Perfil Lipídico e Risco de Dislipidemia
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1 Universidade Tuíuti do Paraná Hilda Brito Eurípedes Joilson Campos de Jesus Perfil Lipídico e Risco de Dislipidemia Brasília
2 Universidade Tuiuti do Paraná Hilda Brito Eurípedes Joilson Campos de Jesus Perfil Lipídico e Risco de Dislipidemia Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Pós Graduação em Análises Clínicas Toxicológicas e Docência Superior do Instituto Brasil Extensao e Pós Graduaçao, como requisito parcial para obtenção Especialista em Análises Clínicas e Toxicológicas/Docência Superior orientado pelo professor Sandro Germano. Brasília
3 ÍNDICE RESUMO...04 ABSTRACT...04 INTRODUÇÃO MATERIAIS E MÉTODOS...06 RESULTADOS E DISCUSSÃO...07 CONCLUSÕES...09 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
4 RESUMO: enfermidades provenientes da aterosclerose como infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral são causas principais de morbidade e mortalidade em adultos nos países desenvolvidos e em desenvolvimento. As dislipidemias são as principais para desenvolver essas patologias. O objetivo deste trabalho é abordar a dislipidemia. As etapas de desenvolvimento do corpo humano é resultado de diferentes interações entre o patrimônio genético herdado pelos pais e pelos familiares, como também pelo o ambiente socioeconômico, cultural e educativo o qual está inserido o ser. Foram realizadas dosagens de colesterol total, Triglicerídeos e HDL (método enzimático automatizado). O LDL e o VLDL foi feito pela equaçao de Friedewald. As técnicas e métodos para os exames bioquímicos foram padronizados pela Sociedade Brasileira de Patologia Clínica. Os resultados obtidos mostraram que havendo alterações metabólicas lipídicas decorrentes de distúrbios em qualquer fase do metabolismo lipídico ocorrem a dislipidemia. Palavras chave: Perfil Lipídico, risco, exames bioquímicos,dislipidemia. ABSTRACT : Diseases proceeding from aterosclerose as infarto of the myocardium, cerebral vascular accident are root causes of morbidade and mortality in adults in the developed countries and development. The dislipidemias are the main ones to develop these patologias. The objective of this work is to approach the dislipidemia. The stages of development of the human body are resulted of different interactions between the genetic patrimony inherited by the parents and the familiar ones, as well as for the socioeconômico, cultural and educative o surrounding which is inserted the being. Dosages of total cholesterol, Triglicerídeos and HDL had been carried through (automatized enzymatic method). LDL and the VLDL were made by the equation of Friedewald. The techniques and methods for the examinations biochemists had been standardized for the Brazilian Society of Clinical Pathology. The gotten results had shown that having decurrent lipídicas metabolic alterations of riots in any phase of the lipídico metabolism they occur the dislipidemia. 8
5 INTRODUÇÃO Atualmente a dislipidemia é um dos maiores fatores de risco de impacto na aterogênese, aumentando o risco de insuficiência coronariana. Doenças cardiovasculares, como a aterosclerose, que estão entre as causas mais frequentes de morbidade e mortalidade de adultos em toda a nação, com tendência de afetar pessoas cada vez mais jovens. É importante destacar que a escolha do assunto foi motivada pela vivência com uma pessoa do contexto familiar, que apresentou um quadro clínico de investigação referente ao perfil lipídico. As dislipidemias primárias ou sem causa aparente podem ser classificadas genotipicamente ou fenotipicamente por meio de análises bioquímicas. Na classificação genotípica, as dislipidemias se dividem em monogênicas, causadas por mutações em um só gene, e poligênicas, causadas por associações de múltiplas mutações que isoladamente não seriam de grande repercussão. A classificação fenotípica ou bioquímica considera os valores do CT, LDL-C, TG e HDL-C. (IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevenção