Brasília, 09 de julho de 2013 NOTA JURÍDICA. Assunto: Publicação do Ofício-Circular nº 5/2013/SEGEP-MP

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Luiz Eduardo Carreira Assunção
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1 Brasília, 09 de julho de 2013 NOTA JURÍDICA Assunto: Publicação do Ofício-Circular nº 5/2013/SEGEP-MP A título de consulta, o ANFFA Sindical, SINDICATO NACIONAL DOS FISCAIS FEDERAIS AGROPECUÁRIOS, solicita nota jurídica a respeito da publicação do Ofício Circular nº 5/2013/SEGEP-MP.

2 No dia 24 de junho de 2013, a Secretaria de Gestão Pública (SEGEP) encaminhou o ofício-circular nº 5/2013 aos órgãos e entidades integrantes do Sistema de Pessoal Civil da Administração Pública Federal (SIPEC). No documento, informa que irá proceder à revisão das Orientações Normativas nº 7, de 20 de novembro de 2007, e nº 10, de 5 de novembro de 2010, visando estabelecer procedimentos mais precisos e rigorosos em relação à concessão de aposentadoria especial. Ao final do ofício, determina a suspensão da aplicação das duas Orientações Normativas. A Orientação Normativa nº 7, de 20 de novembro de 2007, traz a orientação aos órgãos e entidades do SIPEC acerca dos procedimentos a serem adotados para contagem do tempo de serviço ou de contribuição e do tempo de serviço público prestado sob condições insalubres, penosas e perigosas pelos servidores regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em período anterior à vigência do regime jurídico estabelecido pela Lei 8.112/90, que trata dos servidores públicos. Já a Orientação Normativa nº 10, de 5 de novembro de 2010, trata sobre a uniformização dos procedimentos utilizados para a concessão de aposentadoria especial prevista no artigo nº 57 da Lei nº 8.213/91 ao servidor público federal que encontrar-se amparado por decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal em Mandado de Injunção. Após algumas decisões recentes em Mandados de Injunção, o STF tem modificado seu entendimento a respeito da concessão de aposentadoria especial, vedando a conversão de tempo especial em tempo comum e apenas concedendo a aposentadoria especial quando alcançado o período completo de contribuição em regime especial de 25 (vinte e cinco) anos. Para ilustrar o novo posicionamento do STF, cabe a transcrição da ementa seguinte: MANDADO DE INJUNÇÃO. APOSENTADORIA ESPECIAL DE SERVIDOR PÚBLICO. ART. 40, 4º, 2/5

3 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, APLICAÇÃO DAS NORMAS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL. AGRAVO DESPROVIDO. 1. Segundo a jurisprudência do STF, a omissão legislativa na regulamentação do art. 40, 4º, da Constituição, deve ser suprida mediante a aplicação das normas do Regime Geral de Previdência Social previstas na Lei 8.213/91 e no Decreto 3.048/99. Não se admite a conversão de períodos especiais em comuns, mas apenas a concessão da aposentadoria especial mediante a prova do exercício de atividades exercidas em condições nocivas. Ainda, nos mandados de injunção coletivos a petição inicial deve ser instruída (a) com a especificação das categorias de servidores beneficiados pelo pedido, bem como (b) de prova do requerimento e o indeferimento administrativo do pedido de aposentadoria especial. Fundamentos observados pela decisão agravada. 2. Agravo regimental desprovido. (1133 DF, Relator: Min. TEORI ZAVASCKI, Data de Julgamento: 16/05/2013, Tribunal Pleno, Data de Publicação: ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-102 DIVULG PUBLIC , grifos aditados) Diante de tal panorama, acredita-se que a SEGEP esteja revisando as Orientações Normativas mencionadas com o intuito de editar nova Orientação Normativa que esteja em consonância com as recentes decisões do STF, estabelecendo procedimentos mais rigorosos para a concessão de aposentadoria especial. 3/5

4 De fato, o reiterado entendimento do STF sobre o tema tem causado profunda alteração no cenário da aposentadoria especial do servidor público, trazendo indefinição e receios para todos os atores envolvidos. No que concerne à Orientação Normativa nº 7, não é conhecida a razão para que a SEGEP tenha suspendido sua aplicação, visto que ela apenas regulamenta o cômputo de tempo de serviço dos servidores regidos pela CLT anteriormente à edição da Lei 8.112/90 e o atual posicionamento do STF não se mostra incompatível com esta Orientação Normativa. O ANFFA Sindical possui decisão favorável em Mandado de Injunção, que garante a concessão de aposentadoria especial nos moldes do artigo nº 57 da Lei 8.213/91 (MI 1601-DF). Além disso, a Entidade possui decisão favorável proferida em sede de antecipação da tutela na Ação Coletiva nº , que afastou o entendimento do MAPA de que os Fiscais Federais Agropecuários não teriam direito à conversão do tempo especial em tempo comum. Essa decisão, contudo, foi proferida quando a ON nº 10 ainda estava vigente. Como o ofício-circular nº 5/2013/SEGEP-MP suspende a ON nº 10, o cenário atual sugere cautela dos servidores ao efetuar pedidos de aposentadoria ou de conversão do tempo especial em tempo comum com base no MI 1601, visto que os comandos normativos que regem o tema estão suspensos. Na verdade, até que a Administração se pronuncie novamente, a leitura que se faz da situação é a de que os servidores ficarão impossibilitados de terem seus requerimentos de aposentadoria especial analisados. A depender do conteúdo da nova Orientação Normativa, novas medidas poderão ser tomadas, tanto administrativamente, quanto judicialmente, para resguardar os fiscais de possível afronta aos seus direitos. É a opinião. 4/5

5 Artur de Sousa Carrijo Bruno Fischgold OAB/DF OAB/DF /5

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