En tre a revolução e a institucionalização: a participação eleitoral do PC do B na história recente do Brasil

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1 En tre a revolução e a institucionalização: a participação eleitoral do PC do B na história recente do Brasil Between revolution and institutionalization: the par tic i pa tion of PC do B in elec tions in Brazil s recent history Jean Rodrigues Sales O interesse que pode suscitar a história recente 1 do Partido Comunista do Bra sil (PC do B) re si de em pelo me nos duas ca rac te rís ti cas que mar cam a le - genda no panorama da política brasileira. Em primeiro lugar, o partido é um dos mais an ti gos do país. Nas ci do em 1962, a par tir de uma ci são no Par ti do Co mu - nista Brasileiro (PCB), conta hoje com 46 anos de atividade política. Durante esse trajeto, passou por muitos percalços: sobreviveu à disputa ideológica com sua ma triz, o PCB; ao pe río do da úl ti ma di ta du ra mi li tar; à guer ri lha do Ara- Jean Rodrigues Sales é doutor em história so cial e pro fes sor adjunto da Unicentro, no Paraná (jeanrodrigues 5@ya hoo.com.br). Texto recebido em 30 de maio e aprovado para publicação em 13 de agosto de Nota do autor: Este texto é resultado de uma pesquisa de pós-doutorado realizada na USP com auxílio da Fapesp. Estu dos Históricos, Rio de Ja ne i ro, vol. 21, nº 42, ju lho-dezembro de 2008, p

2 estudos históricos guaia, durante a qual dezenas de seus militantes foram assassinados; à concorrên cia de no vas for ças de es quer da sur gi das no iní cio dos anos 1980, em par ti cu - lar o Partido dos Trabalhadores (PT), e, principalmente, à crise do socialismo real que var reu do mapa a ma i o ria dos par ti dos co mu nis tas exis ten tes no mun do. O PC do B, ao con trá rio, am pli ou sua in ser ção po lí ti ca nos anos 1980 e 1990: con - seguiu espaço no movimento sindical e estudantil e tem elegido vereadores, deputados e, mais recentemente, prefeitos e senadores. Além disso, em 2002, participou da coalizão que elegeu o presidente Luiz Iná cio Lula da Sil va. Em segundo lugar, e considerando a trajetória acima apresentada, o partido foi relativamente pouco estudado e continua a exigir mais pes qui sas aca dê - micas a seu respeito. Na produção existente, os temas tratados dizem respeito prin ci pal men te à dé ca da de 1960 e à pri me i ra me ta de dos anos 1970, que cor res - pondem ao período de seu surgimento, estruturação política e envolvimento na guer ri lha do Ara gua ia. Além dis so, gran de par te dos li vros publicados é fru to de trabalhos jornalísticos, documentos do próprio partido ou de ex-militantes (Sa - les, 2007c). Este artigo pretende contribuir para o entendimento da história recente do PC do B ao tra tar de sua atu a ção no pe río do que com pre en de a Nova Re pú bli - ca e a eleição presidencial de Esse pe río do foi mar ca do por um des lo ca - mento è esquerda na atuação do partido, o que aparecerá, no campo político, em suas ali an ças com o PT. O tex to bus ca rá o en ten di men to am plo das pro pos tas e da atuação do partido até sua chegada ao governo federal juntamente com o PT, e destacará os pleitos eleitorais de que o grupo participou no período, os qua is são tomados aqui como momentos importantes para a compreensão das mudanças nas pro pos tas e na inserção do partido na história política brasileira. O go ver no Sar ney: do apo io à crí ti ca O PC do B par ti ci pou ati va men te da cam pa nha das Di re tas Já! em A der ro ta da Emen da Dan te de Oli ve i ra, que pro pu nha a ele i ção di re ta para pre si den te da Re pú bli ca, ca u sou pro fun do de sâ ni mo nas for ças que atu a - ram nas gran des mo bi li za ções em fa vor do voto di re to que mar ca ram o país na - que le ano (Ro dri gues, 2003; Del ga do, 2007). Algu mas des sas for ças, como o PT, re cha ça ram o re sul ta do da vo ta ção da emen da e co lo ca ram-se con tra a par - ti ci pa ção na ele i ção in di re ta. Já o PC do B pro pu nha que se man ti ves se a mo bi - lização popular, pois, mesmo com a derrota da emenda, o governo saíra enfra - quecido. 2 O par ti do de nun ci a va ain da aque les que pro cu ra vam es va zi ar o ca rá - ter po pu lar da luta, pas san do às ne go ci a ções de cú pu la com vis tas à su ces são no ple ná rio da Câ ma ra

3 En tre a revolução e a institucionalização Depois de muitas negociações entre os setores de oposição, e de uma crise na base governista, foram definidos os candidatos que concorreriam à eleição indire ta para a pre si dên cia. De um lado, Tan cre do Ne ves, do Par ti do do Mo vi men to Democrático Brasileiro (PMDB), que recebeu apoio de setores dissidentes do Parti do De mo crá ti co So ci al (PDS), mas não do PT, que se re cu sou a par ti ci par do Co - lé gio Ele i to ral; de ou tro lado, Pa u lo Ma luf, apo i a do pelo PDS. No dia 15 de ja ne i ro de 1985, Tan cre do Ne ves ven ceu a ele i ção. Pou co an tes da pos se, no en tan to, foi sub me ti do a uma ci rur gia, vin do a fa le cer no dia 21 de abril. Assu miu a pre si dên - cia o seu vice, José Sar ney, dan do iní cio ao pe río do da Nova Re pú bli ca. Logo após a vi tó ria de Tan cre do, o PC do B fez uma aná li se po si ti va do resultado. Em primeiro lugar, destacou que a eleição, ainda que indireta, colocara fim ao regime mili tar, o que não te ria sido pos sí vel sem a mo bi li za ção po - pular. Naquela situação, a tática partidária deveria ser uma política ampla, junto com as mais variadas correntes de opinião, voltada para a mobilização de massa no sentido de garantir as mudanças reclamadas pelo povo, vencendo as resistências dos setores conservadores do governo. 4 Com a chegada de Sarney à presidência, o partido continuou a política de frente ampla para defender o aprofundamento das liberdades democráticas. Nes se sen ti do, des de o prin cí pio apo i ou o go ver no, na me di da em que este re pre - sentaria avanços no processo de redemocratização. Por exemplo, afirmava o PC do B, o novo pre si den te apoiava a legalização de todos os partidos, inclusive os comunistas; admitia o direito de greve aos trabalhadores; respeitava o Con gres - so nacional e os direitos huma nos e, por fim, estava engajado na convocação da Constituinte. 5 Era portanto necessário reconhecer aspectos positivos e negativos em sua atu a ção. Uma oposição sistemática estava descartada, uma vez que isso facilitaria o jogo da direita que ainda ansiava pela volta à ditadura. 6 Em 1985, o PC do B con se guiu sua le ga li za ção jun to ao Tri bu nal Su pe - rior Ele i to ral (TSE). Com a le ga li da de em mãos, par ti ci pou da cam pa nha ele i - to ral de 1986, pela pri me i ra vez com seus can di da tos ins cri tos na pró pria le gen - da. 7 A cam pa nha e o mo men to po lí ti co es ta vam mar ca dos pelo de ba te em tor no da Cons ti tu in te, tema a que o par ti do de di cou toda a sua aten ção (Ama zo nas, 1985). Para o PC do B, so men te a nova Cons ti tu i ção po ria fim a todo o apa ra to do re gi me mi li tar e pos si bi li ta ria à po pu la ção a con quis ta de di re i tos. Entre - tan to, ca be ria à opo si ção se unir con tra as for ças con ser va do ras que se po si ci o - na ri am hos til men te à con quis ta des ses di re i tos. Nes se ca mi nho, o par ti do man te ve sua pro pos ta de am pla fren te po lí ti ca até o fi nal da Cons ti tu in te. Na se gun da me ta de dos anos 1980, po rém, o gru po re o ri en ta ria sua atu a ção na po - lí ti ca na ci o nal. No iní cio de 1987, aban do nou o apo io crí ti co ao go ver no Sar - ney, pas san do à opo si ção. Em li nhas ge ra is, o PC do B ava li a va que o go ver no pas sa ra com ple ta men te para o cam po con ser va dor, de i xan do as sim de re pre - sen tar qual quer as pi ra ção po pu lar

