Critérios para a avaliação ambiental de agrotóxicos no Brasil. Danilo Lourenço de Sousa Analista Ambiental
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- Zilda Canejo Santiago
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1 Critérios para a avaliação ambiental de agrotóxicos no Brasil Danilo Lourenço de Sousa Analista Ambiental Workshop Agrotóxicos: onde estamos? Jaguariúna, 8 de outubro de
2 Registro de Agrotóxicos O registro de agrotóxicos, seus componentes e afins é uma condição obrigatória para toda e qualquer atividade que os utilize no país.
3 Histórico 3
4 Registro de agrotóxicos no Brasil 4
5 Impacto do uso incorreto de agrotóxicos no ambiente Contaminação hídrica; contaminação do solo; efeitos adversos em organismos não-alvo (fauna e flora); efeitos na saúde do homem.
6 Avaliação ambiental Conhecer os efeitos tóxicos de agentes químicos e físicos nos organismos vivos; conhecer as vias de entrada e transporte dos agentes químicos e a sua interação com o ambiente.
7 Avaliação ambiental Organismos teste Toxicologia Ratos, coelhos, cães Ecotoxicologia Aquáticos: algas, peixes, microcrustáceos Terrestres: aves, abelhas Extrapolação para Objetivo Homem Proteção dos indivíduos, saúde Ecossistema Manutenção da estrutura e das funções dos sistemas naturais
8 Avaliação Ambiental de agrotóxicos compreende duas vertentes: a Avaliação e classificação do Potencial de Periculosidade Ambiental (PPA) e a Avaliação de Risco Ambiental (ARA). A Portaria IBAMA nº 84, de 15/10/1996 disciplina a avaliação do PPA e dá diretrizes gerais para a ARA.
9 Avaliação e Classificação do PPA Se baseia no PERIGO, toxicidade e características intrínsecas da substância; capacidade de uma substância química causar dano aos organismos; a avaliação do PERIGO não considera a exposição no meio ambiente.
10 Avaliação do potencial de periculosidade ambiental Qual o efeito nocivo causado pelo agente químico?
11 Avaliação do potencial de periculosidade ambiental PRODUTO TÉCNICO COMPONENTES PRODUTO FORMULADO + ANTIESPUMANTE TENSOATIVO ESPESSANTE NEUTRALIZANTE ESPUMANTE OUTROS... ALTO GRAU DE PUREZA FAIXA: 80 a 99% Média teor de I.A. = 32% COMPOSIÇÕES VARIAM
12 Avaliação do potencial de periculosidade ambiental Dossiê ecotoxicológico Dossiê ecotoxicológico Dossiê físicoquímico Produto Técnico Produto Formulado Dossiê físicoquímico Estudo de 5 bateladas Mín. de 82 estudos
13 A partir da avaliação dos relatórios de estudos é possível caracterizar o produto e conhecer seu comportamento e destino ambiental bem como sua toxicidade a diferentes organismos. Imagem: 13
14 Classificação do PPA Classificação Classe I Classe II Classe III Classe IV Descrição Altamente Perigoso Muito Perigoso Perigoso Pouco Perigoso 14
15 Classificação do Potencial de Periculosidade Ambiental 15
16 Da avaliação do Perigo para a avaliação de Risco Ambiental A portaria IBAMA nº 84/96 já trazia algumas diretrizes gerais para a avaliação de risco; Em 2002, com a nova regulamentação da lei de agrotóxicos, sua implementação passou a ser claramente requerida pelo artigo nº 95 do Decreto nº
17 O que é risco? Risco é a probabilidade de dano, doença ou morte sob circunstâncias específicas; Pode ser expresso em termos quantitativos, ou seja, em valores numéricos; Pode ser descrito em termos qualitativos: alto, baixo,muito baixo; Toda atividade humana acarreta algum grau de risco que pode ser conhecido com um certo grau de precisão;
18 O que é risco? Especificamente falando de substâncias tóxicas: Risco é a probabilidade de efeito adverso resultante da exposição a uma substância química ou mistura delas Risco = Toxicidade x Exposição O antônimo do risco é a segurança, definida como a certeza calculada que a exposição a um agente tóxico sob certas circunstâncias não resultará em efeitos adversos.
