Saúde Suplementar, realizada no dia 5 de outubro, com a presença de entidades médicas e órgãos de defesa do consumidor. Até a metade do primeiro semestre de 2005, o índice vigente será de 11,75%. FORA DAS PRATELEIRAS O diretor de saúde pública da Associação Médica Brasileira (AMB) e membro da Comissão de Remuneração e Mercado de Trabalho do Conselho Federal de Medicina (CFM), Samir Bittar, informou que a data para início dos trabalhos que definirão os reajuste ainda não foi definida. Entretanto, outros pontos polêmicos foram tratados pela câmara, como o que se refere à contratualização dos médicos com os planos de saúde. (Fonte: Folha de Pernambuco) Supermercados são proibidos de vender remédios O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu por unanimidade que os supermercados não poderão mais comercializar medicamentos anódinos, ou seja, que não precisam de receita médica. De acordo com a decisão do Tribunal, a medida provisória 542/94 DE OLHO NO PRAZO... que permitia o comércio desses medicamentos, quando foi convertida em lei, sofreu alterações que excluíram o dispositivo legal que autorizava a venda. As informações são do Superior Tribunal de Justiça. Credenciamento no Ipasgo termina dia 20 O prazo de inscrições para o credenciamento de profissionais de saúde do Ipasgo termina no próximo dia 20 de outubro. Os interessados não devem deixar para fazer sua inscrição nos últimos dias, para evitar tumultos no atendimento. Todas as informações sobre a inscrição, documentos e demais requisitos exigidos para o credenciamento, de acordo com o Ipasgo, estão disponíveis no endereço eletrônico do instituto na sua sede administrativa do instituto, nas agências e regionais do órgão.

4 01 a 15/10/04 Saúde em Foco 4 Procon admite voltar atrás em orientações encaminhadas ao CRM e CRO A reação contrária dos Conselhos Regionais de Medicina e de Odontologia ao ofício enviado às autarquias pelo Procon levou o órgão a se comprometer a rever as orientações apresentadas a médicos e odontólogos Representantes do Conselho Regional de Medicina (CRM), do Conselho Regional de Odontologia (CRO), do Sindicato dos Médicos do Estado de Goiás (Simego) e da Associação Médica de Goiás (AMG) reuniramse, no dia 4 de outubro, para avaliar o ofício enviado aos conselhos pela Superintendência do Procon em Goiás. No ofício, encaminhado em 27 de setembro, o Procon condena o atendimento de consultas por ordem de chegada do paciente ao consultório, diz que atrasos no a- tendimento não podem superar 15 minutos e exige a emissão de recibo e nota fiscal do serviço prestado. E mais, o Procon exige a prescrição de medicamentos pelo princípio ativo, o tratamento sem discriminação a pacientes particulares, do sistema público ou de convênios de saúde e determina a presença de profissionais de saúde do sexo feminino durante consultas feitas por médicos ginecologistas. Representantes dos médicos e odontólogos consideraram as exigências do Procon sem fundamento e uma interferência no relacionamento entre esses profissionais e seus pacientes. Participaram do encontro, o presidente do CRM, Iliam Cardoso dos Santos, e os conselheiros Mauro Pereira Machado presidente da AHEG -, Salomão Rodrigues Filho presidente da FEHOESG -, Lueiz Amorim Canedo, Robson Paixão de Azevedo, Francisco Geraldo Sarti de Carvalho, Adriano Alfredo Brocos Auad, Carlos Alberto Ximenes, Célio Heitor de Paula, Ciro Ricardo Pires de Castro, Lívia Barros Garção, também representando o CFM, o presidente do Simego, Heitor Alarico Gonçalves de Freitas, o presidente da AMG, Eizeckson Brasil Gomides, e o advogado do CRM, Mauro Lázaro Gonzaga Jayme. Representando o CRO, compareceram o presidente da entidade, Anselmo Calixto, e os conselheiros Rodrigo Oliveira Januário, Jean-Jacques Rodrigues e o advogado Ismar Garcia. Após a reunião, as assessorias jurídicas do CRM e do CRO entraram em contato com a Superintendência do Procon em Goiás, que assumiu com os conselhos o compromisso de rever as orientações citadas no ofício por reconhecer que as mesmas não são exeqüíveis. A revisão deve ser feita em conjunto pelo Procon, CRM e CRO, seguida dos devidos esclarecimentos à classe medica e odontológica e à população. Continua na página 5