4 estudos históricos O 7º Con gres so: mu dan ça de rumo e ali an ça com o PT O PC do B realizou o seu 7º Con gres so em maio de Entre os te mas tratados na ocasião, vamos destacar aqui a reorientação da atuação política do partido, que sofreria uma gui na da à es quer da, evidenciada na reafirmação de sua postura de crítica ao gover no Sar ney e na apro xi ma ção com o PT (PC do B, 1989). Para compreender as alianças do PC do B com o PT, ini ci a das na se gun - da metade dos anos 1980, é necessário, primeiramente, lembrar que o partido de João Ama zo nas sem pre fora um crí ti co te naz do par ti do de Lula. Os mo ti vos das críticas dirigidas ao PT po dem ser en ten di dos, de um lado, pela pró pria con cor - rência dos dois agrupamentos dentro dos segmentos da esquerda brasileira; de outro lado, na lógica da política de unidade até en tão defendida pelo PC do B, o PT era criticado por ter rompido a união na ci o nal na luta con tra a di ta du ra, uma vez que não se uni ra ao PMDB, e por não ter apo i a do logo de po is a Nova Re pú - blica (Sales, 2007b). No mo men to da re a li za ção do con gres so, mu dan ças na con jun tu ra po - lí ti ca le va ram o PC do B a re ver seu po si ci o na men to fren te ao PT. A prin ci pal mu dan ça se deu a par tir do rom pi men to com o go ver no Sar ney e da bus ca de com po si ção de um am plo mo vi men to de uni da de das for ças pro gres sis tas e de mo crá ti cas (PC do B, 1989: 31). Foi isso que abriu ca mi nho para a apro xi - ma ção com o PT. Essa nova re la ção, no en tan to, não sig ni fi ca va uma ade são ao pro je to pe tis ta. Para o PC do B, o PT con ti nu a va a re pre sen tar as idéi as da social-democracia no Brasil, o que significa dizer que dividia o movimento ope - rá rio e cri a va or ga ni za ções de mas sas a ele su bor di na das, como a Cen tral Úni ca dos Tra ba lha do res (Ibi dem: 41). Ape sar das crí ti cas, o PC do B afir ma va que se - ria um erro tá ti co ata car o PT em blo co, já que nele mi li tam ho mens e mu - lhe res pro gres sis tas, con tin gen tes pro le tá ri os dis pos tos a de fen der seus in te - res ses e que se mos tram sub je ti va men te a fa vor do so ci a lis mo (Ibi dem: 41-42). A co li ga ção com o PT era en qua dra da den tro da pro pos ta do PC do B de fren te am pla, a fim de dar con sis tên cia a um mo vi men to ca paz de der ro tar os ini mi gos dos tra ba lha do res e da nos sa pá tria e ga ran tir um fu tu ro me lhor para o Bra sil (Ibi dem: 43). O 7º Congresso do PC do B definiu a tática partidária a ser adotada nos anos se guin tes. O cen tro se voltava para a sucessão presidencial de 1989, e o par - tido apontou como objetivo principal procurar influir no surgimento de um concorrente democrático e progressista, capaz de reunir o apoio da esquerda e tam bém do cen tro (Ibi dem: 30). Para tan to, a ban de i ra em pu nha da pelo can di - dato à presidência deveria ser de unidade das forças de centro-esquerda. Caso não fosse viabilizada uma candidatura com tais características, o PC do B pre ten - 244

5 En tre a revolução e a institucionalização dia in di car um candidato próprio no primeiro turno com vistas a difundir as idéias socialistas. As coligações políticas e as eleições nos anos 1980 O ano de 1988 marcou um momento importante na história do PC do B. Nesse momento o partido passou a participar periodicamente de coligações eleitorais com outros partidos de esquerda, especialmen te com o PT, mas tam bém, em alguns casos, dadas as particularidades locais, com partidos de centro-direita. Essa po lí ti ca am pla de ali an ças tal vez aju de a com preender o relativo crescimen to do nú me ro de vo tos re ce bi dos pelo par ti do no de cor rer dos anos 1980 e 1990, quando outros partidos comunistas, no Brasil e no mundo, seguiram tendência inversa. A aliança com o PT, maior partido da esquerda brasileira, certamente contribuiu para dar maior visibilidade às propostas dos comunistas e proporcionar uma expansão de seu espaço eleitoral. As eleições municipais de 1988 podem ser tomadas como um marco da política de alianças do PC do B. Nesse ano, o partido integrou a coligação Partidos do Povo na ele i ção mu ni ci pal de São Pa u lo. A fren te era com pos ta ain da por PT e PCB e teve como candidata majoritária Luiza Erundina, do PT. No lan ça - mento da coligação, o PC do B afirmava que unidade eleitoral não enterra divergências, mas tam bém não as se me ia. O mais im por tan te era o fato de es ta rem unidos os que lutaram e lutam pelos direitos dos trabalhadores na Constituinte, se lan do, as sim, a von ta de das ruas, do que ex ist e de mais avan ça do nas fá - bricas, nas escolas e nos dormitórios operários da grande capital (Rebelo, 1988; Carvalho, 1988a). A análise feita pelo PC do B do resultado das eleições municipais de 1988 foi bastante positiva e destacava pelo menos dois pontos importantes. Em primeiro lu gar, em ter mos efe ti vos, o par ti do pas sou de 6 para 15 ve re a do res nas ca - pi ta is e de 22 para 60 no con jun to do país. Des tes, 16 fo ram ele i tos na Ba hia e 2 em São Pa u lo (Car va lho, 1988b: 2). Além dis so, ava li a va-se que nos prin ci pa is centros políticos e econômicos do país teriam vencido candidatos identificados com propostas democráticas e progressistas, vinculados ao povo trabalhador, abertamente contrários às elites, em composições em que se uniram forças políticas progressistas e de esquerda. 9 O segundo ponto destacado era que as ele i ções de 1988, so bre tu do com a vi tó ria em São Pa u lo (Re be lo, 1989), abria a pers pec ti - va de formação de uma nova frente política visando à sucessão presidencial de Nes se ca mi nho, o PC do B propunha que se formasse uma coligação das forças democráticas já no pri me i ro turn o das ele i ções