19
20 Avaliação de Risco Ambiental Processo que avalia a probabilidade de que um efeito ecológico adverso possa ocorrer, ou esteja ocorrendo, como resultado da exposição a um ou mais agrotóxicos (U.S. EPA, 1988). 20
21 Avaliação de Risco Ambiental x Avaliação de Risco à Saúde Humana Avaliação de Risco à saúde Humana Avaliação de Risco Ambiental Efeito adverso Efeitos adversos à saúde aquele que pode comprometer a sobrevivência, o crescimento ou a reprodução, podendo assim comprometer a população e alterar a estrutura e/ou o funcionamento do ecossistema. Objetivo de proteção Clareza quanto aos efeitos proteger os indivíduos de uma espécie (humana) Dúvidas, principalmente quanto aos efeitos subletais Proteger a população, a função ecológica ou serviço ambiental Magnitude do efeito Organismos teste Riscos x aspectos econômicos Não mais que uma pessoa afetada Rato, camundongo, coelho (em geral) Extrapolação para o humano se dá por fatores de segurança Em geral os riscos a saúde humana tem um peso maior frente aos aspectos econômicos (alta percepção do valor da saúde) Admite-se a morte de alguns organismos, desde que a população, comunidade ou sua função ecológica permaneça Vários, de diferentes grupos (microcrustáceos, peixes, minhocas, abelhas, aves, rato) Maior dificuldade para extrapolar em virtude das particularidades locais Em geral os riscos ao meio ambiente tem um peso menor frente aos aspectos econômicos (baixa percepção do valor dos serviços ambientais) 21
22 Fonte: USEPA, Guidelines for Ecological Risk Assessment,
23 Abordagem faseada e iterativa Diferentes níveis de detalhe Fase 1 (Tier 1): qualitativa (triagem/screening) = poucos dados, usa o pior cenário, é conservadora. Fase 2 (Tier 2): semi-quantitativa (refinamento de dados, cenário um pouco mais realístico) Fase 3 (Tier 3): quantitativa (condições de campo) A abordagem em fases fornece um modo sistemático de determinar que nível de investigação é necessário para cada substância, minimizando detalhamentos desnecessários e permitindo o uso mais eficiente dos recursos.
24 Créditos: Prof. Dra. Andrea Waichman - UFAM Universidade Federal do Amazonas.
25
26 Formulação do problema Qual a forma de aplicação? Qual a dose recomendada? Qual a época de aplicação? Qual a quantidade máxima de aplicação? Qual o intervalo mínimo entre as aplicações? Qual é a cultura? Qual é o alvo? Qual o tipo de solo que predomina na região? Qual o clima? Quais animais visitam a cultura? Qual o período e a frequência? Recursos hídricos?
27 Diagrama conceitual 27
28 Fonte: Guidance for the Development of Conceptual Models for a Problem Formulation Developed for Registration Review, EPA, 2011.
29 Caracterização da exposição A caracterização da exposição descreve: as fontes do estressor, sua distribuição no meio ambiente e seu contato ou co-ocorrência com os receptores ecológicos. Para que se consiga saber se o estressor pode entrar em contato com o receptor ecológico e quanto desse estressor pode entrar em contato, são calculadas as concentrações esperadas do estressor no ambiente. Para se predizer essa concentração, são utilizados modelos matemáticos de exposição.
30 Caracterização da exposição (Fase 1) Modelos Aquáticos GENEEC (GENeric Estimated Environmental Concentration) FIRST (FQPA Index Reservoir Screening Tool): Desenvolvido por US-EPA US-EPA Estima a exposição em água superficial água para consumo humano TIER I RICE MODEL US-EPA proveniente do uso de agrotóxicos em campos de arroz irrigados SCIGROW (Screening Concentration In GROund Water) FOCUS FOrum for Co-ordination of pesticide fate models and their Use) ARAQUÁ (Avaliação de Risco Aquático) US-EPA EU Embrapa Meio Ambiente - Brasil água subterrânea água superficial água superficial e subterrânea
31 Caracterização dos efeitos Avalia as relações dose- resposta ou evidências de que a exposição ao estressor causa uma resposta. A avaliação de efeitos pode ser baseada em informações obtidas de uma única espécie (testes em laboratório) ou testes de toxicidade, em microcosmos ou mesocosmos e ainda de estudos de campo.
32 Caracterização do risco Abordagem Determinística US-EPA: Cálculo dos quocientes de risco (QR): QR = Exposição (CAE) Toxicidade O QR é comparado com o Nível de Preocupação (Level of Concern = LOC). O LOC é uma ferramenta para interpretar o quociente de risco e analisar o risco aos organismos não alvo
33 Caracterização do risco
34 Gestão do Risco PLANEJAMENTO E ESCOPO ANÁLISE CARACTERIZAÇÃO Fatores Legais SÍNTESE DECISÃO Valores Sociais Fonte: EPA (adaptado) Fatores Tecnológicos 34
35 Situação atual da ARA no IBAMA Por enquanto, o risco é avaliado apenas para novos I.A.s e apenas em fase 1 (cenário de pior caso) Utilização dos modelos EPA para gerar as CAEs Ainda carece de um procedimento normatizado Necessidade de calibração dos modelos para uso nas condições brasileiras Necessidade de desenvolver os cenários brasileiros para poder avançar para as fases mais complexas (Fases 2 e 3)
36 O Resultado da Avaliação Ambiental está no rótulo e bula dos produtos!!!
37 Obrigado! Danilo Lourenço de Sousa Analista Ambiental Ibama Sede COASP Coordenação de Avaliação de Substâncias Perigosas Fone: (61)
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