de Aterosclerose Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia, RAB Cia, volume 88, suplemento I, Abril de 2007). Atualmente as doenças crônicas são um dos principais problemas de Saúde Pública, em decorrência dos crescentes custos econômicos e sociais. Elas são responsáveis por 59% dos óbitos e por 43% das morbidades ocorridas no mundo trazendo novos desafios para as políticas públicas, como a promoção e a prevenção de danos à saúde (OMS, 2001). Os programas de prevenção constituem importante instrumento de apoio às decisões necessárias à dinâmica dos sistemas e serviços de saúde, na implantação das políticas de Saúde e tomada de decisões (NOVAES, 2000). As dislipidemias são alterações no metabolismo das lipoproteínas circulantes - são citadas como um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença arterial coronariana (DAC) (SBC, 2001). As alterações no metabolismo das lipoproteínas circulantes são decorrentes da genética do indivíduo, do hábito alimentar, do estilo de vida, de morbidades adquiridas como: diabetes mellitus, hipotireoidismo, obesidade e o uso de medicamentos, como diuréticos, betabloqueadores, corticóides, anabolizantes (SBC, 2001; LIBBY, 2002). A aterosclerose se desenvolve na íntima das artérias de médio e grande calibre, e é considerada uma patologia imune-inflamatória, uma vez que há o envolvimento de células imunocompetentes (SIQUEIRA et al., 2006; SHOEN, 1996; 9
6 IHARA at al., 1996). As enfermidades provindas da aterosclerose - infarto do miocárdio, angina de peito, acidente vascular cerebral isquêmico - são as principais causas de morbidade e mortalidade em adultos nos países desenvolvidos (LIBBY, 2002; SBC, 2001; PIANCASTELLI e ROCHA, 1993) e em alguns países em desenvolvimento,como o Brasil (SBC, 2001). São vários os fatores que podem desencadear o processo aterogênico, entre eles: as dislipidemias, tabagismo, hiper-tensão arterial, diabetes mellitos, sedentarismo, obesidade e história de doença aterosclerótica prematura (LIBBY,2002; SBC, 2001). A Sociedade Brasileira de Cardiologia, através da III Diretrizes Brasileiras sobre Dislipidemias (2001), estabelece e recomenda monitoração de um perfil lipídico (PL) como forma de controle e prevenção da aterosclerose. Os parâmetros lipídicos recomendados, no presente momento, por esta sociedade são triglicerídeos (TG), colesterol total (CT), LDL-colesterol (LDL-c) e HDL-colesterol (HDL-c). Estudos mostram que há uma relação direta no surgimento de DAC com elevados níveis de LDL-c, uma vez que estas partículas participam do desenvolvimento das placas ateroscleróticas (SIQUEIRA, et al., 2006); o contrário é observado quando o HDL-c se apresenta em níveis elevados (>40mg/dL), o que confere o efeito protetor dessa lipoproteína circulante, que tem como função realizar o transporte reverso do colesterol e promover um conjunto de ações protetoras - antiinflamatória, antioxidante e anticoagulante - contra o desenvolvimento da aterosclerose.(lima e COUTO, 2006). MATERIAIS E MÉTODOS Os dados analisados foram: idade, peso, alimentação, consumo de álcool, sedentarismo, níveis séricos de CT, HDLc, LDLc, VLDL, triglicérides (TG), antecedente familial como doença arterial coronária (DAC), doença cerebrovascular (AVC), dislipidemia. Os dados foram coletados a partir dos arquivos informatizados de um laboratório particular de análises clínicas da capital Brasília Distrito Federal, onde realizam exames clínicos, tendo como fonte pagadora: convênios, particulares e SUS. O estudo foi 10