6 estudos históricos Em abril de 1989, o par ti do des ta ca va em seu jor nal a re u nião re a li za da em Bra sí lia no dia 29 de mar ço, na qual os pre si den tes na ci o na is do PT, do Partido Socialista Brasileiro (PSB), do Partido Verde (PV) e do PC do B decidiram participar unidos da campanha sucessória. O lançamento da frente de esquerda, afirmava o PC do B, apontava para uma perspectiva de vitória. 11 No dia 13 de maio foi oficializada a Frente Brasil Popular com um comício realizado em São Bernardo do Campo, que deu início à campanha eleitoral. 12 O PC do B apre sen - tou 20 pon tos am plos para o pro gra ma da Frente, com des ta que para a defesa da soberania nacional e dos trabalhadores. 13 Nas vésperas das ele i ções, o PC do B avaliava que a vitória estava ao alcan ce das mãos e que ha via con di ções con cre tas para que o candidato da Frente Brasil Popular, Luiz Iná cio Lula da Sil va, fos se para o se gun do turn o e ga nhas se as eleições. 14 O resultado da votação no primeiro turno pareceu comprovar o otimis mo do par ti do, que afirmou ter sido vi ra da uma pá gi na na his tó ria do país. Era, porém, necessário se preparar para a grande batalha do segundo turno, quando a direita poderia recorrer a todos os meios para levar Collor ao Planalto. 15 De fato, nos úl ti mos dias da cam pa nha ele i to ral, o can di da to Fernando Collor recorreu a falsas denúncias pessoais contra Lula, o que, com a aju da de par te da mí dia, contribuiu para der ro tar a Frente Brasil Popular nas ur nas (Pi la - gallo, 2006: 42-45). A der ro ta de Lula ca u sou um gran de aba lo nas for ças de es quer da no país. Além do sen ti men to de que se ha via per di do uma chan ce real de che gar ao poder, havia a constatação da implantação de um projeto afinado com as diretrizes neoliberais, que levaria o país, mas principalmente a parte mais pobre da popu la ção, a uma dé ca da de gran des dificuldades. A primeira medida do novo go - verno, que causou surpresa mundial, foi o confisco das aplicações nas cadernetas de poupança feita pela equipe econômica (Pilagallo, 2006). O PC do B, ape sar da derrota, procurou ressaltar a importância histórica da eleição de 1989: O Bra sil-90 não é o mes mo da di ta du ra mi li tar nem da fi na da Nova Re pú bli ca. Não é tam pou co o Bra sil da gang de Col lor, um país de si mu la cros e fan ta si as. O Bra sil que emer ge da cam pa nha su ces - só ria é o da luta pela de mo cra cia e a in de pen dên cia, ban de i ras que con ti - nuam nas mãos firmes da oposição popular emergente. 16 Com essa pers pec ti va, no iní cio dos anos 1990, o PC do B propôs que se continuasse a união de esquerda nas eleições para governador que aconteceriam naquele ano. 17 Ava liou ain da que a si tu a ção não era fa vo rá vel às forças populares e decidiu pregar o voto nos candidatos que fossem adversários de Collor, mesmo que es ti ves sem fora do cam po das es quer das. 246

7 En tre a revolução e a institucionalização Os anos 1990 e a luta con tra o ne o li be ra lis mo Tendo como preocupação central a defesa do país diante dos ataques do governo Collor, o partido propôs a formação de um amplo movimento antiimperialista e democrático que reunisse as massas populares, a intelectualidade progres sis ta, se to res mi li ta res, em suma, to dos que amam a pá tria e não que rem transformar-se em meros agregados, em vassalos da superpotência norte-americana (PC do B, 1992: 32). Com essa pro pos ta, o PC do B iria se de di car, no iní cio dos anos 1990, ao mo vi men to Fora Col lor, às ele i ções de 1992 e, de uma for ma mais am pla, ao com ba te ao avan ço do projeto neoliberal no Brasil. Nesse caminho, nas eleições municipais de 1992, o PC do B continuou a sua política de amplas alianças com as correntes de centro-esquerda, englobando os tradicionais aliados PT, Partido Democrático Trabalhista (PDT) e PSB, e ain - da PMDB e Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) em alguns estados. Na campanha, o discurso do partido procurava atrelar o amplo movimento pelo impeachment de Collor a um pretenso movimento da sociedade contra o projeto neoliberal. 18 O re sul ta do da ele i ção pode ser vis to como uma vi tó ria po lí ti ca do par ti - do, se considerarmos que, mesmo diante da grande campanha anticomunista que vigorava no período, a legenda elegeu 53 vereadores, 13 nas capitais e 40 no interior, com des ta que para os es ta dos da Ba hia e São Pa u lo, onde fo ram ele i tos 8 vereadores em cada. 19 Com o afas ta men to de Col lor, as su miu seu vice, Ita mar Fran co. Ten do participado ativamente da campanha pelo impeachment, o PC do B defendeu a posse e o governo de Itamar. Na avaliação do partido, o novo presidente assumira em condições difíceis e era necessário apóia-lo visando à defesa da nação. 20 O PC do B enfatizava o caráter nacionalista do governo, que se teria predisposto a reavaliar as privatizações em curso e a investir contra o monopólio da indústria far - macêutica, e ace na va com a ado ção de me di das de cu nho so ci al. Por tudo isso, re - presentava uma ruptura com o projeto neoliberal do governo anterior e por isso mesmo atraía a ira das elites conservadoras e do imperialismo. Assim, mais do que nun ca está em jogo a go ver na bi li da de de Ita mar. O apo io ao go ver no Ita mar perdurou até que divergências políticas em torno das próximas eleições presidenciais e da política econômica levaram o PC do B à opo si ção (Sil va, 2004). Em 1993, foi a vez da participação na campanha do plebiscito que decidiria a for ma e o sis te ma de go ver no no Bra sil. Co e ren te com a sua par ti ci pa ção na Constituinte, o PC do B apo iou a pro pos ta de uma Re pú bli ca parlamentarista no Brasil. O partido considerava que o presidencialismo, em mais de cem anos, revelara ser um sistema fechado e autoritário, responsável em grande parte pelo atra so po lí ti co e cul tu ral do país. O par la men ta ris mo, por sua vez, se ria um sis te - 247