5 01 a 15/10/04 Saúde em Foco 5 Continuação... Presidente CRM fala sobre exigências do Procon Nesta entrevista, o presidente do CRM, Iliam Cardoso dos Santos, avalia o ofício enviado ao conselho pelo Procon e critica as orientações do órgão defesa do consumidor. Confira. Orientações do Procon - A Assessoria Jurídica do conselho elaborou e encaminhou seu parecer ao Conselho Federal de Medicina, ressaltando que as orientações ditadas pelo Procon interferem de forma inconstitucional e ilegal na soberania e autonomia de exercício da profissão médica, a- lém de sugerir conduta e procedimento não previstos na legislação. Embora apresentado na forma de mera orientação, o oficio pode degradar e tumultuar a relação médico-paciente. Atrasos nas consultas - Não defendemos o atraso de médicos ou de o- dontólogos em suas consultas, reconhecendo o direito dos clientes ao cumprimento dos horários. No entanto, é um raciocínio muito simplista querer impor um horário rígido de atendimento, principalmente em função da imponderabilidade, do perigo da quebra da relação médico-paciente, do constrangimento de ter de interromper uma consulta para atender a este tipo de determinação administrativa, do perigo de se cometer uma grave falta de respeito com o ser humano, entre outros Ordem de chegada - É um direito do médico e ou do odontólogo contratar ou estabelecer acordos prévios com os pacientes, desde que seja do interesse de ambos. Parâmetros para as orientações - Exceto os referidos no Código do Consumidor, não encontramos parâmetros para essas recomendações. Prescrição da medicação genérica - Requer cuidado, pois sabemos que nem todo os produtos obedecem aos rígidos princípios das dosagens e da bioequivalência. Recibo ou nota fiscal - A emissão é uma obrigação conhecida dos médicos e exigida pelo paciente. Consulta ginecológica - Desconhecemos baseado em que foi feita a orientação, que deu margem a interpretações diversas, e que se traduz em desconhecimento e insensibilidade, além de atingir a classe médica como um todo e em especial os ginecologistas. Discriminação do atendimento, particular, convênio, SUS - O Código de Ética Médica já condena qualquer discriminação a pacientes.

6 01 a 15/10/04 Saúde em Foco 8 SERVIÇOS CASA DOS HOSPITAIS Balcão de Informações Por meio de circulares, boletins informativos, ofícios e contatos por telefone, fax e , a Casa dos Hospitais leva aos associados e filiados da AHEG, FEHOESG e SINDHOESG as principais informações sobre o SUS, o IPAS- GO e outros compradores de serviços. O Balcão de Informações da Casa dos Hospitais também mantém os associados bem informados sobre os assuntos mais relevantes e de interesse da categoria. Através desse serviços, os estabelecimentos também podem solicitar diversas informações, como datas da liberação de pagamentos. Os interessados devem entrar em contato com a Casa dos Hospitais pelo telefone (62) ou na sede da entidade Alameda Botafogo, 101, Centro. 18 DE OUTUBRO - DIA DO MÉDICO Nos últimos anos, a medicina goiana conquistou o reconhecimento internacional. Por trás dos avanços que deram ao Estado esse destaque, está o trabalho incansável de profissionais sérios, éticos, competentes. Está a determinação dos que atuam em grandes e modernos hospitais. Está o esforço também incansável dos que trabalham em pequenos centros de saúde do interior e nas nem sempre adequadamente equipadas unidades públicas. Está a dedicação dos que dão os primeiros passos na vida médica e a força dos que já conquistaram outros degraus. Está a saudade dos que nos deixaram bons exemplos. A todos esses médicos, que acreditam na profissão e fazem a boa medicina goiana, os cumprimentos da diretoria da Casa dos Hospitais. Feliz Dia dos Médicos AHEG FEHOESG SINDHOESG - IFL