7 feito com amostra de um indivíduo com 43 anos que realizou todos os exames, no período de um ano (Abril/2008-Abril/2009). O laboratório citado possui controle interno e externo de qualidade, tem como padrão a Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC). Utilizamos neste trabalho como critérios para classificar o perfil lipídico os estabelecidos pela III Diretrizes Brasileira sobre Dislipidemias para adultos (SBC, 2001).O preparo do paciente, amostras sorológicas deste trabalho seguiu as normas de padronização da SBAC. Os parâmetros lipídicos foram: triglicerídeos (TG), colesterol total (CT), LDLcolesterol (LDL-c) e HDL-colesterol (HDLc), Os exames foram realizados em duplicata. Os dois primeiros são dosados, utilizou métodos enzimático automatizado e os últimos segue a fórmula de Friedewald, onde LDL-c = CT - HDL-c - TG/5 que é valida somente quando TG <400mg/dL (FRIEDWALD, 1972).. O sangue foi obtido por punção venosa, e soro foi centrifugado do sangue a 2500 rpm por 15 minutos. Antes da realização do perfil lipídico o indivíduo seguiu de 12 a 14 horas de jejum, com um estado metabólico estável, dieta habitual e peso mantidos por pelo menos duas semanas e sem atividade física pesada nas 24 h que antecederam a realização do exame. Além disso, evitou o uso de bebida alcoólica nas 72 h antes do teste e procurou realizar as dosagens seriadas no mesmo laboratório para minimizar o efeito da variação analítica. Todas essas recomendações são essenciais para diminuir as principais causas das variações pré-analíticas das dosagens dos lipídios, permitindo fazer a classificação laboratorial das dislipidemias (Arq. Bras. Cardiol. Vol.77,Suplemento III-,2001). RESULTADOS e DISCUSSÃO Foi avaliado o perfil lipídico de um indivíduo com 43 anos por um ano.os resultados da primeira etapa estavam alterados. Após seis meses realizou- se novamente todos os exames, tendo praticamente os mesmos resultados. Vários fatores podem interferir nos níveis lipídicos de um indivíduo como genética, alimentação, estilo de vida, tornando a prevalência das dislipidemias geograficamente variáveis (FEIO, 2003). 11
8 Níveis elevados de HDL-c são um importante fator de proteção da aterosclerose independentemente da concentração LDL-c (LARIS et al., 2005). Resultado 1 - encontra-se o perfil lipídico e seus respectivos valores em um indivíduo normal Valores de referência dos lípides para indivíduos maiores de 20 anos de idade Lípides Valores (mg/dl) Categoria Colesterol total LDL-colesterol HDL- colesterol Triglicérides < < < 40 > 60 < Ótimo Limítrofe Alto Ótimo Desejável Limítrofe Alto Muito alto Baixo Alto Ótimo Limítrofe Alto Muito alto Resultado 2, mostra níveis alterados de todos os testes. No entanto a análise mostrou que existe predisposição para desencandeiar dislipidemia. Lípides 1ª etapa Valores (mg/dl) 2ª etapa Valores (mg/dl) Colesterol total LDL-colesterol HDL- colesterol Triglicérides
9 Dentre os fatores de risco analisados, o sedentarismo prevaleceu, referiu ingerir bebida alcoólica uma ou duas vezes por semana. Com relação aos antecedentes familiares, teve destaque AVC, DAC. Nível elevado de colesterol sérico é uma das causas para DAC. O perfil lipídico mostrou-se desejável, embora níveis alterados de CT, LDL e TG foram detectados respectivamente, e níveis reduzidos de HDLc. Foi avaliado o perfil lipídico de um indivíduo com 43 anos por um ano.os resultados da primeira etapa de triglicerídeos apresentou-se 186 mg/dl, do colesterol total de 290 mg/dl, HDL-c 46 mg/dl, LDL-c é 118 mg/dl e o VLDL de 12.5 mg/dl. Após seis meses realizou- se novamente todos os exames, tendo praticamente os mesmos resultados, portando, este indivíduo, pode desenvolver dislipidemia. Em relação à dieta, referiu se consumir mais carne vermelha (vaca e porco) do que carne branca (frango e peixe). Admitiu ingerir com freqüencia frituras e legumes ou verduras, respectivamente. O indivíduo depois de realizar os primeiros exames, não ingere bebida alcoólica, pratica atividade física, cumpri uma dieta alimentar mais saudável. Quando retornou seis meses depois constatou se que todos os parâmetros bioquímicos encontravam se praticamente os mesmos valores, aumentando a possibilidade desenvolver dislipidemia. Tivemos que levar em conta o histórico familiar do paciente que neste caso não é obeso, diferente de outros estudos realizados em indivíduos de faixa etária semelhante, que demonstraram obesidade. Há vários estudos sobre