8 estudos históricos ma mais flexível e menos personalista, capaz de propiciar maior participação da população na vida política nacional. 21 Para tan to, na pro pos ta do PC do B es ta - vam in cluídas a co-responsabilidade entre o Executivo e o Legislativo, a eleição por voto direto, secreto e universal do presidente da República e dos membros do Congresso Nacional, e tam bém a re cu sa do sis te ma de voto dis tri tal e a ma - nutenção do voto proporcional (Silva, 2004). Realizada a consulta, ga nhou com ampla maioria a República presidencialista. No iní cio de 1994, o PC do B já di re ci o na va suas ex pec ta ti vas para a su - ces são pre si den ci al. No dia 30 de ja ne i ro, lan çou uma nota con cla man do a ne - cessidade de formação de nova frente das forças nacionais e democráticas vi - san do à ele i ção. Ini ci al men te, a pro pos ta era fa zer uma re u nião com os pré-can - di da tos pro gres sis tas e os par ti dos de es quer da para dis cu tir um nome ca paz de aglu ti nar tais for ças e en fren tar as eli tes. 22 A co li ga ção que se for mou para sus - ten tar a can di da tu ra de Lula foi com pos ta por PT, PC do B, PSB, PCB, Par ti do So ci a lis ta dos Tra ba lha do res Uni fi ca do (PSTU) e Par ti do Po pu lar So ci a lis ta (PPS). Já a candidatura de Fernando Henrique Cardoso foi apoiada por PSDB, Par ti do da Fren te Li be ral (PFL) e Par ti do Tra ba lhis ta Bra si le i ro (PTB). O PC do B se em pe nhou na cam pa nha e não pou pou crí ti cas ao can di da to do PSDB, que já era alvo do par ti do des de o mo men to em que as su mi ra a pas ta da Fa zen - da do go ver no de Ita mar Fran co, quan do foi apon ta do como o novo por ta-voz do pro je to ne o li be ral no Bra sil, po den do se trans for mar no can di da to viá vel das eli tes do mi nan tes para As duas principais candidaturas, de Fernando Henrique e de Lula, representavam, segundo o PC do B, dois ca mi nhos opos tos para os des ti nos do país. A primeira seria a expressão de interesses externos, baseados nos ditames do neoliberalismo. A segunda, a opção por uma via de desenvolvimento independente empenhada em atender os interesses populares (Ruy, 1994: 6). Para a realização de seus projetos, Fernando Henrique estaria articulando uma grande aliança com proprietários, desde a Fiesp aos coronéis renovados do Nor des te. Já a Frente Brasil Popular uniria assalariados da cidade e do campo, intelectuais, profissionais liberais e setores empresariais cuja situação os coloca em contradição com o grande capital brasileiro e estrangeiro, e que pretendem usar o mercado interno como uma plataforma para alcançar o mercado mundial (Ibidem: 8). Inicialmente, os números das pesquisas eleitorais apontavam ampla maioria em favor da candidatura Lula. Entretanto, o panorama mudou a partir do lan ça men to do Pla no Real pelo mi nis tro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso, principalmente a partir de julho, quando houve o lan ça men to da nova moeda, o real, e uma diminuição dos índices inflacionários. Aos poucos, o candidato da Frente Brasil Popular foi ultrapassado, e Fernando Henrique foi eleito no pri me i ro turn o da ele i ção com cer ca 54% dos vo tos. 248

9 En tre a revolução e a institucionalização O PC do B ava li ou que a vi tó ria de FHC re sultara da ação das for ças con - servadores do país, que souberam aproveitar o sucesso inicial do Plano Real, na mes ma me di da em que Lula não sou be ra en fren tar o con sen so cri a do em tor no do plano econômico. Sobre o novo governo, afirmava que, pelos compromissos assumidos na campanha, tentaria aplicar medidas antinacionais e antidemocráticas, como a re vi são da Constituição, a reestruturação do Estado e igualmente a privatização de empresas estatais de importância fundamental. 24 A eleição teria demonstrado também avanços do campo democrático, como a conquista do governo de Pernambuco por Miguel Arraes e do Mato Gros so por Dan - te de Oliveira. Além disso, o PT aumentou sua bancada de deputados, passando de 36 para 49, e ele geu 4 no vos se na do res. O PC do B, por sua vez, du pli cou sua bancada federal, passando de 5 para 10 deputados. 25 Com o anúncio dos pla nos do novo go ver no, o PC do B passou imediatamente a criticá-lo. Na avaliação do partido, as medidas apresentadas por Fernando Henrique Cardoso eram idênticas às que ha vi am sido ado tadas em ou tros pa í - ses da América Latina, cuja lógica principal era o aprofundamento da dependência em relação ao imperialismo, e que tiveram no caso me xi ca no seu ma i or exem - plo. No Brasil, a especificidade seria a de o governo não assumir sua feição neoliberal e tentar apresentar-se como representante da social-democracia. Porém, as medidas visando ao desmonte das estruturas estatais, econômicas e sociais denunciariam a total submissão ao projeto do neoliberalismo (Rabelo, 1995: 17). Passados al guns me ses do iní cio da nova ad mi nis tra ção, o PC do B cons - tatava que se vivia um grave momento na situação política nacional. O governo estaria empreendendo uma verdadeira reforma constitucional sem que para tanto ti ves se sido ele ita uma Assembléia Constituinte. O partido apontava como maiores exemplos desse processo o fim dos monopólios estatais, o ata que aos di - reitos trabalhistas a fim de adaptá-los à globalização da economia, as modificações na legislação eleitoral com as propostas da cláusula de barreira e do voto dis - trital misto, a proibição das coligações nas eleições proporcionais, todas medidas que, se aprovadas, dariam feição autoritária ao sistema político brasileiro. 26 Co - roando o caráter antidemocrático desse processo, viria a proposta de reeleição do presidente da República, carro-chefe da reforma política pretendida pelos defensores do neoliberalismo, a qual vi sa ria, no fun do, a ade quar o Esta do às ne - cessidades do projeto neoliberal (Arantes, 1997: 42). No decorrer do governo de Fernando Henrique Cardoso o PC do B manteve as críticas ao seu projeto político e econômico. A tônica era a da vincula - ção das medidas adotadas no Brasil com o avanço do neoliberalismo em escala mundial, particularmente na América Latina. Nesse caminho, já no primeiro semes tre de 1997 o par ti do co me çou a tra çar os pla nos para a su ces são pre si den ci al do ano se guin te. O pri me i ro pas so foi dado ain da em ju nho em uma re u nião das 249