7 01 a 15/10/04 Saúde em Foco 6 Empresas estrangeiras poderão atuar na área de saúde A Comissão de Seguridade Social e Família aprovou, no início de outubro, o Projeto de Lei 6482/02, que permite que as empresas estrangeiras atuem no setor de alta complexidade de prestação de serviços de saúde como, por exemplo, a hemodiálise. O autor da proposta, deputado Osmânio Pereira (PSDB-MG), estima que o Sistema Único de Saúde (SUS) seja responsável pelo atendimento de cerca de 90% da população, no caso dos serviços de alta complexidade. "Trata-se de uma área que experimenta uma constante inclusão de novos procedimentos e terapias de alto custo", explica Osmânio Pereira. O parlamentar ressalta que a Constituição prevê a possibilidade de que empresas estrangeiras participem da oferta de serviços de saúde no País. "Essa participação atende aos interesses da população brasileira, já que haverá um aumento na oferta e na competição dos serviços de alta complexidade", explica. "Não estamos fazendo projeto para um segmento, estamos abrindo o setor de alta complexidade ao capital estrangeiro", adverte o autor. Exigências - Para participarem do setor, no entanto, as empresas estrangeiras terão de solicitar autorização no Ministério da Saúde, a qual deverá ser precedida de aprovação do Conselho Nacional de Saúde. Além disso, as empresas estrangeiras interessadas terão que se submeter às normas e à fiscalização dos gestores do SUS e, ainda, demonstrar capacidade de a- tendimento, de acordo com os serviços a serem prestados, e especificar a área geográfica de sua atuação. Oferta e qualidade - Para o relator na Comissão de Seguridade Social e Família, deputado José Linhares (PP-CE), a proposta cria um ambiente favorável aos investimentos estrangeiros nos serviços de alta complexidade existentes no país. Segundo ele, a medida irá resultar na ampliação da oferta e da melhoria do padrão de qualidade. O projeto de lei, que tramita em caráter conclusivo, já foi aprovado pela Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio. A seguir será apreciado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. (Fonte: Agência Câmara) Críticas A aprovação do projeto foi alvo de críticas, pois beneficia grupos estrangeiros ligados à prestação de serviços de saúde, inclusive a multinacional Fresenius, que doou R$ 20 mil para a campanha dos deputados José Linhares (PP-CE) e Osmânio Pereira (PTB-MG)

8 01 a 15/10/04 Saúde em Foco 7 Justiça obriga Unimed a implantar CBHPM Decisão beneficia a primeira ação de uma sociedade médica contra uma cooperativa médica e abre um importante precedente jurídico no País O desembargador substituto da 4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Bahia, Salomão Resedá, concedeu liminar favorável à Sociedade Brasileira de Urologia - Seção Bahia (SBU-BA), determinando que a Unimed implante no Estado a Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM). Além de incorporar imediatamente 55 novos procedimentos à especialidade, a liminar abre um importante precedente jurídico no País com reflexos nas Unimeds do Sul e Sudeste. No Brasil, as cooperativas dominam 25% do mercado. Na Bahia, são 250 mil usuários da operadora. "Este precedente jurídico pode ter o efeito de uma bomba. É a primeira vez que uma sociedade médica ingressa com ação contra as cooperativas médicas", disse o presidente da SBU-BA, Modesto Jacobino. O efeito dominó de uma ação ganha pelo movimento médico baiano e que se espalhou para todo o país foi comprovado recentemente. A ação impetrada pela SBU-BA contra a Bradesco Saúde e a Sul América foi incorporada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, que conseguiu também na Justiça a implantação da CBHPM para todos os cardiologistas do País. Segundo o advogado da Sociedade de Urologia da Bahia, José Aras, o entendimento de que esta ação vitoriosa contra a Unimed possa ser aplicada em todo o País decorre do fato de que as cooperativas de todos os Estados possuem idêntica estrutura organizacional. "O que vale para uma, deve valer para as outras", explicou. "Definitivamente este foi um grande avanço para o movimento médico brasileiro. Neste primeiro momento a liminar vai beneficiar os urologistas baianos, mas acreditamos que logo ela possa ser estendida para outros colegas do País", disse Modesto Jacobino. Liminar- Na decisão, o desembargador substituto Salomão Resedá afirma que, na condição de prestadora de serviços de saúde, deve a Unimed, por força de disposição constitucional, atender às expectativas dos seus clientes, garantindolhes uma efetiva proteção dos direitos à vida e à saúde, "o que não acontecerá se não forem considerados todos os avanços da medicina para o tratamento das enfermidades daqueles que optam pelo serviço de saúde complementar". Para Resedá, "os profissionais da área de saúde não podem ficar limitados a antigos e obsoletos processos de prevenção e de cura das doenças". A Classificação vai incorporar mais de novos procedimentos a que os usuários não tinham direito. (Fonte:CFM)

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