prevalência de dislipidemias em adultos relatados na literatura nacional e internacional; contudo eles apresentam disparidades metodológicas quanto à origem dos dados - secundária ou amostragem populacional - e aos critérios de classificação do perfil lipídico. Neste trabalho tomou-se como referência, para comparações e análises, os estudos brasileiros que utilizaram os critérios de classificação do perfil lipídico estabelecidos pela III Diretrizes Brasileiras Sobre Dislipidemias (2001). O tratamento das dislipidemias requer acompanhamento de uma equipe multiprofissional com uma avaliação integrada indivíduo, uma vez que o mesmo inclui mudanças no estilo de vida e, dependendo dos casos, tratamento farmacológico (SBC, 2001). Cantos et al. (2006), em um estudo cujo objetivo era o de avaliar o sucesso da intervenção multiprofissional no tratamento das dislipidemias, concluíram que os indivíduos que 13
10 obtiveram resultados positivos foram os que tiveram maior adesão ao atendimento multiprofissional. No Brasil, há vários estudos sobre a prevalência das dislipidemias em populações distintas, alguns envolvendo populações maiores, compreendendo cidades inteiras, outros envolvendo grupos mais restritos, limitados à instituições, escolas, pacientes de risco, laboratórios de análises clínicas (LESSA, at al., 1997; SOUZA et al., 2003; MARCO-PITO et al., 2005; POZZAN et al., 2005) O paciente deste estudo está tendo orientação médica com relação aos hábitos alimentares, estilo de vida, prática de atividade física, pois tudo isso interferem nas dislipidemias, um das causas que levam a aterosclerose. Avaliação periódica do perfil lipídico é de grande importância, pois o indivíduo, juntamente, com outros fatores como já foi citado anteriormente pode avaliar risco de desenvolver doença aterosclerótica. CONCLUSÃO O indivíduo, mesmo com valores desejáveis para perfil lipídico, apresenta fator de risco, incluindo antecedentes familiares, sedentarismo, associando-se ao perfil lipídico, assim como níveis elevados de LDLc e reduzidos de HDLc, confererindo desvantagem ao desenvolvimento de dislipidemia. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1.SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. III Diretrizes brasileiras sobre dislipidemias e diretriz de prevenção da aterosclerose do departamento de aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia,
11 2.SPOSITO, AC; CARAMELLI, B; FONSECA, FAH; BERTOLAMI, MC. IV Diretriz Brasileira sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose. Arq. Bras. Cardiol. vol.88 suppl.1 São Paulo Apr CONTOS, G. A., SILVA, C. S. M., ARAUJO, C. D. Avaliação da intervenção multiprofissional e interdisciplinar na evolução do quadro clínico de pacientes com alto risco de doença arterialcoronariana. RBAC.v.38, p , FEIO, C. M. A; FONSCECA, F. A. H.; REGO, S. S. Perfil Lipídico e Risco Cardiovascular em Amazônidas. Arq. Bras.Cardiol, v. 81.n.6, p , LESSA, I.; CONCEIÇÃO, J. L.; SOUZA, M. L. Prevalência de Dislipidemias em Adultos da Demanda Laboratorial de Salvador, Brasil. Arq Bras Cardiol, v.69, n.6, p , LIBBY, P. Prevenção e Tratamento da Aterosclerose. In: Braunwald, E.; Fauci, A. S.; Kasper, D. L. Harrison: Medicina Interna. 15ºed. Mac Graw Hill: Rio de Janeiro, 2002, p v.i 7.LIMA, E. S.; COUTO, R. D. Estrututa, metabolismo e funções fisiológicas da lipoproteína de alta densidade. J. Bras. Patol. Méd. Lab. v.42, n.3, p , MARCOPITO, L. F.; RODRIGUES, S. S. F.; PACHECO, M. A. Prevalência de alguns fatores de risco para doenças crônicas na cidade de São Paulo. Revista Saúde Pública. v.39, n.5, p , MOREIRA, R.O.; SANTOS, R.D.; MARTINEZ L. Perfil lipidico de pacientes com alto risco para eventos cardiovasculares na prática clínica diária. Arq. Brás. Cardiol, v.50, n.3, p , PIANCASTELLI C. H.; ROCHA, M. O. C. Dislipidemias. In: PEDROSO, E. R.; ROCHA, M. O.; SILVA, O. A. Clínica Médica: os princípios da prática ambulatorial. Rio de Janeiro: ATHENEU, 1993, p
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