10 estudos históricos bancadas de oposição no Congresso. No encontro, decidiu-se pela criação de um grupo de trabalho para elaborar um documento-base a ser sub me ti do a um en - contro nacional de partidos de oposição visando ao lançamento de uma candidatura unitária. 27 Dando continuidade à política adotada nas eleições anteriores, o PC do B afirmava a necessidade de união das esquerdas como condição indispensável para que as opo si ções pu des sem ga nhar a ele i ção. 28 Para o par ti do, o objetivo principal na eleição era derrotar o projeto neoliberal implantado por Fernando Henrique Cardoso, e o programa oposicionista deveria refletir tal posição. A base das propostas deveria, assim, estar no rompimento do equilíbrio político dominante, no fortalecimento do Estado Nacional e na adoção de um novo modelo de desenvolvimento baseado nas necessidades do povo e do país. A capacidade de implantação desse projeto, afirmava o PC do B, pas sa va por uma de ci são política, e não téc ni ca: as so lu ções téc ni cas exis tem, mas sua apli ca ção de pend e da capacidade de unir amplas forças sociais e apoio popular capacidade que é, an tes de tudo, política (Rabelo, 1998: 8). A coligação dos partidos de oposição formou-se em torno dos candida - tos Luiz Iná cio Lula da Sil va, do PT, e Le o nel Bri zo la, do PDT. O ato ina u gu ral ocor reu na sede do PT pa u lis ta no dia 12 de maio de 1998, e dele participaram ain da o PC do B e o PSB. 29 A campanha eleitoral transcorreu com a oposição criticando a vulnerabilidade às crises externas a que o Plano Real havia sujeitado o país, e com Fernando Henrique Cardoso enfatizando a necessidade da continuidade da moeda que havia conseguido praticamente acabar com a inflação. Nas pa la vras de um mem bro do PC do B, Fernando Henrique continua no caminho aber to por Fer nan do Col lor, de atu a li zar a ve lha op ção pelo atra so e pela de pen - dên cia. Do ou tro lado, Lula e a União do Povo Muda Bra sil eram herdeiros da tradição que defendia um projeto de desenvolvimento baseado no trabalho dos bra si le i ros (Ruy, 1998: 9). Na aber tu ra das ur nas, per ce beu-se que o dis cur so da estabilidade e da continuidade saíra vencedor, e o candidato do PSDB foi reeleito no primeiro turno com cerca de 53% dos votos. Na apre ci a ção do pre si den te do PC do B, a ele i ção te ria sido atí pi ca, na medida em que havia se desenrolado em condições internas e externas ad - ver sas. Nes se sen ti do, a vi tó ria de Fer nan do Hen ri que Car do so de ve ria ser re - la ti vi za da, pois mes mo ten do uti li za do a má qui na do Esta do, e con ta do com o apo io da gran de im pren sa du ran te a cam pa nha, sua vo ta ção so fre ra pe que na di - mi nu i ção em re la ção ao ple i to an te ri or. Ao mes mo tem po, o di ri gen te des ta ca - va o im por tan te pa pel de Lula, que se con sa grou en tão como in con tes te li de - ran ça na ci o nal. 30 O PC do B ele geu 10 de pu ta dos es ta du a is e 7 fe de ra is. Hou ve ain da um au men to da vo ta ção ab so lu ta do par ti do, mas não o su fi ci en te para au men tar a 250

11 En tre a revolução e a institucionalização vo ta ção re la ti va, que se man te ve em 1,25% do ele i to ra do na ci o nal. 31 Mes mo com a di mi nu i ção da ban ca da fe de ral, de 10 para 7 de pu ta dos, o par ti do ava li ou po si ti va men te sua par ti ci pa ção na cam pa nha, a qual te ria ser vi do para de nun - ci ar o pro je to po lí ti co de Fer nan do Hen ri que Car do so. 32 So bre o novo go ver no, o PC do B ava li ou que se gui ria a mes ma po lí ti ca ado ta da du ran te o pri me i ro man da to e que o par ti do de ve ria pro cu rar unir to das as for ças so ci a is para com - ba tê-la. 33 As eleições municipais de 2000 e a antecipação do debate sucessório Em ju lho de 1999, o PC do B começou a se mobilizar para as eleições mu - nicipais que ocorreriam no ano seguinte. Inicialmente, o objetivo era chamar a atenção para a necessidade de aumentar o efetivo parlamentar do partido, ao mesmo tempo que continuavam as críticas ao governo de Fernando Henrique Car do so e a bus ca de ali an ças com os se to res de es quer da. 34 Como em ou tras oca - siões, e de acordo com sua estratégia política, o partido procurou fazer alianças com partidos de oposição, particularmente com o PT. A novidade desse pleito para a tra je tó ria do PC do B foi que o partido investiu também em candidaturas majoritárias, lançando 26 candidatos a prefeito e 46 a vice-prefeito, inclusive em algumas capitais. 35 No primeiro turno da eleição, o PC do B experimentou expressivo crescimento. Elegeu 7 vice-prefeitos, incluindo o de Aracaju, capital de Sergipe. Vereadores, fo ram ele i tos 150, 55 a mais do que no ple i to an te ri or. Des tes, 18 as su - miram seus cargos em capitais de estado. Em Fortaleza e Olinda os candidatos a prefeito do partido foram para o segundo turno, assim como o candidato a vice-prefeito em Re ci fe (Ra be lo, 2000: 3). No segundo turno, os resultados mais importantes aconteceram em Pernambuco, onde foram eleitos o vice-prefeito de Recife, Luciano Siqueira, e a prefeita de Olinda, Luciana Santos. No caso de Olin da, o PC do B deu am plo des ta que à vi tó ria de sua can di da ta, uma vez que foi a pri me i ra vez que o par ti do ocupou um cargo majoritário em uma cidade de grande importância histórica para o país. 36 Além do au men to re la ti vo ob ti do pelo par ti do nas ele i ções de 2000, o PC do B participou de coligações vitoriosas em 240 municípios e avaliou o resultado geral do pleito como extremamente positivo para as forças de oposição, abrindo perspectivas para a sucessão presidencial de O partido baseava sua análise nos números obtidos pelos partidos de esquerda: no conjunto de 57 cidades com mais de 200 mil ha bi tan tes, a opo si ção ele geu 27 pre fe i tos, e o PT con se guiu ele - ger 187 no total dos municípios brasileiros, englobando 20% da população. Além dis so, a vi tó ria da opo si ção em São Pa u lo, a maior cidade do país, com a ele i ção 251

