VISITA TÉCNICA #01 18 DE JULHO. Central de Incineração do SUCH, localizada no Parque de Saúde de Lisboa
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1 1 VISITA TÉCNICA #01 18 DE JULHO Central de Incineração do SUCH, localizada no Parque de Saúde de Lisboa Introdução A Central de Incineração do Parque de Saúde de Lisboa, é uma instalação licenciada para o tratamento de resíduos hospitalares perigosos por incineração e certificada pelas NP EN ISO 9001:2008 e NP EN ISO 14001:2004. Seguidamente, resumiremos os diversos passos e equipamento inerente ao processo de incineração, que cumprem as normas definidas pela Directiva 2000/6/EC do Parlamento e Conselho Europeus, relativa à incineração de resíduos. A incineração dos resíduos hospitalares efectua-se em dois estágios: o primeiro na câmara de combustão primária e o segundo na câmara de combustão secundária. Sistema de alimentação de resíduos: A alimentação de resíduos à tremonha de abastecimento do incinerador é feita através de um sistema hidráulico de elevação e basculamento de contentores, Câmara de combustão primária Na câmara primária, os resíduos são submetidos a combustão pirolítica, com defeito de ar, a uma temperatura entre os 650 e 850ºC e em depressão de 50Kpa. Esta câmara primária é horizontal, estática e possui três patamares de combustão desnivelados, com empurradores móveis temporizados, assistidos hidraulicamente, que garantem o deslocamento dos resíduos durante a sequência do processo até ao extractor automático de escórias, sendo estas arrefecidas em água e posteriormente 1/5
2 2 retiradas do cinzeiro, por uma cadeia transportadora motorizada, e acondicionadas em contentores. A temperatura de funcionamento da câmara de combustão é inicialmente garantida por um queimador piloto a gás natural, que se desliga automaticamente quando o calor libertado na pirólise torna a operação auto-sustentada. A figura abaixo representa, esquematicamente, a câmara de combustão primária do incinerador. O ar necessário à combustão é injectado na cama dos resíduos, com velocidade controlada, de forma a garantir uma boa penetração até ao centro da massa de resíduos em combustão, sem provocar levantamento de partículas significativo. Câmara de combustão secundária O segundo estágio (combustão da fase orgânica gasosa e partículas resultantes da pirólise na primeira câmara de combustão) realiza-se na câmara secundária. Nesta câmara é assegurada a permanência dos gases por um período não inferior a 2s à temperatura mínima de 1.100ºC. Com excesso de ar introduzido pelo ventilador 2/5
3 3 secundário, garante-se uma concentração média de oxigénio superior a 6% e o mínimo de turbulência requerido. A câmara de combustão secundária é horizontal, desenvolvendo-se sobre a câmara primária, à qual está ligada através de conduta equipada com dois queimadores de regulação modulante, a gás natural. A figura abaixo representa, esquematicamente, a câmara secundária do incinerador. A temperatura de 1.100/1.200ºC é garantida por controlo proporcional através de um regulador que interage com o doseamento de combustível dos queimadores. Esta câmara de combustão secundária está ainda interligada com um permutador de calor (gases/vapor) para arrefecimento dos gases e aproveitamento energético. Tratamento de gases O tratamento de gases proveniente da instalação é feito por via seca. Este processo consiste basicamente na injecção de bicarbonato de sódio em pó e carvão activado, directamente no fluxo de gás. Os gases para tratamento, provenientes da câmara de combustão secundária, saem do permutador de calor a uma temperatura na ordem dos 250ºC e, antes de se iniciar 3/5
4 4 o processo de tratamento, passam num sistema de arrefecimento por ar até se atingir uma temperatura de aproximadamente 180ºC. Posteriormente, é efectuada a injecção de bicarbonato de sódio em pó e carvão activado, ocorrendo a reacção de neutralização do ácido no reactor de contacto, a uma temperatura máxima de 180ºC. O reagente é misturado com os gases no reactor. Para uma boa mistura entre os gases ácidos e o reagente, e de forma a maximizar o tempo de residência dos gases, o reactor tem uma disposição e uma concepção especial. Com este tipo de tratamento são ainda recolhidos com grande eficiência os metais pesados. As reacções químicas são efectuadas e optimizadas pelo conteúdo da mistura e da temperatura dos gases combustíveis. Os gases provenientes do processo de neutralização, contendo poeiras e resíduos de produtos sódicos (cloreto de sódio, sulfato de sódio e carbonato de sódio) são posteriormente conduzidos a um filtro cerâmico, onde é feita a remoção da matéria particulada presente no fluxo gasoso, a qual é recolhida para transporte e destino final. Este resíduo, composto pela matéria particulada, designa-se por cinzas volantes e sais residuais. O armazenamento das cinzas volantes e sais residuais, resultantes da depuração dos gases de fumos, é efectuado automaticamente após a sua produção, ou seja, após a passagem dos gases pelos filtros cerâmicos, entram directamente no sistema sem fim, o qual efectua o seu transporte em circuito fechado para o interior de big-bag com uma capacidade de cerca de 1100l. Este big-bag encontra-se perfeitamente acoplado, não permitindo, nem existência de fugas, nem interacções com o meio exterior, uma vez que se trata de um resíduo industrial perigoso. Os big-bags contendo as cinzas e sais residuais são armazenados temporariamente no interior de uma área coberta adstrita à Central de Incineração, que permite o armazenamento temporário resguardado, face à intempérie, até à sua recolha por e para entidade credenciada para o efeito, onde são estabilizados, para posterior encaminhamento para Aterro de Resíduos Industriais Perigosos. 4/5
5 5 Monitorização dos efluentes gasosos O controlo em contínuo das emissões de efluentes gasosos é garantido através 2 Sistemas Automáticos de Medição (AMS) instalados na chaminé. Capacidade de incineração: A central de incineração do SUCH é pequena, tendo uma capacidade de processamento nominal de 300Kg/hora, o que totaliza 7.200kg/dia. No entanto, o processo de controlo do incinerador é que determina a quantidade de resíduos susceptíveis de incinerar uma vez que, sempre que existem variações do poder calorífico dos resíduos (PCI), o equipamento inibe a introdução de carga. O incinerador do SUCH, à semelhança de qualquer incinerador de resíduos hospitalares, está preparado para incinerar resíduos perigosos com um poder calorífico médio entre os e os 3.600kcal/kg. Na prática, a capacidade de incineração pode variar cerca de 20%, de acordo com a composição e a homogeneidade dos resíduos a incinerar e dos quais depende o poder calorífico. Com a actual tipologia de resíduos, a capacidade real do incinerador é de aproximadamente 260kg/h o que totaliza cerca de 6.200kg/dia. Tendo presente que a central de incineração é constituída por uma única linha de incineração, qualquer avaria ou reparação programada, superior a 4 dias, implica a supressão total do processamento e à exportação dos resíduos de acordo com a legislação nacional. Tempos de operação: Tempo diário de operação: 24h Tempo semanal de operação: 7 dias 5/5
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