12 estudos históricos para a prefeitura de Mar ta Su plicy, do PT, indicava, se gun do o PC do B, uma mu - dança no quadro político nacional. 37 Dessa forma, para o partido, diante do resultado eleitoral, surgia uma nova correlação de forças políticas favoráveis à oposição e aos partidos de esquerda, passando assim a condicionar o curso do processo político que culminará na eleição presidencial de 2002 (Rabelo, 2000/2001: 14). Di an te do novo qua - dro, o maior desafio para as lideranças da oposição seria se concentrar na tarefa de redefinir e recompor uma ampla frente política capaz de garantir as condi - ções para derrotar o governo neoliberal (Ibidem: 15). Os co mu nis tas no po der: a ele i ção de 2002 e a che ga da ao go ver no fe de ral Em agos to de 2001 o PC do B abriu o de ba te so bre a su ces são pre si dencial do ano se guin te. Antes de qual quer con ta to com ou tros par ti dos, sua co mis - são polí ti ca lan çou uma nota em que co lo ca va em pa u ta os pon tos que jul ga va fundamentais para a elaboração de um projeto político capaz de se con tra por ao neoliberalismo e ao governo Fernando Henrique Cardoso. Para o PC do B, uma proposta alternativa para o país deveria contemplar críticas às articulações em torno da Área de Livre Comércio das Américas (Alca); a de nún cia dos acor dos com o FMI e com a Orga ni za ção Mun di al do Co - mércio; uma auditoria soberana nas dívidas internas e externas; a suspensão e revisão das privatizações nos setores estratégicos; a retomada do desenvolvimento, a diminuição da jornada de trabalho, a melhoria das condições de vida dos trabalhadores e a reforma agrária; o incentivo à pesquisa científica e tecnoló - gica e ao ensino público, e a con vo ca ção de uma Assembléia Constituinte que expressasse um novo pacto político e so ci al (Ra be lo, 2001a: 7-9). O par ti do pro cu ra va ar ti cu lar a su ces são pre si den ci al com a con jun tu - ra po lí ti ca na ci o nal, a qual es ta ria mar ca da pelo es go ta men to da apli ca ção da po lí ti ca ne o li be ral. Para o PC do B, o con to mi ra bo lan te de que a aber tu ra e o flu xo de ca pi tal pri va do es tran ge i ro bas ta ri am para ele var a pro du ti vi da de, propiciar a diversidade da atividade econômica e produzir os investimentos su fi ci en tes para a edi fi ca ção da in fra-es tru tu ra e dos ser vi ços pú bli cos, sem a in ter ven ção do Esta do, re ve la ra-se uma fan ta sia, e o país mer gu lha ra em pro - fun da cri se (Ra be lo, 2001/2002: 6). Ao mes mo tem po que o mo de lo ne o li be ral de mons tra va o seu es go ta men to, co me ça vam a res sur gir tam bém am plos mo - vi men tos con tes ta tó ri os da nova or dem mun di al, como exem pli fi ca va o Fó - rum So ci al Mun di al, re a li za do em Por to Ale gre em ja ne i ro de Na ava li a - ção do PC do B, a re a li za ção do Fó rum e a cri se do ne o li be ra lis mo co lo ca vam em pa u ta a ne ces si da de de uma am pla ar ti cu la ção po lí ti ca para der ro tar o can - di da to do PSDB (Ra be lo, 2001b). 252

13 En tre a revolução e a institucionalização O apo io do PC do B à can di da tu ra de Luiz Iná cio Lula da Sil va co me çou a se de li ne ar em abril de 2002, quan do o can di da to pe tis ta foi até a sede na ci o nal do partido convidar oficialmente a organização a integrar a frente política. Naque le mo men to, o PC do B já deu in dí ci os de que con ti nu a ria no ca mi nho que se - guia des de a ele i ção de 1989, quan do foi fe i ta a pri me i ra ali an ça em apo io a Lula. Afir mou ain da que o mais im por tan te era que hou ves se um pro gra ma que se di - ferenciasse claramente do projeto do PSDB e que se buscasse a ampliação dos aliados para que se tor nas se viá vel a vi tó ria do can di da to das opo si ções. 38 Na apresentação de suas propostas para a elaboração do programa da Fren te Lula Pre si den te, for ma da por PT, PC do B, Par ti do Li be ral (PL), Par ti do da Mobilização Nacional (PMN) e PCB, o partido insistiu que estavam em jogo na ele i ção de 2002 dois ca mi nhos dis tin tos para o Bra sil. De um lado, aque le que procurava impor à nação mais um projeto conservador, que buscava resolver a questão da vulnerabilidade externa apenas para perpetuar o sistema de dependência oriundo da política neoliberal implantada desde os anos De outro lado, um projeto alternativo de caráter nacional, democrático, popular e progressista, que visava a construir um caminho de desenvolvimento autônomo para o país. A execução desse programa passaria, primeiramente, por uma decisão política de reunir as forças necessárias para fazer frente ao neoliberalismo. 39 So bre a questão econômica, item fundamental do programa, o PC do B afirmava que: a) o novo modelo econômico baseia-se na concepção de que a economia brasileira é uma economia de natureza continental, com uma vocação natural à diversidade e à auto-suficiência; b) a política econômica deve ter como pri o ri da de au men tar o ní vel e a qua li da de de vida material e cultural do povo, dando mais segurança a seu futuro; c) o Estado deve assumir papel preponderante no investimento em setores estratégicos para o desenvolvimento, dirigir e planejar o esforço nacional, cuidando para que os resultados do progresso tenham divisão mais equânime, premiando o esforço e a inventividade e dando primazia à valorização do trabalho; d) o financiamento do desenvolvimento deve se basear na poupança nacional e ampliação do mercado interno, sendo o capital externo complementar e secundário. 40 A Frente Lula Presidente teve como adversário o candidato do PSDB, José Ser ra, apo i a do pelo PMDB. A can di da tu ra de Ser ra so freu com a per da de apo io do PFL, que após pou cos me ses de cam pa nha rom peu com o PSDB. Além disso, Serra se viu na con di ção de de fen der um le ga do de oito anos de go ver no de Fernando Henrique Cardoso. A fraqueza de sua campanha apareceu no resulta- 253

14 estudos históricos do do pri me i ro turn o, quan do Lula qua se foi ele i to ao re ce ber 46,47% dos vo tos, en quan to Ser ra fi cou com 23,19%. No se gun do turn o, a vi tó ria de Lula se con fir - mou, ten do ele re ce bi do 61,27% dos vo tos, con tra 38,73 de Serra. O PC do B experimentou um relativo crescimento nessa ele i ção. O par ti - do lançou 208 candidatos, sendo 127 às Assembléias Legislativas, 52 à Câmara dos Deputados, 9 ao Senado, 6 a primeiros suplentes, 9 a segundos suplentes e 5 a vice-governadores. Elegeu o vice-governador do Piauí, 10 deputados federais e 17 estaduais, e obteve a primeira suplência no Piauí e Ceará. No total, recebeu 2,25% dos vo tos vá li dos para deputado federal (Sorrentino; Bezerra; Carvalho, 2002/2003: 19-24). O resultado da eleição foi interpretado pelo PC do B como um mo men to histórico na trajetória política brasileira, comparável a outros como a Indepen - dência, a Proclamação da República e a Revo lu ção de A che ga da de Lula ao po der tam bém foi vis ta como a vi tó ria de uma idéia cons tru í da pelo PC do B desde os anos 1960, consubstanciada na defesa da formação de uma frente política de luta con tra a di ta du ra e de po is con tra o pro je to ne o li be ral de Col lor e Fer - nando Henrique Cardoso (Buonicore, 2002/2003). A respeito da atuação do novo governo, o partido indicava a necessidade de se manter uma frente política que pudesse lhe dar sustentação. Além disso, apontava que sua tática política não pode ria ser ra di ca li za da e que o pa pel do par ti do era o de ser par te in te gran te do go - ver no e não uma alternativa de esquerda. O principal desafio do governo e das for ças que lhe da ri am apo io se ria o de re to mar um novo ci clo de cres ci men to eco - nômico com bases novas e tomar iniciativas de caráter distributivo de renda (Rabelo, 2002/2003). Na for ma ção da equi pe, o PC do B fi cou com o Mi nis té rio dos Espor tes, ocupado por Agnelo Queiroz, e com a liderança do governo na Câmara, com Aldo Re be lo. O par ti do res sal tou que era a pri me i ra vez na his tó ria que co mu nis - tas ocu pa vam tais car gos, o que re pre sen ta va o au men to do seu pres tí gio. Mas o significado maior dessa participação seria a firme decisão do PC do B de tudo fazer para consolidar o governo Lula e impulsioná-lo a realizar as mudanças que o Brasil precisa. 41 Passados pou cos me ses da nova ad mi nis tra ção, o PC do B realizou uma conferência nacional para discutir a nova conjuntura política e seu papel dentro da coligação que apoiava o governo. Na resolução final, o partido reafirmou o posicionamento que iria mar car sua atu a ção no pe río do re cen te. De um lado, ob - servou que Lula as su mira a presidência em condições de difícil governabilidade e vulnerabilidade decorrentes do legado do governo anterior. Além disso, o período se caracterizava tam bém por uma du a li da de de for ças po lí ti cas, em que se debatiam um projeto conservador, ligado ao neoliberalismo, e outro democrático e popular, representado pelo novo governo (PC do B, 2003). Este, por sua vez, 254

15 En tre a revolução e a institucionalização diante das condições políticas, apresentava uma feição contraditória: assume um caráter democrático e dá seguimento, ao mesmo tempo, à política econômica anterior (Ibidem: 17). Nes sa si tu a ção, o pa pel do par ti do de ve ria ser o de apo i ar o go ver no Lula na con du ção das mu dan ças de ca rá ter na ci o nal-de sen vol vi men tis ta em cur so no país. O apo io dado ao go ver no as su mia um ca rá ter es tra té gi co, uma vez que, para o PC do B, se ria atra vés dele que exis ti ria a pos si bi li da de mais avan ça da e viá vel no qua dro de lu tas da épo ca. O fra cas so do go ver no Lula, afir - ma va o par ti do, se ria tam bém a der ro ta das for ças de es quer da e re no va do ras e, mais ain da, a via para a volt a das for ças con ser va do ras ao cen tro do po der (Ibi dem: 27). Assim pros se guia o PC do B, de for ma a não de i xar dú vi da quan to ao foco de sua po lí ti ca di an te da nova si tu a ção aber ta com a vi tó ria da Co li ga ção Lula Pre si den te: o centro de nossa tática, tendo presente o sentido estra - té gi co já re fe ri do, é atu ar pelo êxi to do go ver no Lula na con du ção das mudanças que consistem no aprofundamento da democracia e na adoção de um projeto nacional de desenvolvimento, voltado para a defesa da soberania do país e o progresso social. Por isso, a ação política decorrente traduz-se em dois movimentos inseparáveis: 1) o esforço conjunto de concretizar a saída da engrenagem neoliberal para o começo do novo projeto; e 2) reunir forças populares, democráticas, patrióticas, renovadoras para o sucesso desse propósito (...) (Ibidem: 29). As afirmações programáticas da 9ª Conferência do PC do B definem com cla re za a atu al fase da política adotada pelo partido. Defensor entusiasta do projeto do governo, enfrenta, as sim como o pró prio PT, a di fi cul da de de li dar com as esperanças e demandas de amplos setores da população que foram secularmente marginalizados pela conservadora elite brasileira. Entretanto, diante dos problemas colocados pela governabilidade, tem entrado em contradição, ou pelo menos deixado de enfatizar claramente pro pos tas que de fen dia até pou co tempo atrás, como a reforma agrária, o questionamento do pagamento da dívida ex ter na, en tre ou tras. Atu al men te, com a cri se que se aba te so bre o go ver no, con - tinua a defender o presidente do que chama de ataques da direita brasileira. Poucos se arriscariam, diante dos graves impasses atuais, a fazer um prognóstico sobre o fu tu ro do PC do B e das for ças de es quer da no país nes te mo men to em que se aproxima o final do segundo governo Lula. 255

16 estudos históricos Notas 1. Até pou co tem po atrás se ria praticamente impossível a escrita de um artigo de história versando sobre um período recente, vivido pelo próprio autor. Felizmente, hoje, os historiadores que estudam o presente já encontram subsídios teóricos que os ajudam em seu caminho. Para o estudo da história do tempo presente, assim como de qualquer período, faz-se necessário o am pa ro teó ri co e o diá lo go com o cam po de es tu do com o qual se está tra tan do. Nes te caso, acre di to que os apor tes do Instituto de História do Tempo Presente, da França, ajudam a enfrentar as questões colocadas. O Brasil também tem produzido trabalhos na área, como ates tam os tra ba lhos dos pes qui sa do res do CPDOC e de ou tros gru pos de pes qui sa em atu a ção no país. Ver Chauveau e Tétard (1999), Rémond (2003), Ferreira e Amado (2006) e Por to Jr. (2007). 2. Reforçar a unidade alcançada e intensificar a luta. A classe operária, maio/ju nho de Mobilização popular e democrática para vencer as forças reacionárias. A classe operária, maio/ junho de O PC do B na tran si ção democrática. A classe operária, mar ço/ abril de Reuniu-se a Direção Nacional do PC do B: uma se gu ra ori en ta ção para novas batalhas. A classe operária, de zem bro de 1985/janeiro de O PC do B face ao go ver no e à situação do país. A classe operária, mar ço de Sobre a campanha eleitoral de A classe operária, mar ço de Fora Sar ney, Di re tas 88! A clas se operária, no vem bro de 1987, p. 1; O governo naufragou. Povo exige eleições em 88. Ibi dem, p O povo brasileiro venceu. A classe operária, 17 a 30 de agos to de 1988, p Conclamação à unidade das forças populares. A classe operária, 12 a 25 de ja ne i ro de 1989, p União da es quer da para ga nhar a presidência. A classe operária, 6 a 19 de abril de 1989, p A classe operária, 4 a 17 de maio de 1989; A FBP está nas ruas. A classe operária, 8 a 31 de maio de 1989, p Suplemento Especial. A clas se operária, 4 a 17 de maio de Suplemento: às urnas, pela vitória do povo! A classe operária, 9 a 22 de novembro de O povo ven ceu a 1ª ba ta lha. A classe operária, 24 de no vem bro a 6 de de zem bro de O ano da opo si ção po pu lar. A classe operária, 12 a 25/01/1990, p Ibidem. 18. Ver as edi ções de A classe operaria de 6 de ju lho, 3, 17 e 31 de agos to de Ver A classe operária, 12 de ou tu bro de 1992, p Importante discussão. A clas se operária, 26 de ou tu bro a 8 de no vem bro de 1992, p

17 En tre a revolução e a institucionalização 21. República, sim. Parlamentarismo, sim. A classe operária, 14 de de zem bro de 1992 a 17 de ja ne i ro de 1993, p União das for ças pro gres sis tas na sucessão presidencial. A classe operária, 7 a 27 de fe ve re i ro de 1994, p Neoliberalismo volta a atacar. A classe operária, 21 de ju nho a 4 de ju lho de 1993, p As ele i ções ge ra is e o novo go ver no. Nota da Di re ção Na ci o nal do PC do B. Princípios, novembro-dezembro de 1994/ ja ne i ro de 1995, p Ibi dem. 26. O Bra sil pre ci sa de mais democracia. Nota da Comissão Política do PC do B. A classe operária, agos to de 1995, p Candidato único da oposição para 98. A classe operária, 17 de ju nho de 1997, p. 2; Oposição discute plataforma comum. A classe operária, 11 de se tem bro de 1997, p Derrotar o continuísmo de FHC. Nota do Co mi tê Cen tral do PC do B. A classe operária, 1º de abril de 1998, p Esquer da uni da lan ça a cha pa Lula-Brizola. A classe operária, 14 de maio de 1998, p A esquerda realizou uma campanha histórica. A classe operária, 15 de ou tu bro de 1998, p Au men tam os vo tos na opo si ção. Ibidem. 32. Os comunistas e o resultado das eleições. Ibidem, p Oposição firme e decidida a FHC. A classe operária, 20 de ja ne i ro de 1999, p Preparar o partido para as eleições de A classe operária, 21 de ju lho de 1999, p Qu a dro de co li ga ções do PC do B para prefeito(a) e vereador(a) nas capitais dos estados. A classe operária, 13 de ju lho de 2000, p Maré vermelha em Pernambuco. A classe operária, 3 de no vem bro de 2000, p. 1; A primeira prefeita comunista. Ibi dem, p Ampli ar as for ças para ga ran tir a vitória oposicionista em Ibidem, p. 1; Con sa gra ção da es quer da em SP. Ibidem, p Lula pro põe ali an ça ao PC do B. A classe operária, 10 de maio de 2002, p Co mis são Po lí ti ca do PC do B. Idéias fundamentais à elaboração do pro gra ma para um novo rumo para o Brasil. Princípios, maio-junho-julho de 2002, p. A Ibi dem. Gri fos no ori gi nal. 41. Participação dos comunistas fortalecerá o governo da mudança. A classe operária, 24 de de zem bro de 2002, p

18 estudos históricos Referências bibliográficas AMAZONAS, J A atu a li da de da Assembléia Constituinte. Princípios, São Pa u lo, n 10. ARANTES, A. 1996/1997. Reeleição e reforma antidemocrática do Estado. Princípios, São Pa u lo, n 43. BUONICORE, A. C. 2002/2003. A vi tó ria de uma idéia. Princípios, São Pa u lo, n 67. CARVALHO, J. R. 1988a. Pro gres sis tas x direita. A classe operária, São Pa u lo, n b. PC do B ven ce com destaque. A classe operária, São Pa u lo, n 8. CHAUVEAU, A. & TÉTARD, P. (orgs.) Questões para a história do presente. Bauru: Edusc. DELGADO, L. de A. N Diretas-já: vozes da cidade. In: REIS FILHO, D. A. & FERREIRA, J. As es quer das no Bra sil, vol. 3. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. FERREIRA, M. de M. & AMADO, J. (orgs.) Usos & abu sos da his tó ria oral. 8 a ed. Rio de Ja ne i ro: FGV. PC do B A política revolucionária do PC do B. Infor mes ao 7 Con gres so realizado em maio de a ed. São Paulo: Anita Garibaldi O socialismo vive. Documentos e resoluções do 8 Congresso do Partido Co mu nis ta do Bra sil (PC do B). 2 a ed. São Pa u lo: Anita Garibaldi ª Conferência Nacional. Resolução Política. São Paulo: Anita Garibaldi. PILAGALLO, Oscar A história do Bra sil no sé cu lo 20 ( ). São Paulo: Publifolha PORTO Jr., Gil son (org.) História do tempo presente. Bauru: Edusc. RABELO, R A na tu re za da submissão. Princípios, São Pa u lo, n Um pro gra ma para um Brasil soberano e democrático. Princípios, São Pa u lo, n Ampli ar a vi tó ria oposicionista no segundo turno. A classe operária, São Pa u lo, n /2001. O novo qua dro político brasileiro. Princípios, São Paulo, n a. Pontos fundamentais do programa de reconstrução nacional. Princípios, São Paulo, n b. O ca mi nho da re sis tên cia ao neoliberalismo. Princípios, São Pa u lo, n /2002. O Bra sil pre ci sa de um ciclo de desenvolvimento e progresso social. Princípios, São Paulo, n /2003. De sa fi os para um novo Bra sil sob o go ver no Lula. Princípios, São Pa u lo, n 67. REBELO, A Ter ri tó ri os que não se confundem. A classe operária, São Paulo, n No olho do fu ra cão. São Pa u lo: Alfa-Omega. RÉMOND, R Por uma his tó ria política. 2a ed. Rio de Ja ne i ro: FGV. RODRIGUES, A. T Diretas já! O grito preso na garganta. São Paulo: Fundação Perseu Abramo. RUY, J. C As di fe ren ças en tre os pro gra mas de Lula e de Fer nan do 258

URBANISMO COMERCIAL EM PORTUGAL E A REVITALIZAÇÃO DO CENTRO DAS CIDADES

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